Donald Tusk foi reeleito presidente do Conselho Europeu

  • Marta Santos Silva e Margarida Peixoto
  • 9 Março 2017

Donald Tusk foi reeleito esta quinta-feira presidente do Conselho Europeu. O antigo primeiro-ministro polaco só teve a oposição do próprio país.

Donald Tusk, o ex-primeiro-ministro polaco, foi reeleito esta quinta-feira presidente do Conselho Europeu. “Vou dar o meu melhor para tornar a União Europeia melhor”, prometeu, agradecendo a confiança e a avaliação positiva, num tweet.

“Acima de tudo, muito obrigada pela demonstração de solidariedade. A solidariedade tem sido sempre muito importante na minha vida pessoal e política — eu agora sei verdadeiramente o quanto importa”, disse Donald Tusk, depois da reeleição. “Sei que pode parecer paradoxal, por causa do contexto”, reconheceu, “mas de qualquer forma a vossa decisão é uma expressão da nossa unidade hoje“, defendeu. E deixou a promessa: “Trabalharei com todos vós, sem qualquer exceção. Porque sou verdadeiramente devoto à União Europeia. E prometi a mim mesmo não vos desiludir. Temos apenas de começar o nosso trabalho, outra vez.”

A reeleição de Donald Tusk tornava-se cada vez mais provável já desde fevereiro, quando os representantes de diversos Estados-membros começaram a manifestar o seu apoio à possibilidade de voltar a ter o ex-primeiro-ministro polaco como presidente. Amplamente considerado um líder competente, Tusk tem sido uma das principais vozes na definição da posição europeia na questão do Brexit.

Com uma perspetiva de instabilidade na Europa, entre a saída do Reino Unido e um ano que vai ser preenchido por eleições decisivas em vários países — como a França, a Holanda e a Alemanha — a permanência de Tusk à frente do Conselho Europeu é vista como uma opção de continuidade. No entanto, nem todos estão satisfeitos: a Polónia, o seu país de origem, manifestou-se contra.

Na terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco exigiu que os líderes da UE se encontrassem hoje com o escolhido de Varsóvia para o lugar — que não era Tusk, era o deputado europeu Jacek Saryusz-Wolski. Uma “situação desconfortável” para o primeiro-ministro maltês Joseph Muscat, cujo país exerce atualmente a presidência rotativa da UE, segundo o Politico — o processo de seleção de líderes europeus já é sensível o suficiente sem disputas domésticas.

O esforço para retirar Tusk da presidência do Conselho Europeu, apesar do consenso nos restantes Estados-membros para a sua permanência, tem sido liderado principalmente pelo líder do partido de direita PiS, Jaroslaw Kaczynski, que é o “nemesis político” de Tusk há anos. O The Guardian sublinha que esta rivalidade foi exacerbada a partir de 2010, quando o então presidente polaco Lech Kaczynski, irmão gémeo de Jaroslaw, morreu num acidente de avião juntamente com outras 95 pessoas. Tusk era primeiro-ministro nessa altura e o seu Governo foi culpado por alguns grupos políticos de ter negligenciado a segurança do presidente e permitido que tivesse havido um ataque ao avião — algo que nunca foi comprovado. Apesar de uma grande oposição interna à continuidade de Tusk à frente do Conselho Europeu, a Polónia não tem poder de veto do candidato, mesmo sendo ele polaco.

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Governo quer criar entidade acima dos supervisores

Foi na interpelação do CDS ao Governo sobre supervisão bancária que Mário Centeno anunciou a criação de uma nova entidade que terá poderes de resolução e macroprudenciais vinculativos.

O Governo vai propor a criação de uma entidade com poderes de resolução e macroprudenciais vinculativos, com a “missão de assegurar a troca vinculativa de informações e a coordenação da atuação das autoridades de supervisão”. A proposta foi avançada pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, na interpelação que o CDS fez hoje ao Executivo sobre supervisão bancária.

