Ataques informáticos custaram 450 mil milhões de dólares em 2016

São sorrateiros, mas custam milhares de milhões. Em 2016, os ataques informáticos pesaram 450 mil milhões de dólares na economia global, estima um relatório da seguradora Hiscox Insurance.

Mais de metade das empresas sondadas não está devidamente preparada para lidar com um ataque informático.JuralMin/Pixabay

A criminalidade informática resultou em perdas globais no valor de 450 mil milhões de dólares em 2016. A estimativa faz parte de um estudo realizado pela seguradora Hiscox Insurance, no qual participaram 3.000 empresas dos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha.

Segundo a CNBC, o estudo conclui ainda que 53% das empresas sondadas não estão bem preparadas para lidar com as consequências de um ataque informático. Só 30% conseguiu avaliação máxima neste parâmetro.

O presidente executivo da Hicox Insurance, Steve Langan, falou à estação televisiva e estimou que tenham sido roubados mais de dois mil milhões de dados pessoais no ano passado, tal como os registos médicos de 100 milhões de americanos. “Isto é uma epidemia de cibercrime”, apontou.

As conclusões do relatório apontam que as empresas norte-americanas são as mais bem preparadas em caso de ataque informático e, simultaneamente, as mais atacadas, com 72% a assumirem ter sido alvo de um ataque nos últimos 12 meses. Isto por um lado. Porque, por outro, das empresas dos três países analisados, as alemãs são as que mais se destacam pela negativa ao nível da preparação.

Numa altura em que os negócios aceleram a transição para o digital, e em que muitas empresas assentam na tecnologia o core da sua atividade, os planos de contingência em caso de ataque informático e brecha de segurança têm merecido cada vez mais atenção por parte dos empresários.

No entanto, a segurança informática ainda não é uma prioridade para a esmagadora maioria das firmas. Em Portugal, à semelhança de países outros da Europa, isso acontece muitas vezes por desconhecimento ou por falta de orçamento.

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Thimothy Twerdahl, da TV da Amazon para a TV da Apple

O antigo líder do serviço Fire TV da Amazon, Thimothy D. Twerdahl, foi contratado pela Apple para o departamento da Apple TV. Criadora do iPhone quer revitalizar o serviço e negociar mais conteúdos.

A Apple quer dar nova vida ao serviço Apple TV. E foi ao mercado buscar talento da concorrência.Wikimedia Commons

Thimothy D. Twerdahl, antigo responsável pelo serviço de televisão da Amazon, acaba de ser contratado para o cargo de vice-presidente da unidade Apple TV pela empresa fabricante do iPhone. O anterior líder da Fire TV da Amazon ficará responsável pelo marketing do produto e Pete Distad, que ocupava esta posição, passa agora para o departamento de conteúdos.

Segundo a Bloomberg, Tim Cook estará novamente interessado em revitalizar e acrescentar conteúdos ao serviço, algo que não tem acontecido por insucessos nas negociações. Twerdahl, com um passagem pela Netflix no currículo e quatro anos de experiência num alto cargo da Amazon, é assim uma escolha que parece justificar-se a si própria. Na Apple, reportará a Greg Joswiak, vice-presidente de marketing do iPhone, avança a agência.

A Apple TV é um serviço tecnológico da marca da maçã que permite ver televisão e aceder a uma larga panóplia de conteúdos multimédia. Tem várias características que se cruzam com as da Fire TV da Amazon, entre elas, os comandos de voz para executar funcionalidades. Nos relatórios de contas da empresa, a receita gerada nem sequer é descriminada. É agregada na famosa categoria “Outros Produtos”, que perfizeram apenas 5% do total das vendas da Apple no ano fiscal de 2016.

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Taxa de desemprego caiu para 11,1% em 2016

  • Margarida Peixoto
  • 8 Fevereiro 2017

No último trimestre do ano passado, a taxa de desemprego ficou em 10,5%, inalterada face aos três meses anteriores. Mas no conjunto do ano recuou para 11,1%, o valor mais baixo desde 2010.

