Europa recua. BCP volta a pressionar bolsa de Lisboa

A bolsa nacional continua a perder valor. Está a acompanhar a tendência negativa das restantes praças europeias em mais um dia de queda dos títulos do BCP.

A bolsa nacional arrancou esta semana como terminou a última, em queda. Está a acompanhar a tendência negativa da generalidade dos mercados europeus, registando ainda assim uma descida mais ligeira. O BCP destaca-se pela negativa, condicionando a negociação na praça nacional.

Depois da queda de 0,58% na última sessão, a praça lisboeta volta a negociar em queda. O PSI-20 arrancou a sessão a perder 0,03% para 5.164,13 pontos, com metade das cotadas em terreno negativo. Na Europa, a tendência é igualmente negativa, sendo que as quedas são ligeiramente mais expressivas.

O BCP volta a destacar-se nas quedas. As ações do banco registam uma queda de 1,55% para 22,23 cêntimos, isto depois de ter deslizado 1,83% na sessão anterior. No acumulado deste mês, os títulos da instituição liderada por Nuno Amado acumulam já uma queda de mais de 8%.

A pesar no índice estão também os títulos do setor energético. Enquanto a Galp Energia recua 0,51% para 13,69 euros, num dia em que o petróleo está pouco alterado apesar do furacão Harvey, a EDP cede 0,44% para 3,20 euros. A EDP Renováveis destoa ao avançar 0,4% para 6,85 euros.

Nota negativa também para a Jerónimo Martins que recua 0,42%, isto enquanto a Sonae cai 0,31%. A Nos, por seu lado, segue a perder 0,13% para 5,35 euros.

(Notícia atualizada com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Uber deixa Travis. Ex-CEO da Expedia vai assumir o volante

Dana Khosrowshahi, o antigo CEO da Expedia, é o homem que se segue à frente da empresa de transportes.

A Uber já tem novo presidente executivo. Dana Khosrowshahi, o antigo CEO da Expedia, é o homem que se segue à frente da empresa de transportes, sucedendo ao polémico Travis Kalanic que saiu da liderança após uma série de escândalos.

O nome de Dana Khosrowshahi é apontado por várias fontes como o escolhido para assumir o cargo de CEO, isto depois de um fim de semana marcado por várias reuniões com outros candidatos como Meg Whitman, CEO da HP, e Jeff Immelt, o CEO demissionário da General Eletric.

Khosrowshahim, de 48 anos, é um americano de descendência iraniana. Esteve à frente da Expedia desde 2005, sendo visto como um outsider na corrida à liderança da Uber, sendo um homem conhecido e respeitado em Silicon Valley.

O novo CEO, conhecido por ser uma voz crítica à atuação do presidente dos EUA, Donald Trump, é exatamente o oposto de Travis Kalanic em termos mediáticos: é um homem low profile.

Kalanic saiu da Uber após uma série de escândalos. E foram várias as polémicas que o envolveram e desvalorizaram a Uber em 2017. Particularmente sonantes foram as acusações de assédio sexual de uma funcionária, Susan Fowler, por parte de alguém com um alto cargo na empresa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Catarina Martins quer complemento para pensões desde 2014

BE vai pedir um complemento para as "pensões miseráveis" para os contribuintes que pediram a reforma antecipada durante o mandato do Governo PSD/CDS.

Após a aprovação de alterações no regime de reformas antecipadas, a líder do Bloco de Esquerda disse estar satisfeita mas salientou que o acordo “podia ter ido mais longe”. Agora, os bloquistas vão avançar com uma proposta para complementar as reformas “miseráveis” de quem pediu a reforma antecipada no mandato do Governo anterior.

Um “complemento de reforma, a título de correção“, avança o deputado bloquista José Soeiro ao Diário de Notícias. O que o BE quer ver corrigido são as “extremas penalizações” que afetaram os contribuintes que pediram a reforma antecipada entre 2014 e 2016. A proposta passa por “intervir retroativamente para anular o efeito da aplicação do fator de sustentabilidade no valor da pensão”, explica o mesmo deputado.

