Holanda na fuga dos investidores

Foi um dia bastante negativo em Lisboa. Grande parte das empresas do PSI-20 fechou a sessão de hoje no vermelho, isto apesar do momento mais positivo dos pesos pesados EDP e Jerónimo Martins.

A bolsa nacional caiu quase 1% mas não foi a única. Lá por fora, as praças europeias também registaram forte aversão ao risco da parte dos investidores. Algo que acontece na véspera das eleições na Holanda e cujos resultados deverão trazer maior instabilidade política no país, ainda que sem a extrema-direita no poder.

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Arábia Saudita empurra petróleo para 50 dólares

  • Juliana Nogueira Santos
  • 14 Março 2017

A Arábia Saudita aumentou a produção de petróleo, na altura em que a OPEP está a tentar diminuir a oferta. Resultado? O petróleo está a desvalorizar. O Brent está nos 50 dólares.

Os esforços da Organização dos Países Exportadores do Petróleo (OPEP) para aumentar os preços do petróleo têm sido em vão, com a Arábia Saudita, o maior produtor, a aumentar a produção. Resultado? A matéria-prima segue a desvalorizar há seis sessões seguidas. O Brent está a negociar perto dos 50 dólares.

Em Londres, o barril do Brent está a cair 1,67% para os 50,49 dólares, tendo passado dos 55 para os 50 dólares em apenas seis sessões. O West Texas Intermediate, negociado no mercado norte-americano, está a ser o mais sacrificado. Continua abaixo dos 50 dólares, seguindo a desvalorizar 2,19% para 47,34 dólares.

Preço do barril de Brent | Fonte: Bloomberg

Num relatório divulgado hoje, a OPEP confirma que a Arábia Saudita aumentou em 263.300 barris a sua exploração diária no passado mês, para 10.011 barris de petróleo por dia. Foi uma reversão dos objetivos atingidos em janeiro, visto que aí, o país reduziu a produção mais do que o necessário.

Mesmo assim, o país continua abaixo do limite imposto pelo acordo da OPEP, que está nos 10.058 milhões de barris por dia. Neste acordo foi definido que os produtores de petróleo deveriam diminuir a quantidade de petróleo produzido devido à excessiva oferta da matéria-prima no mercado que está a trazer as cotações para mínimos deste ano.

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Segurança Social notifica 15.700 contribuintes por atraso no pagamento de contribuições

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 14 Março 2017

Notificações começaram este mês apesar de estarem previstas desde 2011. Em causa estão entidades contribuintes que se atrasaram a pagar contribuições relativas a janeiro.

A Segurança Social notificou este mês 15.700 contribuintes que não cumpriram o prazo de pagamento das contribuições relativas às remunerações de janeiro. Em 77% dos casos estão em causa entidades empregadoras, indica o documento hoje apresentado pelo ministro do Trabalho aos deputados. Nos restantes casos, estarão em causa trabalhadores independentes.

Tal como o ECO noticiou, o Ministério de Vieira da Silva já tinha anunciado que começaria a notificar mensalmente as entidades empregadoras que não pagassem as contribuições dentro do prazo. E este atraso implica o pagamento de coimas. O procedimento já está previsto no Código Contributivo, em vigor desde 2011, mas só agora estão “reunidas as condições necessárias para implementação deste processo”, afirmava em janeiro o Ministério.

PERES rendeu 91,9 milhões à Segurança Social até agora

Mais de 50 mil contribuintes preencheram o formulário de adesão ao programa de regularização de dívidas à Segurança Social mas apenas 32.972 contribuintes aderiram efetivamente à medida, avança ainda o mesmo documento. A maior parte (68%) optou pelo pagamento a prestações. Em causa estão sobretudo pessoas singulares (60%).

O Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES) já rendeu 91,9 milhões de euros, revela a apresentação do ministro.

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Vieira da Silva “em contacto” com Tomás Correia

António Tomás Correia confirma que está em "contacto permanente" com o Ministério do Trabalho. Ainda hoje falou com Vieira da Silva sobre o Montepio, diz o presidente da Associação Mutualista.