A taxa de desemprego recuou para 11,1% em 2016, revelou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Este é o valor mais baixo desde 2010, quando tinha ficado nos 10,8%.

Nos últimos três meses do ano passado, a taxa ficou em 10,5%, inalterada face ao terceiro trimestre. Este valor foi obtido com uma diminuição do número de pessoas empregadas quando comparado com o período de julho a setembro. Contudo, se o termo de comparação for o período homólogo (isto é, o quarto trimestre de 2015) verifica-se um aumento do emprego.

Taxa de desemprego de 1998 a 2016

Fonte: INE (Valores em percentagem da população ativa)

Ao que o ECO apurou, o Governo estava a antever uma taxa em torno de 10,4% para o quarto trimestre de 2016, e um número para o conjunto do ano em torno de 11% ou 11,1%. Com este resultado em 2016, o Executivo espera que o arranque deste ano seja já muito próximo do limiar dos 10%, baixando a taxa para menos de dois dígitos ao longo de 2017.

O valor divulgado hoje pelo INE supera ligeiramente a meta que tinha sido definida pelo Executivo em outubro do ano passado, no âmbito do Orçamento do Estado para 2017, bem como a projeção definida em fevereiro, na entrega do Orçamento do Estado para 2016. Em fevereiro a meta era de 11,3%, em outubro foi revista em baixa para 11,2%.

2016: menos desempregados, mais empregados

Em média, no ano passado, estavam 573 mil pessoas desempregadas. Eram menos 73,5 mil do que o registado em 2015, diz o INE. A diminuição do número de desempregados foi conseguida tanto no universo das mulheres como dos homens e verificou-se “em todos os grupos etários em análise”, explica o organismo oficial de estatísticas. Ainda assim, a maior redução verificou-se entre as pessoas com 35 a 44 anos — aqui houve uma diminuição anual de 26,3 mil desempregados.

No que toca a níveis de escolaridade, a redução do número de desempregados também é visível em todos os graus de formação. Contudo, foi no grupo de pessoas com escolaridade, no máximo, até a 3º ciclo do ensino básico que a diminuição do número de desempregados foi mais expressiva.

Mas todos os ex-desempregados encontraram emprego?

Não. Os números do INE mostram que o aumento do emprego foi menor do que a redução do número de desempregados. Enquanto o número de desempregados caiu 73,5 mil quando comparado com 2015, o número de empregados apenas aumentou 56,5 mil. Ou seja, os restantes saíram da população ativa, que é o mesmo que dizer que abandonaram o mercado de trabalho.

A análise da população empregada mostra que o aumento se verificou sobretudo entre as mulheres, entre o grupo de pessoas com idades entre os 45 e os 64 anos e no segmento de pessoas com formação superior. A maior parte dos empregos foi criada no setor dos serviços, com contratos a tempo completo.

Como foi o último trimestre do ano passado?

Nos últimos três meses de 2016, a taxa de desemprego ficou inalterada em 10,5%. Este valor resultou de uma redução da população ativa em termos trimestrais (a queda foi de 24,2 mil pessoas), bem como de uma diminuição do número de empregados. Ou seja: a taxa de desemprego só não subiu porque houve quem saísse do mercado de trabalho. Este resultado recomenda, por isso, cautela na extrapolação dos dados para este ano.

Os dados do INE mostram, inclusivamente, que entre os jovens a taxa de desemprego até subiu, dos 26,1% registados no terceiro trimestre de 2016, para 27,7% no último trimestre do ano.

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Juros agravam-se no primeiro leilão de dívida

Portugal já tinha pago mais pela dívida a dez anos na emissão sindicada. No primeiro leilão, as taxas voltaram a disparar. A taxa a sete anos chegou a 3,668%, quase o dobro face ao pago em junho.