O Bloco estima que as penalizações ascendam a 71,4% do total da pensão. O ministro Trabalho e Segurança Social, Vieira da Silva, já apontou casos em que as penalizações chegaram aos 60%. Catarina Martins fala de “reformas miseráveis de gente que tem mais de 40 anos de contribuição e ficou com quase nada todos os meses”. No caso desta medida ser aprovada, o ministro terá de contar com uma despesa de 48,6 milhões ao ano.

Catarina Martins afirmou que “se a economia está melhor o OE2018 tem de fazer o crescimento económico reverter a favor das pessoas” e reitera que “O problema não é de restrições, é de escolhas“, em resposta à necessidade de contenção nas contas públicas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo quer redução do IRS para segundo e terceiro escalões

  • ECO
  • 28 Agosto 2017

O Executivo e a esquerda estão a estudar a possibilidade de o IRS vir a sofrer uma redução até ao terceiro escalão. De fora deste "alívio" ficam os contribuintes com rendimentos mais elevados.

O Governo e os partidos à esquerda, Bloco de Esquerda e PCP, estão a tentar reduzir o IRS para os contribuintes do segundo e terceiro escalões. Ou seja, 1,5 milhões de famílias portuguesas. O Executivo de António Costa está a estudar esta possibilidade, devendo haver ainda uma alteração das regras dos escalões superiores para que estes não venham a beneficiar deste desagravamento fiscal.

Segundo fonte governamental citada pelo Público (acesso condicionado), em causa está o desdobramento do segundo escalão atual em dois — o IRS passa a contar com seis escalões. Para além disso, está também em cima da mesa um desagravamento do terceiro escalão atual.

Sendo o IRS um imposto progressivo, estas mudanças acabariam por beneficiar os contribuintes com rendimentos mais altos e que se encontram no quarto e quinto escalões. Mas, para que isto não aconteça, o Governo está a ponderar duas hipóteses: limitar ainda mais as deduções fiscais permitidas para estes rendimentos ou alterar os limites quantitativos de cada um destes escalões.

De fora fica a possibilidade de uma alteração nas taxas de imposto porque isso criaria a perceção de um aumento dos impostos junto dos contribuintes. Caso estas medidas avancem, vão beneficiar mais de um milhão de famílias. Segundo as estatísticas de 2014 relativas à sobretaxa de IRS, no segundo escalão, com rendimento coletáveis entre sete mil e 20 mil euros, há 1.158.540 famílias e, no terceiro escalão — entre 20 e 40 mil euros — há 364.541.

No sábado, o primeiro-ministro assegurou que o Orçamento do Estado para 2018 continuará a aumentar o rendimento das famílias e, por isso, serão introduzidos mais escalões no IRS, “para que quem ganhe menos, pague menos”. Em resposta à promessa de António Costa, Pedro Passos Coelho acusou-o de “só pensar em dar dinheiro” e na popularidade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trabalhador em requalificação? Regalias na saída acabam hoje

  • Lusa
  • 28 Agosto 2017

Os funcionários em requalificação podem optar até hoje para rescindir por mútuo acordo com uma indemnização equivalente a um mês de salário por cada ano de serviço.

O prazo para que os funcionários públicos em requalificação ou licença possam rescindir por mútuo acordo o seu vínculo com o Estado, gozando de mais regalias, termina hoje.

Os funcionários em requalificação podem optar até hoje para rescindir por mútuo acordo, com uma indemnização equivalente a um mês de salário por cada ano de serviço, até um máximo de 30 anos.

As regras são mais generosas do que as do regime geral das saídas amigáveis na função pública, mas é necessário estar a menos de cinco anos da reforma para se fazer esta escolha.

Com a entrada em vigor do novo regime da valorização profissional (sucessor da requalificação), quem está na bolsa de excedentários ou em licença extraordinária tem 60 dias para optar se permanece sem funções, regressa ao serviço ou rescinde por mútuo acordo. O aviso sobre as novas regras e prazos chegou às 797 pessoas que estão nesta situação.

