Cidades europeias apertam o cerco aos automóveis a diesel
Face às novas regras de emissões diesel, vários carros enfrentam restrições para circular pelas cidades europeias. Em Portugal contam-se 1,4 milhões que poderão não ser bem-vindos no estrangeiro.
Os 1,4 milhões de carros a gasóleo comprados entre 2006 e 2014 em Portugal não cumprem as normas de emissões que estarão brevemente em vigor em cidades europeias como Madrid ou Paris.
São onze as cidades europeias que prometem proibir a circulação de veículos a gasóleo até 2025, conta o Diário de Notícias. Duas delas são Madrid e Paris. Mas ainda antes desse ano, as regras vão apertar e permitir apenas a entrada de veículos diesel mais amigos do ambiente, isto é, aqueles cuja matrícula exibe uma data de produção posterior a 2014.
Em Portugal, existem 1,4 milhões de veículos a diesel que datam de anos anteriores a 2014. Isto significa que estes carros deverão desvalorizar, para além de conhecerem novas fronteiras à sua circulação. A única hipótese para os condutores é trocá-los ou fazer alterações que os tornem mais “verdes”.
Portugal ainda é um dos países europeus com maior percentagem de carros a diesel. A situação não parece preocupar as associações automóveis nacionais. O presidente da ANECRA, representante dos concessionários, afirma que “Existe algum empolamento à volta desta questão”. Carlos Barbosa, presidente da ACP, acredita que “Os carros a gasóleo não vão desaparecer tão cedo”.
"Os carros a gasóleo não vão desaparecer tão cedo. Só os sonhadores é que pensam assim. Vamos ter carros a combustão durante muito tempo. As marcas estão a fazer motores cada vez mais pequenos e limpos. Daqui a cinco anos, um carro a gasóleo valerá mais do que um carro a gasolina”
Um país que serve de ilustração a estas preocupações é a Alemanha, casa da marca Volkswagen e portanto palco dos recentes escândalos de carros a diesel que tinham um dispositivo que manipulava o registo das emissões poluentes. As grandes fabricantes automóveis alemãs — BMW, Mercedes, Opel e Volkswagen — reuniram recentemente com o governo e acordaram uma redução de emissões para os seus veículos de 25% a 30%, alterações que vão custar cerca de 500 milhões de euros, acrescenta o Diário de Notícias.
Perto de um terço dos alemães pretende trocar o seu carro a diesel. Contudo, o presidente da associação de comerciantes alemã assinala que “os clientes estão indecisos. Precisamos de sinais claros do governo para perceber em que condições os diesel vão ser afetados pelas restrições à circulação“.
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