Portugal voltou ao mercado. E voltou a pagar mais para obter um financiamento de 1.180 milhões de euros, aquém do máximo previsto. Depois de ver a taxa disparar na emissão a dez anos no arranque do ano, os juros escalaram no duplo leilão a cinco e sete anos, refletindo o sucessivo agravamento das yields no mercado secundário nos últimos tempos. A taxa no prazo a sete anos chegou aos 3,668%.

O IGCP colocou 630 milhões de euros no prazo mais curto, a cinco anos, em que a taxa ascendeu a 2,753%, de acordo com os dados citados pela Bloomberg — este juro compara com os 2,112% registados na operação idêntica realizada em novembro. O remanescente, ou seja, os restantes 550 milhões de euros foram emitidos a sete anos.

Este menor montante colocado no prazo mais longo reflete a opção da agência liderada por Cristina Casalinho de se proteger perante taxas elevadas. É que no caso dos títulos a sete anos, a taxa exigida pelos investidores subiu para 3,668%. Na última emissão comparável, Portugal tinha pago 2,817%. Em junho, a taxa foi de 1,843%. Ou seja, agora quase duplicou.

As taxas acabaram por ficar em linha com as taxas praticadas em mercado secundário, mas bastante acima das registadas nas últimas operações de financiamento semelhantes. Uma evolução que fez com que no total o IGCP tivesse ficado aquém do montante máximo que pretendia. Colocou 1.180 milhões quando a meta era a de emitir entre 1.000 e 1.250 milhões de euros. A procura superou a oferta em duas vezes no caso do prazo a sete anos.

As taxas “ficaram em linha com o que está a ser feito no mercado secundário. Evidentemente subiram face às últimas emissões comparáveis. Tivemos uma procura muito razoável para um montante emitido que também ficou dentro das expectativas. As operações correram bem”, comenta Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa.

Esta subida das taxas segue o agravamento dos juros no mercado que já em janeiro levaram o país a financiar-se a dez anos com um juro bem mais elevado. Na emissão sindicada a dez anos realizada no dia 11 de janeiro, Portugal pagou um juro de 4,3% — o mais elevado desde a saída da troika — para angariar três mil milhões de euros.

Desde então, a tensão nos mercados manteve-se. Tanto pelos receios dos investidores em torno do fim do programa de compras de dívida do Banco Central Europeu, como a indefinição política na Europa, mas também por problemas específicos de Portugal, os juros têm subido, tocando máximos de três anos. Os problemas na banca têm sido apontados pelos analistas como riscos para o país.

(Notícia atualizada às 10h54 com mais informação sobre o leilão de dívida)

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Mais de 70% das falências decretadas em Portugal são de particulares

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2017

Número de falências de particulares aumentou em 2016, mostram dados do Ministério da Justiça. Do total de 2.748 falências decretadas no terceiro trimestre de 2016, 74,2% correspondiam a particulares.

Mais de sete em cada dez falências decretadas em Portugal são de particulares ou famílias, revelam dados do Ministério da Justiça, que apontam para um aumento desta situação em 2016.

Para a coordenadora do Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado da Deco (GAS), Natália Nunes, estes números “são assustadores”, mas espelham a realidade dos últimos anos.

Dados da Direção-Geral da Política de Justiça revelam que das 2.748 falências decretadas no terceiro trimestre de 2016, 74,2% corresponderam a pessoas singulares, um aumento de 3,5 pontos percentuais face ao mesmo período de 2015.

Em 2014, das 14.625 de insolvências decretadas, a maioria (10.242) foram de particulares ou famílias, uma situação que se manteve em 2015, ano em que das 15.292 falências decretadas, 10.585 correspondiam a pessoas singulares, segundo dados do Ministério da Justiça avançados à Lusa.

Natália Nunes lembrou que nos primeiros anos do Código de Insolvência, que entrou em vigor em 2004 e se aplica a pessoas singulares e coletivas, “praticamente não havia insolvência de famílias”.

