Integração dos precários não deve ser já aprovada

  • Marta Santos Silva
  • 7 Julho 2017

Bloco e PCP têm pequenos reparos ao diploma de integração dos trabalhadores precários do Estado. A discussão é esta sexta, mas a aprovação deve ficar para mais tarde.

Apesar de ter o apoio genérico dos partidos do acordo parlamentar de esquerda, a proposta de lei do Governo para esclarecer a integração nos quadros dos trabalhadores precários do Estado não deverá ser aprovada para já, quando for discutida esta sexta-feira em plenário. Ainda não passou o período obrigatório de discussão pública, com duração de 30 dias, que é necessário quando se trata de uma lei laboral.

Em antecipação do debate no Parlamento esta sexta-feira, o PCP e o Bloco de Esquerda assinalaram estarem satisfeitos com a maior parte dos conteúdos do diploma, que lamentam não tenha vindo mais cedo. Após o período inicial de candidaturas em que os trabalhadores com vínculos irregulares puderam pedir a sua integração nos quadros da Função Pública durante 30 dias, José Abraão, da FESAP, disse ao Jornal de Negócios e ao Público que já houve 28 mil candidaturas, tanto online como em papel.

Sobre a hipótese, colocada pelo ministro Vieira da Silva quando apresentou a proposta aprovada em Conselho de Ministros, de que alguns funcionários públicos venham a perder rendimentos no momento da integração (um risco que o ministro considerou “reduzido”), Joana Mortágua do Bloco de Esquerda afirmou que o documento salvaguarda “bastante” a situação da maior parte dos funcionários. “Apesar de estarem num primeiro momento no primeiro escalão, há lugar a um reposicionamento na carreira tendo em conta” o tempo de serviço, mesmo enquanto trabalhador com um vínculo precário. “De um ponto de vista geral está salvaguardado, mas não conhecemos ainda os casos concretos”.

Para o PCP, prazos devem ser máximos e não mínimos

Rita Rato, deputada do Partido Comunista, sublinhou que gostaria que os prazos indicados na proposta de lei, que prevê abertura de concursos para preencher as vagas consideradas necessidades permanentes nos serviços dentro de 30 dias da entrada em vigor da proposta (1 de janeiro de 2018), fossem máximos e não mínimos. “As situações deveriam ser resolvidas o mais breve quanto possível”, disse a deputada ao ECO.

“As empresas do Estado, por exemplo, não estão dependentes da abertura do concurso”, sublinhou, dizendo que podem avançar mais cedo com o processo.

A deputada também manifestou preocupação para que haja o cuidado de “garantir que, para além de quem apresentou requerimento, o que resulta da obrigação individual de cada um, haja também o cruzamento com os dados fornecidos pelos responsáveis de cada serviço”. Após o fim do período de candidaturas através do site do PREVPAP, os dirigentes dos serviços têm agora 30 dias para fazer chegar às chefias a identificação das necessidades permanentes que estão atualmente a ser preenchidas por trabalhadores com vínculos não adequados.

Bloco exige que horário não seja fator

Para Joana Mortágua, é importante retirar um pormenor significativo da proposta de lei antes de ela ser aprovada: a referência de que o trabalhador, para ser considerado que ocupa uma necessidade permanente, tem de ter horário completo. “A portaria de condições de acesso ao programa não fala em horário completo, fala em ter um horário”, afirma a deputada do Bloco de Esquerda. “Agora fomos surpreendidos por esta reintrodução da questão do horário nas condições de acesso à vinculação”.

Para o Bloco de Esquerda, o horário parcial e completo não é um critério para definir se existe uma necessidade permanente ou a curto prazo. Além disso, o Governo, “ao tirar da portaria o horário completo como critério, incentivou essas pessoas a concorrerem” à integração, acrescenta. “O Governo não pode dizer que puderam concorrer mas agora estão afastadas porque por algum critério com o qual nós não concordamos o horário é impeditivo”.

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Carlos Brandão deixa liderança do Bankinter Portugal

  • ECO
  • 7 Julho 2017

Carlos Brandão tem novo projeto profissional e abandona Bankinter em Portugal cerca de um ano após o banco espanhol ter comprado o negócio ao Barclays. Ainda não há substituto permanente.

Carlos Brandão já não é o presidente executivo do Bankinter em Portugal desde há um mês, quando decidiu abandonar funções naquele banco para “abraçar novos projetos profissionais”, de acordo com o semanário Jornal Económico (acesso pago) e confirmada pelo ECO.

