Otimismo de Yellen puxa por Wall Street

O otimismo da presidente da Reserva Federal, que falou ao Senado esta terça-feira, puxou pela bolsa . As ações financeiras foram as mais beneficiadas. Apple atinge novo máximo.

A presidente da Fed foi ao Senado norte-americano dizer que seria pouco inteligente esperar muito tempo até aumentar de novo a taxa de juro. Com a expectativa de que o banco central aumente o ‘preço do dinheiro’ já na próxima reunião, Wall Street fechou esta terça-feira em novo recorde. Os títulos dos bancos foram os mais beneficiados, mas o dia fica marcado por um novo recorde das ações da Apple.

Esta foi a quarta sessão em que os índices da bolsa nova-iorquina fecham em recordes. Essa evolução é explicada pela valorização das ações dos bancos, uma tendência que se verificou após a sinalização de Janet Yellen. As ações do JPMorgan Chase subiram 1,6%, as do Bank of America 2,8% e as da Goldman Sachs 1,3%, banco que atingiu o primeiro recorde desde a crise financeira.

Contudo, o salto mais significativo desta terça-feira continuou a ser da Apple que, após atingir os 135 dólares no período intradiário, fixou-se nos 134,96 dólares por ação, o que representa um novo recorde para a tecnológica desde que fez um stock split. As ações da dona do iPhone subiram 1,25%. Em causa está a expectativa à volta da nova geração de smartphones que a empresa irá lançar em breve.

As palavras de Yellen serviram também para que o dólar valorizasse face às outras divisas. O otimismo perante o consumo interno, o rendimento e a riqueza norte-americana foram suficientes para que os três índices de Wall Street fechassem em terreno positivo: o Dow Jones subiu 0,45% para os 20.504,41 pontos, o S&P 500 0,4% para os 2.337,58 pontos e o Nasdaq 0,32% para os 5.782,57 pontos.

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Banco BIC sai do BPI

O Banco BIC vendeu a posição de 1,9% que detinha no BPI no âmbito da OPA lançada pelo CaixaBank.

O Banco BIC vendeu a posição que detinha no BPI no âmbito da oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank.

O banco que têm em Isabel dos Santos a maior acionista e que detinha 1,9% do capital do banco liderado por Fernando Ulrich afasta-se assim do BPI. Uma decisão que já era esperada depois de saber que a Santoro de Isabel dos Santos tinha também optado por vender a sua posição no BPI.

Em comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BIC anuncia que “em virtude da transmissão ocorrida no âmbito da oferta pública de aquisição lançada pelo CaixaBank, cujos resultados foram anunciados a 8 de fevereiro de 2017, o banco BIC alienou 27.646.900 ações ordinárias, escriturais e nominativas, sem valor nominal, representativas e 1,90% do capital social e dos direitos de voto do BPI“.

"em virtude da transmissão ocorrida no âmbito da oferta pública de aquisição lançada pelo CaixaBank, cujos resultados foram anunciados a 8 de fevereiro de 2017, o banco BIC alienou 27.646.900 ações ordinárias, escriturais e nominativas, sem valor nominal, representativas e 1,90% do capital social e dos direitos de voto do BPI”

Banco BIC

Banco BIC

Em resultado desta alienação, o Banco BIC deixou em absoluto nessa data de ser titular de ações representativas do capital social do BPI”, pode ler-se ainda no mesmo comunicado.

O Banco BIC refere ainda que em resultado da transação “deixou de haver direitos de voto inerentes a ações representativas do capital social do Banco BPI, que sejam imputáveis, nos termos do artigo 20º do código dos valores mobiliários, ao banco BIC”

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Autarquias terão acesso a “mecanismos” da administração central contra precariedade

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2017

O governante falava na comissão parlamentar de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, numa audição sobre as áreas governativas da sua responsabilidade.

O ministro Adjunto, Eduardo Cabrita, anunciou esta terça-feira, no parlamento, que as autarquias vão poder resolver as situações de precariedade laboral dos seus trabalhadores utilizando os mesmos “mecanismos” que vierem a ser definidos na administração central. Segundo o ministro, que tutela a área das autarquias, o relatório sobre precariedade laboral refere a situação no setor da administração local num anexo e “as autarquias têm autonomia local, têm autonomia de contratação, e o Governo não pode impor que resolvam desta ou daquela forma”.

“O que nós dizemos é que, até outubro, será feito um levantamento detalhado de quais são as situações referidas no relatório que existem em cada autarquia local e que os mecanismos que vierem a ser definidos para a administração central estarão também acessíveis para a administração local”, adiantou Eduardo Cabrita.

