Dois diretores do Hospital de São João demitiram-se por falta de condições

  • Lusa
  • 22 Outubro 2018

O diretor do Serviço de Cirurgia Plástica e o diretor do Serviço de Anestesiologia apresentaram a sua demissão há mais de uma semana por considerarem já não terem condições para gerir os serviços.

Dois diretores do Centro Hospitalar de São João, no Porto, pediram a demissão dos cargos que ocupavam “por falta de recursos”, confirmou esta segunda-feira à Lusa uma fonte do corpo clínico.

Segundo a mesma fonte, o diretor do Serviço de Cirurgia Plástica, Álvaro Silva, e o diretor do Serviço de Anestesiologia, João Viterbo, apresentaram a sua demissão há mais de uma semana, por considerarem já não ter condições para gerir os respetivos serviços. No caso da anestesiologia, revela a mesma fonte, haverá outras razões que terão conduzido a este desfecho.

João Viterbo foi nomeado diretor do Serviço de Anestesiologia, apesar de não ser chefe de serviço na altura em que foi designado e de, alegadamente, existirem outros especialistas mais qualificados. Uma situação que, segundo fonte do corpo clínico, é uma prática generalizada nos hospitais.

Contactado pela Lusa, o conselho de administração do hospital disse não comentar o caso.

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Wall Street inverte tendência. Nasdaq escapa às perdas

Depois de uma abertura em alta, as bolsas norte-americanas inverteram a tendência. O Nasdaq escapou às perdas, impulsionado pelas subidas das cotadas tecnológicas.

As bolsas norte-americanas encerraram em queda, invertendo a tendência de abertura. O otimismo vivido pelos investidores na abertura, motivado pelas boas notícias vindas da China e de Itália, não foi suficiente para manter Wall Street no verde. As quedas na energia e na banca ditaram um cenário vermelho nas bolsas, à exceção do Nasdaq que escapou às perdas, impulsionado pelos ganhos nas tecnológicas.

O principal índice de Nova Iorque, o S&P 500, fechou a cair 0,43% para 2.755,66 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que recuou 0,5% para 25.314,50 pontos. Por sua vez, quem escapou às quedas foi o tecnológico Nasdaq, que encerrou a subir 0,26% para 7.469,16 pontos, numa semana em que várias cotadas do setor devem apresentar resultados, tais como a Microsoft, a Alphabet e a Amazon.

Neste cenário, Wall Street não conseguiu manter a tendência de abertura — numa sessão animada pela China e por Itália. A contribuir para este desempenho de fecho estiveram as perdas nas energéticas, que afundaram mais de 1%, pressionados pelos reduzidos preços do petróleo e depois da revisão em baixa da multinacional Halliburton sobre os lucros do quatro trimestre, de acordo com a Reuters (conteúdo em inglês).

No setor industrial, a banca encerrou no vermelho. O Bank of America destacou-se ao recuar 3,32% para 27,38 dólares, assim como o Citigroup que desvalorizou 3,3% para 66,59 dólares. Também o JP Morgan deslizou 1,43% para 106,36 dólares e o Goldman Sachs desceu 2,36% para 221,6 dólares.

A ajudar o Nasdaq a manter-se no verde e a impedir quedas mais expressivas do S&P 500 estiveram os ganhos nas cotadas tecnológicas, na semana em que várias apresentam resultados. A Microsoft encerrou a valorizar 0,89% para 109,63 dólares, assim como a Intel que subiu 2,3% para 45,01 dólares. A Amazon e a Alphabet também acompanharam a tendência e terminaram esta sessão a crescer 1,43% e 0,56%, respetivamente.

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Marcelo elogia “seis anos de corajoso e dedicado serviço” de Joana Marques Vidal

  • Lusa
  • 22 Outubro 2018

O Presidente da República condecorou Joana Marques Vidal esta segunda-feira, na Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém, elogiando os seus "seis anos de corajoso e dedicado serviço à causa pública".

O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou esta segunda-feira, ao condecorar a anterior procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, os seus “seis anos de corajoso e dedicado serviço à causa pública“.