A Lusa tentou saber junto do Ministério das Finanças quantas pessoas optaram por esta via até agora, mas a tutela remeteu esta informação para o final do prazo do programa.

Do lado dos sindicatos, José Abraão, da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP, afeta à UGT), diz que é difícil saber quantos foram exatamente os funcionários a rescindir por mútuo acordo, uma vez que se trata de funcionários muito dispersos, mas admitiu “serem muitos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Herdeiro da Samsung recorre da sentença de cinco anos de prisão

  • Lusa
  • 28 Agosto 2017

Lee Jae-yong interpôs recurso da decisão judicial junto do Tribunal do Distrito Central de Seul.

O herdeiro do grupo Samsung, Lee Jae-yong, recorreu da sentença que o condenou a cinco anos de cadeia no âmbito do escândalo de corrupção que levou à destituição de ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye.

O advogado de Lee, Kim Jong-hoon, interpôs recurso da decisão judicial junto do Tribunal do Distrito Central de Seul, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap, sem facultar mais detalhes.

De acordo com a sentença proferida na sexta-feira, que condenou Lee a cinco anos de cadeia, o tribunal considerou provado que foram entregues subornos à então Presidente Park Geun-hye com a expetativa de obter favores do Governo no quadro da sua consolidação como chefe do grupo Samsung.

Lee Jae-yong, de 49 anos, foi também considerado culpado de desvio de dinheiro, de ocultar ativos no estrangeiro, de obter lucros de atos ilícitos e de perjúrio.

O tribunal deu como provado o pagamento de 7.200 milhões de won (5,4 milhões de euros) para financiar o programa de equitação da filha de Choi Soon-sil, conhecida como “Rasputina” pela sua longa amizade com a antiga chefe de Estado da Coreia do Sul, a figura central do escândalo de corrupção que indignou a sociedade sul-coreana.

Espera-se que a primeira audiência de julgamento, na sequência do recurso interposto, tenha lugar no próximo mês.

A sentença do caso que os ‘media’ da Coreia do Sul denominaram de “julgamento do século”, durante o qual o Ministério Público pediu 12 anos de cadeia para Lee, deixou sem líder o maior conglomerado empresarial da Coreia do Sul, que inclui empresas de eletrónica, construção e maquinaria pesada.

Lee tinha-se tornado no patrão de facto da Samsung, depois de o pai ter sofrido um ataque de coração em 2014.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

Segunda-feira a palavra do dia na Europa é "discutir". O Brexit volta à mesa de negociações enquanto Espanha, França, Itália e Alemanha alinham políticas. Por cá, é dia de balanço para a Pharol.

Segunda-feira é dia de decisões para a política europeia. Os líderes da Alemanha, Itália e Espanha juntam-se ao primeiro-ministro francês para alinharem as políticas que guiarão estes países no próximo outono. O Brexit também volta à mesa de negociações da Europa. Sobre a banca europeia é o BCE quem se pronuncia, com dados do último trimestre. Em Portugal, é a Pharol quem presta contas da primeira metade do ano. Ainda por cá, a produção na Autoeuropa pode ser abalada pelas decisões que os trabalhadores vão tomar em plenário.

Um “Oi” aos resultados da Pharol

A Pharol, antiga PT SGPS, apresenta esta segunda-feira os resultados do primeiro semestre de 2017. A empresa registou uma redução de 89% nos prejuízos entre 2015 e 2016, terminando o ano passado com o resultado líquido negativo de 75,1 milhões de euros. A falência da Rio Forte, da qual a PT era credora, resultou num buraco de 897 milhões dos quais a Pharol só espera recuperar 10%. Também a Oi, na qual a Pharol detém 27,49%, registou prejuízos de 950 milhões de euros no primeiro semestre e a única coisa que a separa da falência é um processo de recuperação judicial.

Há saída para o Brexit?