A precariedade nas autarquias foi suscitada pelo deputado João Vasconcelos, do Bloco de Esquerda (BE), que questionou se o ministro concordava, tal como defendeu recentemente o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), “que as autarquias locais também deviam contribuir para combater a precariedade” e integrar nos quadros alguns “milhares de trabalhadores” precários.

Na audição parlamentar, Eduardo Cabrita referiu que o Governo pretende avançar com a descentralização de competências para as autarquias, depois de, no Orçamento do Estado para 2017, ter reforçado as verbas para o setor local. “Os dados disponíveis em contabilidade pública apontam para um saldo orçamental positivo de 662 milhões de euros, em 2016. Isto é, se Portugal vai ter o melhor resultado de execução orçamental em democracia, cerca de quatro décimas desse resultado devem-se ao bom resultado do subsetor local“, revelou o ministro.

De acordo com o governante, os municípios, no ano passado, “reduziram em cerca de 800 milhões de euros a sua dívida global” e “o número de municípios que excedem os limites legais de endividamento baixou de 70 para 32”. Para Eduardo Cabrita, o projeto de lei-quadro da descentralização de competências para as autarquias “deve ser objeto de largo consenso”.

A deputada Berta Cabral salientou que o PSD também já apresentou “um conjunto de projetos de lei para a descentralização de competências” para as autarquias e congratulou a iniciativa do Governo se for para “levar a sério” e não apenas “porque é ano de eleições”. A deputada social-democrata criticou, no entanto, a proposta de alteração da orgânica das cinco comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR), porque “o Governo coloca os autarcas na tutela dos ministros”. “Estamos aqui a falar de estruturas de Estado em que o que se prevê é um modo diferente de designação dos responsáveis“, explicou Eduardo Cabrita, escusando-se a revelar mais detalhes sobre o diploma das CCDR.

A deputada Susana Amador, do PS, destacou que a descentralização de competências “é um desígnio nacional” e que “requer consensos e requer abertura” de outras forças partidárias para melhorar a proposta governamental. Para Álvaro Castelo Branco, do CDS-PP, o Governo com o que se conhece da proposta de descentralização pretende “um cheque em branco e pré-datado”, criticando que as alterações nas CCDR configuram “uma regionalização encapotada”.

Não há aqui nenhum eleitoralismo, seria aliás absurdo colocar a questão assim. Está expressamente previsto no programa do Governo tudo aquilo que hoje temos vindo a falar”, contrapôs o ministro Adjunto. Durante o processo legislativo, que mereceu parecer favorável da ANMP, o Governo apresentará propostas para a revisão da Lei das Finanças Locais e um conjunto de outros diplomas para que o processo tenha “efeitos no próximo ciclo autárquico, entre 2018 e 2021”.

A deputada Paula Santos salientou que o PCP é favorável às “regiões administrativas”, pela necessidade “de um poder intermédio” que valorize a autonomia do poder local, e reafirmou que “a reposição das freguesias era fundamental para a proximidade” com as populações. O ministro revelou que o processo de descentralização vai ter a “monitorização externa” da OCDE e assegurou que as CCDR vão gerir apenas os programas de fundos comunitários regionais, que atualmente já são da sua responsabilidade.

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Fundação Repsol apoia startups com 11 milhões de euros

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2017

A Fundação Repsol associou-se ao INESC TEC e vai apoiar 'startups' na área da energia e da mobilidade. O valor disponibilizado pela Fundação Repsol é o maior de sempre disponbilizado pela instituição.

A Fundação Repsol vai disponibilizar 11 milhões de euros para apoiar ‘startups’ na área da energia e da mobilidade, projeto que conta com o apoio do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC).

Este valor corresponde ao “maior volume financeiro de sempre” disponibilizado pela Fundação Repsol e vai apoiar cinco a dez empresas, tendo em vista a sua internacionalização, disse hoje à Lusa o engenheiro do INESC TEC Augustin Olivier.

Segundo um comunicado sobre a parceria entre as duas entidades, as propostas selecionadas vão receber um apoio económico a fundo perdido de até 144 mil euros por ano, período que pode alargar-se a dois anos, para além de formação especializada, aconselhamento de uma equipa de mentores e acesso a possíveis investidores.

Este fundo apoia empresas na área da indústria energética e química, da geração, da distribuição e armazenamento de eletricidade e da mobilidade, que estejam em fase de projeto já demonstrado num contexto controlado ou num ambiente real e que ainda não tenham chegado à fase do planeamento comercial.

Para além disso, auxilia ideias em fase de desenvolvimento, que estão num nível tecnológico ou de modelo de negócio mais precoce, com um valor mensal de dois mil euros, durante um ano.

