Programa Interface vai ter 1.400 milhões nos próximos seis anos

  • Lusa
  • 23 Fevereiro 2017

Programa tem como objetivo a transferência de tecnologia e inovação da indústria portuguesa.

O programa Interface, que tem como objetivo “a transferência de tecnologia e inovação na indústria portuguesa”, vai ter um montante de 1.400 milhões de euros nos próximos seis anos, disse hoje à Lusa o ministro da Economia.

Vai criar incentivos entre o ensino superior e as empresas, fazendo a ponte do conhecimento à necessidade de inovação empresarial”, afirmou Manuel Caldeira Cabral, salientando que o programa Interface, que hoje vai ser apresentado e se insere no âmbito do Plano Nacional de Reformas, “vai ter um valor de 1.400 milhões de euros nos próximos seis anos”.

O programa tem como objetivo reforçar as ligações entre empresas, universidades, politécnicos e centros tecnológicos, permitindo uma maior ligação entre o conhecimento científico e a inovação empresarial.

A partir de hoje “vão estar disponíveis 63 milhões de euros para empresas e centros de interface tecnológicos”, afirmou o governante.

E até ao final do ano “estarão disponíveis mais de 200 milhões de euros”, onde se incluem os 63 milhões de euros, destinados às empresas, centros de interface e instituições científicas. Manuel Caldeira Cabral explicou que os centros interface “ajudam as empresas a ganhar produtividade”.

O governante acrescentou ainda que além dos fundos estruturais, “criámos um fundo FITEC [Fundo de Inovação, Tecnologia e Economia Circular] que vai permitir financiamento plurianual das instituições. Ou seja, o objetivo é que “se crie mais emprego para doutorados nestas instituições que trabalham junto das empresas”, o que inclui mais investigação aplicada, explicou.

Em 2017, o fundo FITEC vai ter uma dotação de 44 milhões de euros, mas “ao longo dos seis anos deverá ser reforçada anualmente” para um total de “200 milhões de euros”, acrescentou.

Este fundo conta com as dotações provenientes do Fundo Português do Carbono, do IAPMEI, do Fundo do Ambiente e do Fundo para a Sustentabilidade Sistémica do Setor Energético.

“No final deste ano estaremos a fazer pagamentos a partir do FITEC”, fundo que permite “dar mais estabilidade a estes centros interface” e “todos os anos vai haver uma avaliação”, disse Manuel Caldeira Cabral.

Também com este programa, adiantou, “vão ser introduzidas três áreas: eficiência energética, economia circular e digitalização da indústria”.

Da mobilização de Fundos Europeus Estruturais e de Investimento, até 2022, serão canalizados 700 milhões de incentivos à inovação.

Do lançamento de linhas de crédito específicas para financiar a implementação de projetos nas empresas, poderão ser abertos instrumentos de financiamento até 500 milhões de euros.

O primeiro-ministro, António Costa, marca hoje presença na apresentação do programa Interface, que contará com as presenças dos ministros da Economia, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e do Planeamento e das Infraestruturas.

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Em ano de recordes absolutos no turismo, salários médios caíram

As dormidas cresceram, os hóspedes cresceram, a taxa de ocupação cresceu, as receitas cresceram. Os salários médios caíram. Em versão resumida, assim foi o ano turístico de 2016.

Os megafones soaram na semana passada, quando foram divulgados os dados que faltavam para fechar o ano turístico de 2016 e para se confirmar que o setor voltou a bater todos os recordes no ano passado. Numa edição de bolso, o relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) podia resumir-se assim: as dormidas cresceram, os hóspedes cresceram, a taxa de ocupação cresceu, as receitas cresceram, cresceu tudo e o turismo português conseguiu um dos melhores desempenhos da Europa.

E isso mesmo salientaram governantes, empresários e organizações internacionais. A secretária de Estado do Turismo fala num setor que cresce “cada vez mais em valor”, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) festejou o “maior crescimento de emprego” no setor registado nos últimos cinco anos e até o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT) reconheceu que “o que está a acontecer em Portugal é uma história que tem de ser contada ao resto do mundo“.

Faltou falar num indicador. No ano passado, quando a hotelaria portuguesa registou o maior número de hóspedes de sempre e faturou mais do que nunca, o emprego a prazo no setor cresceu a um ritmo mais acelerado e os salários médios caíram relativamente a 2015.

Começando pelo lado bom da fotografia.

O ano turístico de 2016, em números

Os estabelecimentos hoteleiros nacionais receberam à volta de 19 milhões de hóspedes (dos quais mais de 11 milhões foram estrangeiros), que responderam por 53,5 milhões de dormidas. Assim, o número de hóspedes aumentou 9,8% face a 2015, enquanto as dormidas subiram 9,6%. São crescimentos superiores aos que foram conseguidos, por exemplo, por Espanha, um dos principais concorrentes do destino Portugal. O mercado espanhol cresceu em torno de 7% em hóspedes e dormidas, ainda que seja de notar que a dimensão deste mercado é muito diferente, com um total de 99 milhões de hóspedes e 330 milhões de dormidas.

