Santa Casa vai ter “hotel social” para responder a casos urgentes de realojamento
Esta solução dirige-se para situações de urgência, como refugiados ou pessoas que tenham feito pedidos de asilo. Poderá estar pronta dentro dos próximos meses.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) está a trabalhar na criação de um “hotel social” para alojar pessoas que estejam em situação de emergência, como são os casos de refugiados. A intenção foi avançada, esta quinta-feira, por Edmundo Martinho, provedor da instituição.
Edmundo Martinho falava no grupo de trabalho que está a discutir as mais de duas dezenas de propostas para alterar o regime do arrendamento urbano, naquela que foi a última audição deste grupo. Questionado pelos deputados, o provedor da SCML reconheceu que a capacidade para encontrar solução para situações de emergência é um problema com que a instituição se “confronta diariamente”.
A SCML está, por isso, a pensar numa alternativa: “Estamos em crer que, nos próximos meses, poderemos por em marcha uma espécie de hotel social para acolher pessoas em situações particulares de emergência”, afirmou o provedor.
Estamos em crer que, nos próximos meses, poderemos por em marcha uma espécie de hotel social para acolher pessoas em situações particulares de emergência.
À margem da audição, Edmundo Martinho explicou ao ECO que se trata de uma solução para dar resposta à “pressão de natureza turística”, que fez com que pensões e albergues, habitualmente utilizados para responder a estes casos, deixassem de conseguir fazê-lo por estarem lotados. Assim, a Santa Casa está a estudar “dois ou três” imóveis que detém e que poderão servir como “hotel social” para casos de refugiados, pedidos de asilo e outras situações de emergência para as quais é “cada vez mais difícil” encontrar solução.
Quanto à crise da habitação vivida na cidade de Lisboa, Edmundo Martinho refere que “o património da Santa Casa é vasto” mas, na maioria dos casos, “é disperso e está ocupado”. “A SCML não tem grandes empreendimentos, de escala suficiente, que permitam responder a esta questão”, admite.
Ainda assim, há “dois ou três projetos na cidade” que estavam preparados para ser colocados no mercado e que estão agora a ser “redirecionados, do ponto de vista do seu desenho, para que possam responder a necessidades diferentes”. O objetivo da Santa Casa é disponibilizar, nos próximos anos, cerca de 300 fogos a preços acessíveis. “É a resposta que a Santa Casa pode dar”.
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