Mineiros gregos protestam no interior ministério da Economia
Cerca de uma centena de trabalhadores das minas de ouro da Calcídica conseguiram invadir o ministério da Economia grego durante um protesto. Manifestam-se contra a suspensão do investimento na mina.
Trabalhadores das minas de ouro da Calcídica, norte da Grécia, manifestaram-se esta quarta-feira no interior do Ministério da Economia, em Atenas, exigindo ao governo medidas que protejam os postos de trabalho.
Apesar da presença da polícia, cerca de uma dezena de mineiros conseguiu entrar no edifício do ministério onde gritaram palavras de ordem e exigiram ao governo de Alexis Tsipras a atribuição da autorização da concessão de exploração do ouro a uma empresa do Canadá. Pouco depois, os manifestantes foram expulsos pela polícia, mas os protestos continuaram na rua onde se concentravam mais de uma centena de mineiros oriundos do norte do país.
O protesto regista-se dois depois de um anúncio da empresa canadiana Eldorado que informou a suspensão do investimento na mina a partir do dia 22 de setembro e que vai apenas cumprir os compromissos respeitantes à manutenção do local e à proteção do meio ambiente da zona. A companhia canadiana afirmou que tinha tomado a decisão depois de três meses de negociações com o Ministério do Ambiente que não produziram resultados sobre a concessão.
O diretor executivo da Eldorado Gold, Georges Burns, acusou o governo de Atenas de estar a protelar as licenças necessárias e apelou para o Executivo “pensar nos trabalhadores gregos e no país”. Burns acrescentou que desde 2001 a empresa investiu três mil milhões de dólares nas minas e que pretendiam fazer um investimento, do mesmo valor, caso fossem autorizadas as licenças de extração, o que poderia gerar a criação de mais 2.400 postos de trabalho além da manutenção dos 1.200 trabalhadores que se encontram ainda em funções. Apesar da decisão, o responsável pela Eldorado declarou que a companhia está disposta a reconsiderar a posição caso o governo grego venha a mudar de opinião, em tempo útil.
O governo já acusou a multinacional de estar a atuar com fins políticos acrescentando que o anúncio ocorreu precisamente depois do primeiro-ministro grego ter afirmado, durante uma visita do chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, que a Grécia volta a ser “atrativa” para os investidores.
A declaração de Tsipras foi criticada pela oposição grega. Fontes do Ministério do Meio Ambiente disseram na terça-feira que o anúncio da Eldorado é “incompreensível” porque foi divulgada dias antes da atribuição de concessão de algumas licenças temporárias para uma das minas, e que já estava programada. As mesmas fontes recordaram que a concessão definitiva das licenças de extração depende da conclusão do “processo de arbitragem” cujos resultados são esperados nos próximos seis meses. A arbitragem foi solicitada pelo governo depois da companhia do Canadá ter apresentado um plano técnico para a exploração de ouro com base em métodos que não foram aprovados.
As minas de Calcídica dividem a população local porque os mineiros defendem o reinício da extração mas outros setores que dependem do turismo e da agricultura mostram-se contra a exploração. Apesar de ter mostrado oposição sobre a exploração das minas quando estava na oposição, o governo do Syriza assegura que respeita os contratos que foram assinados pelos governos anteriores.
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