Líder da Meo critica Governo por causa do 5G: “Operadoras não devem ser ‘cash cow’ do Estado”
O presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, apontou baterias ao Governo e interrogou se o leilão do 5G não é, na verdade, uma forma de financiamento do Estado.
O presidente executivo da Altice Portugal considera que ainda não há uma “necessidade evidente” que justifique a implementação do 5G, a quinta geração da rede móvel. Alexandre Fonseca defendeu que “os utilizadores ainda nem sequer tiram partido total da tecnologia” atualmente disponível, o que o leva a questionar se “não serão os leilões de espetro uma forma de financiamento” das operadoras ao Estado.
Na prática, o líder da dona da Meo aponta baterias ao Governo, levantando a hipótese de estar a recorrer aos leilões do 5G para arrecadar verbas para os cofres do Estado. “Os operadores não devem ser a cash cow que vai financiar o Estado, através do leilão de uma tecnologia que sabemos que teremos de utilizar no futuro”, disse o gestor, num painel integrado na conferência FT-ETNO Summit.
As empresas portuguesas de telecomunicações têm vindo a tecer críticas ao modelo de atribuição do espetro eletromagnético. Em setembro, no congresso da APDC, o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme W. d’Oliveira Martins, sugeriu à Anacom o modelo do leilão eletrónico para a atribuição destas frequências às operadoras.
“Neste momento, mais de 95% das nossas torres estão ligadas através de fibra. Estamos preparados e temos dado passos concretos [em direção à quinta geração da rede móvel], mas pergunto: será necessário ir para o 5G agora?”, afirmou Alexandre Fonseca. “A necessidade do 5G tem a ver com latência, densidade, algo que neste momento ainda não tem uma necessidade evidente pelos modelos de negócio atuais. Não serão os leilões de espetro uma forma de financiamento público?”, interrogou o líder da Altice Portugal.
Apesar das críticas de Alexandre Fonseca esta segunda-feira, a transição para o 5G tem vindo a ser acelerada por Bruxelas. No âmbito da criação do mercado único digital, a Comissão Europeia estabeleceu como 2020 o ano em que o 5G deve começar a ser implementado nos Estados-membros da União Europeia.
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