Apesar de esta ser a 6.ª fase de candidaturas ao Fundo de Empreendedores da fundação espanhola, é a primeira vez que abre em Portugal.

As candidaturas para o concurso podem ser feitas até 31 de março, sendo os resultados publicados em julho.

O protocolo entre a Fundação Repsol e o INESC TEC vai ser assinado na próxima segunda-feira, das 14:00 às 16:00, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

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CGD: IGF sem acesso aos relatórios de auditoria há mais de um ano

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2017

"Em 2016 não tivemos acesso a essa fonte de informação”, disse o inspetor-geral das Finanças, Vítor Braz, na comissão de inquérito à CGD. A CGD “negou acesso à IGF”.

O último relatório de avaliação de auditoria que a Inspeção-Geral das Finanças (IGF) recebeu da Caixa Geral de Depósitos (CGD) é relativo ao terceiro trimestre de 2015, revelou hoje no parlamento o inspetor-geral das Finanças, Vítor Braz.

“A IGF pronunciou-se sobre o último relatório de avaliação de auditoria que recebeu, referente ao terceiro trimestre de 2015. Em 2016 não tivemos acesso a essa fonte de informação”, disse o responsável durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito à CGD.

E reforçou: “Em 2016 não tivemos acessos aos relatórios de avaliação da auditoria. Não nos foram enviados”.

Segundo Vítor Braz, a CGD “negou acesso à IGF”, escusando-se a fornecer o relatório “invocando a confidencialidade” da informação.

“A última tentativa de acesso a informação financeira da CGD aconteceu em agosto de 2016”, indicou o líder do IGF, acrescentando que também o Banco de Portugal invocou o dever de sigilo para “recusar o acesso”.

De resto, o inspetor-geral das Finanças, nomeado para o cargo no início de 2015 pela ministra das Finanças do anterior governo PSD/CDS-PP, Maria Luís Albuquerque, afirmou aos deputados que não tem mantido contactos com o executivo socialista a propósito do banco público. “Não falei sobre a CGD com o atual Governo”, referiu.

Na sua intervenção inicial, Vítor Braz explicou que um novo regime em vigor desde o início de janeiro de 2014 “alargou o domínio” de intervenção relativamente ao Setor Empresarial do Estado (SEE), incluindo sobre o banco público, com o objetivo de “reforçar os deveres de controlo acionista” sobre as suas contas.

Questionado sobre o elevado volume de imparidades que esteve na origem da necessidade de recapitalização (acima dos cinco mil milhões de euros) do banco estatal, Vítor Braz disse que, como a IGF não teve acesso à informação necessária para fazer uma avaliação, não está em condições de se pronunciar sobre as mesmas.

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Esquerda trava divulgação dos emails de Domingues

  • Rita Atalaia
  • 14 Fevereiro 2017

PS, PCP e Bloco de Esquerda votaram contra a admissão dos documentos enviados pelo presidente demissionário da CGD. Em causa está o facto de estarem fora do âmbito da comissão de inquérito.

Era hoje que os partidos se iriam juntar numa reunião de mesa e coordenadores na comissão parlamentar de inquérito da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Em causa estava a admissão, ou não, dos documentos enviados por António Domingues, incluindo a correspondência trocada com o Ministério das Finanças.

A decisão já foi tomada: a esquerda votou contra a divulgação destes emails. PS, PCP, e Bloco de Esquerda (BE) decidiram que esta documentação está fora do âmbito da comissão de inquérito. Foram também chumbados os requerimentos do CDS e do PSD sobre as mensagens de telemóvel trocadas entre o presidente demissionário do banco do Estado e Mário Centeno.

O ECO confirmou que os três partidos da esquerda uniram-se esta tarde. Desta vez para votarem contra a não admissão dos documentos enviados por António Domingues na comissão de inquérito à gestão do banco público, como já tinha avançado o jornal Público. Uma fonte avança ao ECO que o PS, PCP e BE consideram que os emails de António Domingues estão fora do âmbito da comissão.

Os restantes requerimentos da direita também foram chumbados. Entre estes, o do CDS que perguntava pela existência das mensagens escritas de telemóvel trocadas entre Domingues e Mário Centeno. E ainda o do PSD, que pedia ao ex-presidente da CGD as transcrições destas SMS. E pelo mesmo motivo: estão fora do âmbito da comissão.

Segundo a Lusa, o PS acusa o PSD e o CDS de atuarem de forma “doentia” contra Mário Centeno. Já os centristas falam de uma “ficção de comissão de inquérito”. João Almeida, deputado do CDS, diz que “aquilo que se passou hoje é de uma gravidade extrema”. Ao ECO, o coordenador do CDS refere que o partido terá uma “reação ponderada”, analisando todas as alternativas.