Por outro lado, as receitas turísticas em Portugal subiram 10,7% e totalizaram 12,68 mil milhões de euros no ano passado. Os turistas portugueses, por seu lado, gastaram 3,84 mil milhões no estrangeiro, levando o saldo da balança turística a ultrapassar os 8,8 mil milhões de euros. Significa isto que, em 2016, o turismo respondeu por cerca de 68% da balança de serviços e que, sem turismo, a balança de bens e serviços (que apresentou um saldo de cerca de 4 mil milhões em 2016), seria deficitária.

Contudo, no que toca ao emprego, todos ficaram mal na fotografia. No ano passado, o setor do alojamento, restauração e similares contava, segundo os dados do INE, com 279.200 trabalhadores, o que corresponde a um aumento de 7,9% face à população que o setor empregava em 2015.

População empregada no setor de alojamento e restauração, de 2011 a 2016

O emprego aumentou, de facto. De 2015 para 2016, o setor criou mais de 20 mil postos de trabalho, respondendo por grande parte do emprego que foi criado, a nível global, no ano passado. Mas é sobretudo o emprego precário que está a subir, o que poderá ser considerado normal num setor que contrata muito a prazo devido à sazonalidade. Contabilizando apenas os trabalhadores por conta de outrem (que totalizavam 215.500 no final de 2016), os contratos sem termo aumentaram 7,2%, para 139.600 trabalhadores. Já os contratos a prazo e “outros tipo de contrato” subiram 13,4% no ano passado, para um total de 75.900 trabalhadores.

População empregada no setor de alojamento e restauração, por tipo de contrato

A aceleração dos contratos a termo e outros tipos de contrato poderia ser justificada sobretudo com a sazonalidade, tradicional entrave no turismo que leva as empresas do setor a contratar trabalhadores temporários para a época do verão, não fosse o facto de, em 2016, ter sido, precisamente, na época baixa que se registou o maior crescimento do ano. O período fora da época alta foi responsável por cerca de 63% do crescimento de dormidas registado no ano passado.

E, enquanto as receitas turísticas subiram 10,7% e os proveitos da hotelaria disparam 17%, para quase 3 mil milhões de euros, o salário médio no setor recuou no ano passado. Ainda segundo os dados do INE, o rendimento salarial médio líquido dos trabalhadores por conta de outrem foi de 614 euros por mês, menos um euro do que os 615 registados em 2015. Esta quebra não significa, necessariamente, que tenha havido cortes aos salários daqueles que já trabalhavam no setor; significa, por outro lado, que quem entrou está a receber menos, puxando a média salarial do setor para baixo.

Rendimento salarial médio líquido dos trabalhadores por conta de outrem no turismo

O cenário é mais preocupante quando se compara o turismo com os outros setores. Só o setor da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca paga menos: uma média de 593 euros líquidos por mês, de acordo com o INE.

A discrepância entre o turismo e os restantes setores é ainda evidente na proporção de trabalhadores que recebem o salário mínimo. Segundo o mais recente inquérito aos ganhos e à duração do trabalho feito Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, relativo a abril de 2016, 35,9% da população empregada pelo turismo ganha o salário mínimo, a segunda maior proporção do país, só atrás das atividades administrativas e serviços de apoio.

Os trabalhadores do turismo não são só os que ganham menos, também são dos que trabalham mais. No final de abril do ano passado, a duração semanal remunerada de trabalho era de 39,2 horas. Só os trabalhadores das indústrias transformadoras e do transporte e armazenagem trabalham mais.

Setor ainda está a recuperar da crise

A justificar esta evolução dos salários, que tarda em acompanhar a das receitas do setor, poderá estar o facto de muitas empresas ainda estarem a recuperar das perdas que registaram nos anos da crise, sobretudo entre 2010 e 2012.

“As empresas, entre 2010 e 2012, tiveram processos muito complicados e fizeram esforços muito grandes para sobreviver. As taxas de ocupação, na altura, eram muito baixas, e não havia sinais de recuperação da economia”, lembra ao ECO Desidério Silva, presidente do Turismo do Algarve, a região turística mais importante do país, que responde por um terço do total de dormidas a nível nacional.

Mas não é esse o cenário agora. “Os números estão aí, as taxas de ocupação são compatíveis com os proveitos. As dormidas só são relevantes se forem acompanhadas pelas receitas e, no ano passado, houve esse acompanhamento”, reconhece.

"Tem de haver, no âmbito da concertação social ou dos contratos coletivos, algum reajuste [de salários]”

Desidério Silva

Presidente do Turismo do Algarve

Por isso mesmo, o presidente do Turismo do Algarve acredita que, havendo este aumento das dormidas e das receitas, o reajustamento dos salários será feito brevemente, até porque o país tem de se diferenciar pela qualidade.

