PGR confirma buscas a partidos políticos. Operação Tutti Frutti encontra fortes indícios de corrupção
A PGR confirmou 70 buscas, nas quais foram encontrados "fortes indícios" de tráfico de influências.
A Comissão Distrital de Lisboa do PSD e a Concelhia de Lisboa do PS estão a ser alvo de buscas por parte da Polícia Judiciária e do Ministério Público por suspeita de corrupção. Segundo a Sábado, a operação decorre também nos nos serviços centrais da Câmara de Lisboa, nos serviços de Urbanismo da autarquia, no Campo Grande e nas juntas de freguesia do Areeiro, Santo António e da Estrela.
Em causa está a alegada prática de crimes económico-financeiros decorrentes da contratação de pessoal e da adjudicação direta de serviços a empresas ligadas ou controladas por dirigentes políticos sobretudo do PSD. Esta operação, entretanto batizada de “Operação Tutti Frutti, foi confirmada pela Procuradoria-Geral da República de Lisboa (PGR).
“No âmbito de inquérito em que se investigam crimes de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido, foram realizadas cerca de 70 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo buscas a escritórios de advogados, autarquias, sociedades e instalações partidárias, em diversas zonas geográficas de Portugal Continental e Açores”, escreveu a PGR em comunicado.
"Segundo os fortes indícios recolhidos apurou-se, no essencial, que um grupo de indivíduos ligados às estruturas de partido político, desenvolveram entre si influências destinadas a alcançar a celebração de contratos públicos, incluindo avenças com pessoas singulares e outras posições estratégicas.”
Um dos principais visados da operação é Carlos Eduardo Reis, conselheiro nacional do PSD, que controla várias empresas que ganharam várias adjudicações diretas de autarquias controladas pelo PSD e pelo PS. Este e outros militantes social-democratas são suspeitos de integrar uma teia de influências que junta também as freguesias que estão a ser alvo de buscas.
“Segundo os fortes indícios recolhidos apurou-se, no essencial, que um grupo de indivíduos ligados às estruturas de partido político, desenvolveram entre si influências destinadas a alcançar a celebração de contratos públicos, incluindo avenças com pessoas singulares e outras posições estratégicas”, conclui a PGR.
A Junta do Areeiro, liderada por Fernando Braancamp, terá estabelecido avenças de um total de 596.982 euros com militantes sociais-democratas. Já Luís Newton, que dirige a Junta de Freguesia da Estrela estabeleceu contratos de, pelo menos, 303.521 euros. E Vasco Morgado, o presidente da Junta de Santo António, fechou negócios no valor de 149.776 euros.
(Notícia atualizada às 10h16 com mais informações)
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