O ministro da Segurança Social e António Tomás Correia ainda hoje falaram sobre a situação do Montepio. Quem confirma é o presidente da Associação Mutualista Montepio Geral, numa conferência de imprensa para esclarecer uma notícia do Público de que o auditor do banco, a KPMG, alertou para um buraco nas contas da Associação de 107 milhões de euros.

O presidente da dona do Montepio, a Associação Mutualista Montepio Geral, diz que está em “contacto permanente” com o Ministério do Trabalho. Um contacto que acontece por iniciativa de ambas as partes. António Tomás Correia confirma que ainda hoje esteve à conversa com o ministro da Segurança Social, Vieira da Silva. “Há um diálogo franco, uma troca de informações, transparentes, como deve de ser”, diz.

As declarações são feitas depois de se saber que, em fevereiro de 2016, um grupo de elementos da Associação Mutualista Montepio Geral pediu uma audiência ao Ministério do Trabalho para alertar o Governo para a difícil situação financeira da Associação. Já na altura havia dados que permitiam detetar o risco de os capitais próprios entrarem no vermelho e de os prejuízos continuarem. Contudo, a reunião com a equipa do Ministério tutelado por Vieira da Silva só aconteceu em janeiro de 2017, sabe o ECO. Contactado, o Ministério do Trabalho não respondeu.

Esta terça-feira, a Associação Mutualista apresentou lucros de 7,4 milhões de euros em 2016 — um resultado muito acima do verificado um ano antes, quando registou prejuízos de 393,1 milhões de euros — e capitais próprios de 188,5 milhões de euros. Contudo, estes não são os resultados consolidados da Associação: aos números de 2016 falta acrescentar pelo menos dois efeitos de peso — os prejuízos da Caixa Económica Montepio Geral e os da Lusitânia Seguros, ramo não vida.

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Afinal, a Fiat e a Volkswagen podem vir a acelerar juntas

  • ECO
  • 14 Março 2017

Há uma semana, Matthias Mueller, CEO da Volkswagen, nem queria ouvir falar numa parceria com a Fiat Chrysler. Agora, na sequência da fusão da Peugeot e da Opel, mudou de ideias.

Primeiro, casaram-se a Peugeot e a Opel. Agora, a Volkswagen está a ponderar pedir a Fiat em casamento, depois da fabricante italiana se ter insinuado à gigante alemã.

Há que recordar que ainda na semana passada Matthias Mueller, CEO da Volkswagen, não se sentia atraído pela ideia de uma parceria com a Fiat Chrysler. Na altura, Sergio Marchionne, CEO da companhia italiana, disse que o negócio entre a Peugeot e a Opel — que criou o maior concorrente ao Grupo Volkswagen no mercado europeu — podia convencer a companhia alemã a juntar-se à sua empresa.

À data, Matthias Mueller não concordava, mas esta terça-feira, na conferência anual para apresentação dos resultados da companhia, em Wolfsburg, na Alemanha, apresentou outra versão.

“Estamos mais abertos a essa possibilidade do que antes”, afirmou. Mas defendeu à Reuters que esta opinião não está diretamente relacionada com a proposta da Fiat Chrysler. “Seria de uma grande ajuda se o Sr. Marchionne decidisse partilhar as suas considerações comigo além de convosco”, disse aos jornalistas.

Estes comentários levaram as ações da Fiat Chrysler a subirem mais de 2%. Em contrapartida, as da Volkswagen pouco ou nada mexeram na bolsa alemã.

O que significaria este casamento para o mercado?

Se a Volkswagen e a Fiat Chrysler se juntassem, podiam, em teoria, criar uma gigante que controlaria cerca de 30% do mercado automóvel europeu. Além disso, ainda daria à Volkswagen uma presença muito mais sólida no mercado norte-americano e ajudaria a melhorar a fraca presença da Fiat Chrysler no mercado asiático.

As más notícias? Esta fusão significaria a perda de milhares de postos de trabalho, à qual as uniões dos trabalhadores e as classes políticas italiana e alemã condenariam em força.

No entanto, seria muito proveitoso para a Volkswagen. A empresa alemã revelou o mês passado que o grupo inteiro conseguiu lucros operacionais recordes no ano passado, para o qual contribuiu a forte performance dos desportivos da Porsche e uma reviravolta surpreendente no desempenho das carrinhas empresarias Scania.

