Offshores: Núncio e Rocha Andrade devem ser ouvidos depois do Carnaval

  • Margarida Peixoto
  • 23 Fevereiro 2017

Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade, e o seu antecessor, Paulo Núncio, deverão ser ouvidos na próxima quarta-feira sobre as transferências não vigiadas para offshores.

Fernando Rocha Andrade, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, e Paulo Núncio, o seu antecessor, só deverão ser ouvidos no Parlamento depois do Carnaval. A data indicativa que está a ser avaliada pela Comissão de Orçamento e Finanças para agendar as duas audições sobre as transferências de 10 mil milhões de euros para offshores é quarta-feira, 1 de março, adiantou o deputado Duarte Pacheco, ao ECO.

A urgência é assumida por todos: da direita à esquerda parlamentar, os deputados são unânimes em considerar que os esclarecimentos por parte dos responsáveis do Fisco são urgentes. Em causa estão 20 declarações de transferências de dinheiro para offshores, num total de cerca de 10 mil milhões de euros, que escaparam ao controlo do Fisco.

Os requerimentos para ouvir os dois responsáveis políticos diretos, apresentados pelo PSD, foram aprovados esta quarta-feira na Comissão de Orçamento e Finanças e o agendamento das audições já está em curso. Os primeiros a prestar esclarecimentos serão Rocha Andrade e Paulo Núncio.

“Ainda esta tarde” deverão dar entrada outros requerimentos dos social-democratas para juntar à lista das audições, acrescentou Duarte Pacheco. O PSD quer ouvir a atual diretora-geral do Fisco, Helena Borges, mas também os dois ex-diretores-gerais da Autoridade Tributária: António Brigas Afonso, que se demitiu em março de 2015 na sequência do escândalo da lista VIP de contribuintes, e Sérgio Azevedo Pereira. Soma-se ainda o pedido para ouvir o Inspetor-geral de Finanças, Vítor Braz.

Depois de darem entrada, estes requerimentos ainda têm de ser votados pelos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças.

Na quarta-feira, Pedro Passos Coelho, presidente do PSD e o primeiro-ministro no período em que as transferências não vigiadas aconteceram (estão em causa os anos de 2011 a 2014), garantiu que desconhecia o assunto: “Nunca tive conhecimento de qualquer situação destas. Hoje, na oposição, sou o primeiro interessado em que se apure exatamente tudo o que se passou.”

Também António Costa, primeiro-ministro, afirmou no debate quinzenal querer apurar responsabilidades e lembrou que o Governo já pediu uma auditoria à Inspeção-geral de Finanças. No mesmo sentido, Rocha Andrade já tinha assegurado estar disponível para prestar todos os esclarecimentos necessários sobre o assunto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cristina Portugal vai ser a nova presidente da ERSE

  • Lusa
  • 23 Fevereiro 2017

A jurista ganhou experiência na Deco e era vogal na ERSE desde o ano passado. Substitui Vítor Santos, que dirigia o regulador da energia desde 2006 e não podia prolongar o seu mandato.

A advogada Cristina Portugal, vogal da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), deverá assumir a presidência do regulador da energia em março, substituindo Vítor Santos, cujo segundo mandato terminou em janeiro.

Na sexta-feira, serão votados os relatórios sobre as audições de Cristina Portugal e Mariana Serra de Oliveira, indigitadas para presidente e vogal do Conselho de Administração da ERSE, respetivamente, nomes que devem ir na próxima semana a Conselho de Ministros. As escolhas para a ERSE já receberam parecer favorável da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP).

A jurista Cristina Portugal chegou a vogal da ERSE em maio de 2016, com larga experiência profissional na área da defesa dos consumidores na associação de defesa do consumidor Deco e no conselho tarifário da ERSE.

Para substituir Cristina Portugal como vogal da ERSE, o Governo escolheu a economista Mariana Serra de Oliveira, que atualmente é adjunta do gabinete do secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, tendo antes passado pela ERSE e pelo gabinete de supervisão do mercado de eletricidade e gás em Inglaterra.