O Presidente da República reiterou, no entanto, a convicção de que “nada nem ninguém travará” o combate à criminalidade e, em particular, à corrupção e defendeu que a democracia se faz “do primado das instituições”. Marcelo deixou estas mensagens numa cerimónia de condecoração que não foi tornada pública e que posteriormente foi divulgada através de uma nota no portal da Presidência da República, acompanhada de fotografias e de vídeo.

Na sua intervenção, registada nesse vídeo, o chefe de Estado declarou que, “sendo um reconhecimento nacional por seis anos de corajoso e dedicado serviço à causa pública“, a condecoração de Joana Marques Vidal “é também um louvor a toda uma magistratura”. “É essa uma das forças da democracia que importa reafirmar nestes tempos. Ela faz-se do primado das instituições, mesmo quando, como é o caso, elas se afirmam e enriqueçam com a inteligência e a vontade dos seus mais devotados líderes”, acrescentou.

O chefe de Estado condecorou Joana Marques Vidal na Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém, em Lisboa, na presença do presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, do primeiro-ministro, António Costa, dos ministros da Defesa, João Gomes Cravinho, e da Justiça, Francisca Van Dunem, e da atual procuradora-geral da República, Lucília Gago.

A Ordem Militar de Cristo destina-se a distinguir “destacados serviços prestados ao país no exercício das funções de soberania”. A condecoração de Joana Marques Vidal, que foi procuradora-geral da República entre 2012 e 2018, acontece dez dias depois da posse da sua sucessora, Lucília Gago, que teve lugar também na Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, esta distinção “representa um reconhecimento público, nacional, manifestado pelo Presidente da República, ao abrigo da legitimidade que a Constituição e o voto popular lhe conferem” e “mais um momento para reafirmar a importância da missão da justiça, do Ministério Público, do combate contra a criminalidade e, em particular, contra a corrupção“. “Nada nem ninguém travará o que é uma prioridade decisiva para a moralização da nossa vida coletiva”, defendeu, em seguida.

Hoje, em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “Joana Marques Vidal fez um excelente trabalho” e que a condecoração foi um “reconhecimento de Portugal pela forma como conduziu o Ministério Público em seis anos muito difíceis no combate à criminalidade e dentro dela a criminalidade económica e a corrupção. Portanto, a coragem e determinação mereceram essa condecoração. Foi isso que eu fiz e fiz rápido”.

Sobre a recondução, Marcelo disse que a sua posição “era muito simples: há 20 anos entendia que o mandato é politicamente único e, portanto, sendo eu a decidir, seria assim que decidiria. Ela fez um excelente trabalho e isso deve ser reconhecido. A nova PGR vai seguir a mesma linha e tem a experiência e a posição adequada”.

Sobre a questão do juiz Carlos Alexandre ser alvo de inquérito disciplinar, o Presidente da República disse que não comentava “assuntos que dizem respeito ao poder judicial”.

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UTAO não acredita no défice de Centeno. Vê 0,5% em vez de 0,2%

As "medidas temporárias" que constam do Orçamento do Estado levantam dúvidas à UTAO, que aponta para um agravamento do "risco de incumprimento" do ajustamento orçamental exigido por Bruxelas.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) duvida da meta do Governo para o défice do próximo ano. O Executivo prevê um défice de 0,2%, mas os técnicos que apreciaram a proposta de Orçamento do Estado para 2019 apontam para um défice de 0,5% em 2019, para além de não verem qualquer ajustamento estrutural das contas públicas.

Tendo em conta as “medidas temporárias e/ou não recorrentes” que constam do Orçamento do Estado, a UTAO considera que “a trajetória de consolidação em direção ao objetivo de médio prazo subjacente à proposta do Orçamento do Estado para 2019 apresenta um risco de desvio significativo ainda mais evidente face ao ajustamento anual recomendado para o saldo estrutural“, pode ler-se na apreciação preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2019, enviada esta segunda-feira ao Parlamento.

Estas mesmas dúvidas já foram levantadas por Bruxelas, que, numa carta enviada a Portugal na semana passada, aponta para que o ajustamento estrutural do saldo orçamental conseguido pelo Governo seja de apenas 0,2% no próximo ano, valor que fica abaixo dos 0,6% do PIB exigidos pela Comissão Europeia. Na resposta conhecida esta segunda-feira, Mário Centeno insiste na redução de 0,3% do défice estrutural, destacando os elogios de “agências de rating e de participantes no mercado” para justificar a manutenção das metas definidas na proposta de Orçamento do Estado.

