Bancos internacionais equacionam bloquear compra de bitcoin
O Nordea proibiu os funcionários de negociarem moedas digitais. Em Portugal, o Santander bloqueou transferências para a Coinbase durante um período. Nos EUA, o Bank of America estuda medida parecida.
Os bancos internacionais estão a considerar um bloqueio à compra de bitcoin através de cartões de crédito. A notícia foi avançada pela Market Watch que ouviu de uma responsável do Bank of America que a instituição estava a mudar a sua política relacionada com as moedas digitais. O mesmo poderá acontecer no Citigroup. Neste momento existe um vazio legal nas criptomoedas enquanto os reguladores nacionais e internacionais discutem o que fazer.
Os alertas chegam de todo o lado. O líder da JP Morgan, por exemplo, classificou a bitcoin de uma “fraude”, mas logo a seguir arrependeu-se. Há dias o Nobel da Economia dizia ao ECO que o mercado que mais lhe parecia com uma bolha especulativa era o da bitcoin “e as irmãs”. São muitas, espalharam-se por um mercado que não para de crescer e que captou a atenção dos investidores particulares.
Mas também dos bancos. Primeiro porque este tipo de moedas digitais — cuja operação é descentralizada e, muitas das vezes, anónima uma vez que não está submetida às regras dos outros produtos financeiros — poderá estar a permitir a lavagem de elevadas quantias assim como o financiamento do terrorismo. O risco de uma bolha e estes problemas legais levam os bancos a refletir sobre se devem travar estas operações.
É isso que está a acontecer internacionalmente. Na Suécia, por exemplo, o banco Nordea decidiu proibir os seus funcionários de transacionarem moedas digitais uma vez que o risco de ilegalidade é demasiado elevado, alegando que neste momento existe pouca proteção nesse mercado. A decisão vai entrar em vigor a 28 de fevereiro e, apesar do banco permitir que quem já tenha bitcoin continue a mantê-la na sua carteira de ativos, o Nordea recomenda a venda.
Mas as restrições podem chegar aos clientes em breve. O Bank of America está a “rever as suas políticas” relacionadas com a bitcoin, ainda que não haja pormenores sobre o que está em cima da mesa. Já o Citigroup diz que “continuará a monitorizar o espaço envolvente” às criptomoedas. Em causa estará um travão à utilização de cartões de crédito para a compra de moedas digitais, alegando com o risco de fraude.
Em Portugal, até ao momento, só é conhecido um caso deste tipo: o Santander decidiu durante um período de tempo bloquear as transferência tendo como destino a Coinbase, a mais famosa das plataformas que negoceiam bitcoin. Pouco depois dessa decisão ser pública por causa das queixas dos clientes, o Totta decidiu voltar atrás e voltar a permitir as transferências para a Coinbase.
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