Consórcio chinês prepara OPA sobre a EDP. Objetivo será ficar com a totalidade da empresa
O Estado chinês detém 28,25% da elétrica portuguesa e prepara uma oferta pública de aquisição (OPA), revela o Expresso. O ECO já confirmou que o anúncio oficial deverá sair ainda esta sexta-feira.
Um consórcio chinês que inclui a China Three Gorges está a preparar o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP, avança o Expresso esta sexta-feira. O ECO confirmou esta informação, mas ainda não é certo que o anúncio formal ao mercado seja feito ainda esta sexta-feira. Já o Financial Times adianta que a intenção do consórcio chinês é ficar com a totalidade da EDP, o que, a confirmar-se, custará cerca de oito mil milhões de euros. Contactada, a EDP não comenta este assunto.
A informação do semanário vem confirmar uma possibilidade que já é admitida no mercado há algumas semanas. No dia da recondução de António Mexia como presidente executivo, o ECO escreveu sobre a possibilidade de uma OPA lançada pela China Three Gorges: “Um presidente, duas fações, uma OPA”. Na altura, fonte do mercado referia: “Os chineses não gostam de iniciativas que podem ser consideradas hostis, mas percebem que as sucessivas afrontas que sofreram nos últimos meses, e que os levou a São Bento para recordar ao Governo o acordo que assinaram com o Estado português, ainda com Passos Coelho, têm de ter uma solução”. Aí está ela.
Atualmente, o Estado chinês já detém 28,25% da EDP, através da China Three Gorges (que controla 23,27% da elétrica) e da empresa estatal CNIC (que detém os restantes 4,98%). O Expresso refere que o Governo português não deverá opor-se a que a China aumente esta posição de controlo, devendo mesmo apoiar a operação. Já o conselho de administração da EDP, acrescenta a mesma publicação, deverá classificar a OPA como hostil. Ainda assim, contactada pelo ECO, outra fonte de um dos acionistas relevantes – não chinês – estranha esta posição. Não terá havido ainda qualquer reunião da administração, até porque não há qualquer anúncio formal com as respetivas condições. Outra fonte acrescenta que quem estará contra é o próprio António Mexia, e as divergências do CEO com o maior acionista já não são de hoje.
Nos últimos meses, a China Three Gorges já tinha manifestado disponibilidade para reforçar no capital da EDP. Qualquer acionista que ultrapasse os 33,34% do capital de uma empresa é obrigado a lançar uma OPA sobre essa empresa. E a intenção dos chineses será mesmo ficar com a totalidade da elétrica portuguesa. Segundo o Financial Times, a China Three Gorges pretende usar a EDP como uma plataforma para se expandir internacionalmente no setor das energias renováveis.
Entre os acionistas mais disponíveis para mudar de posição, conforme escreveu o ECO no mês passado, poderão estar os espanhóis, da família Masaveu Herrero, e o fundo de Abu Dhabi, que tem também interesses cruzados com a China noutros negócios. Neste caso, estão em causa mais de 11% do capital. Mais difícil será convencer os americanos do Capital Group, que tem 12% da empresa. A Sonatrach, com problemas próprios na Argélia, estará em stand by.
A SIC Notícias avança, entretanto, que uma delegação de investidores e advogados chineses chegou esta tarde à CMVM, para entregar o anúncio preliminar da OPA ao regulador dos mercados.
Notícia atualizada pela última vez às 19h13 com mais informação.
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