Na semana passada, o ECO divulgou os documentos que António Domingues enviou para a comissão. Desde então a polémica reacendeu. Restam dúvidas à esquerda, ainda que os discursos sejam moderados, mas especialmente à direita. E ao Presidente da República também.

(Notícia atualizada às 19h24 com declarações do PS e do CDS-PP)

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Cibercriminalidade no top do Ministério Público

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2017

O Ministério Público da comarca de Lisboa revela que no ano passado foram registados 3.493 inquéritos de cibercriminalidade. Houve um total de 167 acusações.

A cibercriminalidade e a violência doméstica foram os fenómenos criminais mais investigados em 2016 pelo Ministério Público (MP) da comarca de Lisboa, segundo o relatório anual hoje divulgado.

O relatório da comarca de Lisboa do ano 2016, publicado na página da internet do MP, adianta que foram registados 3.493 inquéritos de cibercriminalidade, dos quais 167 resultaram em acusação e 3.225 em arquivamento.

O MP da comarca de Lisboa investigou também 3.230 inquéritos relacionados com a violência conjugal ou equiparada, sendo 2.767 contra homens e 463 contra mulheres. Dos 3.230 inquéritos instaurados, 2.025 foram arquivados e 439 resultaram em acusação.

O terceiro crime mais investigado pela comarca de Lisboa em 2016 foram os fiscais, tendo sido instaurados 1.347 inquéritos, dos quais 712 foram arquivados e 323 resultaram em acusação.

A criminalidade económico-financeira deu origem a 872 inquéritos em 2016, seguido dos crimes sexuais contra menores (pedofilia), que totalizaram 777, e da criminalidade organizada ou grupal, que somaram 676.

Segundo o relatório, foram igualmente investigados, no ano passado, 498 crimes relativos a agentes da autoridade, dos quais 119 foram praticados por agentes da autoridade e 379 contra agentes da autoridade.

A comarca de Lisboa instaurou 179 inquéritos relacionados com a violência contra menores, sendo 161 praticados no seio da família e 18 fora da família.

O mesmo documento dá também conta dos 107 crimes de violência em comunidade escolar registado por esta comarca, sendo a maioria (80) contra professores.

O documento, assinado pelo coordenador da comarca de Lisboa, José António Branco, indica também que foram investigados, no ano passado, 265 crimes contra pessoas vulneráveis, 16 contra profissionais de saúde, 175 de corrupção e afins, 139 de incêndios florestais, 54 por negligência na prestação de cuidados de saúde e 10 por tráfico de pessoas.

O MP está representado na comarca de Lisboa em Almada, Barreiro, DIAP de Lisboa, Local Lisboa, Moita, Montijo e Seixal.

A comarca de Lisboa iniciou 89.914 inquéritos criminais em 2016, menos 1,72 por cento do que em 2015.

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Novo Banco termina com ajudas do Estado à banca

Novo Banco volta a antecipar reembolso de dívida garantida pelo Estado. É já na sexta-feira que faz o último pagamento da dívida que o BES contraiu com garantia pública.

Fim à vista para as ajudas do Estado à banca portuguesa. Depois de o BCP ter reembolsado na semana passada os últimos CoCos, agora é o Novo Banco que se prepara para cortar a ligação entre banco privado e dinheiro público.

Em causa está o reembolso da última de três linhas de obrigações seniores lançadas ainda pelo BES, fevereiro em 2012, no valor de 1.500 milhões de euros e que contava com a garantia da República. O Novo Banco vai efetuar o último pagamento já na próxima sexta-feira, segundo o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Face à folga de liquidez do banco liderado por António Ramalho, a instituição, que se encontra em fase final de venda, resolveu ir antecipando de forma regular os reembolsos desta dívida que apenas atingia maturidade em 2017. Com isto, poupa nos custos associados à garantia do Estado.

No total, o BES emitiu 3.500 milhões de euros em títulos de dívida através de três emissões abrigadas pela garantia do Estado.

O reembolso da dívida com garantia estatal por parte do Novo Banco marca assim o fim da intervenção do Estado na banca portuguesa. Depois do aumento de capital, o BCP pagou os últimos 700 milhões dos 3.000 milhões da ajuda pública que havia contratado através dos instrumentos híbridos chamados CoCos. Foi o mesmo tipo de obrigações que a Caixa Geral de Depósitos converteu em capital no início do ano, num total de 900 milhões, no arranque do processo de recapitalização do banco público.

