Pharol multiplica prejuízos. Perdeu 806,5 milhões por causa da Oi
A Pharol, maior acionista da operadora brasileira Oi, registou prejuízos de 806,5 milhões de euros em 2017.
A Pharol teve prejuízos de 806,5 milhões de euros. Multiplicou por 13 as perdas obtidas no ano passado, face aos 61,9 milhões de euros negativos registados no período homólogo, reflexo da alteração da forma de contabilização da posição que tem no capital da Oi, operadora brasileira da qual é a maior acionista. A “perda de influência” na Oi, perante o plano de reestruturação que considera “desequilibrado”, levou a empresa a apresentar estes resultados.
Em comunicado enviado à CMVM, a empresa liderada por Luís Palha da Silva revela que o “resultado líquido consolidado de 2017 representa uma perda no montante de 806,5 milhões de euros, que reflete a perda de 960,5 milhões resultado da reciclagem de reservas cambiais acumuladas que têm vindo a ser registadas desde a aquisição do investimento na Oi, e que, face à definitiva perda de influência significativa na Oi, devem ser reconhecidas em resultados”. A passagem de contabilização da Oi para valor de mercado gerou um ganho de 168 milhões.
A alteração do método de contabilização da Oi, explica a Pharol, vem no seguimento da decisão pelo Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro de retirar os direitos dos membros do Conselho de Administração da Oi na aprovação do Plano de Recuperação Judicial em que a Oi se encontra, e acontecimentos subsequentes”. Perante esta decisão, “entendeu-se que, a Pharol perdeu a influência
significativa que até esta altura detinha na sua associada Oi“.
"Não se podendo conformar com o facto de a proposta não ter sido submetida na referida Assembleia Geral pelos órgãos legítimos da companhia e por a solução apresentada ser manifestamente desequilibrada na defesa dos interesses de todos os stakeholders em presença, a Pharol , através da sua participada Bratel, tem vindo a envidar todos os esforços nas esferas jurídicas adequadas para defender a legalidade e a equidade da solução final a adoptar pela Oi.”
Para além da Oi, da qual detém 27% do capital antes da operação de aumento de capital prevista no plano de reestruturação, os prejuízos registados pela Pharol reconhecem também “uma perda de 11,1 milhões de euros resultado de uma revisão em baixa do valor de recuperação do instrumento de dívida Rio Forte” , bem como “os custos operacionais consolidados de 4,8 milhões de euros”, nota a empresa na apresentação do relatório e contas de 2017 enviado à CMVM.
Plano da Oi é “manifestamente desequilibrado”
O plano de reestruturação da Oi marcou os resultados da Pharol em 2017. E é alvo de renovadas críticas por parte de Luís Palha da Silva, que volta a salientar que a solução encontrada pela operadora não responde de igual forma aos interesses dos diferentes stakeholders da empresa brasileira. A Oi vai aumentar capital através da conversão de dívida em capital, operação que vai reduzir a dívida de 65 mil milhões de reais (15,3 mil milhões de euros) para 19 mil milhões de reais (4,5 mil milhões de euros), levando à diluíção da posição da Pharol para apenas 7,66%.
“O ano de 2017, para a Pharol, acabou por ficar marcado pela apresentação de um Plano de Recuperação Judicial da Oi, aprovação em Assembleia
Geral de Credores e, posteriormente, já em 2018, pela sua homologação judicial. Não se podendo conformar com o facto de a proposta não ter sido submetida na referida Assembleia Geral pelos órgãos legítimos da companhia e por a solução apresentada ser manifestamente desequilibrada na defesa dos interesses de todos os stakeholders em presença, a Pharol , através da sua participada Bratel, tem vindo a envidar todos os esforços nas esferas jurídicas adequadas para defender a legalidade e a equidade da solução final a adoptar pela Oi”.
Palha da Silva continua, na mensagem aos acionistas publicada juntamente com o relatório e contas, que “esse esforço acentuou-se ao longo do primeiro semestre deste ano e a Pharol tudo continuará a fazer para defender o seu interesse como accionista da companhia, mantendo, no entanto, total disponibilidade para vir a apoiar um Plano de Recuperação Judicial que, através de negociação, reponha o equilíbrio na ponderação dos interesses dos diferentes intervenientes”.
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