Mourinho Félix: Eurogrupo vê com agrado vontade da Grécia de ter “saída limpa” do programa
No final da reunião informal de ministros das Finanças da zona euro, esta sexta-feira, Mourinho Félix escusou-se a comentar as declarações de Yanis Varoufakis.
O secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, disse hoje, em Sófia, que o Eurogrupo recebe “com agrado” a vontade manifestada pelo Governo grego de concluir o atual programa de assistência sem programa cautelar ou mecanismos de apoio.
Em declarações aos jornalistas depois de ter representado Portugal numa reunião informal de ministros das Finanças da zona euro, presidida por Mário Centeno, o secretário de Estado indicou que a discussão de hoje sobre a situação da Grécia, que caminha para a conclusão do seu “resgate” (prevista para o verão), teve “tons bastante positivos”, pois, sustentou, “a Grécia tem de facto hoje um desempenho económico e orçamental notável” e tem condições para “concluir o programa de ajustamento no tempo que é expectável”.
“Temos que continuar a trabalhar para que se consiga antes do verão que se cumpram todos os procedimentos necessários para que o programa possa ser concluído em tempo e para que a Grécia possa passar a estar sujeita àquilo que é um acompanhamento pós-programa e que permita depois continuar a implementar um conjunto de reformas que apresentou, a estratégia para o crescimento grega, que foi bem recebida”, disse.
Mourinho Félix apontou que “existe uma vontade do Governo grego de sair [do programa de assistência] sem nenhum programa cautelar ou qualquer espécie de mecanismo de apoio pós-saída, e, portanto, até lá é preciso assegurar que estão criadas as condições para que possa ser implementada de facto aquela que é a vontade do Governo grego e que foi recebida por todos os membros do Eurogrupo com agrado”.
Questionado sobre as críticas dirigidas esta semana, em Lisboa, pelo antigo ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, ao presidente do Eurogrupo, o secretário de Estado escusou-se, tal com Mário Centeno, a comentar “declarações de um ex-ministro das Finanças grego que decidiu, dentro daquilo que é a sua liberdade, dizer aquilo que considera”.
Apontando que a realidade é que a Grécia apresenta hoje um crescimento económico bastante robusto, uma criação de emprego muito significativa, e situação orçamental equilibrada, Ricardo Mourinho Félix defendeu que é nisso que é preciso “continuar a trabalhar, para que a Grécia continue a ter a capacidade de seguir este caminho por muitos e bons anos, para que possa pelos seus pés, pelo esforço do povo grego, conseguir aquilo que Portugal também conseguiu, que é uma saída de um programa, numa trajetória de regresso a uma normalidade, com crescimento, com prosperidade e com criação de emprego”.
Na véspera, Varoufakis, de visita a Lisboa, teceu duras críticas a Centeno, considerando que o ministro das Finanças português é “um instrumento do Eurogrupo” e das políticas de Berlim, afirmou que o facto de impor mais austeridade à Grécia, que foi o que evitou em Portugal, “roça a imoralidade”, e insistiu que a situação no seu país piora diariamente, pelo que é “um insulto” falar em recuperação económica na Grécia.
“Eu acho que são declarações que não me merecem nenhum comentário, são vindas de alguém que foi ministro das Finanças da Grécia numa altura particular e, portanto, têm que ser entendidas nesse contexto”, reforçou o secretário de Estado das Finanças.
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