Já os resultados operacionais da marca Volkswagen desceram 10% para os 1,9 mil milhões de euros, com a margem de lucro a descer dos 2% em 2015 para 1,8% em 2016.

Depois da crise… VW “de volta às pistas”

Embora o grupo no seu todo esteja, aos poucos, a recuperar do escândalo das emissões dos motores a gasóleo, a ascensão da japonesa Toyota como líder no mercado automóvel no ano passado não ajudou a melhorar a sua imagem. Agora, a Reuters avança que alguns analistas já preveem esta mudança no rumo da Volkswagen e a parceria com a Fiat Chrysler como bons presságios para uma revitalização da marca alemã e dos seus produtos.

“Num altura em que a maioria das companhias automóveis estão a melhorar em termos de eficiência e a moldar o novo panorama da indústria, a Volkswagen precisa de pensar muito bem numa forma de não desperdiçar tempo com lutas internas pelo poder”, disseram analistas da Evercore ISI.

Mueller garantiu que o Grupo VW está “de volta às pistas” depois de concordar em pagar mais mais de 25 mil milhões de dólares ao governo dos Estados Unidos para limpar o seu nome do escândalo das emissões. “Podem ter a certeza de que estamos a fazer tudo ao nosso alcance para tornar 2017 ainda melhor que 2016”, garantiu na conferência desta terça-feira.

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Contrato-Emprego contou com 6.744 candidaturas

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 14 Março 2017

Primeiro período de candidatura terminou a 10 de março. Em maio e outubro as empresas terão novamente oportunidade de concorrer a este apoio ao emprego.

A medida Contrato-Emprego contou com 6.744 candidaturas, anunciou hoje o ministro do Trabalho no Parlamento. Em causa estão 8.174 postos de trabalho.

De acordo com os dados apresentados esta terça-feira aos deputados, do total de candidaturas, 80% dizem respeito a contratos sem termo e 45% abrangem jovens ou desempregados de longa duração. As candidaturas estão agora em “processo de apreciação”, afirmou Vieira da Silva.

Tal como o ECO noticiou, o primeiro período de candidatura a este apoio ao emprego decorreu entre 25 de janeiro e 10 de março, já depois de o prazo ter sido prolongado. No entanto, serão abertos novos concursos entre 1 e 31 de maio e entre 1 e 31 de outubro.

Cada período de candidatura conta com uma dotação aproximada de 20 milhões de euros, para cerca de cinco mil postos de trabalho. As candidaturas que deram entrada ultrapassam este valor mas as que não forem aceites agora poderão ser aprovadas em períodos posteriores.

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Holanda trava Europa. PSI-20 segue quedas

  • ECO
  • 14 Março 2017

Não há três sem quatro. A bolsa nacional fechou em queda pela quarta sessão consecutiva, acompanhando a tendência dos restantes mercados europeus num contexto de instabilidade política.

A bolsa portuguesa chegou ao final desta terça-feira no vermelho, mantendo a tendência da abertura… e das últimas três sessões. A praça nacional seguiu o mau desempenho das restantes praças europeias, penalizadas pela instabilidade política — as eleições holandesas realizam-se esta quarta-feira –, numa sessão em que apenas duas cotadas escaparam às quedas.

A Europa está a tremer e as praças lisboetas sofrem as réplicas do terramoto. O Stoxx Europe 600, que acompanha as 600 maiores empresas do Velho Continente, desceu pela primeira vez depois de quatro dias de ganhos, perdendo 0,36% para os 373,28 pontos. Isto na véspera das eleições holandesas, com o receio de que o radical Geert Wilders possa vencer.

Receios que surgem numa altura em que os investidores estão já atentos ao que se passa em França e no Reino Unido. A acusação do candidato francês Fillon François de desvio de fundos públicos, mas também a conquista da liberdade de Theresa May de ativar o Artigo 50 e avançar com o Brexit colocaram pressão nos mercados.

Lisboa não conseguiu contrariar a tendência. O PSI-20, índice bolsista de referência nacional, fechou esta terça-feira a perder 0,84%, para os 4.580,53 pontos, condicionado, essencialmente, pelo desempenho negativo dos títulos da Galp Energia. Fechou a cair 1,42%, ficando a valer 13,52 euros num dia em que o petróleo está a afundar. Cai mais de 2%.

