Portugal é o terceiro país da União Europeia com mais trabalho temporário
Depois da Polónia e de Espanha, Portugal é o Estado-membro da UE com maior percentagem de trabalho temporário. Na última década, este tipo de empregos aumentou significativamente no espaço europeu.
Na última década encontrar um emprego permanente tornou-se significativamente mais difícil. Segundo os dados divulgados, esta segunda-feira, pelo Eurostat, a percentagem de trabalhos temporários na União Europeia passou de 11,2% em 2002 para 13,4% em 2017. Depois da Polónia e de Espanha (ambos com 26%), Portugal é o Estado-membro que oferece mais empregos deste tipo aos seus cidadãos (21,5%), o que representa uma subida de 0,9 pontos percentuais em relação a 2002.
Do outro lado do espetro, a Roménia (1%), a Lituânia (2%), a Estónia e a Letónia (3%) são os países europeus com menos trabalho temporário.
“O crescimento do trabalho part-time representa outra mudança significativa nas condições de trabalho”, acrescenta ainda o Eurostat. No que diz respeito às ocupações a meio tempo, a média comunitária passou de 15% em 2002 para 19% em 2017. Neste quadro, é também importante notar que este tipo de emprego é mais comum entre as mulheres (31%) do que entre os homens (8%).
Quanto à variação por Estado-membro, Holanda (47%), Áustria (28%), Alemanha (27%), Bélgica e Reino Unido (ambos com 24%) foram os países com mais trabalho part-time. Por outro lado, é na Bulgária (2%),Hungria (4%) e Croácia (5%) que menos empregos neste regime são oferecidos.
Em Portugal, a percentagem de trabalho a tempo parcial (8,6%) fica abaixo da média europeia. Depois de se ter atingido os 11% em 2012 — o máximo nacional desde 2002 — a tendência tem sido a redução dos empregos part-time, continuando-se, contudo, ainda acima da percentagem registada em 2002 (8,4%).
Neste sentido, recorde-se que, em julho, o Fundo Monetário Internacional divulgou um relatório, no qual não só identificou Portugal como um dos países da UE onde o desemprego jovem mais recuperou desde a crise, mas também salientou que o predomínio do trabalho em regime part-time (a maior parte das vagas oferecidas aos jovens são ainda deste tipo) dificultou esse processo.
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