Guerra comercial entre UE e EUA? OCDE pede “solução global” para o aço
Angel Gurría pede que se acelerem os esforços para chegar a uma "solução global". Perante a potencial guerra comercial entre Bruxelas e Washington, a OCDE pede que se evite um agravamento do conflito.
A Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) não vê com bons olhos o potencial conflito comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos. Angel Gurría quer evitar o agravamento da situação e pede aos governos que cheguem a uma “solução global” de longo prazo. O caso começou com uma decisão de Donald Trump que deverá ser ripostada pela Comissão Europeia em breve.
“Como o passado nos mostra repetidamente, precisamos de soluções globais para problemas globais e isso é exatamente o porquê de existir um Fórum Global sobre a Capacidade Excessiva de Aço”, afirma Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, esta terça-feira, em comunicado enviado às redações. A Organização quer que se use esse espaço criado em 2016 para chegar a acordos, mas pede que se “acelerem os esforços”.
A OCDE sugere que os políticos vejam o problema de forma alargada, focando-se na sua substância e causas e não nas suas consequências. Quando criaram o fórum, os países da OCDE aprovaram recomendações que passavam pela reestruturação da indústria do aço e a eliminação de subsídios que criaram distorções no mercado. Existe um encontro marcado para junho deste ano, mas Gurría exige medidas concretas dada a “urgência da situação”.
"Como o passado nos mostra repetidamente, precisamos de soluções globais para problemas globais.”
“A indústria do aço está a ser confrontada com problemas sérios de comércio em todo o mundo, talvez os mais severos na sua história”, refere o comunicado da OCDE, assinalando que houve um aumento das medidas protecionistas, o que está a prejudicar muitas empresas da indústria. A organização critica os governos por não estarem a tomar as medidas tão rápido quanto necessário e pede que haja uma resposta coordenada de forma a reforçar a resiliência do setor.
O problema do aço voltou a estar na agenda mediática na semana passada depois de Donald Trump ter anunciado uma taxa alfandegária de 25% sobre as importações de aço e de 10% sobre as de alumínio. A medida recebeu críticas da comunidade internacional e Bruxelas prepara-se agora para responder.
Segundo a Bloomberg, a Comissão Europeia está a preparar uma lista de produtos norte-americanos sobre os quais pretende agravar a taxa de importação. Nessa lista estarão incluídos, por exemplo, t-shirts, whiskey, motas, barcos ou aço.
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