A Mota-Engil fechou a desvalorizar 1,83% para os 1,77 euros, corrigindo parte dos grandes ganhos da sessão de ontem, onde disparou para lá dos 5%. Para o mau desempenho contribuíram também as quedas dos CTT, que desceram 1,74% para os 4,79 euros, e da Nos. A operadora cedeu 2,78%.

 

A queda só não foi mais expressiva devido ao desempenho positivo de dois dos pesos pesados da bolsa nacional. A EDP fechou a valorizar 0,18% para os 2,83 euros, já a Jerónimo Martins subiu 0,61% para os 15,65%.

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Nova comissão CGD: Aguiar Branco pede “esforço de despartidarização”

Muda o nome da comissão, mas não mudam as caras. Apenas o protagonista do lado do PSD é diferente. Na tomada de posse, o presidente da comissão pediu Aguiar Branco pede "esforço de despartidarização".

Aguiar Branco (à esquerda), presidente da nova comissão de inquérito, e Ferro Rodrigues (à direita), Presidente da Assembleia da República.PAULA NUNES / ECO

O ex-ministro da defesa José Pedro Aguiar Branco, tal como já tinha sido anunciado, foi o escolhido do PSD para presidir à comissão parlamentar de inquérito (CPI) à nomeação e demissão de António Domingues enquanto presidente da CGD. Nas suas primeiras palavras na tomada de posse da nova CPI, o deputado social-democrata pediu aos membros um “esforço grande de despartidarização” para que a Assembleia da República seja dignificada.

“A constituição de uma comissão de inquérito é sempre um exercício maior deste Parlamento”, afirmou Aguiar Branco esta terça-feira de tarde na sessão de tomada de posse. Este tipo de comissão “enobrece a função dos deputados” e tem “poderes especiais”, referindo por isso que “esta comissão tem todas as condições para produzir a prova de todos os factos que possam integrar o objeto da comissão”.

Assim, o presidente da comissão espera ter acesso a conclusões que acabem o “diz que disse” sobre o assunto, clarificando assim “tudo o que é necessário”. “Julgo estar a ser porta-voz de todos os deputados”, concluiu.

Antes destas declarações, Ferro Rodrigues deu posse dizendo que é “tempo da comissão de inquérito trabalhar”, referindo que “do ponto de vista regimental é perfeitamente possível haver as duas [comissões] em simultâneo”. O presidente da Assembleia da República apelidou “não invejável” o papel de Aguiar Branco pela dificuldade da tarefa.

O primeiro vice-presidente vai ser o deputado do PS, Filipe Brandão, e o segundo vice-presidente Moisés Ferreira, deputado do BE. A primeira reunião de trabalho da CPI vai ser na terça-feira. A hora está por definir.

SMS? Logo se vê

Um dos pontos quentes da nova comissão é saber se os deputados vão ter acesso ao conteúdo das mensagens telefónicas trocadas entre o ministro Mário Centeno e António Domingues. É provável que PSD ou CDS peçam essa documentação, mas a esquerda já avisou que quer impedir que isso aconteça uma vez que, alegam, o pedido é inconstitucional. Questionado pelo ECO se, mesmo que o pedido seja potestativo (não tenha de ir a votos), se o presidente da nova comissão irá deliberar a sua admissão junto de todos os grupos parlamentares, Aguiar Branco adia a questão.

Quando a questão se colocar, ver-se-á como é que ela será trabalhada“, responde, referindo que ainda nem se essa questão será colocada no futuro. “Quando for haverá certamente uma deliberação sobre isso”, afirmou, não indicando qual poderá ser, ainda que tenha reafirmado que uma comissão de inquérito tem “poderes especiais”.

Contudo, o presidente da comissão admitiu que a questão de saber se o pedido é constitucional “não é pacífica”, referindo a opinião de Jorge Miranda, apelidado do pai da Constituição portuguesa, em que este é a favor do acesso. “Quando a questão for colocada, a comissão deliberará sobre a matéria“, reiterou. Para Aguiar Branco, é “redutor” que esta comissão seja apenas sobre as SMS, até por aí “contra o objeto da comissão, que vai para lá das SMS”. “Tenho a certeza que o ministro Mário Centeno é o primeiro a querer ver isto tudo esclarecido”, afirmou.