Já o BPI recebeu 1.500 milhões de euros de ajuda pública, tendo concluído o reembolso ao Estado em junho de 2014.

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PS: Bancos é que vão pagar o imposto de selo

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2017

O PS prometeu hoje à associação AHRESP que vai trabalhar para clarificar a lei, de modo a que os encargos com Imposto de Selo nas transações com cartões sejam “suportados" pelos bancos.

O PS prometeu hoje à associação AHRESP que vai trabalhar para clarificar a lei, de modo a que os encargos com Imposto de Selo nas transações com cartões sejam “suportados pelas instituições financeiras e não pelos comerciantes”.

A garantia foi dada pelo vice-presidente da bancada socialista Carlos Pereira após uma reunião, no parlamento, com uma comitiva da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) liderada pelo seu diretor-geral, José Manuel Esteves, segundo um comunicado do partido hoje divulgado.

Em causa está um projeto de lei dos socialistas que pretende imputar às instituições financeiras os encargos do Imposto de Selo nas transações com cartões bancários. Carlos Pereira, citado no comunicado da sua bancada, assegurou que o diploma entregue pelo PS na Assembleia da República “visa não deixar nenhuma dúvida na lei”.

“Este problema surgiu no Orçamento de Estado de 2016, porque o espírito da lei não era o que lhe foi dado”, argumentou o deputado socialista, recordando que “o setor financeiro encontrou uma forma de transferir o custo para as empresas do comércio e restauração, violando o espírito da lei” e por isso “há necessidade de a clarificar”. Carlos Pereira afirmou ainda que esta é a proposta “mais certa e mais justa”, manifestando a expectativa de que possa receber o apoio de todas as bancadas parlamentares.

O vice-presidente do grupo parlamentar socialista manifestou ainda a sua discordância relativamente a uma proposta do CDS sobre a mesma matéria. “Conhecemos já uma proposta do CDS que anula o Imposto de Selo e não estamos de acordo porque viola a lei travão. Não podemos prescindir desses 150 milhões de euros”, concluiu.

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Fed e Galp pressionam Lisboa, mas a bolsa não cedeu

A Reserva Federal pode subir os juros em março. Mas apesar da agitação do outro lado do Atlântico, as praças europeias encerraram no verde. Yields da dívida subiram em véspera de leilão.

A líder da Reserva Federal (Fed), Janet Yellen, não descartou um aumento das taxas de juro em março — antes pelo contrário. Mas nem isso foi suficiente para impedir as praças europeias de fecharem em terreno positivo. Incluindo a bolsa de Lisboa, que avançou quase 0,2%, depois de se saber que o PIB cresceu 1,4% em 2016. Em contrapartida, as obrigações do Tesouro caíram, mantendo a taxa a dez anos acima dos 4%.

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Socialistas criticam Marcelo no Facebook

  • João Santana Lopes
  • 14 Fevereiro 2017

Em dia de São Valentim, as hostes socialistas estão tudo menos "amorosas". Que o digam Porfírio Silva e Ascenso Simões, que utilizaram o Facebook para criticar Marcelo por causa da CGD.

A polémica em torno da Caixa Geral de Depósitos chegou às redes sociais. Depois de o PSD ter criticado Marcelo Rebelo de Sousa, agora foi a vez de alguns socialistas mostrarem-se desconfortáveis com a posição do Presidente da República.

Na comunicação de Marcelo Rebelo de Sousa, no ponto 5, lê-se que, “ouvido o Senhor Primeiro-ministro, que lhe comunicou manter a sua confiança no Senhor Professor Doutor Mário Centeno, [o Presidente da República] aceitou tal posição, atendendo ao estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira”. Um parágrafo que não agradou a todos.

Porfírio Silva, secretário nacional e deputado do PS, e Ascenso Simões, deputado do PS, expressaram-se ontem e hoje acerca da comunicação do inquilino do Palácio de Belém.

Da adjetivação de Ascenso Simões (com destaque para a reprodução na íntegra do comunicado de Marcelo), passámos para o cravo e para a ferradura de Porfírio Silva:

No fundo, a polémica está para durar, uma vez que nem todos parecem estar convencidos com as explicações do ministro das Finanças.

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Até que a infidelidade financeira nos separe

Esconder dívidas de 100 mil euros do parceiro pode ser um caso limite, mas a infidelidade financeira existe. E pode estar mais perto de si do que pensa. Será que já foi vítima?