Para justificar as dúvidas relativamente à meta do défice definida pelo Governo, a UTAO aponta três reservas: as medidas temporárias e/ou não recorrentes; a compatibilidade entre o saldo global e o saldo orçamental; e dúvidas sobre as medidas de política discricionárias efetivamente presentes na proposta de Orçamento do Estado para 2019.

No primeiro caso, a UTAO duvida da “elegibilidade” de algumas das medidas que são consideradas pelo Governo como temporárias ou não recorrentes. “Foram encontradas divergências no apuramento pontual de algumas medidas, o que coloca reservas quanto ao efeito orçamental das mesmas considerado na proposta do Orçamento do Estado”.

Já quanto à compatibilidade entre o saldo global e o saldo orçamental, a UTAO vê uma discrepância significativa entre aquele que considera ser, de facto, o valor do saldo orçamental, e aquele que é apresentado pelo Governo. Segundo os cálculos da UTAO, o “saldo orçamental compatível com o saldo global constante dos mapas da proposta de lei e o valor dos ajustamentos é de -975 milhões de euros, e não os -385 milhões que o relatório do Ministério das Finanças apresenta”. Há, assim, “uma discrepância de 590 milhões de euros, ou 0,3% do PIB”.

Por fim, a UTAO levanta dúvidas “sobre o valor das medidas de política discricionárias consideradas pelo Ministério das Finanças nas projeções para 2019 e não incluídas no cenário orçamental de políticas invariantes”. Isto porque encontrou “medidas diferentes e com valores totais diferentes em duas comunicações do Ministério das Finanças”: o Projeto de Plano Orçamental para 2019 e uma resposta a um pedido de informação da UTAO. No primeiro caso, o Governo aponta para que estas medidas produzam um efeito de melhoria sobre o saldo orçamental equivalente a 0,39%; no segundo, aponta para um impacto na ordem dos 0,15% do PIB.

“Perante o desconhecimento sobre o verdadeiro valor das medidas novas embutidas na proposta orçamental, a UTAO não consegue validar a contribuição das mesmas para o ajustamento do saldo estrutural planeado pelo Governo”, concluem os técnicos que apreciaram o Orçamento.

Consideradas todas estas reservas, a UTAO calcula, assim, que o défice seja de 0,5% e não de 0,2% em 2019, uma alteração que “reforça o risco de incumprimento” do ajustamento orçamental que é exigido por Bruxelas.

(Notícia atualizada às 20h48 com mais informação).

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Incêndios: Apoios do Governo com impacto em 6.300 empregos

  • Lusa
  • 22 Outubro 2018

"Esta é verdadeiramente a grande riqueza", disse Pedro Marques, falando de "novos sinais de esperança", com "mais investimentos" e "novas competências" naqueles territórios.

O ministro do Planeamento, Pedro Marques, disse esta segunda-feira que os apoios lançados pelo Governo nas zonas afetadas pelos incêndios do ano passado permitiram manter 3.300 postos de trabalho e criar 3.000 novos empregos.

Esta é verdadeiramente a grande riqueza“, comentou, a propósito dos postos de trabalho anunciados, falando de “novos sinais de esperança”, com “mais investimentos” e “novas competências” naqueles territórios. Segundo o governante, aqueles números resultam de dois programas, o primeiro designado “Repor”, lançado com o objetivo de manter os postos de trabalho, e o segundo, denominado “Investir”, criado para apoiar novos projetos, que representaram, no conjunto, cerca de 500 milhões de euros.

O ministro falava em Castelo de Paiva, um dos concelhos que mais sofreu com os incêndios do ano passado, onde hoje foram avançados alguns dados dos apoios no âmbito do programa “Atrair”. No dia 15 de outubro, o grande fogo que lavrou naquele município do norte do distrito de Aveiro destruiu cerca de 60% da mancha florestal, danificando várias habitações e causando prejuízos em várias empresas industriais e agrícolas.