(Atualizado às 17h01 com mais declarações de Aguiar Branco à saída da tomada de posse da comissão)

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Montepio pode ter de emitir dívida subordinada

Assim como a Caixa Geral de Depósitos, a Caixa Económica Montepio Geral pode ter de emitir dívida subordinada (ou seja, de elevado risco) para reforçar os rácios de capital.

A Caixa Económica Montepio Geral pode ter de emitir dívida de elevada subordinação para reforçar os rácios de capital. Quem o diz é o presidente da Associação Mutualista Montepio Geral. António Tomás Correia relembra o que já foi dito por José Morgado, que lidera a Caixa Económica: o banco não vai recorrer à Associação para reforçar as exigências de capital impostas pelo Banco Central Europeu. A saída poderá ser recorrer ao mercado através da emissão de dívida subordinada, uma operação que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) pretende realizar nas próximas semanas.

“O Montepio não está afastado da possibilidade” de ter de emitir dívida subordinada para reforçar os rácios de capital impostos pelas autoridades europeias, diz António Tomás Correia. O presidente da Associação Mutualista Montepio Geral refere que “é um problema que se vai resolver ao longo de 2017”.

António Tomás Correia relembra o que já foi dito por José Morgado, que lidera a Caixa Económica, de que o banco não terá de recorrer à Associação para cumprir os requisitos de capital. Terá, por isso, de emitir “rapidamente” dívida de elevada subordinação. Ou seja, de elevado risco e com juros que rondam os 8% a 10%.

Uma operação que a CGD espera realizar já este mês. Paulo Macedo, o presidente executivo da Caixa, já disse que acredita que a emissão de dívida subordinada que o banco tem de emitir vai ser feita “com êxito”. Uma emissão cujo road show deve começar este mês, já que é quando devem chegar as autorizações necessárias, explicou o gestor na apresentação dos resultados do banco para 2016 — os piores de sempre. A CGD tem previsto a emissão destes títulos de elevado risco em duas tranches, numa operação que deve contar com custos elevados para o banco estatal.

 

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Sindicato dos bancários contra cortes na CGD

  • Lusa
  • 14 Março 2017

Representante dos trabalhadores da banca repudia fecho de balcões e despedimentos previstos no plano da nova gestão do banco público.

O Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas condena o encerramento de 180 agências da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em Portugal e o corte de 2.000 trabalhadores durante os próximos quatro anos anunciado na semana passada.

“O Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) repudia o anunciado encerramento e despedimentos que a CGD pretende levar a efeito, sem ter em conta o interesse das populações e dos trabalhadores”, lê-se num comunicado hoje divulgado pela entidade.

Para o sindicato, “este tipo de atuação não tem em conta o serviço público a que uma instituição como a CGD está obrigada. Em causa estão mais de 2 mil postos de trabalho e o fecho de 180 balcões nos próximos quatro anos. De norte a sul do país são várias as localidades que ficam assim sem uma única representação bancária, contribuindo para o isolamento das populações do interior do país”, sublinha o SBSI.

O sindicato liderado por Rui Riso assinala que “o encerramento dos 180 balcões representa cerca de 25% do universo” da CGD em Portugal. “Aos mais 2 mil postos de trabalho que vão agora ser suprimidos, juntam-se os números de 2016: 2.077 trabalhadores dos cinco principais bancos a operar em Portugal, o dobro do ano anterior, e foram igualmente encerradas 200 agências”, salienta o SBSI.

O sindicato informa ainda que vai pedir uma reunião urgente com a nova equipa de gestão do banco público para “discussão desta situação no sentido de ela ser minimizada”, considerando que “como noutras transformações ocorridas, os bancários fazem parte da solução para um melhor serviço público da banca em Portugal”.

Nos próximos anos, no âmbito do plano estratégico negociado com Bruxelas, a CGD prevê dispensar 2.200 pessoas, o que o presidente executivo, Paulo Macedo, disse na passada sexta-feira que se fará, através de “pré-reformas e eventualmente rescisões por mútuo acordo”. Em termos de agências, a CGD quer chegar a 2020 com um número entre 470 e 490.

