Défice vai ser inferior a 1,3% em 2017, anuncia António Costa
António Costa anunciou em reunião do Governo em Belém, para desejar as Boas Festas, que o défice este ano vai ser de 1,3%, abaixo de 1,4% previsto na última revisão em baixa.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o défice em 2017 vai ser inferior a 1,3%. Na reunião do Governo com o Presidente da República, o Chefe de Governo, ironizou que já podia anunciar, “sem criar arrepios ao ministro das Finanças”, uma meta de défice ainda mais baixa do que o previsto.
“Vamos ter este ano, o ano de maior crescimento económico desde o princípio do século. O ano passado tivemos o menor défice da nossa democracia e vamos ter, este ano, já o posso anunciar, sem criar arrepios ao ministro das Finanças, um défice que será inferior a 1,3%”, disse António Costa, na cerimónia de boas festas ao Chefe de Estado.
"O ano passado tivemos o menor défice da nossa democracia e vamos ter, este ano, já o posso anunciar, sem criar arrepios ao ministro das Finanças, um défice que será inferior a 1,3%.”
O Governo começou o ano com uma previsão de défice de 1,5%, uma meta entretanto revista em baixa para 1,4%. Esta semana, na terça-feira, António Costa já tinha dado a entender que as finanças públicas estavam a correr melhor do que o esperado e disse acreditar que a meta ia ficar abaixo de 1,4%. Mas, o primeiro-ministro guardou o presente para as vésperas do Natal — um défice inferior a 1,3% este ano.
O primeiro-ministro reiterou ainda que “a dívida pública ainda é muito elevada, mas já abaixo das melhores expectativas” que tinham, em abril. A dívida “não superará os 126,2% do PIB e num contexto em que o emprego tem vindo a crescer com 240 mil postos de trabalho”, disse, repetindo o valor que já tinha dito na Assembleia da República e que corresponde ao número inscrito no Orçamento do Estado para 2018 — que chegou ontem a Belém — para este ano.
“O povo português interiorizou a necessidade de uma estabilidade orçamental”, disse, por seu turno, Marcelo Rebelo de Sousa. Mas o povo português quer mais, sensatamente, também quer estabilidade social”, que se faz no “exercício dos direitos sociais”, acrescentou.
Sem nunca a mencionar, Marcelo deixou também um recado para a situação da Autoeuropa. “Os portugueses percebem que há empresas que, pelo seu poder e relevo da área em que atuam, pelo emprego que envolvem, e de outras empresas que com elas colaboram pelo prestígio internacional e pela imagem que deixam nos investidores estrangeiros, é importante que haja paz social e que se faça tudo para que haja paz social, que não se corram o risco de aventuras”. Marcelo alertou que isso poderia afetar “o clima que o povo português entende ser bom para Portugal”.
O Presidente da República deixou ainda uma garantia: o Executivo vai sempre beneficiar de uma boa relação como Presidente da República. “A solidariedade institucional correu bem assim como as relações entre o Presidente e o Governo”, disse Marcelo. E “só podia correr bem, porque decorre da minha leitura da Constituição”, acrescentou. “E vai correr bem até ao fim do meu mandato”, garantiu. O Chefe de Estado pareceu assim querer tranquilizar o Governo depois do duro discurso na sequência dos incêndios de outubro, que levou à queda da então ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.
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