“Só com o agravar da crise é que as famílias começaram a utilizar este processo” e nos últimos anos passaram a representar “mais de 70% das insolvências declaradas em Portugal”, lamentou.

A coordenadora do GAS aponta algumas críticas ao Código de Insolvência, no que respeita às pessoas singulares e às famílias.

A legislação dá “a possibilidade de recomeçar a partir do zero, mas não tem a preocupação” de apoiar as famílias no período em que ficam obrigadas a destinar parte do seu rendimento ao pagamento das dívidas”, que poderá ser um prazo de cinco anos.

Esse apoio podia passar por “planos de formação financeira” no sentido de reeducar as famílias confrontadas com esta situação”, defendeu Natália Nunes.

Em 2016 também aumentou o número de famílias que pediram ajuda à associação de defesa do consumidor: 29.530, mais 474 face a 2015.

Traçando o perfil destas famílias, Natália Nunes disse que são essencialmente compostas por um casal com um filho menor a cargo.

“Estamos a falar de pais com idades entre os 35 e os 45 anos”, com o ensino secundário ou até superior, e com rendimentos mínimos mensais de cerca de 1.000 euros.

“Estão sobre-endividados. Têm um crédito à habitação, dois créditos pessoais e dois cartões de crédito”, descreveu.

O que a associação verificou em 2016 e voltou a constatar este ano é que, na maior parte das situações, “não existem condições” para a Deco intervir no sentido de contribuir para a sua recuperação financeira.

“Na maior parte das vezes”, estas famílias não têm rendimentos que lhes permita reestruturar a sua situação financeira e não se vislumbra, a “curto prazo”, uma alteração dessa situação, lamentou a responsável.

Uma ajuda que a Deco tem vindo a dar ao longo dos últimos anos é o de “tentar que as famílias façam o seu orçamento familiar para que tenham cada vez mais consciência do que dinheiro que têm e onde o estão a gastar”.

Segundo Natália Nunes, as famílias continuam a demorar muito tempo a pedir ajuda, uma situação que justifica com o facto de acreditarem que a situação se resolveria num curto prazo.

“Infelizmente continuam a existir muitas famílias em que um dos caminhos é a insolvência”, rematou.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, dois milhões de pessoas viviam, em 2016, em “privação material” em Portugal e cerca de 868 mil em “privação material severa”.

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China prepara travão às moedas virtuais

O Banco central chinês está reunido com representantes das plataformas de negociação de bitcoins. Em cima da mesa estará a lavagem de dinheiro associada a esta moeda virtual, confirmaram fontes.

A China poderá estar a preparar-se para colocar um travão ao negócio das moedas virtuais. De acordo com fontes próximas, o banco central chinês está reunido esta quarta-feira com representantes de várias plataformas de negociação de bitcoins domésticas, tendo como um dos principais tópicos de discussão em cima da mesa a lavagem de dinheiro associada a esta moeda virtual.

Por diversas ocasiões em que foi avançada a possibilidade da China vir a apertar as regras associadas às moedas virtuais como forma de travar a fuga de capitais, a cotação da bitcoin reagiu fortemente. O que acontece esta quarta-feira comprova isso mesmo, com a moeda virtual a desvalorizar em torno de 2%.

A reunião que acontece hoje entre representantes do Banco Popular da China e de plataformas de negociação chinesas acontece depois de em janeiro ter sido realizada uma inspeção regulatória a alguns operadores de transações de bitcoins, como a OkCoin, a Huobi e a BTCC. Inspeções que por sua vez acontecem depois de uma escalada de 120% da cotação desta moeda digital no ano passado, período em que os investidores apostaram em bitcoins como forma de se protegerem da depreciação do Yuan.

Existem muitas pessoas a apostar na queda da bitcoin agora, por um lado devido ao ambiente regulatório e por outro devido ao facto do preço estar muito alto“, disse à Bloomberg Tian Jia, trader de bitcoins em Pequim, para justificar a desvalorização registada pela moeda virtual na sessão de hoje.

