Mesmo à distância, Puigdemont quer liderar a Catalunha
Em nome do "direito à 'autodeterminação'", Carles Puigdemont pretende levar a cabo uma "estrutura estável", de forma a cumprir as suas funções enquanto líder do autoproclamado governo independente.
Mesmo no estrangeiro, Carles Puigdemont considera legítimo continuar a exercer as suas funções enquanto líder da Catalunha. O presidente destituído da Generalitat pretende criar mecanismos que permitam o cumprimento das suas funções enquanto estiver fora da região autónoma. Numa carta em circulação esta sexta-feira pelos órgãos de comunicação social da Catalunha, Puigdemont garante “que o governo legítimo vai cumprir as suas obrigações”.
Em Bruxelas, Puigdemont faz-se acompanhar de cinco membros do governo catalão, também eles destituídos por Madrid, e reconhece que a falta de respostas rápidas por parte dos “representantes e instituições legítimos” tem provocado alguma desorientação na região espanhola. Neste sentido, o antigo presidente da comunidade autónoma avançou a criação de uma “estrutura estável”, no sentido de “coordenar as ações do ‘Govern’ para a denúncia da politização da justiça espanhola e a sua falta de imparcialidade e vontade de perseguir ideais”.
A carta denuncia ainda o que considera “decadência democrática do Estado espanhol” que, afirma, atua de forma “vergonhosa” e “repressiva” sob a tolerância da União Europeia.
Carles Puigdemont indica que o “plano” para as próximas semanas é “claro” e que perante a aplicação do artigo 155 da Constituição é preciso “fortalecer democraticamente” as instituições que foram captadas por um “golpe de Estado”, referindo-se ao artigo constitucional. “Por isso temos as eleições que propõe o Estado espanhol no dia 21 (de dezembro) com o objetivo para recuperar a democracia plena, sem presos, sem vinganças, sem imposições, sem fúria e cheio de futuro, diálogo e consenso”, escreve.
Outro elemento central do plano de Puigdemont é conseguir a libertação do que considera “presos políticos” que se encontram sequestrados pelo Estado espanhol referindo-se aos ex-vice-presidente da Generalitat e outros sete ex-membros do governo autónomo, destituídos e que são acusados dos crimes de rebelião, sedição e má gestão de fundos públicos.
“É preciso denunciarmos a situação todos os dias e que no próximo sábado sejamos milhares no ‘Dia Nacional pela Liberdade’ que foi convocado em Barcelona”, diz referindo-se à manifestação organizada pelas organizações Òmnium Cultural e Assembleia Nacional Catalã (ANC).
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