Foi na interpelação do CDS ao Governo sobre supervisão bancária que Mário Centeno anunciou a criação de uma nova entidade que deverá ter funções de autoridade macroprudencial e autoridade nacional de resolução. “Será proposta uma entidade com a missão de assegurar a troca vinculativa de informações e a coordenação da atuação das autoridades de supervisão, substituindo o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros e o Conselho Nacional de Estabilidade Financeira”, diz o ministro das Finanças, num debate em que está em cima da mesa a supervisão bancária.

Mas quais serão as funções desta nova entidade? “Deverá ter funções de autoridade macroprudencial e autoridade nacional de resolução”, explica o Governo, e que “deverá ser dotada de personalidade jurídica e de um estatuto de independência”.

Centeno refere ainda aos deputados que, nesta nova entidade, participarão as autoridades de supervisão setorial, mas que será dirigida por personalidades independentes, “garantindo assim em simultâneo a participação e responsabilização plena de todas as autoridades de supervisão nas matérias de prevenção do risco sistémico”. A esta entidade fica também atribuída a “capacidade analítica e técnica de supervisionar o conjunto do sistema”, diz Mário Centeno.

Questionado pelo deputado dos Verdes José Luís Ferreira sobre quando é que o Governo terá condições para colocar estas propostas a discussão, Mário Centeno diz que o Ministério das Finanças ainda está a avaliar o relatório do Grupo de Trabalho liderado por Carlos Tavares, responsável por avaliar o modelo atual de supervisão financeira e por propor a reforma.

O governador do Banco de Portugal já tinha expressado o desejo de criar esta entidade com a função de autoridade de resolução bancária, que não fosse o regulador e supervisor bancário. Atualmente, o Banco de Portugal tem a função da supervisão macroprudencial e é também a instituição liderada por Carlos Costa que tem a responsabilidade das resoluções bancárias, como aconteceu no caso do BES e Banif.

Este anúncio do Governo é feito no dia em que o CDS traz ao Parlamento uma série de propostas sobre a supervisão bancária, incluindo uma fiscalização mais apertada às auditoras e concursos públicos para quadros do Banco de Portugal. A deputada centrista Cecília Meireles diz que “este é o momento para, depois de mais um ano a criar problemas, o Governo finalmente apresentar pelo menos uma solução para amostra”. Isto depois de ter dito ao ECO que há vários sinais de que está em curso uma partidarização do banco central liderado por Carlos Costa.

(Notícia atualizada às 16h44 com mais informação)

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Menos compras em Portugal? “Não estamos preocupados”, diz Draghi

Draghi não vê motivos para alarme em relação ao travão do BCE na compra de dívida portuguesa. Estímulos vão continuar até final do ano porque inflação continuará aquém do objetivo do banco central.

O Banco Central Europeu (BCE) tem enfrentado dificuldades na compra de obrigações portuguesas no âmbito do seu plano de estímulos, mas Mario Draghi não vê razões para alarme neste momento. A posição do italiano surge após o banco central ter mantido os juros de referência na Zona Euro. Quanto às aquisições de dívida pública, o banco central mantém tudo como está: vai comprar 60 mil milhões de euros todos os meses a partir de abril até final do programa, previsto para acontecer no final do ano.

“O programa de compra de ativos no setor público continua em curso. Tanto no tempo como em volume. Não temos razões para estar preocupados neste momento“, adiantou esta quinta-feira o presidente do BCE, respondendo a uma questão sobre o problema de escassez de títulos nos mercados dos países mais pequenos, como Portugal, que a instituição tem experienciado nos últimos meses.

Em fevereiro, o banco central comprou apenas 656 milhões de euros em títulos portugueses, travando no ritmo de compras pelo terceiro mês consecutivo. Foi o montante mais baixo desde o início do programa, reforçando os sinais de escassez de obrigações elegíveis para o banco central comprar.

Fim dos estímulos? “Não houve discussão”

Na declaração inicial, Draghi apresentou as novas projeções do BCE para a inflação. Os preços na Zona Euro vão continuar a subir nos próximos meses, mas esta evolução deverá ser sobretudo alimentada pelo impulso dos preços energéticos.

“O Conselho de Governadores quer ver sinais de ajustamento da inflação mais convincentes, o que ainda não viu. As projeções mostram isso”, referiu o italiano. Considerou que “os riscos de deflação desapareceram em grande medida”, embora a taxa de inflação continue aquém da meta do banco central.