De salientar que a China tem desempenhado um papel central no mercado de bitcoins nos últimos anos, com os seus cidadãos a tornarem-se grandes negociantes e criadores de bitcoins. O seu interesse pela moeda virtual foi alimentado pela busca de ativos alternativos, o facto de não se aplicarem comissões de negociação, bem como devido aos baixos custos da eletricidade associados à utilização dos computadores para gerar bitcoins. Contudo, qualquer escrutínio por parte das autoridades chinesas poderá abalar as compras deste ativo na China.

As três maiores plataformas de negociação de bitcoins chinesas entretanto começaram a cobrar comissões de 0,2% para suprimir a especulação e prevenir grandes flutuações do valor da moeda, afirmaram numa declaração em janeiro.

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Juros portugueses em queda à espera do leilão

No dia em que Portugal faz o primeiro leilão de dívida de títulos de longo prazo, as taxas estão a recuar. Quedas de cinco pontos base em linha com o alívio sentido nos restantes países da Zona Euro.

Os juros da dívida portuguesa estão em queda. Acompanham a tendência de alívio dos restantes países do euro, no dia em que será realizado o primeiro leilão de títulos de longo prazo deste ano. As taxas estão a cair cinco pontos base, corrigindo assim dos máximos alcançados nos últimos dias.

A queda das taxas das obrigações do Tesouro é transversal. Os juros a dois anos cedem dois pontos base, sendo que a cinco e sete anos registam-se quedas de 1,4 e 3,4 pontos, respetivamente. A descida mais acentuada verifica-se no prazo a dez anos, com a yield a encolher em 5,9 pontos para 4,181%, depois dos máximos de três anos registados no final da semana passada.

Esta tendência regista-se um poupo por toda a Zona Euro, sendo mais relevante para Portugal uma vez que o IGCP vai fazer um leilão duplo de títulos de dívida de longo prazo. A agência que gere a dívida pública conta obter até 1.250 milhões de euros em títulos a cinco e sete anos, numa operação e que deverá pagar bem mais do que nas emissões comparáveis realizadas recentemente.

Portugal deverá pagar juros em torno de 2,8% e 3,7% a cinco e sete anos, respetivamente, em linha com as taxas praticadas em mercado secundário mas bastante acima das registadas nas últimas operações de financiamento semelhantes. A 23 de novembro de 2016, o IGCP financiou-se em 700 milhões de euros em obrigações a cinco anos, tendo pago um juro de 2,1%. No mesmo dia colocou 500 milhões de euros a sete anos com um juro de 2,817%.

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Revista de imprensa internacional

Uma entrada em bolsa multimilionária, um Brexit que vai penalizar o Reino Unido em 30.000 empregos e 18 bancos com capital a mais. É a volta diária pelo que se está a escrever lá fora.

A petrolífera estatal da Arábia Saudita prepara-se para entrar em bolsa, o que deverá acontecer no próximo ano. Esta quarta-feira, soube-se quem venceu o concurso para ficar com o processo: o grupo Moelis & Co. Destacamos também o mercado imobiliário britânico e os 30.000 empregos no setor financeiro que poderão desaparecer com a saída do Reino Unido da União Europeia. Terminamos com os 450 mil milhões que a economia global perdeu em 2016 com a criminalidade informática.