“O salário baixo não é sinónimo de qualidade do serviço. Um dos principais problemas que vamos ter agora é a questão da qualificação dos recursos humanos. Esse é um fator decisivo para a sustentabilidade da oferta e a qualidade da oferta. Portanto, tem de haver, no âmbito da concertação social ou dos contratos coletivos, algum reajuste, porque não podemos competir e não podemos dizer que a nossa diferenciação é pela qualidade se não houver estabilidade no emprego e não houver salários compatíveis com a exigência dos clientes e dos patrões”, diz Desidério Silva.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

A economia alemã presta contas, a norte-americana também. O Barclays é o próximo banco a apresentar os resultados de 2016 e, por cá, ficamos a conhecer a evolução dos juros no crédito à habitação.

Hoje é dia de conhecer dados económicos. A Alemanha divulga os dados definitivos do PIB do ano passado, enquanto as autoridades norte-americanas revelam as declarações de desemprego e o mais recente índice do preço da habitação. Por cá, o Instituto Nacional de Estatística divulga as taxas de juro implícitas no crédito à habitação.

Alemanha presta contas…

Esta quinta-feira, ficamos a saber como evoluiu a maior economia europeia no ano passado. A Alemanha revela os dados definitivos relativos ao produto interno bruto (PIB), assim como a evolução do consumo privado, do investimento e do comércio internacional. Os dados divulgados até agora apontam para um desempenho positivo no ano passado — a estimativa provisória mostra que o PIB terá crescido 1,9% em 2016. Ao mesmo tempo, a Alemanha bateu um novo recorde na balança comercial, com um excedente de 252,9 mil milhões de euros no ano passado.

… E Estados Unidos também

Também nos Estados Unidos é dia de conhecer indicadores da economia. As autoridades norte-americanas divulgam os dados mais recentes sobre as declarações de desemprego. Isto numa altura em que a Reserva Federal dá conta de que as taxas de juro “devem subir muito em breve” se os próximos dados sobre o mercado laboral e a inflação ficarem acima das expectativas. Será ainda divulgado o mais recente índice do preço da habitação.

Como evoluem os juros do crédito à habitação?

O Instituto Nacional de Estatística divulga as taxas de juro implícitas do crédito à habitação, relativas a janeiro, numa altura em que a tendência tem sido de queda. Em dezembro, a taxa de juro situou-se nos 1,028%, uma queda de quatro pontos percentuais face aos valores de novembro. A queda é justificada com o valor da Euribor, que tem estado em mínimos ao longo do último ano.

Continua a temporada de resultados

A temporada de apresentação de resultados continua. Esta quinta-feira, não há empresas do PSI-20 a divulgarem as contas de 2016 mas, lá fora, o destaque vai para o Barclays, a Axa e a Telefonica. As expectativas dos analistas em torno dos resultados do Barclays dividem-se, mas a média aponta para um lucro antes de impostos a rondar os 4,5 mil milhões de euros, acima dos 2,4 mil milhões registados em 2015. No terceiro trimestre, o banco britânico reportou um lucro antes de impostos de 940 milhões de euros, mas teve de constituir provisões de mais de 670 milhões, para fazer frente a indemnizações por venda indevida de seguros de proteção de pagamentos.

EUA divulgam reservas de petróleo

O departamento de energia norte-americano divulga o relatório semanal sobre as reservas de crude, dado que poderá influenciar as cotações da matéria-prima. Na Europa, o petróleo tem estado em alta esta semana, com o brent a negociar acima dos 55 dólares por barril, depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter assegurado que pretende continuar a reduzir a produção da matéria-prima.

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Novo Banco vai apresentar em breve nova proposta aos emigrantes lesados

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2017

Já houve alguns contactos preliminares entre os emigrantes e responsáveis da instituição, mas ainda não é conhecida a proposta.

O Novo Banco deverá apresentar, em breve, uma proposta comercial aos emigrantes lesados pelo BES, para tentar compensá-los pelas perdas sofridas. A esta nova proposta, poderão aderir mesmo os que rejeitaram a primeira solução apresentada em 2015, segundo o gabinete do primeiro-ministro.

Esta garantia do Executivo consta de uma carta enviada pela chefe de gabinete de António Costa, Rita Faden, aos deputados do PSD José Cesário, Carlos Gonçalves e Carlos Páscoa, que tinham questionado o primeiro-ministro sobre a situação dos emigrantes lesados pelo Banco Espírito Santo (BES).

"A administração do Novo Banco fez saber ao Governo que estimava poder em breve ter condições para apresentar a estes cerca de 2.000 emigrantes uma proposta similar à que em 2015 foi apresentada.”

Governo

Em resposta enviada a deputados do PSD

“Os perto de 2.000 emigrantes que não foram destinatários de proposta formulada pelo Novo Banco correspondem ao conjunto de titulares de três das apontadas sociedades veículo a que o Novo Banco não conseguiu ainda aplicar e concretizar procedimento similar às demais que foram liquidadas. A administração do Novo Banco fez saber ao Governo que estimava poder em breve ter condições para apresentar a estes cerca de 2.000 emigrantes uma proposta similar à que em 2015 foi apresentada“, lê na resposta a que a Lusa teve acesso.