Para este ano, a taxa de inflação deverá ficar nos 1,7%, uma revisão em alta face à taxa de 1,3% prevista anteriormente. Para 2018 e 2019, as estimativas para a subida dos preços na região sofrem poucas alterações, devendo apresentar taxas de 1,6% no próximo ano e 1,7% no ano seguinte.

Por essa razão, e mesmo considerando que os riscos económicos na região são hoje mais baixos, Draghi diz que a abordagem de política monetária do BCE continua a ser a mais apropriada. Isto é, os estímulos vão continuar no terreno, sem que os membros do conselho tenham sequer discutido o fim ou o prolongamento do plano de aquisição de obrigações dos governos. “Não houve discussão sobre o quantitative easing“, sublinhou.

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Via Verde Para os Festivais de Verão

  • ECO + Via Verde
  • 9 Março 2017

Os anúncios não param e os cartazes começam a ficar cada vez mais compostos. Conheça os festivais de música que o vão fazer mexer este verão.

Em 2017, a Via Verde volta a ser mobility partner dos melhores festivais de verão. NOS Primavera Sound, Super Bock Super Rock, MEO Sudoeste e Vodafone Paredes de Coura são os eventos para os quais pode comprar o Pack Viagens & Vantagens e, para além do passe geral, ter direito a estacionamento gratuito e descontos em portagem e combustível.

Indeciso sobre qual o melhor festival deste ano? Nós ajudamos e contamos tudo aqui!

NOS Primavera Sound

Os amplos relvados, as sombras das árvores e o ambiente descontraído e familiar. Estes são apenas alguns dos ingredientes que têm cativado o público (nacional e estrangeiro) do NOS Primavera Sound.

A edição de 2017, que se realiza de 8 a 10 de junho, é já a sexta deste festival que decorre no Parque da Cidade, o maior parque urbano do país e que liga a Avenida da Boavista à marginal. E os artistas são… Bon Iver, Aphex Twin, Justice, Nicolas Jaar, Metronomy, Flying Lotus, Cigarettes After Sex, The Black Angels e Angel Olsen são alguns dos nomes que já estão confirmados no cartaz do NOS Primavera Sound.

Super Bock Super Rock

Mudou de morada em 2015, do Meco para o Parque das Nações, mesmo debaixo de vários protestos por parte dos espectadores que sempre seguiram o festival. Mas o Super Bock Super Rock deixou a música falar mais alto e, criando uma nova fusão de espaços urbanos indoor e outdoor, conquistou antigos e novos fãs e é hoje um dos maiores eventos a ter lugar na capital.

Aqui o rock domina o cartaz e 2017 não será diferente, com os Red Hot Chili Peppers a abrirem as hostilidades no dia 13 de julho. Mas outros nomes entram na lista dos três dias de festival, nomeadamente o dos Deftones que desde a sua formação, em 1995, têm vindo a conquistar o público do rock e metal alternativo, álbum após álbum.

Com Foster The People, Capitão Fausto, Boogarins, James Vincent McMorrow, Kevin Morby, Bruno Pernadas e Tyler, The Creator também confirmados, o cartaz está longe de estar fechado.

MEO Sudoeste

Diogo Inácio / WORLD ACADEMY

Em 1997, o Sudoeste estreava-se na Herdade da Casa Branca, na Zambujeira do Mar, para nunca mais abandonar o local. Por ali passaram alguns dos maiores nomes da música internacional e milhares de espetadores ávidos por cantar, dançar e mergulhar nas águas dos canais de rega, próximo do recinto.

Vinte anos depois, o MEO Sudoeste continua a ser uma das referências no que diz respeito aos festivais de verão em Portugal e 2017 promete ser mais um ano esquecível para a história do evento.

Na primeira noite da edição deste ano, conhecida como a receção ao campista, os The Chainsmokers dão o pontapé de partida para os cinco dias que vão fazer mexer o sudoeste alentejano.

Outra das grandes novidades é a presença de Lil Wayne. Considerado um dos mais importantes rappers do momento, é ele que vai dominar o Palco MEO na sexta-feira, dia 4. Nessa mesma noite, Martin Garrix criará a apoteose entre os milhares de festivaleiros esperados na Herdade Casa Branca.

