Antonoaldo Neves: “A TAP não sobrevive se não for pontual”
Um dos desafios que a empresa enfrenta é a resolução dos problemas de pontualidade. Contratar mais pessoal, reforçar procedimentos e ter aeronaves de reserva são algumas das medidas da TAP.
Depois de um verão marcado por queixas e cancelamentos de voos, a TAP está agora empenhada numa nova estratégia de crescimento, que pretende pôr fim aos problemas que a companhia aérea tem enfrentado. Um dos principais desafios da empresa, e que foi aliás o grande motivo das queixas, é a questão da pontualidade.
Antonoaldo Neves, presidente executivo da TAP, reconhece que Portugal tem, de facto, um problema estrutural de pontualidade que é preciso resolver. Caso contrário a empresa perderá clientes. “A TAP não sobrevive se não for pontual, devido ao sistema de escalas“, disse durante a audição requerida pelo PSD, PS e BE. “Se hoje a TAP atrasar um voo, isso representa um problema enorme, pois vai prejudicar todo o planeamento de escalas”, acrescentou.
De acordo com o gestor, que está a ser ouvido na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, o aeroporto de Lisboa, onde a TAP representa 54% do tráfego, é o 21.º pior aeroporto do mundo, no que toca à pontualidade. Já o aeroporto do Porto, onde a empresa tem uma representação menor (19%), está em 84.º na lista dos aeroportos menos pontuais.
Recorde-se que no primeiro semestre deste ano, na sequência da onde de adversidades, a companhia aérea portuguesa deixou centenas de passageiros em terra devido aos voos cancelados. A TAP revelou que a companhia aérea registou atrasos em 37 voos diários, em média, entre 28 de agosto a 11 de setembro por “restrições de capacidade do aeroporto de Lisboa”.
Para resolver este problema, o presidente executivo da companhia revelou que a estratégia da empresa passa por três medidas: contratação de pessoal, reforço dos procedimentos e disponibilização de aeronaves de reserva.
O presidente executivo da TAP desde fevereiro, Antonoaldo Neves fez questão de salientar que, de 2017 para 2018, a TAP criou 1.351 postos de trabalho e que, até 2025, espera contratar mais de três mil trabalhadores. Atualmente, só em Portugal, a companhia aérea conta com mais de 10 mil trabalhadores e representa, indiretamente, 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
TAP não discrimina a Madeira
Sobre os voos para as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, Neves fez questão de frisar que a TAP faz mais de dois mil voos por ano para estas regiões. Tendo em conta as recentes acusações, por parte do Governo da Madeira, de que a companhia aérea está a discriminar o arquipélago, com os atrasos e cancelamentos de voos, o gestor Neves referiu que a Madeira “não é discriminada”.
“A TAP cancela voos na Madeira, tal como nas outras regiões, talvez até um pouco menos na Madeira”, disse o presidente executivo durante a audição na Assembleia da República (AR).
“A incidência de cancelamentos por motivos não meteorológicos é semelhante na Madeira e nos restantes aeroportos nacionais”, um registo de 2,5%, segundo os dados hoje apresentados pelo presidente da companhia aérea.
Aos deputados, Antonoaldo Neves garantiu que as acusações podem ser contrariadas com factos, como o acréscimo de 11,7% no transporte de passageiros para a região autónoma até agosto, numa comparação homóloga, para mais de 615 mil passageiros.
O CEO sublinhou que as tarifas em rotas do Funchal “estão em linha com as da concorrência” e que até agosto o principal motivo para cancelamentos (65%) foram os ventos.
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