A saída acontece cerca de um ano depois de o banco espanhol ter adquirido o negócio de retalho ao Barclays por 86 milhões de euros. De resto, Carlos Brandão já liderava o Barclays em Portugal antes de o Bankinter ter ficado com as operações do banco britânico no país.

Enquanto procura uma solução mais permanente, o Bankinter optou por nomear Fernando Moreno, diretor-geral da banca comercial do grupo espanhol, como novo presidente executivo cá em Portugal, por tempo indeterminado.

Entre janeiro e março, o Bankinter obteve um lucro de 124,4 milhões de euros, mais 18,7% face ao mesmo período do ano passado, com ajuda do negócio em Portugal.

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Teresa Leal Coelho acusa: CML “tem funcionado como um fundo de especulação imobiliária”

  • ECO
  • 7 Julho 2017

A acusação é de Teresa Leal Coelho. A candidata do PSD à Câmara Municipal de Lisboa aponta o dedo a Fernando Medina por ter aumentado em 28% os encargos dos habitantes do concelho.

“Este executivo camarário tem funcionado, sobretudo, como um fundo de especulação imobiliária”, acusa Teresa Leal Coelho. A candidata do PSD à Câmara de Lisboa considera que o Fernando Medina “tem optado por colocar as frações que são propriedade da CML em hasta pública, como no próximo dia 14 de julho, em que a licitação base será de 14 milhões de euros”, exemplifica, em entrevista ao Jornal Económico (acesso pago).

"Este executivo camarário tem funcionado, sobretudo, como um fundo de especulação imobiliária.”

Teresa Leal Coelho

Candidata do PSD à CML

Teresa Leal Coelho critica ainda o facto de a gestão socialista não ter reduzido de forma mais significa a dívida da autarquia. “A CML reduziu a dívida em cerca de 271 milhões de euros, mas de acordo com o memorando de entendimento recebeu 286 milhões que serviam, precisamente, para a amortização de acordos de pagamento. E não o fez. Entre 2007 e 2016, apesar do encaixe de 286 milhões, a CML reduziu a dívida num valor inferior“.

A candidata do PSD lança ainda farpas pelo aumento de 28% dos encargos dos habitantes do concelho. “Ao contrário daquilo que é dito, a CML tem aumentado as taxas e as tarifas parta os cidadãos de Lisboa”, diz Teresa Leal Coelho. “Têm de pagar a taxa de proteção civil, tarifa de resíduos urbanos, de saneamento e o adicional. Com a gravidade muito particular: a taxa de proteção civil é inconstitucional”, acrescenta.

Apesar de ser uma defensora do alojamento local, Teresa Leal Coelho sublinha que é necessário “verificar quando o alojamento local se transforma em indústria hoteleira e reitera que está contra a proposta de submeter o alojamento local à autorização dos condóminos. Tal como já tinha dito em entrevista ao Expresso, Teresa Leal Coelho defende a atribuição de incentivos ao arrendamento para intervir no mercado e lamenta que os proprietários tenham “sido vítimas de políticas sucessivamente adotadas, desde o antigo regime, que os oneram com aquilo que uma função social: o direito à habitação”.

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BCP na corrida pelo banco polaco do Deutsche Bank

Negócio do banco alemão na Polónia está avaliado em 500 milhões de euros. O português BCP está na corrida mas tem a concorrência de dois gigantes europeus: Commerzbank e Santander.

São três os potenciais compradores do negócio do Deutsche Bank na Polónia, de acordo com o jornal Puls Biznesu. Entre eles está o português BCP, que está no mercado polaco através do Millenium Bank. Commerzbank e Santander são os outros concorrentes.

O banco alemão está a vender o seu negócio naquele país, exceto os empréstimos denominados em moeda estrangeira. Três instituições financeiras já apresentaram as suas ofertas iniciais e o Deutsche Bank espera receber ofertas vinculativas até ao início do próximo mês.

A Bloomberg, que cita o jornal económico polaco, adianta que estes ativos poderão estar avaliados em 500 milhões de euros, excluindo um fator de desconto que costuma estar incluindo quando alguma entidade pretende alienar determinado ativo.

Embora sejam três bancos na corrida, o Commerzbank é indicado como aquele que surge na pole position.

