CTT: Sindicato diz que adesão é de 80%. Empresa fala em 17%
Melhores condições de trabalho e a salvaguarda dos postos de trabalho são duas das razões que motivam a greve dos CTT, com a duração de dois dias. CTT diz que afetou apenas 17,2%.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) adiantou que a adesão à greve dos trabalhadores dos CTT nos três turnos da noite foi de 80% nas centrais de Lisboa, Porto e Coimbra. No entanto, esta quinta-feira a empresa dos correios informou que a adesão se ficou apenas nos 17,2%.
Vítor Narciso adiantou que a adesão à greve de dois dias, por melhores condições de trabalho e pela salvaguarda dos postos de trabalho, atingiu já de forma significativa os turnos que tiveram início às 21:00 e às 22:00 de quarta-feira e às 00:00 de hoje.
“Quando se iniciou o turno da noite a adesão estava em 80% nas três centrais de correio: Lisboa, Porto e Coimbra. As perspetivas para os turnos da manhã são boas. Só vamos ter dados mais tarde, porque temos de verificar cerca de 900 locais de trabalho”, disse.
No entanto, a empresa dos correios emitiu um comunicado onde esclarece que, “tendo procedido ao registo no sistema de processamento de ordenados dos trabalhadores aderentes à greve, [foi apurada] uma taxa efetiva de adesão de apenas 17,2%“. Assim, “a distribuição postal continua, portanto, a ser prestada durante o dia de hoje, não tendo esta paralisação cumprido o seu objetivo de interromper o serviço aos clientes”, pode ler-se.
Relativamente às lojas, a greve não conseguiu atingir o objetivo pretendido, tendo em conta que “das cerca de 608 lojas CTT apenas duas (Madeira Shopping e Óbidos) aderiram à greve“. Posto isto, a empresa de Francisco Lacerda garante que as pessoas não sentiram efeitos graves com esta greve. “Nos locais onde eventualmente se sentirem constrangimentos os CTT procederão a uma distribuição extraordinária de correio este sábado, 23 de dezembro”.
Na terça-feira os CTT, que empregam 12 mil trabalhadores, dos quais cerca de sete mil são da área operacional (rede de transportes, distribuição e carteiros), divulgaram um plano de reestruturação que prevê a redução de cerca de 800 postos de trabalho nas operações da empresa ao longo de três anos, devido à queda do tráfego do correio.
De acordo com o SNTCT, a Comissão Executiva dos CTT informou os representantes dos trabalhadores de que pretende reduzir o número de trabalhadores, entre 600 e 700, durante os próximos três anos, com especial incidência em 2019 e 2020.
O SNTCT lembrou que o pessoal foi sendo reduzido de tal forma que a qualidade do serviço está posta em causa. No arranque da greve, na quarta-feira à noite, estiveram junto à central de distribuição em Cabo Ruivo, em Lisboa, a prestar solidariedade aos trabalhadores, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, e o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, bem como o deputado do Bloco de Esquerda, José Soeiro.
A paralisação foi também convocada pelo Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (SINDETELCO), filiado na UGT.
(Notícia atualizada às 12h14 com mais informação)
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