Finanças justificam subida de comissões com a “missão” da CGD
Para que a CGD assegure a "viabilidade económica da operação bancária", tem de promover a "convergência dos preços praticados com o mercado", defende o gabinete de Mário Centeno.
A Caixa geral de Depósitos (CGD) prepara-se para acabar com a isenção da comissão de manutenção de contas aos clientes com idades entre os 26 e 29 anos. A alteração motivou mesmo debates parlamentares e o primeiro-ministro chegou a dizer que não se intromete nas decisões do banco público. Agora, o gabinete de Mário Centeno tem posição diferente: foi o Governo que “confiou à administração do banco a missão de garantir a solidez financeira” e, para que esta missão seja cumprida, “tem de estar assegurada a viabilidade económica da operação bancária”, nomeadamente através da “convergência dos preços” da concorrência.
A justificação é dada em respostas por escrito enviadas aos grupos parlamentares do PSD e do Bloco de Esquerda, que questionaram o Governo sobre a sua posição relativamente ao fim destas isenções.
“Como acionista único da CGD, o Governo confiou à administração do banco a missão de garantir a solidez financeira da instituição a longo prazo. Para que a CGD cumpra esta missão, tem de estar assegurada a viabilidade económica da operação bancária, através também da convergência dos preços praticados com o mercado”, começa por responder o gabinete de Mário Centeno.
Por outro lado, acrescenta a resposta, “as comissões de conta praticadas pela CGD estão em linha com os concorrentes no mercado e o banco mantém um quadro alargado de isenções, que permite uma diferenciação dos clientes da CGD em função das suas condições particulares”.
O Governo deixa por responder várias das questões colocadas. A deputada Mariana Mortágua questionou “qual o número de jovens detentores do Mega Cartão Jovem que passarão a pagar esta nova comissão” e “o que pretende o Governo fazer para travar o aumento abusivo das comissões bancárias, em particular na CGD”, mas Mário Centeno ignorou estes pontos.
Para além do aumento das comissões aos jovens, o banco público vai passar a cobrar um euro por levantamentos com caderneta feitos aos balcões.
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