O ano de 2017 em dez gráficos
2017 está a terminar. E foi um bom ano para a economia portuguesa. O PIB cresceu, o défice encolheu e a dívida também. O desemprego baixou, mas o petróleo acelerou. E o PSI-20 foi uma das estrelas.
Há anos de má memória, mas o que agora está a terminar, nem por isso. Olhando apenas para a economia, há motivos para celebrar: o PIB surpreendeu pela positiva, a dívida encolheu e o défice está cada vez mais perto de 1% — isto com o desemprego a baixar de forma expressiva. São sinais encorajadores que se traduziram numa queda acentuada dos juros da dívida portuguesa, num ano de ganhos expressivos para a bolsa de Lisboa. Veja, em dez gráficos, o que aconteceu em 2017.
Economia surpreende
A economia surpreendeu pela positiva, com um primeiro semestre muito mais forte do que o esperado. A meta de crescimento começou por ser de 1,5%, mas foi sendo revista em alta até atingir os 2,6% em outubro. Tudo indica que será cumprida.
Dívida em queda
Em agosto, a dívida superou a fasquia dos 250 mil milhões de euros na ótica de Maastricht, fazendo soar alertas, mas o Governo garantiu que daria um “trambolhão até ao final do ano”. A expectativa confirmou-se e o rácio da dívida sobre o PIB deverá recuar para valores em torno de 126%.
Défice vai ficar abaixo de 1,3%
No ano em que Portugal saiu do PDE, por referência aos dados de 2016, as finanças públicas continuaram a ser fonte de boas notícias. O défice deverá voltar a superar a meta de 1,4%. O primeiro-ministro já disse que o défice será inferior a 1,3%.
Desemprego em queda. Vai continuar
Foi um ano bom para o mercado de trabalho português, que viu a taxa de desemprego recuar para valores abaixo dos dois dígitos. O bom momento deverá estender-se por 2018, confirmando e reforçando a recuperação económica.
Balança comercial dá confiança
Apesar de o ritmo de crescimento ter acelerado, a economia conseguiu manter um saldo da balança comercial (bens e serviços) positivo, quando medido sobre o PIB nominal. É um dos sinais que permite olhar para a retoma com mais confiança.
Malparado alivia…
Em 2017, o crédito malparado deu alguns sinais de alívio. Os montantes de crédito em incumprimento já representavam no final de outubro menos de 8% do total dos empréstimos às empresas e famílias. As empresas continuam a ter a grande fatia do crédito malparado, mas é notória uma diminuição da sua representatividade no “bolo” total” do incumprimento, num contexto em que a nova concessão de empréstimos a esse segmento também apresenta uma tendência de queda.
… novo crédito acelera. Stock ainda cai
A palavra de ordem do BCE para os bancos abrirem a torneira do crédito continua a não ser suficiente para puxar pelo crédito. O stock de crédito às empresas e aos particulares continua a cair, estando abaixo da fasquia dos 190 mil milhões de euros.
Dívida nacional, a estrela da Zona Euro
A melhoria da perceção do risco do país tem contribuído para o forte alívio dos juros da dívida, num ano cuja fase final fica marcada pela retirada de Portugal da classificação de “lixo” pela Standard & Poor’s e pela Fitch. A taxa de juro a dez anos da dívida soberana nacional arrancou o ano nos 4%, mas já negoceia abaixo da fasquia dos 2%, em mínimos de abril de 2015.
OPEP puxa pelo petróleo
Cerca de um ano depois do acordo histórico da OPEP com vista a um corte de produção que permita reequilibrar o mercado petrolífero, já se fazem sentir os respetivos efeitos. Em 2017, a cotação do petróleo valorizou 16%, com a matéria-prima a negociar em máximos de dois anos e meio, em torno do 65 dólares por barril.
Lisboa sobe. Mota-Engil lidera em ano negro para os CTT
A bolsa portuguesa sobressaiu pela positiva este ano, registando o melhor desempenho dos últimos quatro anos e batendo ainda a maioria das pares europeias. O PSI-20 encerra o ano a valorizar 15,15%, num ano em que a maioria dos seus títulos apresenta sinal positivo. Referência positiva para o BCP, cujas ações somaram perto de 48% num ano marcado pela reestruturação do banco. Mas coube à Mota-Engil ser a estrela dos ganhos, com uma subida de 127%. Já os CTT foram o patinho feio da bolsa nacional, num ano muito para a empresa dos correios.
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