O antigo presidente, Vítor Santos, professor do ISEG, chegou à ERSE como vogal em maio de 2006, tendo assumido a presidência em janeiro do ano seguinte, em substituição de Jorge Vasconcelos. Em 2012 foi reconduzido pelo Governo de Passos Coelho para um segundo mandato e agora não podia continuar à frente do regulador da energia, que recentemente, através do Orçamento do Estado para 2017, adquiriu novas competências.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PSD acusa “Governo das esquerdas” de estatizar o emprego em ano eleitoral

  • Lusa
  • 23 Fevereiro 2017

Em ano de eleições autárquicas, o "Governo das esquerdas" está a contratar, acusa o PSD. O partido diz que o Executivo está a “gerir clientelas eleitorais”

O PSD acusou hoje o “Governo das esquerdas” de “estatizar o emprego” para criar e “gerir clientelas eleitorais” em ano de autárquicas, a realizar no outono.

A acusação foi feita pelo deputado Hugo Soares, na abertura de uma interpelação sobre a reforma do Estado, no parlamento, afirmando que este “Governo de entretém”, que faz “oposição à oposição”, só tem um objetivo: “não deixar de ser Governo.”

“Em vez de dinamizar a economia para gerar riqueza e desemprego, o Governo das esquerdas estatiza o emprego para gerar e gerir clientelas eleitorais”, afirmou Hugo Soares, para uma bancada do governo com dois ministros: Eduardo Cabrita (Adjunto) e Maria Manuel Leitão Marques (Presidência e Modernização Administrativa).

O executivo do PS, PCP, BE e PEV, nas palavras de Hugo Soares, está “preso ao situacionismo da esquerda”, “abre tribunais onde não se fazem julgamentos”, anuncia “90 mil funcionários públicos ninguém sabe para onde ou porquê”.

“Ao Governo só importa o anúncio em ano eleitoral”, acusou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Presidente da Estrela quer Carris gerida pela Câmara de Lisboa

O presidente de junta e conselheiro nacional do PSD é a favor da municipalização da Carris, ao contrário do partido. Luís Newton critica as autarquias exteriores a Lisboa por quererem gerir também.

Não critica o próprio partido, mas a sua opinião é firme: a Carris deve ser municipalizada. O presidente da junta de freguesia da Estrela (do concelho de Lisboa), eleito pelo PSD, votou a favor da transferência da gestão na assembleia municipal, contrariando a opinião da concelhia. Após a marcação da apreciação parlamentar para reverter a passagem para esta sexta-feira, o PSD garantiu que ia ter uma “intervenção muito ativa” neste debate, sem excluir qualquer instrumento parlamentar.

“Os transportes são, por natureza, elemento estrutural para qualquer política de mobilidade de cidade, não fazendo por isso qualquer sentido que não seja a cidade a geri-los de forma independente e como bem entender“, defende Luís Newton ao ECO. A conclusão é, por isso, só uma: “Defendo que a Carris esteja ao serviço da cidade de Lisboa, sob tutela desta”. “A mobilidade é um fator crítico para esta cidade”, argumenta o presidente da junta que se vai recandidatar nas eleições autárquicas deste ano pelo Partido Social-Democrata.

Questionado pelo ECO sobre a posição do PSD no Parlamento, o conselheiro nacional do partido desvia o alvo. “Mais importante do que a posição deste militante do PSD, são as opiniões do secretário de Estado Pedro Nuno Santos sobre a governação do país sem o PSD”, contrapõe, relembrando a frase do responsável pelos Assuntos Parlamentares: “O PS nunca mais vai precisar da direita para governar”. “A única critica aqui é ao PS por, em mais uma matéria, promover expectativas junto das populações que não tem condições para assegurar e tomar decisões que não reuniu um consenso sustentável para as tomar. O PS, nas matérias estruturantes, não consegue governar…“, ataca Luís Newton.

Defendo que a Carris esteja ao serviço da cidade de Lisboa, sob tutela desta.