As ações do BCP desvalorizam 0,54% para 0,24 euros. Acumulam um ganho de 30% desde o início do ano, conferindo uma avaliação de mercado ao banco liderado por Nuno Amado de 3,6 mil milhões de euros.

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Seca “gravíssima” leva a plano de contingência

  • ECO
  • 7 Julho 2017

Cerca de 80% do território estava em seca severa ou extrema, e muitas barragens do Continente têm menos de metade dos reservatórios cheios. A situação da bacia do Sado é a mais preocupante.

A situação de seca em Portugal preocupa de tal maneira que o Governo vai ativar a Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, além de criar um plano de contingência para a seca, que deverá incluir o fim da rega dos espaços verdes nos municípios mais afetados.

À TSF, o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, admitiu que a situação é muito preocupante, em especial na bacia do rio Sado. Carlos Martins reconheceu que no final de junho, 80% do território estava em seca severa ou extrema. Quase um terço das barragens no Continente tinham menos de metade da água que poderiam ter, e há zonas do país, incluindo o Sado e a Beira Interior, onde pode não haver água para as populações em agosto.

É por isso que “é preciso tomar medidas de contenção de consumos, criar regras e sobretudo alertar para a situação gravíssima que estamos a viver”, disse Carlos Martins à TSF.

As autarquias mais afetadas vão ser incentivadas a reativar antigos furos de água que possam substituir o abastecimento atual e a parar de regar espaços verdes. “Ninguém iria perceber que andássemos a regrar rotundas numa altura em que há restrições de abastecimento à população ou ao gado”, disse Carlos Martins.

Os produtores de arroz já sentem o impacto da seca, e terão de reduzir em 30% a sua produção. O representante dos produtores da zona do Vale do Sado afirma que Portugal vai importar ainda mais arroz em 2017.

Ministro do Ambiente afasta cenário de restrição de água

Horas depois de o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, ter dito aos microfones da TSF que era “preciso tomar medidas de contenção de consumos”, o ministro João Matos Fernandes afastou a possibilidade de haver restrições do consumo de água à escala nacional.

“A nossa primeira prioridade é a água para consumo e uso humano e essa nunca estará em situação nenhuma em causa”, assegurou o ministro, que falava à margem da apresentação do projeto “Corredores do Vale do Leça”, citado pela Lusa.

“Há um conjunto de albufeiras, particularmente na bacia do Sado, que tem um nível de água abaixo do que é comum nesta altura do ano”, mas que “permite encarar o verão com segurança”, segundo Matos Fernandes, para quem o Governo tem “tempo de, com base em dados que são públicos, tomar as decisões que são certas no tempo certo e elas irão ser tomadas no dia 19 de julho”. Para esse dia, informou, “está convocada a comissão que tem como obrigação tomar essas medidas”.

“Esta situação tem de ser acompanhada ao dia e ainda ontem [quinta-feira], nas bacias onde a água nos faz mais falta, houve uma chuvada severa”, observou o governante, que elencou as prioridades do consumo de água nesta fase.

"Esta situação tem de ser acompanhada ao dia e ainda ontem [quinta-feira], nas bacias onde a água nos faz mais falta, houve uma chuvada severa.”

João Matos Fernandes

Ministro do Ambiente

“A nossa primeira prioridade é a água para consumo e uso humano e essa nunca estará em situação nenhuma em causa. A seguir há um conjunto de prioridades de uso que temos de deixar para o fim, como a lavagem de viaturas, rega de espaços verdes, a lavagem das ruas e é isso que vamos definir com base nos dados que temos e em articulação com as autarquias que poderão ser mais afetadas”, disse.

E prosseguiu: “Há uma outra zona do país que também nos preocupa, onde certamente a situação nunca será grave ao ponto de chegar às sedes do concelho, que é a Beira Baixa. São zonas onde comummente ao longo do ano o consumo de água é baixo mas que com a chegada do verão, presença de turistas e regresso dos emigrantes, o consumo cresce bastante e ai teremos de ter um acompanhamento muito fino”.

A situação é preocupante, mas tem solução”, salientou, admitindo que em casos extremos, no interior do país, uma ou outra aldeia possa ter de vir a ser abastecida de água por um camião cisterna”, mas serão sempre “situações pontuais” e que o Governo ainda está “a tempo de tudo fazer para que não tenham que se verificar”.