"[O Novo Banco dará uma] segunda oportunidade aos cerca de 2.600 emigrantes que em 2015 rejeitaram a proposta de solução que foi maioritariamente aceite e que está a ser executada.”

Governo

Em resposta enviada a deputados do PSD

Ainda segundo o Executivo — que garante na carta que tem acompanhado “com atenção e empenho” a situação destes lesados e feito “sucessivas reuniões” com a direção da associação que os representa e com o Novo Banco para encontrar modos de “minorar as perdas sofridas” — o Novo Banco dará ainda uma “segunda oportunidade aos cerca de 2.600 emigrantes que em 2015 rejeitaram a proposta de solução que foi maioritariamente aceite e que está a ser executada“.

Na altura, o Novo Banco não os incluiu na solução comercial por os produtos financeiros em que tinham aplicações terem uma natureza diferente e mais complexa. O Governo diz agora que estes emigrantes (dos produtos EG Premium e Euro Aforro10) receberão uma “proposta similar” à feita em 2015 aos restantes emigrantes lesados.

Após a resolução do BES, em 4 de agosto de 2014, mais de 10.000 clientes emigrantes (sobretudo de França e Suíça) vieram reclamar um total de 728 milhões de euros, acusando o banco de lhes ter vendido produtos arriscados (ações de sociedades veículo) quando lhes tinha dito que se tratavam de depósitos a prazo para não residentes.

A responsabilidade sobre estes produtos ficou, aquando da resolução do BES, no Novo Banco – o banco de transição então criado – que propôs em 2015 aos emigrantes (com os produtos Poupança Plus, Euro Aforro e Top Renda) uma solução comercial, que teve a aceitação de cerca de 6.000 (80% do total) que detinham em conjunto 500 milhões de euros.

No entanto, houve mais de 2.000 clientes que não aceitaram por considerarem que não era justa e não se adequava ao seu perfil e o Novo Banco não fez qualquer proposta a outros 2.000 clientes, argumentando que não era possível devido ao tipo de instrumentos financeiros abrangidos.

Em dezembro passado, a vice-presidente da Associação Movimento dos Emigrantes Lesados (AMELP), Helena Baptista, disse à Lusa que a proposta feita foi “muito negativa”, nomeadamente por incorporar obrigações do Novo Banco que têm o seu vencimento apenas daqui a 30 anos e sem cupão anual.

Quanto à nova proposta que o Governo agora diz que será feita pelo Novo Banco, as envolvidas neste processo indicaram à Lusa que já houve alguns contactos preliminares entre os emigrantes e responsáveis da instituição, mas que ainda não é conhecida a proposta.

Esta nova proposta visa, ainda, minorar os riscos futuros implicados no balanço do Novo Banco, numa altura em que o banco está em processo de venda. Estes riscos estão relacionados com os ativos problemáticos que o Novo Banco detém (nomeadamente créditos) mas também com as muitas ações judiciais que há nos tribunais contra si, nomeadamente as que foram interpostas pelos emigrantes.

"[O Governo tem estado em] diálogo quer com a administração do Novo Banco quer com os representantes dos emigrantes lesados.”

Governo

Em resposta enviada a deputados do PSD

Por fim, a carta enviada aos deputados do PSD pelo gabinete de António Costa fala também dos casos dos emigrantes residentes na Venezuela e na África do Sul que fizeram aplicações financeiras no BES “através de jurisdições usualmente denominadas como ‘offshore’ [paraísos fiscais]”.

O Governo diz que também neste caso tem estado em “diálogo quer com a administração do Novo Banco, quer com os representantes dos emigrantes lesados”.

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Portugal assina declaração para cooperar na investigação ao caso Odebrecht

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2017

São onze os países que vão colaborar na investigação à Odebrecht e às empresas investigadas no caso Lava Jato em diversos países. Portugal é um desses países.

Ministérios Públicos de 11 países, incluindo Portugal, assinaram, em Brasília, uma Declaração sobre Cooperação Jurídica Internacional contra a Corrupção, que abrange investigações à empresa Odebrecht e outras situações do caso Lava Jato, foi hoje divulgado.

Segundo adianta hoje uma nota da Procuradoria-Geral da República (PGR), o Ministério Público português fez-se representar pelo procurador José Ranito.

A Declaração de Brasília resultou de uma reunião técnica que juntou, na capital brasileira, Procuradores-Gerais e representantes dos Ministérios Públicos de 11 países.

“Este encontro teve por objeto discutir a cooperação jurídica internacional nas investigações que envolvem eventuais ilícitos cometidos pela empresa Odebrecht, ou através dela, bem como por outras empresas investigadas no caso Lava Jato em diversos países”, refere a PGR.