O cartaz do MEO Sudoeste está longe de se resumir a estas três atuações. Entre os nomes já confirmados surgem ainda DJ Snake, Jamiroquai, Two Door Cinema Club, Marshmello e Mishlani.

Vodafone Paredes de Coura

Milhares de visitantes, vários prémios e passes esgotados. Tem sido esta a história do Vodafone Paredes de Coura nos últimos anos. É um dos eventos de música mais antigos de Portugal, celebrando, em 2017, 25 anos de existência.

Pelo palco principal — um magnífico anfiteatro natural enquadrado pelo arvoredo — vão passar nomes como os Foals, At The Drive-In, Nick Murphy (Chet Faker), Beach House, !!! (Chk Chk Chk), Benjamin Clementine e Foxygen, entre muitos outros. Para além de poderem assistir aos concertos deitado na relva, os festivaleiros de Paredes de Coura têm ainda a praia fluvial e as águas límpidas para darem uns refrescantes mergulhos.

E no ano passado? Em 2016 foi assim!

Escolha o seu festival e boa viagem!

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BE vai recomendar ao Governo saída de Carlos Costa

Com a supervisão bancária em foco, o CDS marcou para esta quinta-feira uma interpelação ao Governo sobre o tema. Acompanhe aqui em direto o debate entre os centristas e o ministro das Finanças.

O CDS marcou para esta quinta-feira uma interpelação ao Governo sobre supervisão bancária. O partido vai propor uma série de alterações, como passar a que seja o Presidente da República a nomear o governador do Banco de Portugal. Isto numa altura em que o próprio Governo quer avançar com uma reforma do modelo existente, incluindo retirar poderes ao Banco de Portugal no que respeita à resolução bancária. Acompanhe aqui o debate em direto.

 

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Salgado diz que “tudo valeu” para o condenar

  • Lusa
  • 9 Março 2017

O ex-presidente do BES fez um pedido de impugnação da decisão do Banco de Portugal, e afirma que foi sujeito a uma “condenação antecipada e anunciada em plena praça pública”.

O ex-presidente do BES afirma, no pedido de impugnação da decisão do Banco de Portugal que esta semana começou a ser julgado em Santarém, que “tudo valeu” para o condenar e que foram ignorados elementos “que impunham uma absolvição”.

O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, está a julgar, desde segunda-feira, o pedido de impugnação da contraordenação de quatro milhões de euros aplicada pelo Banco de Portugal (BdP) ao ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, bem como o recurso interposto por Amílcar Pires, condenado ao pagamento de 600.000 euros e inibição do exercício de cargos financeiros durante três anos.

Ricardo Salgado foi condenado pelo BdP, em agosto de 2016, ao pagamento de quatro milhões de euros, e ainda a inibição do exercício de cargos e funções em instituições financeiras por 10 anos, por, nomeadamente, ter permitido que fossem comercializados títulos de dívida da Espírito Santo Internacional (ESI) junto de clientes do BES apesar de conhecer a situação líquida negativa da ESI.

No pedido de impugnação, consultado pela Lusa, Ricardo Salgado lamenta que o BdP tenha feito tudo para o condenar, a começar pelo anúncio das medidas de resolução ao BES em conferência de imprensa, apenas três dias depois da deliberação de instauração do processo de contraordenação, numa “condenação antecipada e anunciada em plena praça pública”.

Refere ainda, entre outros, a não gravação das inquirições antes da acusação (criticada pela Relação de Lisboa), o impedimento de produção de prova requerida por certos recorrentes, a “delação premiada” (inquirição de arguidos como testemunhas), ter permitido perguntas a uns mandatários e impedido a outros e a absolvição de arguidos apesar de dar como provado que sabiam que estavam a aprovar e a assinar contas falsas da ESI.

“Tudo valeu”, lê-se no pedido de impugnação apresentado junto do TCRS contra “um julgamento em causa própria, mas também em casa própria”, em que foram aproveitados elementos sem credibilidade e ignorados elementos credíveis “que impunham uma absolvição”.