Luís Newton

Presidente da junta de freguesia da Estrela

De volta ao tema da Carris, Luís Newton critica o PCP pelo pedido de apreciação parlamentar que fez. “No final do dia, o problema de fundo é que a mobilidade da cidade de Lisboa está a ser travada pela imobilidade das decisões dos partidos que sustentam o Governo”, critica. Mas o alvo das críticas alastra-se aos municípios circundantes: “A Carris não deve ser entendida como o transporte público da Área Metropolitana de Lisboa, já que existem outros concelhos (e bem) que têm os seus sistemas de transporte público como, por exemplo, Oeiras e Cascais”.

“Então, por que razão podem esses concelhos ter o seu sistema, com gestão própria ou com concessão, e Lisboa não?“, questiona, ao ECO, o presidente da Estrela, uma das freguesias do concelho de Lisboa. Luís Newton nem admite uma gestão semelhante à da STCP. “Não entendo como razoável ter Câmaras com o seu sistema de transporte público em gestão camarária e depois o sistema de Lisboa ter de ser imposto para gestão partilhada na Área Metropolitana de Lisboa”, considera.

O PS, nas matérias estruturantes, não consegue governar…

Luís Newton

Presidente da junta de freguesia da Estrela

Já sobre o perigo para as contas públicas do município, o social-democrata avisa que “só por total incompetência é que poderão vir a resultar quaisquer riscos futuros”. Tendo em conta o acordo de transferência negociado com o Governo e o modelo de gestão proposta por Fernando Medina, Luís Newton afirma que deverá ser a Câmara Municipal de Lisboa “a responder por qualquer má gestão ou desperdício daí resultante”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bundesbank: Subida de juros do BCE não é “absurda”

  • Juliana Nogueira Santos
  • 23 Fevereiro 2017

O presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, afirmou que as taxas de juro poderão subir em 2019 devido aos bons resultados económicos. Ainda assim, Draghi não abre mão das taxas negativas.

Uma subida das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu pode ser uma realidade em 2019, afirmou o presidente executivo do Bundesbank, Jens Weidmann. Para este, esta mudança “não parece absurda” e “está dentro das possibilidades”. A justificação será o alívio dos riscos de degradação das condições económicas.

O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, tem afirmado que as taxas de juro negativas e o plano de quantitative easing ainda são medidas necessárias para animar a economia europeia. Mas Weidmann está contra. É uma das vozes que afirmam que a aceleração da inflação e as previsões positivas são um bom motivo para uma mudança na política monetária.

“A economia global, bem como as economias da Zona Euro, têm mostrado uma certa robustez relativamente a surpresas que antes sentíamos que eram riscos.”, declarou Weidmann na apresentação dos resultados do banco alemão. O banco subiu as provisões para riscos no final do ano passado e o presidente afirmou que vai ser posta de lado uma quantidade semelhante — 15,4 mil milhões de euros — em 2017.

Se as taxas de juro subirem, o Bundesbank vai ser um dos bancos da Zona Euro mais afetados, visto que é um dos bancos que compra mais dívida soberana, muita dela com juros negativos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Louçã e Murteira Nabo no Conselho Consultivo do Banco de Portugal

  • Lusa
  • 23 Fevereiro 2017

Francisco Louçã e Murteira Nabo estão entre os quatro nomes aprovados esta quinta-feira pelo Conselho de Ministros para o Conselho Executivo do Banco de Portugal.

O Conselho de Ministros aprovou hoje quatro novos nomes propostos pelo ministro das Finanças para o Conselho Consultivo do Banco de Portugal, entre os quais o antigo coordenador do Bloco de Esquerda Francisco Louçã e o ex-ministro Murteira Nabo.

No final do Conselho de Ministros de hoje, a ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, anunciou a designação de quatro novos membros para o conselho consultivo do Banco de Portugal, uma proposta do ministro das Finanças de nomes com reconhecida competência em matérias económico-financeiras e empresarias.