Informando que o grupo técnico associado à comissão já está a trabalhar, o ministro recordou que há uma comissão de gestão de albufeiras, que depende do Ministério do Ambiente, que fornece “essas informações e que vai reunir no dia 14, para a tomada de uma série de decisões no dia 19.

Não há risco de falta de água para consumo humano”, reafirmou Matos Fernandes, observando que “só na década de 1990 é que o nível médio nas albufeiras foi mais baixo” do que está atualmente e por isso não ser “uma situação insólita”.

E acrescentou: “Com o agravamento das alterações climáticas pode vir a repetir-se mais vezes e por mais tempo, pelo que é importante aprender para o futuro com aquilo que estamos a fazer este ano”.

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Gasóleo vai ter maior subida em três meses

No sobe e desce, o petróleo acabou por ceder, mas os combustíveis não. As cotações subiram nos mercados internacionais, levando a aumentos nos postos nacionais no arranque da semana.

Depois de semanas consecutivas em queda, os preços dos combustíveis vão voltar a subir. Apesar da descida do petróleo, tanto a gasolina como o gasóleo avançaram nos mercados internacionais, abrindo a porta a subida nos valores de venda ao público na próxima semana. No caso do gasóleo, o combustível mais utilizado, o aumento será o maior em três meses.

Embalado pelas reservas norte-americanas, mas também pelos alertas da Rússia, o petróleo andou num sobe e desce constante. O saldo acabou por ser ligeiramente negativo, com os preços a fixarem-se em torno dos 45 e 47 dólares em Nova Iorque e Londres, respetivamente. Mas os seus derivados, a gasolina e o gasóleo, não. Subiram. O preço médio da gasolina aumentou em 2,80% enquanto o do gasóleo disparou: 4,70%.

Subidas acentuadas nos mercados que vão trazer aumentos de preços nos postos de abastecimento. No caso da gasolina há margem para um aumento de um cêntimo por litro, de acordo com os cálculos do ECO. Será a primeira subida após cinco semanas consecutivas para os condutores de automóveis a gasolina, sendo que o mesmo vai acontecer a quem tem veículos a diesel. Neste caso a subida é ainda mais expressiva.

Se o preço médio da gasolina simples de 95 octanas deverá passar novamente da fasquia dos 1,30 euros por litro, tendo em conta os valores atuais divulgados pela Direção Geral de Energia e Geologia, o do gasóleo vai aumentar de 1,18 para 1,20 euros, ou seja, registar um aumento de dois cêntimos, o maior em três meses.

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EDP Renováveis volta a cair. Fica a dez cêntimos da OPA

Bolsa nacional cede na última sessão da semana. A EDP Renováveis volta a cair no segundo dia da OPA. Já está a dez cêntimos de atingir o valor da contrapartida oferecida pela casa-mãe EDP.

No segundo dia da oferta pública de aquisição, a EDP Renováveis volta a cair na bolsa. Perde 4,3 cêntimos e já está a dez cêntimos de atingir o valor da contrapartida oferecida pela EDP, que é de 6,75 euros. É a última sessão desta semana e a bolsa nacional prova perdas nos primeiros minutos de negociação.

O PSI-20, o principal índice português, cede 0,41% para 5.147,95 pontos. São 13 cotadas que pressionam a bolsa neste arranque. E o destaque vai para a EDP Renováveis. Os títulos perdem 0,62% para 6,85 euros, depois de na sessão anterior terem cedido mais de 2%. A cotada liderada por Manso Neto continua a cotar-se acima do preço da OPA. Mas a resistência dos acionistas minoritários à oferta lançada pela casa-mãe começa a dar sinais de quebrar perante a tendência de convergência do preço da ação à contrapartida da OPA.

A pressionar Lisboa estão ainda as ações da Jerónimo Martins (-0,69%), BCP (-0,58%) e Galp (-0,5%). Estas são três cotadas com enorme peso na bolsa e, encontrando-se sob pressão vendedora, acabam por levar quase inevitavelmente o índice benchmark para terreno negativo.

Do lado positivo, a Ibersol volta a sorrir esta sexta-feira, depois da nota de research bastante favorável ao título da empresa de restauração publicada na quarta-feira. Foi o Haitong quem reviu em alta o preço da Ibersol, a quem atribuiu um potencial de valorização de 38% perante a retoma económica na Península Ibérica.

Lá por fora, Madrid, Paris e Londres também despertam para o último dia da semana nas bolsas com sentimento de alguma aversão ao risco. As perdas eram ligeiras, ainda assim.