Financial Times

Moelis vence concurso da Saudi Aramco

O grupo Moelis & Co. será o responsável por pôr a petrolífera estatal saudita Saudi Aramco a cotar em bolsa, avança o Financial Times, citando três pessoas próximas do processo. O grupo venceu o concurso e será o único conselheiro independente desta empresa que poderá alcançar uma avaliação nunca vista: 2.000.000.000.000 dólares (dois biliões). Será o maior mandato alguma vez executado pelo banco de investimento. A oferta pública inicial deverá acontecer já no próximo ano. (Acesso pago / Conteúdo em inglês)

The Guardian

Brexit vai custar 30 mil empregos no setor financeiro

O setor financeiro britânico poderá sofrer um corte de 30.000 empregos por causa da saída do país da União Europeia. Segundo o jornal The Guardian, o alerta partiu de um influente think tank de Bruxelas, que indica que Londres poderá perder 10.000 empregos na banca e outros 20.000 em contabilidade, advocacia e consultadoria. Em causa, as empresas e clientes que começam a descentralizar operações no Reino Unido e a movê-las para outros países no continente. Em contrapartida, os principais vencedores com Brexit serão Frankfurt, Amesterdão e Dublin. (Acesso gratuito / Conteúdo em inglês)

Financial Times

Morgan Stanley conclui que bancos norte-americanos têm excesso de capital

Capital a mais é algo que não se ouve por cá. Mas do outro lado do Atlântico, o Morgan Stanley acaba de concluir que os 18 maiores bancos norte-americanos têm 120 mil milhões de dólares de excesso de capital, avança o Financial Times. Desde a grande crise financeira que os bancos estão sob vigia apertada da Reserva Federal, tendo de, todos os anos, superar testes e comprovar a sua solidez. Por isso, nos últimos anos, as principais instituições bancárias têm-se esforçado por acumular capital que poderá resultar em programas de recompra e dividendos ao abrigo da Administração Trump. O Citigroup está no topo da lista, com 29,1 mil milhões de dólares de capital acima dos mínimos impostos pela Fed e pelos reguladores. Segue-se o Bank of America (com 21,2 mil milhões de dólares) e o JPMorgan Chase (com 19,7 mil milhões de dólares). (Acesso pago / Conteúdo em inglês)

The Guardian

Reino Unido: “O nosso mercado imobiliário está estragado”

As coisas não estão fáceis para o mercado imobiliário no Reino Unido. Ter uma casa é um “sonho distante” para as famílias mais jovens, escreve o The Guardian, que cita o secretário de Estado das Comunidades, Sajid Javid, que falou na Câmara dos Comuns. Javid denunciou que os preços das habitações superam já, em média, 7,5 vezes os rendimentos médios das famílias e as rendas, em alguns casos, correspondem a metade dos rendimentos mensais. Javid alerta que é necessário acelerar o ritmo de construção de novas habitações, aumentar a densidade populacional em áreas urbanas e diminuir o tamanho dos lares: “O nosso mercado imobiliário está estragado. Temos de construir mais, as casas certas nos lugares certos, e temos de começar agora”, disse. (Acesso gratuito / Conteúdo em inglês)

CNBC

Criminalidade informática pesa 450 mil milhões na economia global

Um relatório estima que, em 2016, a criminalidade informática tenha resultado em perdas globais no valor de 450 mil milhões de dólares. De acordo com o estudo, preparado pela seguradora Hiscox e citado pela CNBC, 53% das empresas dos Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha estão mal preparadas para lidar com um ataque informático. À estação televisiva, o presidente executivo da Hicox Insurance estimou ainda que tenham sido roubados mais de dois mil milhões de dados pessoais no ano passado, tal como os registos médicos de 100 milhões de americanos. (Acesso gratuito / Conteúdo em inglês)

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Depois de oito anos vêm as férias (e o kitesurf)

  • Juliana Nogueira Santos
  • 8 Fevereiro 2017

Um presidente a fazer kitesurf? Só podia ser Obama, que tem aproveitado as férias ao máximo. Oito anos depois, volta afazer-se ao mar na companhia de Richard Branson.

Passaram oito anos desde que Barack Obama entrou pela primeira vez na Casa Branca como presidente dos Estados Unidos da América. Depois de uma crise financeira, da ascensão do Estado Islâmico, das lutas pelos direitos humanos, Obama entregou a chave a Donald Trump no passado dia 20 de janeiro e partiu no Special Air Mission 28000 com destino à Califórnia.

