Coca-Cola quer reduzir açúcar das bebidas até 2020
Aposta da marca passa pela introdução de novas bebidas sem açúcar e pelo crescimento de bebidas sem açúcar que já existem. Nova taxa sobre nível de açúcar nas bebidas não foi determinante, mas ajudou.
O grupo Coca-Cola quer reduzir em 12% o nível de açúcar na oferta de bebidas que detém até 2020, sobretudo através da introdução de novas bebidas ou do crescimento das bebidas light e com zero açúcares, foi divulgado esta terça-feira.
Numa apresentação da nova estratégia, o diretor de Nutrição e Saúde da Coca-Cola Ibéria (que junta os mercados de Portugal e Espanha), Rafael Urrialde, disse que o objetivo do grupo é até 2020 reduzir 12% o teor de açúcar por litro na oferta total de bebidas em Portugal, que é composta por mais de 100 referências, incluindo as marcas Coca-Cola, Fanta, Powerade e Nestea, das quais 28 são sem açúcar adicionado, incluindo uma água.
Nos últimos 16 anos, referiu, a Coca-Cola em Portugal conseguiu reduzir em 23% o nível de açúcar ou calorias por litro do total de vendas das bebidas da companhia, porque “cada vez existe mais bebidas sem açúcar” além da introdução de uma água no portfólio do grupo (a Aquabona), em 2002.
Será também pela “introdução de novas bebidas sem açúcar ou do crescimento de bebidas [sem açúcar] que já existem” que essa redução de 12% acontecerá, disse à agência Lusa o diretor de Relações Externas da Coca-Cola Portugal, Tiago Lima.
De acordo com os números divulgados hoje, as bebidas sem açúcar no portefólio total da Coca-Cola em Portugal representaram 21% do total de vendas (incluindo a água) em setembro deste ano, sendo que as variedades Coca-Cola light e Zero representaram 28% do total das vendas da marca Coca-Cola.
Questionado sobre se esta decisão é influenciada pela introdução, em fevereiro deste ano, de um novo imposto sobre o nível de açúcar nas bebidas, Tiago Lima disse que não foi determinante, mas que a nova taxa ajuda.
“Acho que o imposto contribuiu para darmos um passo em frente e esta visão que estamos a ter ajuda-nos a trabalhar num mercado, sabendo que o novo imposto é uma realidade, mas cabe-nos a nós, indústria, adaptar à realidade de cada mercado e é assim que encaramos. Achamos que o caminho que apresentámos hoje é o correto: em primeiro lugar, a redução de calorias. É isso que consumidores têm dito”, afirmou o responsável da Coca-Cola Portugal.
Ainda assim, recordou, esta visão foi apresentada a nível mundial em abril deste ano: “Quando estamos em 200 países não é uma realidade igual para todos os mercados – há uns que não têm o imposto e outros têm, como o mercado português”.
Questionado sobre impactos do alargamento do Imposto sobre o Álcool e as Bebidas Alcoólicas (IABA) aos refrigerantes, Tiago Lima admitiu que “as bebidas açucaradas têm caído e isso tem sido compensado por uma transferência [dentro da companhia] para as bebidas sem açúcar”.
Segundo a proposta de Orçamento do Estado de 2018 (OE2018), entregue em 13 de outubro na Assembleia da República, o Governo pretende aumentar até 1,5% o imposto a pagar pelos refrigerantes no próximo ano, depois de ter alargado este ano o âmbito do IABA.
Em 2018, o Governo pretende taxar a 8,34 euros por hectolitro (100 litros) as bebidas cujo teor de açúcar seja inferior a 80 gramas por litro e a 16,69 euros por hectolitro as bebidas cujo teor de açúcar seja igual ou superior a 80 gramas por litro.
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