Francisco Louçã, economista, professor universitário e antigo coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Murteira Nabo, ex-ministro do XII Governo Constitucional e ex-presidente da Galp e da PT, João Talone, ex-presidente executivo da EDP, e Luís Nazaré, ex-presidente dos CTT e da Plataforma de Meios Privados, foram os nomes escolhidos para integrar este órgão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cleantech Camp: Um programa de aceleração para ideias luminosas

Estão abertas as candidaturas ao Cleantech Camp, um novo programa de aceleração para ideias ou projetos na área da energia limpa. Se é estudante, professor ou empreendedor, este artigo é para si.

Tem uma ideia de negócio na área da energia limpa? Acabaram de abrir as candidaturas para o Cleantech Camp, um programa de aceleração promovido pela InnoEnergy, em conjunto com a Câmara Municipal de Lisboa (CML). Se é um empreendedor com uma ideia de negócio ou empresa em fase inicial, tem até 26 de março para concorrer à iniciativa e habilitar-se ao prémio final — para não falar do apoio ao crescimento e à consolidação do projeto que vier a desenvolver.

O objetivo do Cleantech Camp passa por selecionar 15 projetos das candidaturas que agora surgirem. As áreas abrangidas são as de internet das coisas aplicada à energia, eficiência energética, cidades inteligentes, energias renováveis, mobilidade sustentável e smart grids [redes elétricas inteligentes e interconectadas]. No fim sobrarão três finalistas, que terão direito a um prémio de 20.000, 10.000 e 5.000 euros, consoante o primeiro, segundo e terceiro lugar, escolhidos por um júri.

De acordo com um comunicado da InnoEnergy, este programa diferencia-se por, além de Portugal, também se estender a Espanha. Mais propriamente no que toca às sessões de formação e “eventos com players do setor” a decorrerem em Lisboa e Barcelona. Os custos da viagem e alojamento nas duas cidades são pagos pela organização” e haverá espaços próprios para se trabalhar em ambas as cidades.

Segundo consta nos requisitos para as candidaturas ao programa, as ideias deverão ter pelo menos uma pessoa dedicada a elas, não poderão ter acumulado um capital superior a 50.000 euros, têm de e incluir nas áreas mencionadas acima e, embora não seja necessário para já, devem ser constituídas empresas até ao final deste ano para poderem receber o prémio. As candidaturas devem ainda ser submetidas em inglês.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Compra da Opel pela PSA criaria “um campeão automóvel europeu”

  • Lusa
  • 23 Fevereiro 2017

A compra da Opel iria aumentar a base de clientes da PSA, dona da Peugeot e Citroen, e criaria “um campeão automóvel europeu”, disse hoje o presidente do fabricante francês, Carlos Tavares.

Carlos Tavares, CEO da francesa PSA

Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados de 2016, o responsável português considerou que uma união entre a francesa PSA e a alemã Opel poderia “criar um campeão automóvel europeu”.

“O nosso interesse é que [a Opel] continue a ser alemã”, respondeu Carlos Tavares a diversas questões sobre a possível compra da filial europeia da General Motors (GM) pela PSA.

Referindo tratar-se de uma operação que ainda não está fechada, o gestor português admitiu que muitos consumidores, em diversos mercados, não estão interessados em comprar um automóvel de marca francesa, mas sim um alemão, pelo que “haveria uma forte complementaridade”.

O presidente do grupo francês recordou a má situação financeira da Opel e comparou com a da PSA há cerca de três anos, mas referiu que, em caso de fusão, será a direção da Opel a desenhar e executar um plano de recuperação.

"O nosso interesse é que a Opel continue a ser alemã.”

Carlos Tavares

CEO da PSA

“Será o seu plano, não alguma coisa imposta pela PSA, mas, com a nossa experiência, podemos ajudar”, declarou.

O dirigente indicou que o ponto de partida para este processo correr bem é dar confiança aos trabalhadores e que tem dito aos chefes de governo da Alemanha, França e Reino Unido que serão respeitados os acordos existentes com os sindicatos.