O Brexit ditou a saída do Reino Unido da União Europeia. Falta agora que ambas as partes saiam da fase de negociações, que recomeçam esta segunda-feira. O Reino Unido já quer acordar os termos das relações futuras mas a UE quer primeiro acertar as penalizações ao ex-Estado membro. O início das conversações pode ainda ser adiado para terça-feira, mas é certo que continuarão até dia 31 deste mês.

França recebe Espanha, Itália e Alemanha. Há políticas a afinar

O presidente francês, Emmanuel Macron, vai receber a chanceler alemã, Angela Merkel e os primeiros-ministros de Espanha e Itália, Mariano Rajoy e Paolo Gentiloni, para alinharem as políticas a seguir pelas respetivas nações no outono que se aproxima. Migrações é um dos tópicos que estará em destaque na reunião.

Os números da banca europeia

O Banco Central Europeu (BCE) lança os balanços nacionais das instituições financeiras monetárias da zona Euro (excluindo o Eurosistema) relativos a julho e ao total do segundo trimestre 2017. Estes dados permitem analisar a evolução do saldo dos empréstimos às famílias e empresas do bloco da moeda única. Em Portugal, a banca assegurou à Autoridade Bancária Europeia que vai cortar no crédito às empresas até 2019 enquanto a concessão de créditos à habitação continua a bater máximos. O malparado, a maldição da banca nacional, aliviou em junho para um mínimo de 15 mil milhões.

Autoeuropa: trabalhadores preparam novo arranque

Os funcionários da Autoeuropa reúnem-se em plenário. A reunião realiza-se no mesmo dia em que a Comissão de Trabalhadores cessa funções na sequência da sua demissão. Em discussão está o acordo para o aumento de horários e turnos que a maioria dos trabalhadores rejeitou (74,8%) e que levou à demissão da Comissão de Trabalhadores. A produção do novo modelo T-Roc poderá estar em causa. Estavam previstas 200.000 unidades, o triplo da produção de 2016.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Acabou o travão aos juros dos depósitos. Superdepósitos de volta?

  • Rita Atalaia
  • 28 Agosto 2017

São os bancos online que apostam mais nestes superdepósitos, apenas para atraírem novos clientes. Os bancos de referência dão praticamente zero. Vão inverter a tendência?

José Mourinho e Cristiano Ronaldo andaram durante anos a jogar às taxas altas. Puseram o campeonato dos superdepósitos ao rubro até que o Banco de Portugal (BdP) agarrou no apito. Um cartão amarelo aos juros elevados pagos nas aplicações que fez tombar as remunerações oferecidas pelos bancos, movimento acentuado, depois, por uma inversão abrupta da política monetária nos países do euro. Quedas que atiraram as taxas para mínimos históricos, deixando de fazer sentido o travão aos juros.

Sem o “árbitro”, os superdepósitos podem voltar a jogo? Há alguns, mas dificilmente os grandes bancos vão cometer as mesmas faltas do passado. Não querem ser apanhados fora de jogo.

O campeonato dos depósitos levou os bancos a pagarem taxas que começaram a pôr em risco a sustentabilidade do setor — juros chegaram a 5%, 6% e 7% –, “obrigando” à intervenção do BdP. O regulador impôs um travão, apertando os limites aos juros dos depósitos a prazo ao castigar os bancos que pagassem um “prémio” de 300 pontos-base face à taxa de referência de mercado (Euribor ou taxas swap, mediante o prazo da aplicação). E, em 2012, reforçou este travão ao descer este limite, especialmente nas aplicações de mais curto prazo.

Cristiano Ronaldo foi a cara de vários produtos do Banco Espírito Santo, que ofereciam retornos muito elevados.

Os juros médios das novas aplicações chegaram a tocar os 4,53% em outubro de 2011. Mas, em 2012, já com o travão do BdP acionado, Mario Draghi fez um discurso, em Londres, durante o qual anunciou que faria “tudo o que fosse necessário” para salvar o euro, deixando antever anos de taxas muito baixas. Com os juros de mercado em queda, as taxas oferecidas pelos bancos aceleraram a descida, de tal forma que a medida excecional deixou de fazer sentido. O BdP acabou por deixar cair a penalização por juros elevados no início deste ano, sem que ninguém tivesse dado por isso. Fonte do banco liderado por Carlos Costa explica ao ECO que “em abril de 2017 foram revogadas instruções do Banco de Portugal relativas a depósitos com taxas de juro elevadas”.

