Faltam 700 enfermeiros para colmatar 35 horas, diz Ordem
A redução do horário para as 35 horas para todos os enfermeiros deixou buracos por preencher nas escalas hospitalares. A Ordem dos Enfermeiros refere que ainda faltam 700 contratações.
A bastonária dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, afirmou hoje que falta contratar 700 enfermeiros, de acordo com o levantamento feito pela Ordem, para a aplicação das 35 horas nos hospitais de todo o país. De acordo com a bastonária, da contratação de dois mil profissionais anunciada pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, “cerca de mil seriam enfermeiros”, um número insuficiente para fazer cumprir as 35 horas.
“Do levantamento que nós fizemos, caso a caso, estimamos que cerca de mil [vagas] foram para enfermeiros. Para as 35 horas no país todo a Ordem tinha uma conta de 1700 enfermeiros que seria preciso contratar, portanto ainda falta”, disse à Lusa Ana Rita Cavaco, à saída de uma reunião com o Conselho de Administração do Hospital de Cascais, em Lisboa. Ana Rita Cavaco afirmou ainda estar a aguardar uma “nova vaga de contratação” em setembro.
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“Aquilo que o Ministério inicialmente disse é que em setembro haveria uma nova vaga de contratação. Estamos a aguardar para saber se isso vai acontecer porque, em setembro, também os hospitais retomam a sua produção original. Em setembro é que se vai notar mais a questão das 35 horas”, afirmou.
Sindicatos convidados a avaliar motivos da greve
A Ordem dos Enfermeiros “convidou todos os sindicatos a sentarem-se à mesa” para avaliar os motivos para avançar com a greve agendada para 13 a 17 de agosto, afirmou hoje a bastonária dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco.
“Como foi apenas convocada [a greve] por dois dos sindicatos e existem mais, o que nós fizemos foi convidar todos os sindicatos do setor a sentarem-se à mesa, na Ordem [dos Enfermeiros], na próxima segunda-feira”, disse a bastonária.
A greve entre os dias 13 e 17 de agosto sob a forma de “paralisação total e com abandono do local de trabalho” foi convocada pelo Sindicato Independente Profissionais de Enfermagem (SIPE) e pelo Sindicato dos Enfermeiros (SE), na sexta-feira. De acordo com a bastonária “há motivos para fazer greve”, mas é necessário perceber se as negociações com o Ministério da Saúde estão a falhar.
“Do que sabemos está a existir uma mesa conjunta negocial, que era uma coisa que a Ordem [dos Enfermeiros] pedia há muito tempo, com todos os sindicatos. Não sabemos se a negociação está a ser bem sucedida ou não. Queremos saber do ponto de vista do regulador se está, ou não, a haver avanços do ponto de vista da negociação da carreira e se todos os sindicatos têm vontade de ir para a greve”, afirmou.
De acordo com o comunicado divulgado pelas duas estruturas sindicais, os sindicatos protestam nomeadamente pela não conclusão de um acordo coletivo de trabalho que contemple, entre outras matérias, a categoria de enfermeiro especialista, e reivindicam que “o Estado deve aos enfermeiros 13 anos, 7 meses e 25 dias nas progressões”.
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