Tudo o que já se sabe a uma semana da Web Summit
Depois do sucesso do ano passado, começou logo no início do ano a contagem decrescente para a edição de 2017 da conferência de tecnologia e empreendedorismo Web Summit. O que já se sabe?
Lisboa está a pouco mais de uma semana de voltar a receber a conferência de tecnologia e empreendedorismo Web Summit, numa segunda edição com novidades e garantias de que os problemas de 2016 não se repetirão.
A Web Summit chegou a Lisboa em 2016 e trouxe 53 mil pessoas vindas de 166 países, 15.000 empresas, 7.000 presidentes executivos, 700 investidores de topo e 2.000 jornalistas internacionais.
Depois do sucesso do ano passado, a contagem decrescente para a edição de 2017 começou logo no início deste ano, com o fundador da iniciativa, Paddy Cosgrave, a anunciar em fevereiro mais espaço disponível para o evento e um programa de voluntariado que vai colocar 500 jovens a acompanhar os mais importantes oradores do encontro.
Meses depois, em maio, chegaram mais pormenores com a divulgação da lista com os nomes dos primeiros 200 oradores, à qual se seguiu uma outra, em julho, com mais 50 personalidades.
Também em julho soube-se que há 150 ‘startups’ nacionais com bilhetes a metade do preço para Web Summit e acesso a campos de treino (‘bootcamps’) de preparação para a cimeira, no âmbito da iniciativa Road 2 Web Summit, que em 2016 garantiu a participação gratuita a 67 empresas.
Mas, além das novidades, a organização quer garantir que os problemas do ano passado não voltam a repetir-se.
Na edição de 2016, verificaram-se várias dificuldades nos acessos (rodoviários e por transportes públicos, como o metro) ao Parque das Nações, zona do evento, bem como problemas na entrada, com alguns participantes a não conseguirem assistir à cerimónia de abertura, por exemplo.
Há dias, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, disse que o Governo começou “há vários meses” a trabalhar na coordenação do evento para evitar problemas verificados no ano passado ao nível da logística e transportes.
Na ocasião, o governante frisou que áreas como a segurança, os transportes e a logística “estão a ser coordenadas por uma equipa de trabalho” do executivo.
Já Paddy Cosgrave, quando questionado pela agência Lusa sobre o assunto, desvalorizou os problemas ocorridos, justificando que “era tudo muito novo”.
Eis as principais informações que já se conhecem sobre a Web Summit:
Origem da Web Summit
Fundada em 2010 por Paddy Cosgrave e os cofundadores Daire Hickey e David Kelly, a Web Summit é um dos maiores eventos de tecnologia, inovação e empreendedorismo do mundo e evoluiu em menos de seis anos de uma equipa de apenas três pessoas para uma empresa com mais de 150 colaboradores.
A ‘cimeira’ tecnológica, que nasceu em 2010 na Irlanda, vai manter-se em Lisboa até 2020 e poderá ficar por mais dois anos.
Localização
À semelhança do ano passado, a Web Summit decorre entre 06 e 09 de novembro no Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL), em Lisboa.
A edição de 2017 em números
- Perto de 60 mil participantes, dos quais seis mil são portugueses e metade são mulheres;
- Oriundos de mais de 170 países;
- Mais de 20.000 empresas;
- 1.600 ‘startups’;
- 1.500 investidores;
- 1.000 oradores;
- Mais de 2.500 jornalistas internacionais de 100 países;
- 25 cimeiras temáticas sobre temas como código, dados, conteúdo, ‘design’, empresas, moda, tecnologia de saúde, ‘marketing’, dinheiro, música, sociedade, entre outros;
- Uma competição de ‘pitch’ com 200 concorrentes;
- Mais de 2.100 horas para encontros de trabalho entre investidores e ‘startups’ (Office Hours);
- Mais de 1.100 horas para sessões entre mentores e ‘startups’ (Mentor hours);
- Preços dos bilhetes estão a variar entre os 1.000 euros (base), os 5.000 euros (para diretores) e os 25 mil euros (para presidentes dos Conselhos de Administração);
- Até ao início da semana, tinham sido vendidos cerca de 55 mil bilhetes;
- A estes acrescem 10 mil bilhetes vendidos a 7,50 euros para jovens entre os 16 e os 23 anos.
Alguns dos oradores presentes
- Mark Hurd, presidente executivo (CEO) da Oracle
- Brian Krzanich, CEO da Intel
- Al Gore, antigo vice-Presidente dos Estados Unidos
- Francois Hollande, antigo Presidente de França
- Gillian Tans, CEO da Booking.com
- Margrethe Vestager, comissária europeia para a Concorrência
- Brad Smith, presidente da Microsoft
- Carlos Moedas, o comissário europeu português
- Claudia Wilvonseder, chefe do departamento de ‘marketing’ do Ikea
- Steve Huffman, CEO da rede social Reddit
- Steve Case, fundador do portal AOL
- Antonio Horta Osório, presidente do Lloyds Bank
- Davide Grasso, CEO da Converse
- Sean Rad, fundador do Tinder
- António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas
- Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia
- Luís Figo, antigo futebolista e empresário
- Tiago Pires, surfista
- José Neves, presidente executivo da Farfetch
- João Guerra, cofundador da Dream Factory Network
- Sara Sampaio, modelo
- Joe Sullivan, diretor de Segurança da Uber
- Caitlyn Jenner, ex-atleta transexual e ativista norte americana
Principais parceiros do evento
- KPMG
- Booking.com
- Portugal Telecom/Altice
- Daimler (Mercedes)
- IBM
- Airbus
- CISCO Systems
- Atlassian
- Siemens
Transportes
A CP, a Carris e o Metropolitano de Lisboa prepararam um passe especial para os participantes da segunda edição da Web Summit e avaliam a possibilidade de reforçar a sua oferta.
