De que se queixam os portugueses na “bomba”? Não é do preço
Depois de mínimos, os preços dos combustíveis começaram a acelerar no ano passado, tendência que se mantém este ano. Ainda assim, o custo não gera grandes queixas nos postos.
Semana após semana, perante o sobe e desce dos preços, os portugueses queixam-se dos valores de venda dos combustíveis nos postos de abastecimento. Queixam-se, mas mais em tom de desabafo. É que nos registos das reclamações nas “bombas”, são muito poucas as vezes que os euros gastos são mencionados. Até caíram, numa altura em que as queixas por causa dos cartões de desconto dispararam. Mas ninguém bate as apresentadas por causa do atendimento.
Só 62 das 2.540 (tinham sido 2.526 em 2016) reclamações recebidas pela ERSE, que foram depois enviadas para a Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC), se referem ao preço dos combustíveis, revela o relatório e contas de 2017 da entidade liderada por Filipe Meirinho.
Mais queixas, poucas por causa dos preços
Este número compara com as 286 reclamações que tinham sido registadas por escrito nos postos de abastecimento no ano anterior. As queixas por causa dos preços caíram 78%, mas há outras, que acabam por influenciar os valores pagos por litro nas “bombas” que assumem lugar de destaque. São os descontos.
De acordo com os dados da ENMC, as queixas por causa dos cartões de desconto, que permitem poupanças de vários cêntimos por litro, e dos pontos (que posteriormente podem ser trocados por descontos em serviços ou mesmo por brindes), estão no topo. Foram registadas 486 reclamações deste género só no último ano.
(Mau) Atendimento no topo das queixas
Enquanto as reclamações por causa dos valores pagos por litro ficam no meio da tabela, a insuficiência de informação sobre combustíveis foi a matéria menos reclamada durante o ano passado, embora seja uma das queixas dos consumidores com um total de 23 queixas. São sensivelmente metade daquelas que são apresentadas por causa da qualidade dos combustíveis (1,9% do total, ou 47 queixas).
Se a informação não gera grandes reclamações, quando o tema é o atendimento, a conversa muda de figura. Esta foi, no ano passado, a principal causa das reclamações dos portugueses nos postos de abastecimento, à semelhança do que já se tinha verificado no ano anterior.
Apesar de terem encolhido para cerca de metade das registadas em 2016 (um total de 1.003 reclamações), as queixas por mau atendimentos nas “bombas” ascenderam a 539, representando ainda assim uma em cada cinco das que foram apresentadas pelos consumidores (21%). No relatório de 2017 não há dados mensais, mas com base nos de 2016 é possível perceber que é nos meses de verão, em que há maior utilização, que as queixas disparam.
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