“Tenho três créditos que perfazem à volta de sete mil euros. É possível pedir ao banco por onde recebo o meu ordenado, um empréstimo para pagar esta dívida e assim só ficar a pagar uma? Se o banco permitir, é possível ser só eu a ter conhecimento, pois sou casada e o meu marido não sabe desta dívida, pois temos contas separadas? Se o banco emprestar poderei dar a morada de um familiar, por exemplo do meu irmão? Nunca pensei chegar a este ponto, mas por favor ajudem-me”. O email que chegou ao Gabinete de Apoio ao Sobreendividado (GAS) da Deco, em meados do ano passado, é um dos relatos do desespero de pessoas sobreendividadas que se socorrem da ajuda da associação de consumidores para a renegociação de dívidas. Mas retrata também outra realidade: a infidelidade financeira.

A infidelidade financeira é um conceito que se generalizou para descrever as situações em que um dos elementos do casal esconde dívidas ou rendimentos do outro. A falha de comunicação agrava-se quando esse desequilíbrio na gestão da vida financeira familiar conduz a um acumular de dívidas que podem evoluir para problemas de sobreendividamento e culminar mesmo na rutura do casamento. A infidelidade financeira pode surgir no seguimento da compra de um simples par de sapatos ou de um gadget a crédito sem o conhecimento ou consentimento do parceiro. Mas pode assumir proporções mais elevadas com a acumulação de dívidas no cartão de crédito ou em créditos pessoais, por exemplo.

"Já tivemos um caso extremo em que tive de ser inclusivamente eu a comunicar pessoalmente à outra parte as dívidas que existiam. E tratavam-se de dívidas de um valor significativo: perto de 100 mil euros.”

Natália Nunes

Deco

Natália Nunes, coordenadora do GAS, recorda uma das situações mais graves de infidelidade financeira que chegou ao seu gabinete. “Já tivemos um caso extremo em que tive de ser inclusivamente eu a comunicar pessoalmente à outra parte as dívidas que existiam. E tratavam-se de dívidas de um valor significativo: perto de 100 mil euros”, descreve a jurista da Deco. No caso em questão, a quantia resultou do avolumar de dívidas no cartão de crédito por parte do marido sem o conhecimento da mulher. A situação agravava-se ainda pelo facto de existir uma casa adquirida só pela mulher que, devido ao casamento ser no regime de comunhão de bens, havia o risco desta ser penhorada em resultado da inviabilidade de uma renegociação dos créditos. “Foi nesse momento de grande angústia, em que o senhor se apercebeu do risco em que se encontrava e que tinha de o comunicar à mulher, em que tive de ser eu a fazê-lo, o que não é fácil”, explica Natália Nunes.

Os relatos descritos acima são algumas das situações de infidelidade financeira que chegaram à Deco, mas não são as únicas. Num outro email recebido pelo GAS, uma consumidora desempregada assumia a dificuldade em fazer face aos compromissos com um cartão de crédito que tinha contraído sem o conhecimento do marido. Já num atendimento presencial realizado no início do ano passado, uma funcionária pública pedia ajuda para renegociar uma dívida que incluía um cartão Barclaycard com 8.000 euros, outro cartão também Barclaycard com 20.000 euros, um crédito pessoal Cofidis de 6.000 euros, um cartão Cetelem com 750 euros, e outro da CGD com uma dívida de 5.000 euros. Esta desconhecia a utilização excessiva do cartão Barclaycard de 20.000 euros por parte do marido, cuja prestação associada era de 1.500 euros mensais.

É perante uma situação limite — um incumprimento e a necessidade de renegociar — que as pessoas vêm colocar a questão se é possível renegociar sem que o marido ou a mulher tenha conhecimento.

Natália Nunes

Deco

É perante uma situação limite — um incumprimento e a necessidade de renegociar — que as pessoas vêm colocar a questão se é possível renegociar sem que o marido ou a mulher tenha conhecimento, porque o banco pode exigir a assinatura do outro elemento do casal. São sempre situações extremas que levam as pessoas a falar nessa questão e no desconhecimento da outra parte”, explica Natália Nunes

Os números de uma traição

Não existem estatísticas que permitam medir a apetência à traição financeira por parte dos casais portugueses. Mas nos Estados Unidos e no Brasil têm sido feitos algumas análises sobre este tema. De acordo com um estudo levado a cabo no início do ano passado pela consultora Harris Poll a pedido do National Endowment for Financial Education — fundação que se dedica a temas relacionados com a educação financeira –, dois em cada cinco americanos admitiram já ter sido financeiramente infiéis com os seus parceiros. Entre os inquiridos, mais de um terço (39%) reconheceu ter escondido uma compra, conta bancária, uma dívida ou dinheiro do seu companheiro.