Sem travão, mas poucos arriscam

Apesar de este limite ter sido retirado pelo BdP, não foi isso que levou os bancos a superarem o teto definido pelo regulador. No total de 16 bancos analisados pelo ECO, nas aplicações a prazo a três meses, apenas dois superam aquele que era o teto definido pelo regulador (uma taxa bruta anual de 1,92%, considerando a Euribor a três meses e o prémio máximo de 225 pontos-base). Filipe Garcia, economista da Informação de Mercados Financeiros (IMF), explica ao ECO que “a utilização de superdepósitos fará sobretudo sentido como ferramenta de angariação de novos clientes e recursos”.

Apenas dois bancos oferecem taxas com retornos reais

“A banca online tem sempre mais tendência para utilizar os superdepósitos dada a sua estrutura mais leve e, sobretudo, a sua menor quota de mercado”, nota o economista. No geral, são os bancos online, ou novas instituições no mercado, como é o caso do Atlântico, que apresentam as remuneração mais elevadas, mas quase sempre em produtos de curto prazo. Nos prazos mais longos, a seis e 12 meses, ninguém chega sequer perto do antigo teto do BdP. A melhor taxa é de 1,75%, oferecida pelo Banco Invest. É o único banco que apresenta depósitos que garantem um ganho real. É que a taxa de inflação estimada para este ano é de 1,6%.

A utilização de superdepósitos fará sobretudo sentido como ferramenta de angariação de novos clientes e recursos.

Filipe Garcia

Economista da Informação de Mercados Financeiros

Enquanto os bancos online ainda têm taxas acima de 1%, os bancos de referência dão praticamente zero. “As remunerações nos bancos principais estão já muito perto de 0%, senão mesmo 0% em alguns casos, pelo que não podem baixar mais face à legislação vigente”, refere Filipe Garcia, lembrando aqui que, em Portugal, nunca pode haver uma taxa negativa, ou seja, o cliente nunca pode pagar por um depósito a prazo. Entre os grandes, o BPI foi o primeiro a deixar de remunerar, já há mais de um ano. Os outros dão taxas marginais, de 0,05% ou 0,1%.

Tendo em conta a maior quota de mercado, a remuneração média do total das aplicações a prazo em Portugal está em 0,48%. Baixou pela primeira vez a fasquia dos 0,5% em junho, fixando-se no patamar mais baixo do histórico disponibilizado pela entidade liderada por Carlos Costa que remonta ao início do ano de 2003. Essa quebra da remuneração reflete o rumo descendente dos juros oferecidos pelos bancos nas novas aplicações em depósitos a prazo (um juro médio de 0,32%), mas também o vencimento de aplicações que pagavam taxas mais elevadas.

Remuneração dos depósitos no último ano

Repetir erros do passado?

As taxas estão baixas… e vão continuar baixas, ainda que dificilmente os bancos cortem ainda mais a remuneração tendo em conta o custo reputacional que essa decisão pode ter. Mesmo estando muito baixas, o saldo tem-se mantido — não há fuga de depositantes –, apesar da crescente concorrência por parte dos produtos do Estado. E o inverso? “Ainda me parece cedo para pensar em subidas dos juros”, diz Filipe Garcia, tendo em conta que a política do BCE vai continuar a ser acomodatícia.

De acordo com dados do Banco de Portugal, nos primeiros seis meses deste ano, o montante aplicado em Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) aumentou em 2.124 milhões de euros (+22%) face ao mesmo período de 2016. Esses aforradores deixam-se seduzir pela remuneração deste produto que, só no primeiro ano de aplicação, garante uma taxa bruta de 1,25%. Nos quatro anos seguintes a remuneração sobe gradualmente para atingir um valor médio de 2,25%, em termos brutos, nos cinco anos de aplicação.