Pedro Marques inaugurou hoje, na localidade de Raiva, as novas instalações de uma empresa que foi completamente destruída pelo incêndio do ano passado e que foi recuperada com o apoio de fundos públicos, de cerca de 500 mil de euros, para um investimento global superior a 800 mil euros. Só no programa “Investir”, assinalou, o investimento no contexto nacional é de 400 milhões de euros, em projetos económicos que vão permitir “aumentar a escala de valor e diversificar a economia destes territórios” e gerar exportações estimadas em 200 milhões de euros.

Aos jornalistas, o governante disse que aquele foi um “momento simbólico”, porque se tratava de uma empresa que tinha ficado destruída, pondo em perigo 90 postos trabalho. “Era muito importante lutar por esta empresa e pelos postos de trabalho“, sinalizou. Foi graças à conjugação dos dois programas, acrescentou, que se tornou possível recuperar a empresa e criar 40 empregos, a maioria são mulheres, prevendo-se que, até ao final do ano, a unidade industrial admita mais 40, segundo o investidor.

Acompanhado pelo secretário de Estado Nelson Sousa, que tutela o Desenvolvimento e a Coesão, Pedro Marques elogiou o empresário Reinaldo Teixeira, que tem várias unidades industriais na zona de Felgueiras, por ter avançado com um projeto de “elevada qualidade” de recuperação e enalteceu o empenho da autarquia local e de outras entidades públicas para o sucesso alcançado em menos de um ano.

Houve muito trabalho para montar esta solução“, recordou, agradecendo o empenho de todos, nomeadamente entidades públicas, câmara municipal e empresários. “Hoje estamos todos felizes”, concluiu.

O presidente da Câmara, Gonçalo Rocha, agradeceu o apoio do Governo, sem o qual, disse, não seria possível o trabalho que está a ser realizado para “ultrapassar o rasto de destruição do incêndio”. “O Governo esteve sempre do nosso lado“, afirmou, citando o apoio concedido às pequenas empresas do concelho, no valor de 2,5 milhões de euros, o âmbito de um programa específico para Castelo de Paiva que permitirá criar mais de uma centena de postos de trabalho, entre outras ajudas já no terreno. “Acredito que os próximos anos vão ser bons para a nossa terra”, previu, falando de “uma nova oportunidade” para Castelo de Paiva.

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Projeções macroeconómicas do Governo são “otimistas” mas “exequíveis”, diz UTAO

Se o contexto externo não vier a ser "significativamente pior do que o esperado", as projeções do Governo para a evolução da economia são "exequíveis", antecipa a UTAO.

As projeções macroeconómicas do Ministério das Finanças para o próximo ano são “otimistas”, mas “exequíveis”, desde que o contexto externo não seja significativamente pior do que o esperado. A análise é feita pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), na apreciação preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2019, que foi entregue, esta segunda-feira, à Assembleia da República.

“As projeções do Ministério das Finanças para as variáveis que constam do cenário macroeconómico evidenciam algum otimismo, particularmente no investimento, embora exequíveis desde que o contexto externo não venha a ser significativamente pior do que o esperado nas hipóteses assumidas para o enquadramento internacional”, pode ler-se no relatório, a que o ECO teve acesso.

Na proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, o Governo prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2,2% em 2019 (uma projeção que fica ligeiramente abaixo do que o Governo tinha previsto no Programa de Estabilidade conhecido em abril, altura em que apontava para que o PIB crescesse 2,3% também em 2019).

Quanto ao investimento, a área que mais dúvidas levanta à UTAO, o Executivo antecipa que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) aumente 5,2% (uma revisão em baixa face à previsão de 6,2% que apresentava em abril) e 7% em 2019. “Tendo em consideração que esta componente apresenta um dos principais contributos da procura interna para o crescimento em 2019, então a sua concretização adquire especial relevância para se cumprir a projeção de crescimento do PIB em 2019“, refere a UTAO sobre este indicador.

Esta unidade especializada mostra ainda receios em torno do “conjunto alargado de variáveis externas que podem condicionar o desempenho das variáveis que constam do cenário macroeconómico, em particular o investimento e as exportações“.