Num outro inquérito levado a cabo pela norte-americana Ameriprise Financial junto de 1.500 casais, citado pela Bloomberg, 59% afirmaram que a razão que os tinha levado a esconder gastos do outro elemento do casal se devia ao facto de o valor do respetivo valor não ser suficientemente grande, mas em torno de 17% reconheceram que não o fazia por não ser fácil falar do assunto. As respostas dos inquiridos apontaram ainda para que 400 dólares (cerca de 376 euros) se tratava, em média, do valor máximo de uma despesa “oculta” que permitia manter a saúde da relação.

Principais motivos para esconder uma traição financeira

Fonte: Ameriprise

Também a consultora brasileira Cerbasi & Associados se debruçou sobre o tema da infidelidade financeira, tendo para tal feito uma sondagem junto de 800 internautas. Os dados recolhidos indicaram que 41% das pessoas gastavam dinheiro sem conhecimento do companheiro e 67% consideravam normal comprar coisas de valor elevado sem o comunicar ao parceiro.

Continuamos a detetar essas situações [infidelidade financeira], mas com um grau menor face ao que acontecia há vários anos, ainda antes da crise financeira.

Natália Nunes

Deco

Apesar de não existirem estudos que permitem avaliar a realidade portuguesa, a infidelidade financeira não parece assumir uma dimensão muito grande. Estará mesmo a perder relevância. “Continuamos a detetar essas situações [infidelidade financeira], mas com um grau menor face ao que acontecia há vários anos, ainda antes da crise financeira”, diz a jurista da Deco que fala na existência de uma maior transparência dentro do seio do casal, mas também no papel do próprio sistema financeiro. “A noção que tenho é que existe uma maior transparência, se calhar fruto da própria banca e das instituições de crédito, bem como da informação prestada pelo Banco de Portugal através do mapa de responsabilidades”, diz a coordenadora do GAS.

O mapa de responsabilidades de crédito do Banco de Portugal permite aos consumidores consultarem as dívidas de que são titulares ou co-titulares. Ou seja, caso alguém suspeite que o companheiro assume dívidas sem o seu consentimento, este pode ficar a saber pelo menos aquelas em que é co-titular. “Como a informação está no Banco de Portugal, as pessoas depois acabam por tomar conhecimento dessa situação. Acredito que seja por isso que haja menos situações”, defende a coordenadora do GAS.

Mais do que a contratação de créditos pessoais e de cartões de crédito sem o conhecimento do cônjuge, a infidelidade financeira passará precisamente pela adesão a um crédito em nome dos dois elementos do casal, mas em que a informação não é totalmente partilhada com o outro. “Ou seja, num crédito em que é preciso a assinatura da outra pessoa, acontece um dos elementos não ser claro relativamente à contratação, e muitas vezes as pessoas não ficam cientes de que estão a assinar um contrato para crédito”, explica Natália Nunes.

"Acredito pela minha experiência que estes casos, não sendo pontuais porque existem, não são a maioria. E os montantes em causa não são muito significativos.”

Rui Alves Pereira

Rui Alves Pereira, advogado especializado em direito de família, também tem a noção de que as situações de infidelidade financeira não são muito habituais no nosso país. “Acredito pela minha experiência que estes casos, não sendo pontuais porque existem, não são a maioria. E os montantes em causa não são muito significativos”, refere o advogado. Uma das situações de infidelidade financeira que se recorda ter-lhe chegado às mãos foi o de uma funcionária pública que viu um terço do seu salário penhorado por uma dívida feita pelo marido mas que esta desconhecia. Como o marido não tinha entidade patronal, o salário desta é que acabou por ser alvo da penhora.

Da sua experiência, o advogado diz que, apesar de poder haver “surpresas”, as dívidas desconhecidas tendem a ser de montantes relativamente pouco significativos — no máximo de cinco mil ou 10 mil euros — salientando como travão o papel desempenhado pelas instituições financeiras. “Quem recorre a qualquer instituição bancária para pedir quantias muito elevadas, mesmo dizendo que se é casado em comunhão de adquiridos e que de acordo com a lei não é necessário o consentimento do cônjuge, o banco diz que também quer que o outro elemento do casal assine os documentos e o contrato de mútuo”, explica.

Quando não há um final feliz

Apesar de nem todas as infidelidades financeiras serem suficientes para abalar uma relação, nem sempre tal acontece. No estudo da fundação norte-americana National Endowment for Financial Education, 75% dos inquiridos que já se tinham visto confrontados com uma infidelidade financeira admitiam que esta tinha feito danos na relação.

Estas situações [infidelidade financeira] também pesam, mas diria que estarão em terceiro ou quarto lugar nos motivos de divórcio.