Desde então, as aventuras de Obama em férias têm sido notícia por todo o mundo: apareceu ao lado da sua esposa, Michelle, com o look casual e a descontração que sempre o caracterizou, aproveitou para passear de bicicleta com as suas filhas, entre tantas outras coisas que “as pessoas normais” costumam fazer.

A última história vem das Ilhas Britânicas, que receberam o casal Obama pelas mãos de Richard Branson. O empresário contou a história no seu blogue, tendo desafiado o antigo presidente a fazer algo que já não fazia há alguns anos: “Nos últimos oito anos, ele não conseguiu fazer surf, desportos de água e tantas outras coisas que gostava. Então dar-lhe a oportunidade de aprender a fazer kitesurf foi uma proposta fantástica.”

Assim surgiu este vídeo que tem dado que falar um pouco por todo o mundo. Branson e Obama numa competição de foilbord para perceber quem conseguia percorrer a maior distância sem cair. E o vencedor? Obama, mesmo só tendo tido oportunidade de treinar durante dois dias.

Os momentos de descontração são visíveis nas fotografias que acompanham a história, com o empresário e o político a aproveitarem ao máximo.

A internet não esperou muito para começar a reagir: a clássica história da separação tem sido usada vezes sem conta, com Obama a surgir como o namorado que saiu contente da relação e a América a namorada penosa sob nova administração. Memes à parte, o antigo presidente aparece revitalizado e pronto a fazer o que cumpriu assim que saiu da Sala Oval, ou seja, voltar outra vez ao trabalho.

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Petróleo: OPEP satisfeita com corte. Irão pede mais

  • ECO e Lusa
  • 8 Fevereiro 2017

A redução na oferta está a ser cumprida. Há menos produção de petróleo, o que tem contribuído para manter os preços mais altos. Mas o Irão diz que é preciso estender o corte.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) está satisfeita com o resultado do corte na produção. Mohamed Saleh al-Sada, o presidente do cartel, diz que o mercado “reagiu bem” à redução da oferta por parte dos principais produtores, registando-se uma subida das cotações. Ainda assim, o Irão diz que pode ser preciso fazer mais.

“Penso que o mercado reagiu bem e vocês podem ver o declínio da oferta”, declarou Sada, que é ministro da Energia do Qatar, aos jornalistas, em Doha. O responsável aponta para o comportamento dos preços da matéria-prima no mercado, que têm-se mantido acima dos 50 dólares, chegando perto dos 55 no caso do Brent que segue, nesta sessão, a perder mais de 1% na expectativa de que as reservas norte-americanas tenham crescido.

Membros e não-membros da OPEP acordaram, no final do ano passado, cortar a produção de petróleo em cerca de 1,8 milhões de barris por dia, inicialmente para seis meses a contar desde o início deste ano. No acordo ratificado em dezembro em Viena, os 13 países da OPEP comprometeram-se a reduzir em 1,2 milhões de barris por dia a produção nos primeiros seis meses de 2017, com a Arábia Saudita a aceitar grande parte da redução.

Outros 11 países produtores alheios ao grupo – como a Rússia, o México ou o Cazaquistão – uniram-se ao corte e acordaram tirar do mercado 558.000 barris adicionais, fazendo com que no total a produção se venha a reduzir em 1,758 milhões de barris por dia.

O Irão, que inicialmente mostrou reservas em participar neste corte por estar a voltar aos níveis de produção que tinha antes das sanções internacionais, está agora mais proativo nesta missiva de reduzir a oferta. Bijam Namdar Zanganeh, o ministro do petróleo do Irão, diz, citado pela agência noticiosa Fars, que a OPEP tem de estender o corte para a segunda metade deste ano. Mas essa discussão só acontecerá mais tarde.

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BPI tomba mais de 5% com fim da OPA

O PSI-20 recua pela terceira sessão, com o BPI a ser o título mais penalizado. Recua 5,5%, depois de ontem ter terminado o período da OPA por parte do CaixaBank.