Há uma quebra na procura por novos depósitos que não é, de momento, uma preocupação para as instituições financeiras portuguesas. Há um excesso de liquidez na banca de cerca de 60 mil milhões de euros, fruto de anos em que foi preciso cortar nos empréstimos, aproximando-os do dinheiro em depósitos. Esta liquidez extra, que tem um custo para os bancos (BCE tem a taxa de depósitos em -0,4%), está agora a ser canalizada para novos empréstimos.

Os bancos podem não estar a voltar aos superdepósitos, mas estão a regressar aos spreads cada vez mais próximos de zero. A maioria dos bancos pratica taxas mínimas em torno de 1,5%. Os spreads chegaram perto dos 3% na crise, isto depois de terem sido de praticamente zero nos anos anteriores, voltando a cair perante a necessidade de os bancos concederem financiamento para conseguirem voltar a apresentar resultados líquidos positivos. Taxas baixas que levaram o BdP a alertar para facilitismos nos créditos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Maduro promete resposta a Trump

  • ECO e Lusa
  • 27 Agosto 2017

A Casa Branca anunciou novas sanções financeiras à Venezuela e especialmente à petrolífera estatal. Em resposta, a presidente do nova assembleia constituinte promete uma resposta no dia 1 de setembro.

A Venezuela está a preparar uma resposta às sanções financeiras recentemente impostas pelos Estados Unidos, que será anunciada a 1 de setembro, disse este domingo a presidente da nova assembleia constituinte, Delcy Rodríguez. O anúncio foi feito durante uma intervenção transmitida pelo canal estatal Venezuelana de Televisão (VTV), no âmbito de uma sessão daquela assembleia, realizada em Caracas.

A Casa Branca impôs na sexta-feira novas sanções financeiras à Venezuela, entre as quais a proibição de comprar novas obrigações emitidas pelo Estado venezuelano ou pela companhia petrolífera nacional. “Não ficaremos parados perante o desmoronamento da Venezuela”, explicou a Casa Branca no comunicado que anunciava as sanções.

“A Venezuela é um país com recursos para ser uma potência e as forças imperiais fizeram um cerco para afetar o povo venezuelano, tiraram a máscara ao anunciar sanções contra o povo venezuelano”, afirmou a presidente da assembleia constituinte, um novo órgão que a comunidade internacional, como a União Europeia, não reconhece oficialmente.

Segundo a também ex-ministra venezuelana de Relações Exteriores, o anúncio das medidas financeiras contra a empresa estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA), impostas pela administração de Donald Trump, faz parte de “um processo que tem como fim a intervenção” do país. “Desde 2015 que eles [EUA] começaram a dizer que se houvesse uma crise humanitária na Venezuela iriam intervir militarmente. Face a essas ameaças, o Presidente Nicolás Maduro manteve [medidas para] proteção do povo e atenção às necessidades essenciais “, disse.

Segundo Delcy Rodríguez, a política intervencionista dos Estados Unidos na Venezuela já tem um precedente, quando o ex-presidente dos EUA Barack Obama assinou um decreto em que classificava a Venezuela como uma ameaça inusitada e extraordinária para a política e segurança norte-americana.

“Isto não pode ficar impune. Não podemos esquecer do que são capazes”, defendeu a presidente da assembleia constituinte.
Segundo Delcy Rodríguez, a assembleia constituinte e a comissão da verdade – criada pela Assembleia Constituinte – são os instrumentos para lidar com as expressões de ódio e de violência política contra o país.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

OE2018: Costa ‘dá’ escalões de IRS, Passos critica benesses

António Costa garantiu que OE2018 vai continuar a aumentar o rendimento das famílias. Já Passos criticou a preocupação extrema em "dar dinheiro" e pede crescimento sustentado.

Alguns dos temas quentes dos dossiês prioritários dos governantes para o Orçamento do Estado para 2018 passam pela reforma do IRS, descongelamento das carreiras na Administração Pública. Alguns deles têm sido falados nas últimas semanas mas, este fim de semana, muitos fizeram parte dos temas quentes do último fim de semana de agosto.