Para os analistas do BPI, “a subida das yields das obrigações e a renovada debilidade do petróleo serão os temas centrais durante a manhã“. “Ontem, as yields dos bunds alemães superaram a resistência dos 0,50%. Se as taxas de juro não regressarem nas próximas sessões para níveis inferiores a essa barreira então poder‐se‐á assistir a um movimento mais significativo das yields alemãs, que deverá contagiar as demais taxas de juro europeias”, admitem os analistas no Diário de Bolsa.

EDP Renováveis volta a ceder

(Notícia atualizada às 8h19)

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Alerta em Tancos era o mais baixo no dia do furto

  • ECO
  • 7 Julho 2017

O nível de alerta na base militar mantinha-se baixo apesar da vedação estragada e do sistema de videovigilância avariado. Mesmo agora, o estado de segurança não foi alterado.

O nível de alerta na base militar de Tancos no dia do assalto em que foi furtado armamento militar era o mínimo, Alfa+, apesar da vedação a precisar de ser reparada e do sistema de videovigilância que estava avariado, escreve esta sexta-feira o jornal Público.

A primeira fase da avaliação de risco é feita pelas secretas e depois transferida ao Centro de Informações e Segurança Militares, que fez a sua última avaliação em abril, concluindo que não havia necessidade de aumentar as medidas de segurança. Isto numa altura em que, segundo a Sábado, o DCIAP da Polícia Judiciária já tinha aberto uma investigação à possibilidade de roubo de armamento militar.

Rovisco Duarte, Chefe do Estado-Maior do Exército, afirmou esta quinta-feira, ouvido no Parlamento à porta fechada, sentir-se “humilhado” com o caso. Para o Chefe do Estado-Maior, foram registados “erros estruturais inadmissíveis” associados ao comando do exército: para Rovisco Duarte, é incompreensível que houvesse um intervalo de 20 horas entre rondas. Rovisco Duarte confirmou ainda que a lista de armamento divulgada pelos jornais espanhóis é mesmo aquela que desapareceu de Tancos, contrariando a versão que o próprio apresentou em entrevista à RTP. Esta sexta-feira, a mesma comissão recebe o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, às 16h00.

O titular da Defesa comentou o furto da base de Tancos logo no dia em que foi comunicado publicamente pelo Exército (29 de junho), a partir de Bruxelas, numa altura em que a lista completa do material roubado ainda não era conhecida, o que, aparentemente, veio a acontecer através de um jornal espanhol. “Evidentemente é um facto grave, não vale a pena estar a desvalorizar esse facto. É sempre grave quando instalações militares são objeto de ação criminosa tendente ao furto justamente de material militar”, para mais quando “não foi roubada uma pistola, não foram roubadas duas, foram roubadas granadas”, disse.

"Evidentemente é um facto grave, não vale a pena estar a desvalorizar esse facto. É sempre grave quando instalações militares são objeto de ação criminosa tendente ao furto justamente de material militar.”

Azeredo Lopes

Ministro da Defesa

O ministro, que falava aos jornalistas à margem de uma reunião ministerial da NATO, garantiu que, a par das investigações em curso – “a questão ficou imediatamente sob alçada da Polícia Judiciária militar e da Polícia Judiciária”, e a partir desse momento “as diferentes instâncias de investigação criminal”.

O Diário de Notícias avança esta sexta-feira que os peritos da Polícia Judiciária que investigam o furto não descartam a possibilidade de que o material roubado de Tancos ainda esteja em Portugal. Embora não haja mercado no país para armamento deste tipo, é possível que este ainda não tenha sido vendido, ou esteja a ser vendido à unidade. “Também está a ser escrutinado o cenário de o material já ter saído do país”, disse uma fonte próxima do processo ao Diário de Notícias. “Tudo está em aberto”.

O caso transformou-se em assunto político de relevo, suscitando o interesse do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e dos partidos políticos, entre os quais o CDS, que viria a pedir a demissão do ministro da Defesa. Marcelo Rebelo de Sousa exigiu “uma investigação total” no caso do furto de Tancos, “doa a quem doer e não deixando ninguém imune”.

As demissões são inevitáveis e temos de o dizer sem hesitações e sem rodeios: senhor primeiro-ministro, volte e demita-os”, exigiu Assunção Cristas, após ser recebida, a seu pedido, em Belém, pelo Presidente da República, e numa altura em que o chefe do Governo, António Costa, se encontrava ausente do país, em gozo de férias.

