Fundos que estiveram contra a OPA da EDP querem lugar na administração da EDP Renováveis
Três gestoras de fundos de investimento, que detêm mais de 6% do capital da empresa portuguesa, comunicaram à EDP Renováveis que querem ter um lugar na administração. Decisão será tomada em AG.
Axxion, Moneta Asset Management e Masachusetts Financial Services Company (MFS) querem passar a estar representados no conselho de administração da EDP Renováveis. A intenção foi comunicada pelos fundos à empresa liderada por Manso Neto, pretendendo que a decisão seja tomada na assembleia geral de 3 de abril. O MFS foi um dos fundos que esteve contra a OPA da EDP.
“A EDP Renováveis, informa que recebeu a 27 de março de 2018, uma notificação por parte de Axxion, Moneta Asset Management e Masachusetts Financial Services Company, comunicando a constituição de um conjunto de acionistas com o objetivo de exercer o direito de representação proporcional de acordo com artigo 243 da ‘Ley de Sociedades de Capital'”, refere o comunicado enviado à CMVM.
“As entidades mencionadas manifestam ser gestores de fundos titulares de 52.381.868 ações, representando 6,0039% do capital social da EDP Renováveis“, daí o pedido para que passem a ter um lugar na administração da empresa liderada por Manso Neto.
“O referido conjunto de acionistas tem a intenção de exercer o direito à nomeação proporcional de um membro do Conselho de Administração da EDP Renováveis na próxima assembleia geral (AG) ordinária convocada para o próximo dia 3 de abril de 2018, ou em outras subsequentes, caso na referia Assembleia por qualquer motivo não se proceda à nomeação da representação proporcional”, nota o mesmo comunicado. O mandato da atual administração só termina a 19 de abril, pelo que só numa AG posterior, a ser agendada na da EDP, a entrada dos fundos na gestão poderá acontecer.
Destes três fundos de investimento, o MFS é o mais conhecido, sendo também aquele que maior posição detém do capital da EDP Renováveis — tem pouco mais de 4% do capital. Este fundo manifestou-se ativamente contra a OPA que a EDP lançou sobre a EDP Renováveis no ano passado, oferecendo uma contrapartida de 6,75 euros.
A MFS estimava que, ponderando os ativos da empresa, as ações da EDP Renováveis deveriam ser negociadas em bolsa a mais do dobro dos 6,75 euros por ação oferecidos pela EDP. E que considerando apenas os fluxos de caixa, a EDP Renováveis valia pelo menos 35% mais do que a contrapartida que a EDP oferecia na OPA em que a elétrica liderada por António Mexia acabou por comprar apenas 5%. Atualmente, a EDP Renováveis está a cotar nos 7,68 euros.
Mexia não conseguiu ter um nível de sucesso na OPA que lhe permitisse retirar a empresa de bolsa, mas a intenção mantém-se. A pretensão da EDP foi admitida pelo seu diretor financeiro, Nuno Alves, numa entrevista concedida à Bloomberg. “Tornou-se um negócio tão importante que queremos ter a maioria, se não mesmo 100%, dessas empresas”, afirmou Nuno Alves, salientando a relevância de dar cartas nessa área de negócio no atual contexto. “Essa é a área de crescimento. Hoje em dia, é um negócio tão importante no universo das utilities que as empresas querem-no todo”, disse.
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