Este sábado, António Costa assegurou que o OE para 2018 continuará a aumentar o rendimento das famílias e, por isso, serão introduzidos mais escalões no IRS “para que quem ganhe menos, pague menos”. O aumento dos escalões do IRS, que Costa tinha afirmado ser prematuro, passam assim a ser uma certeza.

“Vai continuar a aumentar o rendimento disponível das famílias, porque aumentar o rendimento disponível das famílias é essencial para melhorar a nossa situação económica e é por isso que nós vamos melhorar a progressividade do IRS, vamos aumentar os escalões do IRS, para que quem ganhe menos pague menos, porque é com maior justiça fiscal que nós também melhoramos o rendimento das famílias”, afirmou o primeiro-ministro e também secretário-geral do PS, no discurso da ‘rentrée’ do partido, em Faro.

Sublinhando que é necessário “prosseguir as boas políticas que dão bons resultados”, António Costa garantiu ainda que o Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), “seguramente vai continuar a prosseguir uma trajetória de controlo do défice”, porque só assim se pode reduzir a dívida pública, bem como continuar a estimular o investimento para o país continuar a crescer e a criar emprego.

Em resposta à promessa do primeiro-ministro, o líder social-democrata acusou este domingo António Costa de “só pensar em dar dinheiro” e na popularidade. Em declarações citadas pela agência Lusa, Passos sublinhou ainda a disponibilidade para gerar consensos.

É preciso saber o que se quer, não ter medo de ir contra a corrente, em vez de estar sempre a dizer “amém” ao Bloco de Esquerda e ao Partido Comunista Português, a pensar em dar dinheiro, a distribuir benesses, a pensar na popularidade, era importante fixar objetivos de médio e longo prazo e, apesar de estar na oposição, não me importava nada de estar a contribuir para que se gerasse no país um clima que sustentasse um crescimento maior para futuro”, afirmou Pedro Passos Coelho, em Terras de Bouro, distrito de Braga.

Também este domingo, Catarina Martins falou de consensos e avisou que a discussão do OE para 2018 é sobre escolhas e não restrições, sublinhando que os bloquistas recusam “gerir o que já foi feito” porque querem “fazer o que falta”. “Nós não vamos gerir o que já foi feito, vamos fazer o que falta fazer e o que nos comprometemos a fazer quando fizemos os acordos em novembro de 2015”, afirmou Catarina Martins, hoje à tarde, no discurso de mais de meia hora do encerramento do Fórum Socialismo 2017, a rentrée política do BE.

Marcada para 13 de outubro, a apresentação do Orçamento do Estado para 2018, o terceiro do Governo de António Costa, vai ser feita três dias antes do prazo estabelecido.

Este sábado, foi o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, a mostrar-se otimista com a negociação do próximo Orçamento do Estado. “Não percamos de vista: há avanços que nós queremos incluir neste orçamento, não queremos que esses avanços ponham em causa o programa que está a ser implementado em Portugal e isso é não incumprirmos as restrições orçamentais que nós enfrentamos”, enfatizou o secretário de Estado responsável pelas negociações do OE2018 com os partidos que parlamentarmente apoiam o Governo socialista.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bolt sai das pistas: inaugura circuito de 15 restaurantes em Londres

O homem mais rápido do mundo vai abrir quinze restaurantes de cozinha jamaicana no Reino Unido. Como não podia deixar de ser, vão servir fast food.

O homem mais rápido do mundo, Usain Bolt, foi num instante até à Jamaica e trouxe a cozinha do seu país de origem até ao Reino Unido. Os quinze restaurantes que vai abrir em parceria com o franchise jamaicano Franjam irão servir fast food — o tipo de comida que faz Bolt correr para a mesa.

Os quinze novos restaurantes de Bolt deverão estar prontos a servir no Reino Unido nos próximos cinco anos. Serão franchises da cadeia Tracks and Records, que o campeão de velocidade abriu na Jamaica em 2011, avança a publicação iNews. São restaurantes que servem iguarias jamaicanas numa versão de fast food.