Para o antigo banqueiro, o que se fez na fase administrativa foi “mera formalidade para executar uma decisão já tomada” ainda antes de qualquer diligência de instrução. “Foi uma farsa”, afirma, assegurando que vive de consciência tranquila com os factos, as provas e o direito e na convicção de que este julgamento será “sereno” e “objetivo”.

Segundo o processo consultado pela Lusa, Salgado foi acusado da prática de atos dolosos de gestão ruinosa praticados em detrimento de depositantes, investidores e credores, mas também por situações como a comunicação ao BdP de um aumento do valor do ativo da ESI em mil milhões de euros “que sabia não existir, deste modo ocultando a falência técnica e insustentabilidade da ESI e o impacto que teria nas diversas entidades financeiras do GES [Grupo Espírito Santo] e condicionando a avaliação da suficiência e adequação das medidas adotadas pelo BdP”. O julgamento, que tem sessões marcadas de segunda a quinta-feira das próximas semanas, está em fase de inquirição de testemunhas, depois de ouvido o depoimento de Amílcar Pires.

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Petróleo mantém pressão sobre Wall Street

  • ECO
  • 9 Março 2017

O arranque da sessão não trouxe melhores perspectivas para as bolsas norte-americanas face ao fecho de ontem. O petróleo continua a desvalorizar, colocando pressão em Wall Street.

O petróleo foi o protagonista do de dia de ontem, com a desvalorização do barril a pesar nas bolsas norte-americanas. E continua a sê-lo, perante o acentuar da tendência negativa dos preços da matéria-prima. Uma queda que está a pesar no setor energético, ditando um arranque no vermelho em Wall Street.

O Nasdaq foi, dos três principais, o que abriu com uma queda mais forte, de 0,06% para os 5.833,99 pontos. O industrial Dow Jones também abriu de forma negativa, descendo 0,04% para os 20.846,77 pontos, e o S&P 500 acompanha os outros dois, com um decréscimo muito mais ligeiro, de 0,01% para os 2.362,86 pontos.

A condicionar a negociação nos mercados norte-americanos está a queda do petróleo. O West Texas Intermediate, em Nova Iorque, está a desvalorizar 0,82% para os 49, 87 dólares por barril, baixando dos 50 dólares pela primeira vez em 2017. O Brent, negociado em Londres, segue a cair 0,77% para os 52,70 dólares por barril

Além do petróleo, os investidores também estão com atenção aos números relativos ao nível de emprego nos EUA, que vão ser divulgados amanhã. Com os níveis do desemprego a chegarem a mínimos muito promissores, e os pedidos de subsídios de desemprego a descerem cada vez mais, os investidores norte-americanos ainda devem esperar pelos dados oficiais, mas a subida dos juros parece uma realidade que parece cada vez mais provável de chegar já neste mês.

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Sindicato dos quadros bancários quer estar presente na supervisão

  • Lusa
  • 9 Março 2017

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários quer que as estruturas que representam os trabalhadores estejam presentes nos órgãos de supervisão das sociedades financeiras.

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) quer que as estruturas representativas dos trabalhadores estejam presentes nos órgãos de cogestão e supervisão das sociedades financeiras e alertou para perigos de “regulamentação excessiva” noutras matérias.

“O primeiro ponto é que achamos que devíamos estar presentes e supervisionar, não a operação do dia a dia, mas pelo menos as grandes decisões”, disse Paulo Marcos, à Lusa, à saída de uma audiência com o grupo parlamentar do PS. Paulo Marcos afirmou que “uma boa parte dos problemas comportamentais que surgiram” resulta do facto das estruturas representativas dos trabalhadores, ou seja, os sindicatos, “estarem ausentes dos órgãos de supervisão das sociedades financeiras”.

O líder sindical lembrou que a cogestão “é o modelo dominante na Alemanha e nos países mais avançados da Europa” e que a integração de representantes sindicais nos órgãos de supervisão “assegura que os interesses dos bancos são mais coincidentes com os dos trabalhadores”. “A médio e longo prazo os bancos terão práticas de comercialização menos arriscadas e mais prudentes, isso interessa aos trabalhadores, que têm de ter capacidade para intervir e influenciar a gestão”, frisou.

