Ajustar pensões ao desempenho da economia? Proposta de Rio pode ter “consequências indesejáveis”
Siza Vieira considera nova liderança do PSD um "regresso à normalidade democrática", mas tal não "quer dizer que vamos morar para casa uns dos outros”. Critica ainda proposta de Rio para pensões.
Rui Rio foi à Renascença propor o ajuste das pensões consoante o desempenho da economia portuguesa. Na sua primeira entrevista desde que chegou ao Executivo, Pedro Siza Vieira responde ao novo presidente dos laranjas, argumentando que tal adaptação poderia ter “consequências indesejáveis do ponto de vista de gestão do ciclo económico”. Ao Público (acesso condicionado), o ministro Adjunto adianta ainda que o PSD “não tem propostas para apresentar ao Governo.
“A ideia de adaptar as pensões a um comportamento da economia pode ter consequências indesejáveis do ponto de vista de gestão do ciclo económico”, explica o governante. Siza Vieira lembra também que o Governo já fez questão de defender que não é adequado que qualquer solução passe pela redução das pensões em pagamento, “como chegou a ser equacionado pelo Governo anterior”. Aliás, sublinha o ministro, reduzir esses apoios num momento de crise pode, na verdade, “agravar a própria crise”.
"Não se deve deixar ninguém de fora. Isso não quer dizer que vamos morar para casa uns dos outros.”
Apesar de criticar a proposta de Rui Rio, Siza Vieira considera a chegada do portuense à liderança do partido social-democrata como “uma espécie de regresso à normalidade democrática” e enfatiza que há agora “disponibilidade do maior partido da oposição para participar nos grandes debates que interessam à organização do Estado”.
Ainda assim, o ministro Adjunto de António Costa nota que a relação cordial com o PSD não é sinónimo nem de um fortalecimento do elo entre os partidos nem da deterioração da ligação do PS com a esquerda. “Não se deve deixar ninguém de fora. Isso não quer dizer que vamos morar para casa uns dos outros“, esclarece Siza Vieira. “Julgo que aqui estamos a retomar uma tradição saudável, as medidas com horizonte para além de uma legislatura devem ser discutidas num espaço mais alargado possível”, avança.
O governante realça, por fim, que o Executivo está agora a aguardar as medidas que o PSD possa vir a apresentar em áreas como a Segurança Social e a Justiça.
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