BCE quer criar agência para combater lavagem de dinheiro
O Banco Central Europeu considera que o problema da lavagem de dinheiro requer um combate unificado a nível europeu, e Mário Centeno concorda: "É uma responsabilidade partilhada", disse.
O Banco Central Europeu e os ministros das Finanças da União Europeia consideram que a lavagem de dinheiro é um problema que precisa de ser enfrentado com a criação de uma agência transfronteiriça para o efeito, segundo anunciou esta sexta-feira o membro do conselho administrativo do BCE, Benoît Coeure.
O anúncio vem após a revelação de casos recentes de lavagem de dinheiro registados por exemplo no Danske Bank que, segundo notícias divulgadas esta semana, terá participado num esquema de branqueamento de capitais vindos da Rússia. O banco dinamarquês terá participado neste esquema através de uma sucursal estónia. Também esta semana o banco ING chegou a um acordo para pagar 775 milhões de euros no âmbito de uma investigação pelo mesmo crime. Dentro deste valor, 100 milhões são um reembolso ao Governo da Holanda.
No final da reunião em Viena dos ministros das Finanças da Zona Euro, ou Eurogrupo, com as autoridades do BCE, Benoît Coeure disse aos jornalistas que o Banco Central Europeu pretende apoiar uma iniciativa para a criação de uma autoridade europeia que combata este tipo de crime. “Apoiaríamos qualquer iniciativa que leve a uma estratégia mais harmonizada e coordenada contra a lavagem de dinheiro”, disse, citado pela agência Reuters. “O ideal seria que fosse uma única agência”.
Esta ideia já tinha surgido na semana passada, quando os reguladores da União Europeia criaram um documento preliminar para a defesa contra o branqueamento de capitais na união. Perante casos recentes de suspeitas de lavagem de dinheiro por bancos, os decisores europeus pretendem criar uma estratégia única, com linhas que as autoridades nacionais possam seguir.
Mário Centeno, na mesma conferência de imprensa, concordou com Coeure. O presidente do Eurogrupo assinalou que “os desenvolvimentos recentes mostram que temos de fazer mais nesta área do que fazemos atualmente”, e acrescentou que se trata de uma “responsabilidade partilhada”.
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