Ao mesmo tempo, aponta, “a elevada dívida externa e a [posição de investimento internacional] negativa são vulnerabilidades que aumentam o risco da economia nacional às oscilações nos mercados financeiros”. Há, ainda, que considerar os “riscos decorrentes da instabilidade política em países produtores de petróleo, bem como a procura externa relevante dirigida à economia portuguesa poder ser afetada pelo protecionismo crescente dos Estados Unidos e pela possível saída do Reino Unido do mercado único na sequência do Brexit.

A prejudicar a economia portuguesa poderá estar também a “evolução divergente entre a política monetária da área euro e a dos Estados Unidos”, que poderá” “afetar as taxas de câmbio e as taxas de juro nos mercados monetários e financeiros”.

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Centeno bate o pé a Bruxelas. Carta de Portugal mantém meta para o défice estrutural

Na resposta a Bruxelas, Portugal usa os elogios das agências de rating para justificar as metas definidas na proposta do OE. Apesar das dúvidas, Centeno mantém redução de 0,3% no défice estrutural.

Portugal já respondeu a Bruxelas. O ministro das Finanças bate o pé e mantém a projeção que aponta para uma redução de 0,3% no défice estrutural, em 2019, aquém do ajustamento de 0,6% exigido pelas regras comunitárias. Os elogios da “agências de rating e do participantes no mercado” são usados pelas autoridades nacionais para justificar a manutenção das metas definidas na proposta de Orçamento do Estado, envida para Bruxelas no dia 15 de outubro.

“O esforço de consolidação orçamental, com base no saldo estrutural incluído na proposta do Orçamento do Estado para 2019, é de 0,3% do PIB”, escreve Nuno Brito, o embaixador português junto da Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER). Uma afirmação que rebate os cálculos de Bruxelas, enviados numa carta a Portugal na semana passada, que davam conta de uma redução de apenas 0,2%.

Bruxelas pediu ao Executivo português que enviasse “informação adicional sobre a composição exata do esforço estrutural e dos desenvolvimentos na despesa previstos nos planos orçamentais para ver como evitar o risco de um desvio significativo face ao ajustamento estrutural recomendado em 2019 e em 2018 e 2019 em conjunto”. A resposta deveria seguir até esta segunda-feira. Portugal justifica as contas com “os impactos da contínua e cada vez mais vasta revisão da despesa pública, o que permitiu uma consolidação orçamental continuada ao longo dos últimos anos”. O esforço orçamental para 2019 “com base no saldo estrutural surge depois de um esforço acumulado de 1,7 pontos percentuais de 2016 para 2018”.

A missiva, assinada por Nuno Brito, tenta rebater ponto por ponto as questões levantadas por Bruxelas. Ao reparo de que o crescimento nominal da despesa líquida primária é de 3,4% no OE — “o que excede o crescimento máximo recomendado de 0,7%” –, Portugal responde dizendo que a meta para este indicador “também deve beneficiar” das políticas levadas a cabo pelo Executivo e deve “ser interpretada tendo em conta as constantes atualizações do esforço estrutural”. Portugal especifica uma “revisão acumulada das estimativas iniciais de cerca de 2,2 pontos percentuais entre 2016 e 2018”.

Em causa está ainda uma questão técnica. Para Portugal a “sensibilidade da estimativa” para o cumprimento ou não da despesa líquida primária face aos dados disponíveis para o ano base “merece mais clarificações”. E se a Comissão espera que o diálogo “construtivo” continue, Portugal garante que “está, sempre, totalmente disponível para levar a cabo discussões frutuosas”.

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Novo regulamento vai distinguir diferentes tipos de alojamento local em Lisboa

  • Lusa
  • 22 Outubro 2018

Enquanto o regulamento não é posto em prática, o município vai avançar com uma medida de contenção, que não permitirá o registo de mais unidades nas “zonas com alta pressão de alojamento local.

A Câmara de Lisboa espera aprovar, até março do próximo ano, um regulamento para o alojamento local que distinga, por exemplo, as unidades que beneficiam a cidade através da reabilitação urbana, daquelas que “subtraem casas ao mercado de habitação”.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina (PS), anunciou esta segunda-feira as medidas que o município está a preparar para regular o alojamento local, agora que entraram em vigor as novas regras para este setor. Medina prevê que “até ao primeiro trimestre do próximo ano” o executivo aprove um novo regulamento para o alojamento local, que seja “amplamente debatido, discutido com os parceiros de todos os setores, discutido com as Juntas de Freguesia, com as populações”, para se poder “chegar à melhor solução”.