Este encontro teve por objeto discutir a cooperação jurídica internacional nas investigações que envolvem eventuais ilícitos cometidos pela empresa Odebrecht, ou através dela, bem como por outras empresas investigadas no caso Lava Jato em diversos países.

PGR

O inquérito relacionado com os escândalos de corrupção envolvendo a empresa petrolífera Petrobras e a construtora Odebrecht vai ultrapassar as fronteiras do país, segundo disse na terça-feira o procurador brasileiro responsável pela investigação internacional do caso, Vladimir Aras, citado pela agência France Presse (AFP).

Iniciado em 2014, o inquérito lançou luz sobre um sistema de corrupção montado por grupos económicos brasileiros, envolvendo a empresa de construção Odebrecht e a petrolífera Petrobras e que passava pelo pagamento de subornos a responsáveis políticos brasileiros e de outros países da América Latina, assim como de África.

A dimensão internacional deste caso vai “crescer enormemente”, declarou então Vladimir Arias, em entrevista à AFP. Segundo o mesmo responsável, se as investigações nos restantes países decorrer com independência, será possível demonstrar a extensa teia de corrupção montada pelas empresas brasileiras.

Quanto ao eventual apuramento de responsabilidades em resultado do escândalo que se alarga a uma dezena de países da América latina e de África, Vladimir Aras admitiu que o caso possa envolver altos dirigentes políticos já que o caso envolve contratos que dependeram de negociações com o Estado.

Entretanto, o Peru ofereceu uma recompensa por qualquer informação que permita deter o ex-Presidente Alejandro Toledo, que se encontra fora do país acusado de ter recebido 20 milhões de dólares de “luvas” da Odebrecht no âmbito de uma enorme empreitada rodoviária.

Também “pelo menos uma dezena de empresas estrangeiras” assinaram contratos com a Petrobras que estão a ser investigadas, indicou o procurador, que admite que a investigação se possa prolongar durante “um ano ou dois”.

No encontro em Brasília, os 11 países representados comprometeram-se a criar equipas de trabalho comuns para coordenar as suas investigações sobre o escândalo de corrupção da empresa brasileira Odebrecht que abalou a América Latina.

Comprometeram-se ainda a “promover a formação de equipas comuns de inquérito, bilaterais ou multilaterais, que permitam investigar de maneira coordenada o caso Odebrecht”, segundo um comunicado assinado pelo Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá, Portugal, Peru, República Dominicana e Venezuela.

O encontro entre os magistrados de mais de uma dezena de países visou “responder a todos os pedidos de informação, num assunto que é coberto pelo segredo de justiça”, disse à AFP uma fonte envolvida na organização da reunião, fechada à imprensa.

Segundo documentos publicados a 21 de dezembro pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht terá alegadamente pagado subornos relativamente a mais de uma centena de projetos em 12 países da América Latina e África, de aproximadamente 788 milhões de dólares norte-americanos.

Em causa estão projetos em Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Perú e Venezuela.

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Energia e Fed arrastam Wall Street para o vermelho

A Fed sinalizou incertezas em torno das políticas fiscais de Donald Trump. Os mercados não gostaram.

As bolsas norte-americanas interromperam o ciclo de ganhos e fecharam a sessão desta quarta-feira em queda, arrastadas pelo setor energético e pelas minutas da Fed. A exceção do dia foi o Dow Jones, que continua a somar recordes.

O S&P encerrou o dia a cair 0,12%, para os 2362,68 pontos. O índice acionista de referência foi penalizado pelas petrolíferas e mineiras, que caíram num dia em que o petróleo desvalorizou mais de 1%. Isto na véspera de o departamento de energia norte-americano o relatório semanal sobre as reservas de crude.

Já o Nasdaq recuou 0,09%, para os 5860,63 pontos, penalizado pelo setor farmacêutico.

A penalizar os mercados estiveram ainda as minutas da Reserva Federal norte-americana, divulgadas esta tarde, nas quais a Fed sinalizou incertezas em torno das políticas fiscais de Donald Trump.

A contrariar a tendência de quedas esteve o Dow Jones, que voltou a bater recordes, pela nona sessão consecutiva. O índice industrial subiu 0,16%, para os 20775,60 pontos, um novo máximo de sempre. O Dow Jones está já no ciclo de recordes mais longo dos últimos 30 anos.

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Portugal 2020: Empresas vão ter novo calendário de concursos

O último concurso agendado é em Março. Governo garante que depois haverá mais. O objectivo é manter a previsibilidade.

A dúvida existia. Mesmo na estrutura. O Governo de António Costa ia adotar a mesma estratégia? As empresas poderão contar em 2017 com um calendário de concursos para aceder aos fundos estruturais? Ou regressar-se-ia ao modelo passado em que os concursos iam surgindo à medida que a máquina tinha capacidade de processar as candidaturas? A opção é política.

O ECO colocou a questão ao gabinete do ministro do Planeamento que tem a tutela dos fundos comunitários. A resposta foi: “O Governo mantém a intensão de continuar a publicar um calendário” para os concursos do Portugal 2020. “O objetivo é assegurar a previsibilidade para as empresas”, avançou fonte oficial do gabinete de Pedro Marques.