Na sequência do incidente, o chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, exonerou temporariamente os cinco comandantes da base da Tancos até serem concluídas as averiguações. Ao mesmo tempo, o Exército informou que foram reforçadas as medidas de segurança nos Paióis Nacionais de Tancos e determinadas inspeções a estes paióis e aos de Santa Margarida.

Artigo atualizado às 9h30 com mais informação

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Estado perde ações contra privados nas concessionárias

  • ECO
  • 7 Julho 2017

No início do ano, o Estado foi condenado a pagar 200 milhões de euros em dois processos contra a concessionária da Douro Litoral. E viu negadas pretensões noutro caso contra a Brisal.

O Estado português foi condenado a pagar mais de 200 milhões de euros em fevereiro no âmbito de dois processos contra a Auto-Estradas do Douro Litoral (AEDL), concessionária detida pela Brisa. Esta condenação surge depois de terem sido rejeitadas novas diligências em dois processos contra a Brisal e Elos e nos quais o Estado tem de pagar cerca de 300 milhões de euros.

São casos em que o Estado perdeu ações contra privados nas concessionárias este ano, de acordo com o Jornal de Negócios (acesso pago), que adianta que estes litígios não chegaram ainda ao fim.

No caso que opõe a AEDL e Estado, a anulação do concurso para a construção da autoestrada do Centro, com a alegada perda de tráfego na Douro Litoral, motivou a concessionária a apresentar em 2013 um pedido de reposição do equilíbrio financeiro (REF) da ordem dos 1.350 milhões de euros. Isto porque foram introduzidas taxas de regulação infraestruturas rodoviárias (TRIR) e das tarifas a cobrar pelo Sistema de Identificação Eletrónica de Veículos (SIEV). O Estado cobrou essas taxas mas foi condenado a devolver os valores já pagos pela concessionária e ainda a efetuar um pagamento de 42 milhões.

Também no primeiro trimestre deste ano o Estado viu serem rejeitadas novas diligências num processo contra a Brisal. O Estado foi condenado em 2015 a pagar 150 milhões de euros. E depois de ter tentado uma ação visando a declaração de nulidade parcial do acórdão que foi negada, chegou a efetuar uma reclamação junto do Supremo Tribunal Administrativo, que indeferiu a sua pretensão.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Em Portugal, a EDP Renováveis continua em foco num dia importante para os lesados do BES. Lá fora, as atenções viram-se para os EUA, com os dados do emprego, mas principalmente para o G20.

Em Portugal, o destaque vai para a EDP Renováveis, agora que a OPA da EDP está no mercado, mas também para a situação dos lesados do papel comercial do BES. O panorama do investimento em Portugal no primeiro semestre do ano também estará em foco por cá. Fora de fronteiras, os chefes de Estado das maiores economias do mundo discutem as questões fraturantes da economia em Hamburgo, na reunião anual do G20. E a economia americana, em particular, volta a dar sinais com os números do emprego.

EDP Renováveis continua a cair?

A EDP lançou uma OPA sobre a EDP Renováveis, oferecendo 6,75 euros por ação. Um preço que recebeu luz verde da CMVM, levando a oferta para o mercado, para os investidores. A EDP Renováveis reagiu em queda, recuando 1,88%. Continua, ainda assim, a cotar nos 6,89 euros, acima do valor oferecido pela empresa liderada por António Mexia que defende que há um prémio para os investidores considerando as mais variadas avaliações que se possa fazer. Será que os investidores vão ceder?

Lesados do BES tentam assegurar compensações

Sexta-feira revivem-se antigas polémicas da banca, pois é a data limite para os clientes lesados do papel comercial vendido pelo BES assegurarem os respetivos direitos judiciais. Em causa estão as compensações, que poderão afinal não ser recebidas na íntegra: até agora os lesados contavam receber até 75% do valor investido e perdido, mas esta percentagem pode passar a apenas 30%. Isto porque as ações judiciais só se dirigiam às empresas que emitiram o papel comercial, deixando de parte cerca de 40 envolvidas indiretamente. Os representantes das três associações de lesados pediram no Parlamento uma solução “justa” para todos os lesados.

