Um ministro gerente de uma empresa? É “fora do comum”, diz Rui Rio
O líder do PSD quer deixar o Ministério Público analisar a acumulação de funções no Governo com o de gerência de uma empresa por Siza Vieira, mas não deixa de considerar que "é fora do comum".
Siza Vieira entrou para o Governo, mas durante dois meses acumulou o cargo de ministro Adjunto com o de gerente da Prática Magenta, empresa que criou um dia antes de fazer parte do Executivo de António Costa. O Ministério Público está a analisar o caso. Rui Rio vai “aguardar as conclusões”, mas não deixa de considerar que “é fora do comum”.
“O Ministério Público está a analisar. Não é o meu estilo fazer política de casos. É fora do comum, mas prefiro fazer oposição com base nas ideias próprias e menos no pequeno aproveitamento”, disse o líder do Partido Social Democrata, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3. “Vamos aguardar para ver o que o Ministério Público diz”, acrescentou.
O Ministério Público pediu ao Tribunal Constitucional para consultar as declarações de rendimentos e de património do ministro Adjunto, Pedro Siza Vieira, para analisar a existência, ou não, de incompatibilidades no exercício das suas funções enquanto governante.
"O Ministério Público está a analisar. Não é o meu estilo fazer política de casos. É fora do comum, mas prefiro fazer oposição com base nas ideias próprias e menos no pequeno aproveitamento.”
A intenção foi comunicada na sequência da notícia avançada pelo ECO de que o ministro abriu uma empresa de imobiliário um dia antes de iniciar funções no Governo. Siza Vieira desconhecia a lei que proíbe essa acumulação, tendo saído da gerência da empresa que partilha com a esposa dois meses depois de passar a ministro.
No Parlamento, Siza Vieira teve o apoio de António Costa. “Ninguém está livre de lapsos”, disse o primeiro-ministro, classificando assim a atuação de Siza. “Eu próprio já fui entregar declarações no Constitucional atrasado, porque me tinha esquecido, mas assim que detetei, fui corrigir. Não sei se nunca teve um lapso na sua vida. Mas se nunca teve, felicidades”, atirou em resposta ao líder da banca social-democrata, Fernando Negrão.
Também Carlos César, presidente do PS, desvalorizou o problema. É um “percalço administrativo e burocrático”, disse, em entrevista à RTP. “Não deve conduzir à saída” de Pedro Siza Vieira do Governo porque não se trata de “algo com dimensão do ponto de vista de interesse, de ganhos ilegítimos”, rematou.
(Notícia atualizada às 12h40 com mais informação)
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