Rio resiste falar sobre PGR apesar de recondução ser dada como certa
O líder do PSD evitou falar sobre o mandato da PGR, remetendo para o que tem dito. Rio defende a não partidarização do cargo e resiste entrar na onda das críticas internas.
Nem a manchete do Expresso a dar conta de um acordo entre Costa e Marcelo para a recondução de Joana Marques Vidal no cargo de Procuradora-Geral da República (PGR) fizeram Rui Rio falar sobre o que pensa sobre o tema. “Não vou comentar a vida nacional”, disse o líder dos sociais-democratas aos jornalistas, ao lado do líder do Partido Popular Espanhol (PPE) de visita a Lisboa. Rio remeteu para o que tem dito até aqui, resistindo assim aos que dentro do partido têm pedido uma posição pública do PSD e distanciando-se do CDS que tem exigido o envolvimento dos partidos neste dossier.
“Não vou comentar a vida nacional. Mas vou dar-lhe uma ajuda. Está valido tudo o que disse ate aqui“, disse o líder do PSD aos jornalistas, em declarações transmitidas pela SIC-Notícias, perante a pergunta sobre o que pensa da notícia avançada este sábado a dar conta que a recondução de Joana Marques Vidal para mais um mandato “está na calha”. Rio falava ao lado de Pablo Casado que almoça com o líder do PSD em Lisboa e ao início da tarde tem um encontro com a presidente do CDS, Assunção Cristas.
E o que tem dito Rui Rio até aqui?
O presidente dos sociais-democratas tem criticado a “partidarização da PGR” – assumindo assim uma posição próxima da que tem sido defendida por António Costa – e defendido que não fala sobre o assunto “enquanto o primeiro-ministro e o Presidente da República não colocarem o problema em cima da mesa”.
A notícia deste sábado dá conta que deverá ser a ministra da Justiça a reunir-se com os partidos com assento parlamentar, o que deverá ocorrer antes do final do mês.
Dentro do partido, Rio tem sido desafiado a tomar uma posição pública sobre o assunto. Luís Montenegro, ex-líder parlamentar do partido e que se posicionou no último congresso para possível sucessor de Rio, já defendeu que a PGR devia ser reconduzida. Paulo Rangel, eurodeputado, também foi no mesmo sentido.
Este é um dos temas em que têm sido evidentes as diferenças entre PSD e CDS. Em entrevista ao ECO, Assunção Cristas defendeu que Marcelo devia receber os partidos – afinal será a ministra da Justiça – e elogiou Joana Marques Vidal, ao sublinhar que se trata de “alguém com isenção, com imparcialidade”.
Estas têm sido, porém, as ideias que mais recentemente Rio tem passado sobre o assunto. Durante a campanha à liderança do PSD, Rio foi crítico da atuação de Joana Marques Vidal, embora tenha reconhecido depois que houve uma evolução favorável.
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