Há seis dias, Costa dizia que todos os ministros eram um “ativo importante”
Chefe do Executivo faz remodelação alargada em cima do Orçamento e a um ano das eleições legislativas. Costa explica mudanças na Economia.
António Costa comunicou este domingo uma remodelação alargada no Governo, seis dias depois de ter considerado todos os membros do Executivo como um “ativo importante”. Esta remodelação acontece em plena entrega do último Orçamento da legislatura e a um ano das eleições.
Na segunda-feira, no âmbito de uma deslocação à Base Aérea n.º 5 em Monte Real, o primeiro-ministro segurou o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, envolvido na polémica do caso do roubo de armas em Tancos. Mas nas declarações que fez aos jornalistas, o chefe do Executivo foi mais além, quando avaliou positivamente todo o elenco governamental.
“Pelo contrário, é, como todos os membros do Governo, um ativo importante. O Governo funciona em equipa e todos somos um ativo para que o Governo continue a desempenhar as suas funções”, disse quando questionado sobre se Azeredo Lopes era um ativo importante.
Na sexta-feira, depois da tomada de posse da nova Procuradora-Geral da República (PGR), Lucília Gago, foi conhecido o pedido de demissão de Azeredo Lopes. Numa nota à comunicação social, Costa explicou que Azeredo Lopes pediu a demissão em termos que o chefe do Governo não podia recusar, entre eles a “preservação da importância fundamental das Forças Armadas”.
No sábado, o Conselho de Ministros fez uma maratona de 12 horas para aprovar o Orçamento do Estado para 2019. Os relatos das televisões que estiveram em direto da porta da Presidência do Conselho de Ministros davam conta que apenas Azeredo Lopes não estava presente.
Este domingo, o primeiro-ministro comunicou ao Presidente da República uma remodelação alargada, envolvendo a saída de mais três ministros: Economia, Saúde e Cultura.
Na Economia sai Manuel Caldeira Cabral e entra Pedro Siza Vieira — que acumula a pasta de ministro adjunto com a da Economia. Na Saúde, Adalberto Campos Fernandes cai e entra Marta Temido. Para a Cultura entra Graça Fonseca para o lugar de Luís Filipe Castro Mendes. A pasta da Defesa será ocupada por João Gomes Cravinho.
Os novos titulares tomam posse já esta segunda-feira, juntamente com o ministro do Ambiente que, por receber a pasta da Energia — que sai da Economia e vai ter novo secretário de Estado –, terá de tomar posse de novo.
O chefe do Governo explicou esta opção, através de uma nota enviada à Lusa, com o objetivo de assegurar “uma dinâmica renovada” e com a prioridade dada à política económica. “As alterações na orgânica governativa traduzem o reforço da política económica no centro do Governo e a prioridade da transição energética na mitigação das alterações climáticas.” Uma justificação para as mudanças na Economia, mas que não avança explicações mais concretas sobre as mexidas na Saúde e na Cultura.
Tanto Adalberto Campos Fernandes como José Luís Castro Mendes estiveram sob fogo em vários momentos, mas Costa segurou-os sempre. O ECO questionou o gabinete do primeiro-ministro sobre as mudanças mas não obteve resposta. Fica por saber que avaliação fez em concreto o chefe do Governo quando escolheu prescindir destes ministros.
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