O Governo mantém a intensão de continuar a publicar um calendário [para os concursos do Portugal 2020]. O objetivo é assegurar a previsibilidade para as empresas.

Fonte oficial do Ministério do Planeamento

O calendário existente faz a planificação dos concursos a lançar até março. Mas depois há um vazio. A única coisa que está estipulado nas regras definidas com Bruxelas é que os avisos podem assumir a forma de concurso ou de convite — a figura usada por exemplo para atribuir verbas dos programas operacionais regionais à Instituição Financeira de Desenvolvimento, para impedir que outras entidades pudessem candidatar-se e comprometer a existência de um banco de fomento em Portugal. “A existência de um calendário é uma opção política”, explicou uma fonte ao ECO, “não decorre das regras”.

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Novo Banco: Se Estado ficar com ações é porque o “banco vale”

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2017

O presidente do Novo Banco, António Ramalho, disse hoje que se o Estado ficar com ações da instituição significa que “o banco vale” e que essas ações depois “poderão ser vendidas a bom preço”.

O presidente do Novo Banco, António Ramalho, disse hoje que se o Estado ficar com ações da instituição significa que “o banco vale” e que essas ações depois “poderão ser vendidas a bom preço”.

“Se o Estado português, ou alguma entidade pública, ficar com as ações seguramente que é porque o banco vale e essas ações, mais tarde, poderão ser vendidas a bom preço”, afirmou. Em Évora, à margem de uma conferência promovida pelo Novo Banco (NB), António Ramalho foi questionado pelos jornalistas sobre o processo de venda da instituição bancária a que preside, mas frisou que é “tempo da discrição”.

"Se o Estado português, ou alguma entidade pública, ficar com as ações seguramente que é porque o banco vale e essas ações, mais tarde, poderão ser vendidas a bom preço”

António Ramalho

Presidente do Novo Banco

“Eu não vou fazer nenhum comentário sobre capital. Aliás, o tempo é o tempo da discrição, não é o tempo das declarações”, referiu. Questionado acerca da hipótese de o Novo Banco não ser vendido na totalidade, mas apenas parcialmente, o responsável defendeu que “a melhor opção” será a que “permitir ao banco ficar mais sólido e dar um maior contributo à estabilidade do sistema financeiro, que é, neste momento, um desígnio nacional”.

“A César o que é de César, o que significa, basicamente, que deixem a negociação, neste período particularmente discreto, a quem é responsável por ela”, limitou-se a afirmar. Vincando que a sua missão é “gerir adequadamente o banco”, António Ramalho escusou-se também a revelar se existe algum prazo para finalizar o processo de venda: “Não me pergunte a mim o que é de César. César determinará os prazos”.

Ramalho recordou, contudo, que tem estado “naturalmente otimista” em relação a este processo. “O banco é um banco que tem valor, que tem os seus problemas, que tem a sua maratona para correr, mas vamos corrê-la”, afiançou, à margem da conferência.

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Duarte Pacheco: Costa teve comportamento “indigno, inaceitável”

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2017

O deputado do PSD afirmou que o primeiro-ministro colocou suspeições sobre o antigo Governo "sem ter nada que [as] sustente".

O deputado do PSD Duarte Pacheco acusou hoje o primeiro-ministro, António Costa, de ter lançado suspeições sem sustentação sobre antigos governantes no debate quinzenal, comportamento que classificou de “indigno, inaceitável e lamentável”.

Em declarações aos jornalistas no final do debate, o deputado social-democrata e secretário da mesa da Assembleia da República reiterou que o PSD quer “todos os esclarecimentos” sobre a transferência de cerca de 10 mil milhões de euros para paraísos fiscais entre 2010 e 2014 que não foram alvo de qualquer tratamento por parte da Autoridade Tributária e Aduaneira, embora tenham sido comunicadas pelos bancos à administração fiscal, como a lei obriga, notícia avançada na terça-feira pelo jornal Público.

“O debate que hoje ocorreu e o comportamento do primeiro-ministro mostra algo de indigno e inaceitável, colocou suspeições sem ter nada que sustente as suspeições que aqui apresentou. É indigno, inaceitável, lamentável”, disse.

O coordenador do PSD na Comissão de Orçamento e Finanças referiu que o seu partido, que na terça-feira já tinha pedido as audições do atual e anterior secretários de Estado dos Assuntos Fiscais, hoje solicitou nessa comissão que essas audições ocorram “já esta semana”. “Estes temas, pela gravidade dos mesmos, devem merecer uma explicação o mais curta e rápida possível”, defendeu.