As transportadoras vão disponibilizar o passe para um dia (10 euros), três dias (20 euros) e cinco dias (25 euros) e informaram que vão estar presentes nos locais de acreditação, como o aeroporto e a FIL, para “prestar informação e encaminhamento dos visitantes para o transporte público e realizar venda de títulos de transporte”.
O Metropolitano de Lisboa disse prever o reforço da linha vermelha, que faz a ligação entre o Aeroporto e São Sebastião, “nas horas de ponta em função da procura”. “Está previsto o reforço no fim de semana e nas noites de semana do evento”, precisou fonte da empresa.
Por seu lado, a CP volta a disponibilizar uma tarifa especial de dois euros nos comboios urbanos em Lisboa durante os dias da conferência.
Depois de estimar ter transportado 10 mil passageiros nos cinco dias da primeira edição do evento em Lisboa, em novembro de 2017, a CP não prevê reforçar a capacidade de lugares disponíveis.
A Carris informou que a sua operação se mantém em “estreita ligação com a organização do evento e as autoridades locais, com vista a garantir que o nível de oferta de serviço de transporte público se encontra adequado à procura, nos diversos momentos programados para estes dias, e tendo em conta as alterações de circulação que poderão vir a ocorrer”.
No aeroporto de Lisboa, haverá ainda, como ano passado, um espaço para ‘check in’.
Telecomunicações
A Altice, dona da PT/Meo, vai dotar os espaços FIL e Meo Arena “com cobertura ‘wi-fi’ de alta densidade” durante a Web Summit.
Além do Parque das Nações, “as zonas onde decorrerão ações associadas ao evento, como a Night Summit, com palco no Cais do Sodré, Bairro Alto e LX Factory, terão reforçada a rede móvel” da Meo, “com vista a garantir a melhor experiência de comunicação de voz e dados, entre os milhares de pessoas esperadas nestes locais”, indicou a Altice.
No ano passado, a rede ‘wi-fi’ instalada “suportou, com elevados níveis de qualidade e desempenho, o acesso de cerca de 53 mil dispositivos ‘wireless’ que, em simultâneo, produziram débitos agregados de ‘download’ [transferência] superiores a 1,8 Gbps”, de acordo com a empresa.
A NOS e a Vodafone Portugal vão reforçar a cobertura da rede móvel.
“A NOS vai realizar um reforço da rede móvel nas tecnologias 2G, 3G e 4G em toda a envolvente do Parque das Nações, através da colocação de uma torre móvel temporária e ‘upgrade’ [melhoria] de rede nas estações que servem a zona”, adiantou fonte oficial da operadora liderada por Miguel Almeida.
“Adicionalmente, existirá um reforço específico nos locais de afluência dos visitantes durante o final da tarde e noite (Night Summit), como são o caso do Bairro Alto, Cais do Sodré e LX Factory”, acrescentou.
Já fonte oficial da Vodafone Portugal disse à Lusa que “sempre que é expectável uma maior concentração de pessoas, a Vodafone leva a cabo planos dedicados de reforço e capacidade da sua rede de comunicações móveis”.
Alojamento e restauração
Em meados deste mês, já havia alojamentos turísticos e restaurantes esgotados em Lisboa na altura do evento, segundo a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).
Em resposta escrita enviada à agência Lusa, o diretor-geral da Associação de Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), José Manuel Esteves, indicou ter conhecimento de “muitas unidades de alojamento turístico [hotéis e similares] e restaurantes já esgotados” em Lisboa para a edição deste ano da Web Summit.
O responsável assegurou que “Lisboa, bem como toda a área metropolitana da capital, está preparada e tem capacidade” para receber o evento.
Além da hotelaria, o impacto do evento também se estende ao alojamento local, com a Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) a falar em aumentos na taxa de ocupação durante o evento.
De acordo com a ALEP, os empreendedores ficam alojados em unidades de alojamento local um pouco por toda a cidade e não apenas no Parque das Nações, e tendem a escolher apartamentos maiores, que são partilhados por membros da mesma empresa.
Iniciativas paralelas
A organização da conferência volta a promover, este ano, iniciativas paralelas ao evento para os empreendedores conviverem e trocarem contactos, após um “absoluto sucesso”, que difundiu negócios, na edição de 2016.
Em declarações recentes à agência Lusa, o presidente executivo do evento, Paddy Cosgrave, explicou que atividades como o Surf Summit, o Pub Crawl, o Night Summit ou o Sunset Summit “foram um absoluto sucesso”, razão pela qual serão repetidas na edição deste ano.
A estes eventos sociais acrescem iniciativas integradas na conferência dirigidas às ‘startup’ (empresas com potencial de crescimento rápido), como as Mentor Hours, que facilitam a interação com os investidores e oradores, que darão conselhos aos jovens empreendedores, e as Office Hours, que são encontros entre empresários.
A ‘app’
Criada na edição de 2015 da Web Summit, a ‘app’ (aplicação) disponibilizada pela organização permite aos participantes encontrar as pessoas certas dentro do recinto.
Ao mesmo tempo, a aplicação funciona nos ‘smartphones’ com os sistemas operativos iOS e Android, serve como bilhete de entrada e atualiza em tempo real o programa do evento, mas mais do que tudo recomenda em que discussões deve estar presente e as pessoas indicadas para falar e conhecer, sejam eles investidores, ‘startups’ ou oradores.
Quanto mais dados foram compartilhados e mais ativo for o utilizador na aplicação, mais recomendações receberá, naquele que é caracterizado como um “esforço colaborativo”. Além disso, os participantes também poderão comunicar uns com os outros através da possibilidade de ‘chat’ (diálogo) da aplicação.
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