O segundo ponto abordado na audiência com o grupo parlamentar do PS incidiu sobre o aperfeiçoamento das práticas de vendas e comercialização de produtos financeiros complexos aos balcões dos bancos. “O que nós pedimos foi que as medidas que vão sendo pensadas tenham a atenção à realidade portuguesa para não acontecer em Portugal, o que aconteceu na Islândia, onde uma excessiva regulamentação originou que bancos online do Reino Unido se apropriassem sobre 60% da base de depósitos da Islândia [e depois] tivessem colapsado e tivessem feito colapsar a economia islandesa”, disse.

Paulo Marcos alerta que é preciso olhar para a regulamentação num espaço europeu aberto, onde “operadores não supervisionados podem exercer um efeito desproporcionado sobre os portugueses, a sua economia e as suas poupanças”. “É importante a atenção à regulamentação micro nos locais, é muito importante separar as águas, aumentar o grau de conhecimentos dos cliente e a informação sobre os produtos, mas atenção que isto tem de ser feito olhando para todos os canais de comercialização físicos e online, sejam operadores registados ou não em Portugal”, reforçou.

O sindicato liderado por Paulo Marcos foi hoje recebido no âmbito das audiências que o grupo parlamentar do PS está a realizar a várias entidades relacionadas com o setor bancário e o pacote legislativo que será apresentado para o setor. A 7 de fevereiro, o PS anunciou que iria realizar audições e uma conferência parlamentar dedicadas ao setor da banca para elaborar um pacote legislativo até junho, com o objetivo de impedir os problemas recentes de diversas instituições.

“Introduzir legislação de proteção de clientes e trabalhadores do sistema bancário e financeiro, em particular face a práticas comerciais agressivas que implicam adoção de riscos não percebidos por agentes do mercado não qualificados” foi um dos três objetivos principais elencados pelo PS.

Os socialistas pretendem ainda “garantir uma separação clara e nítida, na relação com os clientes, entre a entidade financeira colocadora de títulos de dívida e capital e os grupos que detêm ou são detidos por essa entidade bancária”. Assegurar “uma separação clara entre a função de supervisão, prudencial e comportamental, e a função de resolução bancária, numa aproximação mais vasta, onde se inclui a interação e o escrutínio das instituições europeias” é outra vontade do PS.

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Draghi ao minuto: inflação, estímulos e Portugal?

Mario Draghi fala aos jornalistas após o BCE ter mantido os juros em mínimos. Na conferência de imprensa, o italiano vai atualizar as previsões da inflação e abordar o fim dos estímulos. E Portugal?

Mario Draghi prepara-se para falar aos jornalistas, depois de Banco Central Europeu (BCE) ter decidido deixar tudo como está. Juros continuam em mínimos históricos e o programa de estímulos continua com o fim previsto para final do ano. Ainda assim, a conferência vai trazer novidades quanto às expectativas da instituição para a inflação. Draghi deverá ainda ser questionado em relação ao plano de compra de dívida na Zona Euro.

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Huracán Performante tem (muito) mais potência

A Lamborghini decidiu dar ainda mais potência ao já potente Huracán. Agora tem 640 cv, o suficiente para levar o superdesportivo até aos 325 km/h.

Era uma máquina infernal… mas ficou ainda mais demoníaca, contando com mais potência para devorar asfalto. O Huracán LP 610-4 ficou praticamente igual ao anterior, mas a Lamborghini fez alguns ajustes que permitiram ao superdesportivo passar a apresentar 640 cv. Chega aos 325 km/h.

“O motor é o mesmo V10 de 5.2 litros que equipa o Huracán LP 610-4, ainda que com uma série de alterações a potência aumentou para 640 cv e o binário máximo até 600 Nm (mais 30 cv e 40 Nm)“, refere a marca. “Para conseguir este incremento, a Lamborghini modificou a tomada de ar da admissão de ar, utilizou válvulas de titânio e um sistema de escape restritivo que produz uma contra pressão menor.

O Lamborghini Huracán Performante, com esta maior potência, pode acelerar de 0 a 100 km/h em 2,9 segundos e de 0 a 200 km/h em 8,9 segundos, contando com a ajuda da transmissão é automática de sete velocidades e com dupla embraiagem. A velocidade máxima é de 325 km/h.