O deputado social-democrata salientou que foi o anterior Governo PSD/CDS-PP que alargou o prazo de prescrição deste tipo de crimes de 4 para 12 anos “para que nenhuns impostos sejam perdidos por incúria do Estado”, caso se venha a confirmar a existência de ilegalidades. “Este Governo já está em funções há perto de ano e meio, podemos até suspeitar, para utilizar a mesma expressão, que o doutor António Costa estaria já a referir-se a ausência de ações do seu próprio Governo“, disse, referindo-se em concreto à “ausência de transposição de diretivas” e a “legislação a aboborar em sede de comissão”.

Por essa razão, o PSD entregou hoje uma pergunta destinada ao ministro das Finanças sobre este alegado atraso na transposição de diretivas comunitárias e também sobre a retirada de Jersey, Ilha de Man e Uruguai da lista dos países com tributação privilegiada. O deputado salientou que “a transferência de capital para outro país não é ilegal, nem isso significa fugas de capitais, desde que cumpra legislação em vigor”.

“O que tem de se apurar é porque é que a Autoridade Tributária ao receber a informação não a estudou para verificar se existiu ou não alguma ilegalidade ao nível da tributação, são explicações que têm de ser dadas ao nível político e dos serviços”, disse.

Sobre a possibilidade de ser criada uma comissão de inquérito, Duarte Pacheco defendeu que esse “é um instrumento que não deve ser usado de ânimo leve”, devendo primeiro realizar-se as audições nas comissões regulares.

O debate quinzenal registou um momento tenso perto do fim quando o primeiro-ministro acusou o anterior Governo PSD/CDS de “poupar” os que “levaram o dinheiro para os ‘offshore’” e ter a “maior tranquilidade” quanto à fuga de capitais, mas ter sido “implacável”, por exemplo, na cobrança de multas nas portagens.

De microfone fechado e dedo em riste, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, gritou para António Costa: “São insinuações de baixo nível” e “não tem moral para dizer que está dizer”. Minutos antes, ouvira o chefe do Governo e líder do PS acusá-lo de “lavar as mãos” da responsabilidade política sobre o caso dos ‘offshore’.

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Yellen: Juros devem subir “muito em breve”

  • Rita Atalaia
  • 22 Fevereiro 2017

A Reserva Federal dos EUA está cada vez mais confiante de que poderá subir as taxas de juro. E alerta: aumento pode acontecer "muito em breve", uma vez que a economia está cada vez mais forte.

Janet Yellen já tinha alertado que era “imprudente” esperar demasiado tempo para subir os juros, num cenário de crescimento e aceleração dos preços. E nas minutas da mais recente reunião da Reserva Federal dos EUA (Fed), a presidente do banco central vai mais longe: esta subida vai acontecer “muito em breve”. E porquê? Para evitar o risco de um sobreaquecimento da economia, defendem os responsáveis do banco central dos EUA. Isto numa altura em que estão cada vez mais confiantes de que a economia está suficientemente forte para suportar um aumento dos custos de financiamento.

Muitos responsáveis disseram que pode ser adequado subir as taxas de juro novamente muito em breve, caso os próximos dados sobre o mercado laboral e a inflação fiquem em linha ou sejam mais fortes do que as expectativas“, lê-se nas minutas da mais recente reunião da Fed, citadas pela Bloomberg. Isto depois de a presidente do banco central ter deixado claro que será “imprudente” esperar demasiado tempo para subir os juros, num cenário de crescimento e aceleração dos preços.

"Muitos responsáveis disseram que pode ser adequado subir as taxas de juro novamente muito em breve, caso os próximos dados sobre o mercado laboral e a inflação fiquem em linha ou sejam mais fortes do que as expectativas”

Reserva Federal dos EUA

Os documentos divulgados esta quarta-feira mostram também que os planos orçamentais de Donald Trump foram discutidos, assim como a subida do dólar. Incertezas que não afastam a possibilidade de uma subida gradual das taxas de juro nos EUA. No último encontro, os responsáveis decidiram não mexer nos juros. Na altura, a entidade liderada por Janet Yellen deu poucas indicações relativamente à data em que poderá vir a aumentar os custos de financiamento, perante a incerteza gerada em torno da nova administração de Trump.

Mas agora pode estar “para breve”, diz o banco. A presidente da Fed sublinhou ainda este mês que “nas próximas reuniões, o comité vai avaliar até que ponto o emprego e a inflação continuam a evoluir em linha com as expectativas e, no caso disso, ajustamentos às taxas de referência serão apropriados”.

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Descobertos sete planetas do tamanho da Terra

  • Juliana Nogueira Santos
  • 22 Fevereiro 2017

Estes sete planetas giram em torno de uma estrela anã cujas temperaturas tornam possíveis a existência de água em estado líquido e, consequentemente, de vida.

A NASA anunciou hoje a descoberta de sete planetas de tamanho semelhante ao da Terra e com condições térmicas propícias para a existência de água e o desenvolvimento de vida. É a primeira vez que são encontrados tantos planetas semelhantes ao nosso no mesmo sistema.

Estes planetas giram em torno da Trappist-1, uma estrela anã 2.000 vezes mais fraca que a nossa, formando um sistema que se encontra a 40 anos-luz do Sistema Solar. Os seus tamanhos divergem entre 25% mais pequeno que a Terra e 10% maior.