A CGD apresentou na semana passada os resultados de 2016 em que teve prejuízos históricos de 1.859 milhões de euros, mais de dez vezes mais os resultados negativos de 171 milhões de euros de 2015.

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60% das dívidas de grandes devedores são “potencialmente” incobráveis

  • ECO
  • 14 Março 2017

Auditoria da Inspeção-Geral das Finanças realizada em 2012-2013 conclui que os devedores estratégicos deviam 13,7 mil milhões de euros. E cerca e 60% deste valor é "potencialmente incobrável.

A dívida em execução fiscal dos grandes devedores ronda os 13,7 mil milhões de euros e cerca de 60% deste valor é “potencialmente incobrável”, revela uma auditoria da Inspeção-Geral das Finanças (IGF) relativa ao biénio 2012-2013. Em causa estarão cerca de 8,2 mil milhões de euros.

A síntese de resultados, divulgada pela IGF, explica que “cerca de 60% do seu valor é potencialmente incobrável, por pertencer” a devedores estratégicos “com processos de execução fiscal julgados em falhas (38%) – processos em que o executado, seus sucessores e responsáveis solidários ou subsidiários não têm bens penhoráveis – ou com processos de insolvência (21%)”.

Os resultados, avançados hoje pelo Correio da Manhã, indicam ainda que “a taxa de cobrança da dívida dessa natureza, no biénio 2012-2013, foi apenas de 15%”.

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António Tomás Correia: “Não há qualquer situação de insolvência”

O presidente da Associação Mutualista do Montepio Geral diz que a palavra que o mais chocou nas notícias desta manhã foi "falência". E esclarece: "Não há qualquer situação de insolvência".

António Tomás Correia diz que a palavra que mais o chocou nas notícias avançadas esta manhã foi “falência”. O presidente da dona do banco Montepio, a Associação Mutualista Montepio Geral, deixa claro que a situação da Associação Mutualista é “muito confortável” a nível das contas. Não há, por isso, “qualquer situação de insolvência”.

António Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista Montepio GeralPaula Nunes / ECO

“Não há qualquer situação de insolvência”, esclarece António Tomás Correia numa conferência de imprensa após o auditor do banco, a KPMG, ter alertado, segundo o Público, que a dona do banco Montepio, a Associação Mutualista Montepio Geral, fechou 2015 com um buraco nas contas de 107 milhões de euros.

Esta tarde, o conselho geral da Associação Mutualista vai debater as contas dos exercícios de 2015 e 2016. Num documento anexo às demonstrações financeiras, que será discutido na reunião, a KPMG frisa que a Associação está em falência técnica e que precisa de um injeção de fundos.

Mas o presidente da Associação Mutualista do Montepio geral contraria estas notícias. “A palavra que mais me chocou [nas notícias desta manhã] foi ‘falência'”, diz António Tomás Correia. O presidente da Associação Mutualista explica que, para 2017, o plano de negócios aponta para resultados positivos e “interessantes” no setor segurador e bancário. Estamos a falar de resultados na ordem dos 50/60 milhões de euros na banca, nota. “A Associação Mutualista tem uma situação muito confortável a nível das contas.”

"Os nossos auditores quando se pronunciaram sobre as nossas contas consolidadas não se referiram em momento algum a falência, insolvência ou algo semelhante.”

António Tomás Correia

Presidente da Associação Mutualista do Montepio Geral

“A nossa associação tem uma base de capital de contas individuais que responde cabalmente aquilo que são as suas atividades”, acrescenta António Tomás Correia, dizendo ainda que “os nossos auditores quando se pronunciaram sobre as nossas contas consolidadas não se referiram em momento algum a falência, insolvência ou algo semelhante”.

As declarações são feitas no dia em que a Associação Mutualista do Montepio Geral relevou que encerrou o último exercício com um resultado positivo. Depois de prejuízos de mais de 390 milhões de euros em 2015, ficou acima da linha de água, mas apenas numa base individual. Nas contas consolidadas, que irão refletir os resultados do banco liderado por Félix Morgado, o resultado deverá ser negativo.

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