Ordem dos Enfermeiros pede à PGR que investigue listas de espera
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros pediu esta quinta-feira ao Ministério Público que investigue o caso das listas de espera no SNS, no seguimento da auditoria do Tribunal de Contas.
“O tempo da vida não pode ser o tempo da política”. A frase é de Ana Rita Cavaco, bastonário da Ordem dos Enfermeiros, que pediu esta quinta-feira à Procuradoria-Geral da República que investigue o caso denunciado pelo Tribunal de Contas. Em causa está uma auditoria divulgada na semana passada: uma das conclusões é que houve uma “limpeza das listas de espera” e que morreram 2.605 pessoas que estavam nessa lista.
“Julgo ser importante que o Ministério Público apure se existe ou não responsabilidade criminal da tutela, para salvaguarda do SNS e da vida dos portugueses“, afirma Ana Rita Cavaco, num comunicado divulgado no site da Ordem dos Enfermeiros. O ECO já contactou a PGR que fez saber que recebeu a carta e está a analisar o conteúdo da mesma.
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros enviou uma carta a Joana Marques Vidal, a Procuradora-Geral da República, onde pede uma investigação à atuação da Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS). “Não sei se a acusação do Tribunal de Contas configura um crime, mas entendo que deveria haver uma investigação para o cabal esclarecimento da verdade“, considera Ana Rita Cavaco, citando a auditoria do Tribunal de Contas.
Não sei se a acusação do Tribunal de Contas configura um crime, mas entendo que deveria haver uma investigação para o cabal esclarecimento da verdade.
Os enfermeiros são contra a medida adotada pelo Governo de formar um grupo de trabalho no Ministério da Saúde para analisar os dados revelados. “Quem avaliar esta questão tem de estar completamente fora das profissões da saúde e ter provas dadas de isenção e independência na área da auditoria financeira e de saúde”, argumenta Ana Rita Cavaco, recusando-se assim a integrar um grupo que “está feriado à partida pela sua composição”.
Na auditoria revelada na semana passada, o Tribunal de Contas denunciava a falsificação de informação para empolar indicadores de desempenho, a limpeza das listas de espera e o aumento considerável dos tempos de espera pelos utentes. O Tribunal recomendou à ACSS que “não adote procedimentos administrativos que resultem na diminuição artificial das listas e dos tempos de espera”.
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