Governo anuncia linha de 600 milhões de euros para aumentar as exportações

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, anunciou esta quarta-feira uma nova linha de financiamento de 600 milhões de euros para pôr as exportações a valerem metade do PIB até 2025.

O ministro Caldeira Cabral anunciou esta quarta-feira a criação de uma nova linha de apoio às empresas.Henrique Casinhas/ECO

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, anunciou esta quarta-feira uma nova linha de 600 milhões de euros de financiamento para ajudar as empresas portuguesas a aumentarem as exportações. “Estamos a lançar novos instrumentos de financiamento à exportação”, disse. O Governo espera contar com o apoio da banca e já terá o apoio do Novo Banco neste programa. A linha junta-se ao programa Capitalizar e foi apresentada pelo ministro na sessão de abertura da 12ª edição do Portugal Exportador.

Caldeira Cabral disse que este instrumento será de “apoio direto às exportações”. “Queremos que [as empresas] encontrem em casa instrumentos de financiamento às exportações para se afirmarem nos mercados externos ainda mais e ainda melhor.”

O ministro acrescentou que o crescimento das exportações nacionais não está “apenas concentrado num setor, mas num conjunto amplo de setores”. “Portugal está a ter um crescimento de 11,5% das exportações. Está a ter 12 meses em que está a ver uma aceleração das exportações que deverá ser o maior crescimento desta década”, defendeu. Salientou o aumento de 15% nas exportações de produtos metálicos e de 10% no setor agroalimentar, onde só as exportações de frutas terão crescido 28% “num só ano”. Quanto ao turismo, Caldeira Cabral garantiu que “continua a crescer” na época baixa.

Exportações a valerem metade do PIB em 2025

Eurico Brilhante Dias, secretário de Estado da Internacionalização, abordou aquilo a que chamou de “um novo patamar de exportações no peso do PIB”. Segundo Brilhante Dias, as exportações valem hoje “mais de 40%” da riqueza gerada no país num ano, um número que subiu dos cerca de 25% há uns anos. “A internacionalização da economia portuguesa tem sido um objetivo partilhado pelas entidades públicas, tem convergência no quadro político entre diferentes agentes e forças partidárias e tem tido nas empresas um parceiro fundamental”, disse.

Cerimónia de abertura da 12.ª edição do Portugal Exportador.Henrique Casinhas/ECO

“O Governo definiu um objetivo de médio a longo prazo para a próxima década de atingirmos 50% do peso das exportações no PIB. É preciso perceber porque fixamos esse objetivo: o país continua a viver com uma forte restrição financeira, mas não é apenas nas administrações públicas. O país, se quer crescer e de forma mais acelerada, tem de ser capaz de ter na procura externa um motor fundamental do seu crescimento. Um país que precisa de investir é um país que precisa de mais importações e precisa de exportar mais para equilibrar, referiu Eurico Brilhante Dias.

A mesma meta foi salientada por Luís Castro Henriques, presidente da AICEP, que na mesma sessão indicou que a entidade tem como meta o alargamento da “base exportadora” que “implica trazer mais empresas à exportação recorrente”. “Contem connosco para vos ajudar nisso. Temos o objetivo de prestar mais e melhores serviços. Conseguiremos trazer mais empresas para a exportação e que as empresas que mais exportam, exportem mais e melhor”, garantiu.

Esta edição do Portugal Exportador contará com a representação de 34 embaixadas, 34 câmaras de comércio bilaterais e mais de uma centena de oradores em 16 workshops e 32 “cafés temáticos”, números avançados por Jorge Rocha de Matos, presidente da Fundação AIP, na intervenção inicial.

A internacionalização da economia portuguesa tem sido um objetivo partilhado pelas entidades públicas, tem convergência no quadro político entre diferentes agentes e forças partidárias e tem tido nas empresas um parceiro fundamental.

Eurico Brilhante Dias

Secretário de Estado da Internacionalização

Novo Banco “terá um período de estabilização”

Na sessão de abertura, Vítor Fernandes, administrador do Novo Banco com o pelouro das empresas, salientou também que “o peso das exportações” tem vindo a aumentar no PIB nacional, salientando que é agora de cerca de 40%, “quando há uns anos não passava muito mais de 20%”. O administrador reconheceu ainda que o Novo Banco “passou um período difícil” nos últimos anos, tendo passado “de banco de transição” para “um banco de pleno direito. “Durante estes três anos, foi possível continuar a apoiar as empresas. Não temos nota de perdas de clientes significativas.”

O tema da venda do Novo Banco foi ainda abordado pelo ministro Manuel Caldeira Cabral. Concluída a transferência do ativo para o fundo Lone Star, o ministro da Economia disse que “o Novo Banco, depois de um período de ajustamento, terá um período de estabilização”.

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