Investir ou não, eis a questão

O Inquérito de Conjuntura ao Investimento vem revelar em que pé estão as empresas. Se de pé atrás, se com vontade investir, sinal de confiança na retoma da economia nacional. Depois do crescimento de 6,5% do investimento no ano passado, a última estimativa revelada pelo INE apontava para que o investimento empresarial desacelerasse para 3,8% este ano. O investimento é importante para garantir que os motores da economia continuam a trabalhar. O Fórum para a Competitividade alertou que, para compensar a estagnação dos últimos anos, Portugal tem que crescer uma média de 3% ao ano até 2026.

Maiores economias mundiais reunidas em Hamburgo

A cimeira anual do G20 vai juntar chefes de Estado e representantes de organizações internacionais nos dias 7 e 8 de julho, em Hamburgo, na Alemanha. Vão discutir o crescimento económico a nível mundial. Em foco estarão as trocas comerciais internacionais e as alterações climáticas, temas que têm gerado polémica na administração de Trump. É à margem deste grande encontro que deverá acontecer o primeiro encontro cara a cara entre Trump e Putin.

Mais emprego nos EUA?

Como bom indicador do estado da economia, as estatísticas do emprego nos Estados Unidos aguardam-se com expectativa. As projeções apontam para um aumento na ordem dos 175.000 postos de trabalho em junho, ao mesmo tempo que a taxa de desemprego deverá manter-se em mínimos de 16 anos, nos 4,3%. Esta taxa tem, ainda assim, desiludido, assim como os números do emprego, pois ambos se esperavam ainda melhores. Paralelamente, conta-se com melhorias nos salários.

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Polícia multa Uber à porta do Nos Alive

  • ECO
  • 6 Julho 2017

No dia em que arranca o Nos Alive, PSP e IMT estão a realizar uma operação STOP abordando motoristas de plataformas eletrónicas como a Uber e a Cabify, que é parceira do evento.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) e o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) estão a levar a cabo uma operação STOP perto do recinto do festival Nos Alive, onde estão a ser abordados motoristas ao serviço de plataformas eletrónicas de transporte como a Uber e a Cabify. Ao que o ECO apurou, a polícia está a mandar parar veículos afetos a este tipo de plataformas junto ao jardim da Torre de Belém, na rotunda do restaurante Vela Latina.

Esta operação acontece numa altura em que começa o festival Nos Alive no Passeio Marítimo de Algés, e em que uma das plataformas deste género, a Cabify, é parceira oficial do evento. O recurso a estes serviços estará a ser uma alternativa escolhida por muitos festivaleiros para chegarem ao recinto. Estão cerca de 55 mil pessoas no festival.

As autoridades estão a pedir aos motoristas documentos do automóvel, do motorista e um alvará que viabilize o transporte de passageiros. Num dos casos relatados ao ECO por um passageiro que testemunhou a ocorrência, foi autuada a empresa para a qual trabalhava o motorista por não ter alvará para transporte de passageiros em táxi. A coima para estas empresas varia entre 5.000 e 15.000 euros.

O único alvará que muitas destas empresas têm é o que lhes confere um caráter de operador turístico, um documento que muitos motoristas usam para justificar a suposta legalidade da atividade. Ainda assim, a falta de regulamentação faz com que as autoridades considerem esta atividade como estando à margem da lei, como o ECO já tinha avançado em janeiro.

Em causa está o facto de o Parlamento ter aprovado uma lei em novembro que ilegalizou o transporte de passageiros em viaturas sem alvará, concretamente os veículos afetos a plataformas eletrónicas de transporte como a Uber e a Cabify. A regulamentação do transporte de passageiros através de plataformas eletrónicas é uma matéria sensível e fraturante entre os vários partidos. O Governo já apresentou uma proposta, mas a discussão está parada no Parlamento há já vários meses.

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Lesados queixam-se de serem excluídos de solução

  • Lusa
  • 6 Julho 2017

Três das associações de clientes lesados com produtos financeiros adquiridos aos balcões do BES e do Banif queixam-se de terem sido excluídas da solução desenhada pelo Governo.

As três associações de clientes lesados com produtos financeiros adquiridos aos balcões do BES e do Banif hoje ouvidas no parlamento criticaram a sua exclusão da proposta de lei que visa viabilizar uma solução para esta situação.

A primeira audição nos trabalhos de hoje da Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA) coube à Associação de Defesa dos Clientes Bancários (ABESD), que contou com António Borges como porta-voz.

