BCP vende ao Sana Hotels edifício que ocupa quase um quarteirão na Rua do Ouro
O BCP vai sair da Rua do Ouro. Acabou de vender este edifício, que ocupa quase um quarteirão da Baixa de Lisboa, ao Sana Hotels que, assim, se prepara para abrir a quarta unidade na capital.
Os bancos estão a afastar-se do centro de Lisboa. E o BCP não é exceção. O banco ainda liderado por Nuno Amado vendeu o edifício na Rua do Ouro, que ocupa quase por inteiro um quarteirão pombalino em plena Baixa de Lisboa, ao Sana Hotels, apurou o ECO. A instituição financeira junta-se assim ao BPI e à Caixa Geral de Depósitos, que estão de saída desta zona da capital para dar lugar às cadeias de hotéis que querem aproveitar o boom do turismo em Portugal.
O banco vendeu um dos seus edifícios mais emblemáticos ao Sana Hotels, mas sem recorrer a qualquer intermediário. Ou seja, o BCP fez esta operação diretamente com a cadeia de hotéis sem a ajuda de uma consultora, uma situação que não é muito comum dada a dimensão da operação, mas que pode acontecer consoante o comprador e o vendedor, explicou um especialista do setor ao ECO. Contactado, o BCP não quis comentar. Da parte do Sana não foi possível obter um comentário até à publicação deste artigo.
Trata-se de um edifício de seis pisos, com uma área total que ronda os 8.850 metros quadrados. Ocupa quase um quarteirão, com frentes para a Rua do Ouro, Rua de São Nicolau e Rua dos Sapateiros. De acordo com a consultora Worx, o preço médio do metro quadrado para os edifícios comerciais (com o propósito de serem transformados para hotelaria) na Baixa de Lisboa ronda os 5.000 euros, o que, de acordo com os cálculos do ECO, avalia esta operação entre 40 e 50 milhões de euros. Não se sabe o valor final da transação.
O BCP junta-se assim ao BPI e à Caixa Geral de Depósitos que também estão a aproveitar a forte procura para venderem os seus edifícios na Baixa de Lisboa, numa altura em que o país continua a atrair muitos turistas. O banco liderado por Pablo Forero pôs à venda no início do ano um edifício emblemático na Rua do Ouro, aproveitando “uma altura em que há mercado para edifícios destes. É claramente uma oportunidade. Há uns anos não havia tanta procura”, como explicou fonte oficial do banco ao Expresso.
Seguiu-se depois o banco estatal. A CGD também avançou para a venda de um quarteirão na mesma rua, de acordo com Expresso, com o apoio da consultora Cushman & Wakefield num negócio avaliado em 60 milhões de euros. E antes do BPI, CGD e agora BCP, também o Novo Banco vendeu a sede histórica perto do Terreiro do Paço, um edifício emblemático que está a ser transformado em 28 apartamentos de tipologias T0 e T2 e que deverá ficar terminado em 2019.
Foi esta forte procura por imobiliário que levou os investimentos no segmento a atingir o valor mais elevado de sempre. “Todos os setores, sem exceção, revelaram performances excelentes e todos superaram as expectativas. No investimento em imobiliário comercial, 2017 foi um ano recorde, com quase 2.000 milhões de euros transacionados”, de acordo com um estudo da consultora JLL. Ou seja, aumentaram 50% face ao ano anterior, deixando “para 2018 um pipeline robusto que antevê mais um ano muito dinâmico”.
Sana abre quarto hotel em Lisboa
Os bancos nacionais estão a aproveitar a forte procura pelos edifícios numa das zonas mais caras da capital. E as cadeias de hotéis são as principais interessadas nestes ativos para responderem ao boom do turismo em Portugal, com os turistas a chegarem de carro, avião ou em cruzeiros.
O Sana Hotels tem sido uma das cadeias a aproveitar esta maré. Foi em 2013 que abriu o Epic Sana Lisboa Hotel, perto do Marquês de Pombal, num investimento que rondou os 70 milhões de euros. Dois anos mais tarde, abriu as portas do Evolution Lisboa Hotel, num investimento mais reduzido (40 milhões de euros), mas não por estar numa zona menos emblemática. Foi em pleno Saldanha que apostou num conceito mais futurista e dirigido ao cliente citadino.
Além destes dois hotéis, está ainda presente no Parque Eduardo VII, através do Sana Lisboa Hotel. E agora também na Baixa de Lisboa. Com a compra do edifício do BCP, o Sana abre o quarto hotel, cumprindo o objetivo de chegar a uma das zonas mais prestigiadas da capital: a Baixa de Lisboa.
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