A bolsa nacional arrancou a sessão em queda, pelo terceiro dia consecutivo, com o BPI a ser a principal referência negativa. As ações do banco liderado por Fernando Ulrich deslizam mais de 5%, após o fim da oferta pública de aquisição (OPA) por parte do CaixaBank. Com a pressão registada também no setor energético, Lisboa contraria os ganhos que se observam nas principais praças bolsistas do Velho Continente.

O PSI-20 perde 0,51%, para os 4.539,95 pontos, estendendo as perdas ligeiras do arranque da sessão, condicionado pelo recuo dos títulos do setor energético. As ações da elétrica liderada por António Mexia recuam 0,82%, para os 2,66 euros, enquanto as da empresa liderada por Manso Neto perdem 1,6%, para os 5,95 euros, depois de terem sido alvo de uma revisão em baixa da avaliação por parte do Berenberg.

A recomendação do banco de investimento desceu para “vender”, com um preço-alvo de 4,5 euros, de acordo com a informação avançada pela Bloomberg. Já a Galp Energia vê os seus títulos deslizarem 0,26%, para os 13,64 euros, em sintonia com as cotações do petróleo que recuam nos mercados internacionais.

BPI em queda

Fonte: Bloomberg (Valores em euros)

Contudo, o principal destaque negativo deste arranque de sessão recai sobre o BPI, cujos títulos abriram a desvalorizar 4,5% e já perdem 5,43%, para os 1,06 euros, depois de ter terminado ontem o período da OPA de que é alvo por parte do espanhol CaixaBank. Esta quarta-feira após o fecho do mercado será apresentado o resultado da operação.

O rumo descendente dos títulos do BPI é acompanhado pelo BCP, cujas ações vivem mais uma sessão de perdas acentuadas. As ações do banco liderado por Nuno Amado recuam 1,91%, para os 15,4 cêntimos, prolongando o deslize de mais de 9% da última sessão.

Em alta destaque para os títulos da Jerónimo Martins que aceleram 0,7%, para os 15,84 euros, ajudando a travar a desvalorização do índice nacional. No mesmo sentido segue a Pharol, cujos títulos lideram nas subidas, com um avanço de 4,53%, para os 32 cêntimos, seguida pela Semapa, cujas ações deslizam 2,13%, para os 13,19 euros.

(Notícia atualizada às 8h30 com mais informações)

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Juros da dívida ajudam a baixar o défice

  • ECO
  • 8 Fevereiro 2017

Não foi só o perdão fiscal. O Governo contou com outra ajuda para apresentar um défice "claramente abaixo" de 2,3%: a descida dos juros da dívida poupou 550 milhões de euros.

Portugal terá fechado o ano passado com um défice aquém do que tinha sido projetado por Bruxelas. Ficou, como disse Mário Centeno, o ministro das Finanças, “claramente abaixo” de 2,3%. Mas como? O perdão fiscal ajudou, mas a menor fatura com os juros da dívida terá dado uma ajuda semelhante, o que não se repetirá este ano.

Entre as várias rubricas orçamentais, conta o Jornal de Negócios (acesso pago), a dos juros destaca-se. O peso dos juros pagos pelo conjunto das administrações públicas terá baixado de 4,6% do PIB em 2015 para 4,3% do PIB em 2016, uma redução de três décimas que equivale a cerca de 550 milhões de euros de poupança.

Neste sentido, a redução da fatura com juros terá dado um contributo valioso para a redução do défice, numa amplitude semelhante à oferecida pelo PERES, o Programa Especial de Redução do Endividamento do Estado. Este programa terá rendido entre 500 e 600 milhões de euros.

Esta ajuda da queda dos juros será difícil de repetir este ano, tendo em conta a evolução das taxas no mercado. Portugal tem estado sob os holofotes, com os juros a tocarem máximos acima da fasquia dos 4% a dez anos.

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