Lucros duplicam

A PSA, que inclui as marcas Peugeot e Citroën, registou em 2016 lucros de 1.730 milhões de euros, ou seja, quase duplicou os 899 milhões alcançados em 2015, foi hoje anunciado.

Na conferência de imprensa para apresentação de resultados, em Paris, o presidente da PSA, Carlos Tavares, comentou tratar-se do “terceiro ano consecutivo de crescimento”, em termos de margem operacional corrente da divisão automóvel, dos volumes e da posição financeira líquida.

O resultado operacional em termos absolutos aumentou 32% para 2.611 milhões de euros, enquanto o corrente cresceu 18% para 3.235 milhões, representando uma margem de 6% no volume de negócios (tinha sido de 5% em 2015).

Na área automóvel, o lucro operacional aumentou 19% para 2.225 milhões de euros, com uma margem de 6% (mais um ponto percentual em relação a 2015), o que a empresa justificou com o crescimento das vendas e do preço dos veículos. Mas também foram reduzidos os custos fixos e de produção.

No ano passado, o grupo PSA vendeu 3,15 milhões de viaturas em todo o mundo, traduzindo uma subida de 5,8%, graças aos bons resultados no mercado europeu (as matrículas subiram 3,6% para as 1.930.000 unidades) e às vendas em alguns países emergentes, sobretudo em África, no Médio Oriente e na América Latina, que compensaram as quedas verificadas na China.

O volume de negócios alcançou os 54.030 milhões de euros, contra 54.676 milhões de euros, enquanto esse indicador na divisão automóvel foi de 37.066 milhões de euros (contra 37.514 milhões de euros em 2015), descidas explicadas pelas evoluções das taxas de câmbio.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BCE lucra com a dívida. E o Bundesbank? Não

  • ECO e Lusa
  • 23 Fevereiro 2017

O aumento das provisões para fazer face a riscos resultantes da compra de dívida são a principal justificação para a quebra dos resultados do banco central germânico no ano passado.

O Bundesbank reduziu em 2016 o lucro para 963 milhões de euros, menos 69,8% do que em 2015, por ter aumentado as provisões para cobrir riscos resultantes da compra de dívida, anunciou hoje o supervisor financeiro alemão.

O presidente do Bundesbank, Jens Weidmann, explicou que o banco central aumentou estas provisões em 1.800 milhões de euros, para 15.400 milhões de euros, devido ao risco inerente às taxas de juro.

Estes riscos aumentaram porque cresceram as compras de dívida pelo Bundesbank como parte do programa de compra de dívida do Banco Central Europeu (BCE), salienta a instituição em comunicado. Os riscos associados às taxas de juro produzem desequilíbrios entre o ativo a longo prazo e o passivo de curto prazo.

Os números hoje divulgados pelo banco central germânico surgem uma semana depois de o BCE ter anunciado que no ano passado os seus lucros cresceram 10%, para os 1,19 mil milhões de euros. Um aumento que segundo a entidade liderada por Mario Draghi foi apoiado pelo programa de compra de ativos que tem sido alvo de muita contestação por parte da Alemanha. Para já está previsto que o programa dure até pelo menos dezembro deste ano, data para a qual foi estendido na reunião de dezembro do BCE.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

José Neves partilha os valores-base da Farfetch: otimização, sustentabilidade e disrupção

  • ECO
  • 23 Fevereiro 2017

José Neves esteve na conferência "Voices" da Business of Fashion deste ano e partilhou o manifesto que escreveu sobre os três pilares da Farfetch e como se prepara para o futuro da empresa.

No manifesto que José Neves, fundador da Farfetch, escreveu e enviou a cada membro da sua companhia, a mensagem mais importante a retirar é que as promessas são para cumprir.

No documento, entre outras coisas, José Neves explicava que quando se anuncia que se vai inovar alguma coisa, tem mesmo de se cumprir com o prometido. “Há uma afirmação verbal que tem de ser levada em frente”, disse, durante um dos painéis da conferência anual Voices, organizada pela Business of Fashion, onde também participou Marco Bizarri, CEO da Gucci.