Rui Alves Pereira

Em Portugal, de acordo com a experiência de Rui Alves Pereira, os problemas financeiros não estão no topo das razões que levam à decisão de divórcio. “Estas situações [infidelidade financeira] também pesam, mas diria que estarão em terceiro ou quarto lugar nos motivos de divórcio. A primeira razão é quando surgem terceiras relações, a segunda deve-se ao afastamento do casal quando nascem os filhos, a terceira resulta do afastamento por questões profissionais, e depois surgem então as questões financeiras”, enumera o advogado.

Como evitar uma infidelidade?

O molde escolhido para o contrato de casamento, quando esse acontece, é um dos principais segredos para evitar dores de cabeça quando alguém se vê confrontado com uma traição financeira. Rui Alves Pereira salienta que a opção pelo regime de casamento com separação de bens é aquela que melhor protege deste tipo de situações. “Uma das coisas que as pessoas não têm noção é que nos regimes de comunhão geral ou de comunhão de adquiridos não é necessário o consentimento do outro para contrair dívidas, mas que se é solidariamente responsável por elas. Não acontece isso na separação de bens, porque aquele que contrair sozinho a dívida nesse regime, a dívida é só dele”, explica o advogado.

Uma opção não muito enraizada nos hábitos dos portugueses quando sobem ao altar, apesar de já serem percetíveis melhorias. “Enquanto associarmos o casamento à emoção é muito difícil de interiorizar a noção de separação de bens. Trata-se de uma questão geracional. Mas tenho acompanhado processos de gerações muito mais novas, em que praticamente todos já optam pelo regime de separação de bens”, explica Rui Alves Pereira.

A falta de diálogo e da partilha das decisões financeiramente relevantes para a família é um dos fatores a pesar em muitas das situações de traição financeira. “Fazer o orçamento familiar em comum, verdadeiramente em família, é o melhor instrumento para evitar todos os dissabores e essa forma de infidelidade”, diz Natália Nunes. “Ao fazê-lo em conjunto, todas as responsabilidades que são assumidas estão espelhadas no orçamento. Assim não se pode evocar a questão do desconhecimento e com certeza se evitarão inúmeras discussões e às vezes até separações”, complementa a jurista. Esta ferramenta poderá ainda ser complementada por pedidos de informação aos bancos e ao Banco de Portugal, onde está o registo dos crédito.

Cinco sinais da traição

Quem tende a ser financeiramente infiel deixa sempre atrás de si um conjunto de rastos que podem ser seguidos de forma a evitar contratempos futuros na saúde financeira da família. Fique a conhecer cinco pistas dessa traição:

Evitar falar de finanças: Apesar de ser desconfortável falar em questões financeiras, a recusa em abordar esse tema pode ser um sintoma de uma eventual traição financeira por parte de um dos elementos do casal. Se desconfiar que seja esse o caso não tenha problemas em confrontar o seu parceiro, já que o tema do dinheiro não deve ser um tabu dentro do seio familiar. Fechar os olhos a uma traição financeira não faz com que ela desapareça, pode estar mesmo a alimentá-la.

Insistir em lidar sozinho com as finanças do casal: Quando a responsabilidade de gerir as finanças do casal está nas mãos apenas de um dos parceiro é fácil ter a ilusão de que tudo corre bem. Se o seu parceiro insistir em fazer essa gestão sozinho pode ser um sinal de que está a esconder algo. Para evitar que isso aconteça evite ser um espectador passivo. Insista para que todos os temas financeiros sejam discutidos a dois, sobretudo no que respeita a decisões importantes como o pedido de um empréstimo, por exemplo.

Esconder compras: Se o seu parceiro tem por hábito ocultar compras que faz, não é um bom sinal. Numa relação que tenha por base a confiança e a comunicação, não partilhar com o parceiro os gastos supérfluos não irá trazer bons resultados.

Pedir para assinar papéis sem explicar: Numa simples assinatura de um papel sem ver o que lá está escrito pode ser o primeiro passo para uma grande dor de cabeça financeira. Pode estar por exemplo a assinar um documento para a aprovação de um empréstimo sem que tal lhe esteja a ser comunicado. Se o seu parceiro insistir ou desvalorizar aquilo que está a assinar desconfie.

O dinheiro desaparece: Guardar algum dinheiro em casa para fazer face a um gasto pontual é um hábito de muitos casais. Se esse dinheiro começar a desaparecer “fique com a pulga atrás da orelha”, poderá ser sinal de uma infidelidade financeira. Deve confrontar o seu parceiro com o desaparecimento dessa quantia.

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