Um dos cientistas envolvidos na descoberta, Michaël Gillon, afirmou que estes são pontos essenciais para se colocar a hipótese da existência de água e de vida: “A estrela é tão pequena e tão fria que os sete planetas têm temperaturas amenas, o que significa que pode ter água em estado líquido e talvez vida”, declarou este ao The Guardian.

Esta descoberta vem aumentar a esperança em torno da existência de vida fora do nosso sistema, com os cientistas envolvidos a afirmarem que dentro de dez anos conseguiremos saber se de facto existe em algum destes planetas uma forma de vida. Para já, estes, em conjunto com os dados obtidos através da sonda Spitzer, vão focar-se e perceber se estes têm atmosferas ou não.

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Portugal2020: Propostas de investimento em mínimos

Desde que se iniciou a monitorização do sistema de incentivos para as empresas que não havia uma proposta de investimento tão baixa. Em janeiro, os 128 projetos apresentados representam 15 milhões.

Em janeiro as empresas nacionais apresentaram 128 projetos a concurso para obter financiamento comunitário, o que representa um investimento proposto de 15 milhões de euros. Este é o valor mensal mais baixo desde que existe monitorização dos apoios concedidos pelo Sistema de Incentivos (agosto de 2015).

Até agora, o valor mais baixo tinha sido registado em junho de 2016 (32 milhões de euros). A monitorização passou a ser pública desde esse verão, embora os dois primeiros concursos tenham sido feitos em dezembro de 2014, para projetos conjuntos — quase um ano depois do Portugal 2020 ter entrado em vigor, mas era necessário ter primeiros regulamentos aprovados para que depois pudesse haver concursos.

Em janeiro empresas candidataram 15 milhões a apoios comunitários

Fonte: Compete Valores em milhões de euros

Este desempenho pode estar relacionado com o número de concursos abertos. Isto porque as empresas só podem apresentar candidaturas quando existem concursos abertos. E 31 de janeiro foi o prazo limite para o encerramento de quatro concursos destinados às empresas [Assistência Técnica (FEDER); Empreendedorismo Qualificado e Criativo (Vale Incubação); Sistema de Apoio a Ações Coletivas (Promoção do Espírito Empresarial e Transferência do Conhecimento Científico e Tecnológico]. Há ainda dois concursos que se estendem até ao final do Portugal 2020 ao nível dos apoios à Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico para projetos individuais de Proteção de Direitos de Propriedade Intelectual/Industrial e de Internacionalização de I&D.

O pico de investimento proposto foi em setembro de 2016, uma altura em que foi pública a enorme adesão das empresas aos apoios comunitários. Para manter o ritmo o Governo lançou um programa de aceleração através da abertura do concurso para projetos de execução rápida (de 5 de agosto a 15 de setembro), ou seja, o investimento tinha de ser realizado no máximo em 12 meses, com um nível mínimo de 20% ainda em 2016. Foram apresentadas 223 candidaturas com um total de investimento proposto de 440 milhões. Resultou na aprovação de 123 projetos (131 milhões de euros de investimento).

De acordo com o “ponto de situação” do Sistema e Incentivos às empresas referente a 31 de janeiro, já houve 23.978 candidaturas a estes apoios, que representam um investimento proposto de 14,47 mil milhões de euros. Na habitual tabela de acompanhamento da execução dos fundos é possível perceber que já foram aprovados 8.321 projetos, que representam um investimento elegível de 5,31 mil milhões de euros e que obterá um apoio de 2,82 mil milhões de euros.

As contratações de projetos são ligeiramente inferiores, ou seja, até 31 de janeiro foram contratos com as empresas nacionais 2,58 mil milhões de euros em incentivos, para um total de 7.593 projetos. Já os pagamentos às empresas — a grande bandeira do Executivo de António Costa — estão em 539 milhões, o que representa um aumento de 13% face ao mês anterior (477 milhões de euros).

Este desempenho atira a taxa de execução do Portugal 2020 para 10,8% (em dezembro de 2016 estava em 9,3%). Ou seja, são 428 milhões de euros do Portugal 2020 que já foram certificados e validados por Bruxelas.

As restantes variáveis pouco mudam em relação ao mês anterior: continuam a ser o Programa Operacional do Centro que tem a taxa de compromisso mais elevada (92%); o IAPMEI é o responsável pela maior fatia de incentivo aprovado; médias e grandes empresas continuam com um investimento elegível idêntico (1,4 mil milhões de euros); a indústria automóvel e aeronáutica recebeu a maior percentagem dos incentivos (13%).

Dois terços dos incentivos aprovados, no âmbito do sistema de incentivos, são para a indústria transformadora (76%), nomeadamente a indústria metálica (16%). Os projetos de média/baixa ou baixa intensidade tecnológica são também os que concentram a maior parte dos apoios (28% respetivamente). E o Norte continua a ser o campeão dos apoios (46%).

 

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