Para ajudar o condutor, a tração é às quatro rodas. “A direção também tem uma nova regulação e três modos de funcionamento: Strada, Sport e Corsa“, oferecendo diferentes ajustes consoante o estilo de condução que se quiser adotar. Obviamente, terá sempre nas mãos um superdesportivo.

Além das alterações mecânicas, “o Huracán Performante distingue-se das restantes versões da gama Huracán pela montagem de diferentes para-choques, saídas dos tubos de escape em posição mais elevada, jantes em alumínio de 20 polegadas com um desenho exclusivo pintadas numa tonalidade bronze e por um difusor aerodinâmico posterior inspirado no do Huracán do ‘Super Trofeo’”.

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Maria Luís Albuquerque reconhece que Carlos Costa teve “atitude correta”

  • Lusa
  • 9 Março 2017

A ex-ministra das Finanças considera que Carlos Costa teve “uma intervenção muito superior à de qualquer um dos seus antecessores" e defende que não se deve pôr em causa a independência do BdP.

A ex-ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque defendeu hoje que o governador do Banco de Portugal teve uma “atitude correta”, alertando que “nunca pode ser posta em causa” a independência da instituição que dirige.

“O nosso entendimento é que a atuação do doutor Carlos Costa enquanto governador do Banco de Portugal foi uma atitude correta. Já tivemos ocasião de o dizer. Olhar para os factos hoje, com o conhecimento que se tem hoje para presumir o que deveriam ter sido atuações no passado é um exercício frequentemente perigoso e é errado, porque dá a entender que haveria possibilidade de tomar decisões diferentes quando, na verdade, o conhecimento não era o mesmo”, afirmou Maria Luís Albuquerque, em declarações aos jornalistas na Guarda.

Olhar para os factos hoje, com o conhecimento que se tem hoje para presumir o que deveriam ter sido atuações no passado é um exercício frequentemente perigoso e é errado.

Maria Luís Albuquerque

Ex-ministra das Finanças

Sublinhando que além da atuação de Carlos Costa à frente do Banco de Portugal ter sido “uma intervenção muito superior à de qualquer um dos seus antecessores”, a ex-ministra das Finanças defendeu que “nunca pode ser posta em causa a independência de uma instituição com esta relevância”.

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Desemprego na OCDE melhorou para 6,1%

  • Marta Santos Silva
  • 9 Março 2017

A taxa de desemprego das mulheres nos países da OCDE é um pouco superior à dos homens, com a maior diferença entre os géneros a registar-se na Zona Euro.

A taxa de desemprego nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) voltou a descer, para 6,1%, em janeiro de 2017. Contudo, a queda foi pequena, de apenas uma décima de um ponto percentual.

Em janeiro, nos 35 países da OCDE, havia um total de 38,3 milhões de pessoas no desemprego, revelam as estatísticas divulgadas esta quinta-feira pela organização. Um valor que, apesar da recuperação ao longo dos últimos anos, se mantém ainda 5,7 milhões acima do registado em abril de 2008, antes do início da crise económico-financeira que rebentaria nesse ano.

Na Zona Euro, a taxa de desemprego manteve-se estável em janeiro, nos 9,6%. Mas há territórios da OCDE onde a taxa aumentou: nos Estados Unidos, por exemplo, registou-se uma ligeira subida da taxa de desemprego de 4,7% para 4,8%, à medida que o país se aproxima do que parece ser o limite para continuar a aumentar o emprego.

Nos países da OCDE, o desemprego dos homens e das mulheres tem diminuído aproximadamente ao mesmo ritmo após um pico em 2013. A taxa de desemprego das mulheres era 0,3 pontos percentuais mais elevada do que a dos homens em janeiro de 2017.

No entanto, sublinha a organização, há diferenças significativas entre os países no que diz respeito a esta disparidade. Enquanto nos Estados Unidos a taxa de desemprego é igual para os dois géneros, no Japão há uma menor percentagem de mulheres desempregadas do que homens. Já na Zona Euro, a taxa de desemprego das mulheres é 0,7 pontos percentuais superior à dos homens.

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