O responsável revelou que a entidade, criada em julho de 2014, ainda antes da resolução do Banco Espírito Santo (BES) — quando já se adivinhavam problemas no banco — conta com cerca de 110 associados, com idades entre os 45 e os 70 anos, alguns emigrantes e outros residentes em Portugal, com investimentos em papel comercial e outras aplicações financeiras do Grupo Espírito Santo (GES) na ordem dos 50 milhões de euros.

“O que conhecemos do acordo [para ressarcir parcialmente os lesados do BES] é só através da comunicação social. Ficámos de fora do grupo de trabalho e nenhum dos nossos associados está contemplado nesta solução”, lançou, explicando que os associados da ABESD “têm as contas em sucursais estrangeiras, apesar de os produtos terem sido subscritos na Avenida da Liberdade [em Lisboa] ou em qualquer balcão do BES” em território português.

Em relação à proposta de lei que está em cima da mesa, “não é justa nem equitativa e não tem igualdade de tratamento para todos os lesados do BES”, disse à Lusa António Borges no final da audição parlamentar, admitindo que ainda confia que os associados da ABESD sejam incluídos numa solução que lhes permita minimizar as perdas.

Depois, foi a vez de serem ouvidos os responsáveis da Associação de Emigrantes Portugueses Lesados na Venezuela, Vasco Barros e Lígia de Freitas, que também pediram aos deputados que incluam os seus associados numa solução.

“Estamos confiantes de que os deputados vão reconhecer a nossa situação, que fomos enganados, e vão conseguir arranjar uma solução para a nossa situação”, afirmou Lígia de Freitas, que traçou o perfil dos “lesados da Venezuela”.

Em causa estão quase 200 pessoas, quase na totalidade oriundas da Madeira, “que trabalharam quase toda a sua vida na Venezuela” e que se encontram numa “situação dramática” por terem sido “enganadas” ao subscreverem produtos de risco do GES quando pensavam estar a aplicar o dinheiro em produtos com capital garantido, segundo Vasco Barros.

“Não eram investidores, muito menos investidores qualificados. São pessoas simples, com pouca escolaridade, que colocaram as poupanças de uma vida em depósitos a prazo e ficaram sem nada”, vincou.

A associação representa atualmente cerca de 30% dos 200 lesados na Venezuela, com um montante correspondente a cerca de 50 milhões de euros.

“Somos todos da Madeira e os nossos produtos foram todos comprados na Madeira, mas depois de o dinheiro entrar no BES perdemos o controlo sobre o dinheiro, que foi enviado para o estrangeiro, para países como o Panamá”, assegurou Vasco Barros perante os deputados, referindo que “há produtos [GES] que praticamente só foram vendidos às pessoas da Madeira na Venezuela e na África do Sul”.

Depois, foi a vez da Associação de Lesados do Banif (ALBOA) que, através do porta-voz Jacinto Silva, apelou para que seja respeitado o princípio constitucional da igualdade.

“No caso particular do Banif, todos os lesados ficariam excluídos”, assinalou o responsável, pedindo que seja encontrada uma “solução legislativa que ofereça a todos os portugueses o mesmo tratamento”.

O objetivo é permitir o “acesso dos lesados do Banif ao fundo de recuperação de crédito” que pretende operacionalizar a solução que minorará as perdas” destes clientes bancários de dois bancos que foram alvo de resolução, o BES em 2014 e o Banif em 2015.

“A proposta de lei existente [ainda provisória] é muito limitativa no âmbito. É direcionada. Não temos nada contra os lesados do papel comercial do BES. Mas temos que dizer aqui uma coisa, nós somos lesados de um banco público e o BES era um banco privado”, realçou Jacinto Silva.

De resto, a ALBOA entende que “não faz sentido que [a futura lei] seja restritiva”, sublinhando que, “mesmo que a lei seja aprovada, não quer dizer que resolva os problemas dos lesados” que, segundo Jacinto Silva, foram “vítimas de más práticas evidentes de comercialização enganosa”.

No final da audição, o porta-voz da ALBOA disse à Lusa que este encontro na Assembleia da República foi “extremamente útil” e que está “esperançado de que haja um alargamento da proposta de lei” que permita a integração dos lesados do Banif.

Caso tal não aconteça, o responsável considerou que se trataria de uma “perfeita injustiça”, já que se estaria a “proteger um grupo de lesados de um banco que era privado e a abandonar os lesados do Banif, que era um banco público”.

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