Ainda sobre o manifesto, acrescentou que não se devia tentar medir o lucro de algo revolucionário, porque se for realmente revolucionário, ainda não haverá forma de prever quão proveitoso será. “Podemos medir o investimento na parte da otimização e da inovação sustentável, mas não na disrupção, é impossível”.

Esses são precisamente os três valores na base na companhia: otimização, sustentabilidade e disrupção. E para uma marca como a Farfetch, que começou como startup e veio a crescer rapidamente — sendo o único unicórnio fundado por um português –, como se mantém o espírito do princípio?

“Não é fácil, porque as consequências que advêm dos riscos são ampliadas e as recompensas por fazermos o que fazemos bem, só um bocadinho melhor, são muito maiores. Chegamos a um ponto de tensão entre otimização e inovação, mas temos de conseguir ambas. As grandes empresas como a Google são fantásticas a otimizar-se enquanto máquinas de fazer dinheiro. Mas depois tiram parte do lucro que conseguem para continuarem a otimizar o seu sistema operativo e os seus negócios, em pormenores que podem parecer distrações. Porque é que uma empresa que detém um motor de pesquisa decide criar um sistema operativo para um telemóvel? Porque eles estariam ‘mortos’ se não tivessem Androids. O mundo hoje é móvel e eles já estariam nas mãos da Microsoft ou da Apple se não se tivessem adaptado. É esta tensão que temos de saber usar”, explicou José Neves.

“Foi muito interessante para mim ouvir companhias gigantes como a Gucci e a Tommy Hilfiger falarem sobre romperem com os seus modelos tradicionais e terem na inovação um valor fundamental para o seu progresso”, acrescentou, quanto aos restantes painéis.

Inovar não é fácil, porque se fores uma grande empresa, é uma decisão que pode levar-te ainda mais longe ou dar cabo de ti. Admiro a coragem de quem o faz.

José Neves

CEO da Farfetch

Somos uma companhia tecnológica e, por isso, temos a inovação no nosso ADN. No fundo, é tudo sobre as pessoas que contratamos. Precisamos de estar rodeados de sonhadores, que tragam os seus sonhos para cima da mesa, e de pessoas diferentes, que venham de ângulos diferentes e tenham algo a dizer”.

Outra prioridade para o CEO é que toda a organização, dos investidores aos membros dos quadros e à pessoa que está a atender telefones, estejam absolutamente focadas nos objetivos e nos valores da empresa. “Digo sempre à minha equipa, para choque de muitas pessoas, que o nosso modelo pode ser fantástico hoje e estar a crescer muito depressa, mas em cinco anos pode tornar-se irrelevante. E eles perguntam porquê, e eu não sei dizer! Só lhes digo que nunca vi uma companhia tecnológica manter-se igual por mais de cinco anos e sobreviver. Por isso pergunto: ‘Até podemos sobreviver, mas estamos a jogar para ganhar ou estamos a jogar para não perder?’ Quando uma companhia joga para não perder a curto prazo, vão perder a longo”.

A Farfetch, até agora, tem estado a jogar para ganhar. A empresa é a única em Portugal a ser considerada unicórnio, designação dada às startups avaliadas em mais de mil milhões de dólares. Para isso terão contribuído os cerca de 270 milhões de euros (mais de 300 milhões de dólares) angariados em seis rondas de investimento. Ainda no princípio deste mês, e no seguimento da iniciativa Unicórnio Português, lançou a iniciativa “Farfetch para Todos”, através da qual distribuiu 40 milhões de dólares (37 milhões de euros) em ações da empresa por todos os 1.300 funcionários do grupo, dos 11 escritórios em todo o mundo, desde o staff júnior aos altos cargos. Tem o teto dos lucros planeados para este ano em mil milhões de euros, para condizer com o título de unicórnio, e está a preparar a entrada na bolsa ao longo dos próximos anos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street movida a petróleo volta aos ganhos

  • Juliana Nogueira Santos
  • 23 Fevereiro 2017

Depois de um dia negativo, os índices de referência americanos voltaram a abrir em terreno positivo. A valorização do petróleo está a puxar pelas bolsas

As bolsas americanas abriram em alta, depois das preocupações da Reserva Federal em relação à instabilidade das políticas de Trump terem pesado nos índices. O petróleo está a ser um dos principais responsáveis pelos ganhos, seguindo a valorizar mais de 2%, tanto em Londres como em Nova Iorque.

