Puigdemont evita resposta e pede diálogo. Não é válido, diz Madrid
O presidente da Catalunha escreveu uma carta ao primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, a pedir diálogo. Madrid esperava uma posição definida acerca da independência.
Rajoy pedia uma resposta de “sim ou não” até esta segunda-feira: queria uma confirmação oficial da declaração de independência da Catalunha. Puigdemont não foi direto: pediu diálogo. O Governo espanhol irá responder dentro de horas, mas reage imediatamente dizendo que “não considera válida a resposta”.
“Mais de dois milhões de catalães conferiram ao parlamento regional a ordem democrática para declarar independência” disse Puigdemont. “A nossa proposta de diálogo é sincera, apesar de tudo o que tem sucedido, mas logicamente é incompatível com o clima atual e de crescente repressão e ameaça”, lê-se na carta de Puigdemont a Rajoy, de acordo com a Bloomberg.
O Governo espanhol não considera válida a resposta dada pelo chefe do executivo regional da Catalunha à pergunta sobre se declarou a independência da região, disse esta manhã o ministro da Justiça espanhol, Rafael Catalá. Citado pela Efe, o ministro recordou que, além de lhe perguntar se tinha declarado independência, o presidente do Governo, Mariano Rajoy deu ao Governo da Catalunha um segundo prazo, até quinta-feira, para explicar as medidas que vai adotar para recuperar o cumprimento das suas obrigações.
Desta forma, o presidente catalão rejeita a pressão de Madrid ao manter a ambiguidade das declarações da passada terça-feira, deixando a situação da Catalunha em suspenso e dependente do encontro com Rajoy. Madrid tinha dado até às 10:00 desta manhã (09:00 em Lisboa) para que o executivo da região da esclarecesse uma vez por todas se na declaração ambígua que feita na semana passada foi ou não proclamada a independência da região.
Na terça-feira, 10 de outubro, Puigdemont falou ao parlamento catalão naquela que seria a ocasião para fazer uma declaração unilateral de independência. O presidente catalão suspendeu os resultados do referendo para abrir a porta a negociações e ao diálogo com Madrid, ao mesmo tempo que reforçou a posição independentista. “A única linguagem que conhecemos é a das urnas”, disse.
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