"Estou feliz de partilhar os sabores da Jamaica que eu conheço e adoro com o resto do mundo através da abertura destes restaurantes no Reino Unido”

Usain Bolt, em declarações à iNews

Os pratos vão desde a típica janga soup (uma sopa de camarão), porco marinado, asas preparadas no churrasco com molho de rum e a especialidade da casa, “hamburguers à la Usain”, também chamados de U-burguers.

O restaurante Tracks & Records apresenta algumas das iguarias através da página de Instagram.

O campeão do mundo em corrida de velocidade revelou a paixão por fast food na sua autobiografia. “Comia uma caixa de vinte nuggets de frango para o almoço e outra para o jantar”. Batatas fritas e tarte de maçã também faziam parte do menu do atleta durante os jogos olímpicos em Pequim, em 2008.

Este último investimento de Usain Bolt na restauração coincide com a retirada do velocista das competições. O jamaicano correu pela última vez este ano no Campeonato Mundial em Londres, do qual saiu lesionado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Catarina Martins diz que Passos está a ser igual a si próprio ao defender Altice

  • Lusa
  • 27 Agosto 2017

Catarina Martins, acusou este domingo o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, de escolher estar ao lado da Altice e não dos trabalhadores da PT, considerando que está a "ser só igual a si próprio".

No sábado, o presidente do PSD disse esperar que o BE se retratasse das acusações que fez à Altice sobre alegados despedimentos “encapotados” na PT, depois de “uma infundada acusação que não encontrou respaldo naquilo que foi o trabalho realizado pela Autoridade para as Condições do Trabalho”.

“Quando Pedro Passos Coelho vem dizer que a ACT não dá razão ao Bloco de Esquerda, com certeza não leu o relatório com atenção ou, então, talvez tenha lido com atenção e esteja a ser só igual a si próprio”, respondeu hoje Catarina Martins no discurso de encerramento do Fórum Socialismo 2017, a rentrée política do BE.

A líder bloquista não fica, no entanto, surpreendida que “entre defender os trabalhadores ou a multinacional que se apresentou ao país como gostando pouco de pagar salários, Pedro Passos Coelho escolha a Altice aos trabalhadores”.

“No Bloco de Esquerda sabemos sempre de que lado estamos”, atirou.

De acordo com Catarina Martins, o relatório da ACT refere que “a transmissão de estabelecimento, a figura que a Altice está a utilizar para despedir trabalhadores, é algo que é matéria de tribunais”.

Mas a líder do BE aproveitou, também, para voltar a deixar recados ao Governo liderado por António Costa nesta matéria, recordando que o executivo sempre disse que estava à espera deste relatório da ACT e que, agora que ele existe, este é o momento de agir.

O Governo pode sozinho e de uma forma expedita densificar a interpretação da lei para evitar o que está a acontecer e travar a Altice, mas se o Governo não o fizer a prioridade do BE na abertura da sessão legislativa já em setembro são os projetos de lei que fazem uma densificação daquilo que é a transmissão de estabelecimento e impedem abusos como está a acontecer na PT”, antecipou.

No sábado, o deputado do BE, José Soeiro já tinha considerado que o Governo devia “retirar as devidas consequências e agir em consonância” com o relatório da Autoridade para as Condições do Trabalho sobre a PT/Meo, que confirma uma atuação “como se Portugal fosse um faroeste laboral”.

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) instaurou 124 autos de notícia nas inspeções feitas à PT/Meo, tendo recolhido, designadamente, “evidências da existência de situações de assédio” aos trabalhadores, segundo dados conhecidos na sexta-feira.

Segundo os resultados das ações inspetivas levadas a cabo pela ACT na PT/Meo, entre janeiro e julho deste ano, a que a Lusa teve acesso, “o valor mínimo total da moldura da coima associado às infrações objeto de auto de notícia é de 1.574.861,75 euros” e o valor máximo é de 4.844.974,25 euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.