O S&P 500 segue a subir 0,20% posicionando-se nos 2.367,50 pontos e o tecnológico Nasdaq a seguir o caminho positivo, subindo 0,1% para os 5,866.8 pontos. O industrial Dow Jones continua a negociar acima dos 20.000 pontos, tendo começado a sessão a subir 0,20% para os 20.817,21 pontos.

A escalada dos preços do petróleo está a animar a negociação. A queda surpreendente nos inventários de petróleo nos EUA está a dar força aos preços do barril de petróleo, sugerindo que o excesso global de ouro negro pode ter os dias contados após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter decidido cortar a produção este ano.

O destaque na sessão vai para a petrolíferas Chevron e Exxon que seguem a subir 1,13% para 111,65 dólares e 0,70% para 81,50 dólares, respetivamente.

Depois dos receios da Fed com Trump, os investidores esperam que sejam divulgados mais pormenores relativos ao plano “fenomenal”, como afirmou Drew Forman, analista da Macro Risk Advisors, à Reuters. “As pessoas estão a ficar complacentes e vamos precisar de ver alguns resultados do Presidente e do governo em algumas políticas antes de ultrapassarmos este impasse”, refere.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ferro quer “tratamento mais rápido” das medidas de combate ao crime financeiro

  • Lusa
  • 23 Fevereiro 2017

O presidente da Assembleia da República sublinhou que deseja um "tratamento mais rápido" mas não pode "obrigar as comissões especializadas a ter este ritmo ou aquele ritmo".

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, manifestou hoje o desejo de que as propostas “mais importantes” para combater a criminalidade económica e financeira possam ter um “tratamento mais rápido” no parlamento.

Questionado sobre a existência de propostas paradas no parlamento para produzir nova legislação que vise combater a criminalidade económica e financeira, Ferro Rodrigues recordou que o presidente da Assembleia da República “não pode obrigar as comissões especializadas a ter este ritmo ou aquele ritmo”.

“Eu desejaria que as questões que são as mais importantes tivessem um tratamento mais rápido. E, às vezes, este tipo de notícias, como a que saiu ontem [quarta-feira, sobre a ‘fuga’ de quase 10 mil milhões de euros para ‘offshore’ sem qualquer tratamento fiscal], ajudam a que os próprios partidos tomem medidas mais rapidamente, e que o ritmo de trabalho se acelere, o que parece bastante positivo”, salientou.

Ferro Rodrigues falava aos jornalistas ao fim da manhã, à margem da 11.ª sessão plenária da Assembleia Parlamentar para o Mediterrâneo (APM), a decorrer até sexta-feira no edifício da Alfândega do Porto.

O jornal Público noticiou na quarta-feira que quase dez mil milhões de euros em transferências realizadas entre 2011 e 2014 para contas sediadas em paraísos fiscais não foram nesse período alvo de qualquer tratamento por parte da Autoridade Tributária e Aduaneira, embora tenham sido comunicadas pelos bancos à administração fiscal, como a lei obriga.

Todos os partidos com assento parlamentar chegaram a acordo para que dois secretários de Estado dos Assuntos Fiscais – o atual e o anterior – vão ao parlamento explicar o que se passou.

O Público refere hoje que, antes do debate quinzenal de quarta-feira, os deputados do grupo de trabalho sobre a legislação que visa combater a criminalidade económica e financeira reuniram-se para decidir que os partidos têm uma semana para apresentarem alterações aos 14 projetos (alguns sobre ‘offshore’, mas também sobre outros temas) que estão em discussão.

“Depois, querem chegar a um texto conjunto rapidamente para ser aprovado”, acrescenta o diário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.