Este documento vai definir quais os critérios nos quais a Câmara se irá basear daqui para a frente, entre os quais, adiantou o presidente, quais “as percentagens de uso habitacional” em relação às unidades afetas ao turismo, e quais as “zonas de contenção”. “Mas vai talvez um pouco mais longe, que é podermos distinguir aquilo que é diferente. O que é a utilização e o licenciamento de alojamento local que subtrai casas ao mercado de habitação do que é o alojamento local que possa aparecer porque substitui um edifício de serviços”, frisou.

Fernando Medina deu também o exemplo de “um prédio que esteja abandonado, que esteja a ruir, há toda a vantagem que seja utilizado, mesmo que temporariamente, por um período de alguns anos, para alojamento local”.

Isso é bom para a cidade de Lisboa, é bom para todos, não deve ser proibido, deve ser incentivado, deve ser dinamizado”, frisou, elencando que “da mesma forma que é bom para a cidade” que em vez de existirem “muitos apartamentos de alojamento local espalhados por vários prédios diferentes, possa haver alguma concentração, porque um prédio destinado só a alojamento local causa muito menos conflitos aos vizinhos do que muitos apartamentos espalhados em vários prédios”.

Enquanto o regulamento não é posto em prática, o município vai avançar com uma medida de contenção, que não permitirá o registo de mais unidades nas “zonas com alta pressão de alojamento local face ao total de fogos existentes”. Alfama, Mouraria, Castelo, Graça, Misericórdia, Madragoa e Príncipe Real serão as zonas onde não será possível abrir novas unidades, anunciou o presidente da Câmara. Para além destes locais, “outras zonas estão em monitorização”.

Esta proposta vai ser discutida pelo executivo na quinta-feira, em reunião camarária, e terá ainda de contar com o aval da Assembleia Municipal de Lisboa, entrando em vigor aquando da sua publicação em Boletim Municipal. “Estou em crer que haverá condições para nas primeiras semanas de novembro, essa moratória estar aprovada e em vigor”, disse Medina aos jornalistas, em Alfama, onde o alojamento local ocupa quase um terço das casas disponíveis.

Fernando Medina explicou também que “a moratória é válida até haver um regulamento aprovado”, mas “tem um prazo máximo de um ano, que é o que a lei permite”. “Se após um ano a Câmara não tiver regulamento aprovado, a moratória cai”, referiu. Esta medida de contenção já não vai abranger, porém, os pedidos feitos até agora, desde que “feitos ao abrigo da atual lei e cumprindo os requisitos”, explicou o autarca.

Questionado sobre o momento em que a medida é apresentada, o socialista vincou que “a decisão vem no preciso momento em que a Assembleia da República” permite “tomar esta decisão, porque até agora, até à aprovação da lei, a Câmara Municipal não tinha nenhum poder sobre esta matéria”. Esta proposta tem por base o “Estudo Urbanístico do Turismo em Lisboa”, apresentado à vereação na reunião camarária de 11 de outubro.

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Hospitais deviam em agosto 288,5 milhões de euros às empresas de dispositivos médicos

  • Lusa
  • 22 Outubro 2018

Segundo os dados mais recentes, a dívida total situava-se nos 288,5 milhões de euros e a dívida vencida a mais de 90 dias rondava os 182,2 milhões de euros. 

Os hospitais públicos deviam, em agosto, 288,5 milhões de euros às empresas de dispositivos médicos e demoravam em média quase um ano a pagar, segundo a Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED).

O presidente da APORMED, João Gonçalves, disse à Lusa que “o problema dos atrasos no pagamento dos hospitais públicos às empresas fornecedoras, nomeadamente de dispositivos médicos, é um problema recorrente“.

“Contudo, o que temos vindo a verificar neste segundo semestre é que a dívida hospitalar tem vindo a aumentar, essencialmente, porque há uma expectativa de uma verba especial de 500 milhões de euros que era para ter ocorrido já antes das férias de verão e não ocorreu”, não havendo notícia de quando essa verba será desbloqueada, explicou João Gonçalves.

Segundo os dados mais recentes, que são de agosto e refletem o inquérito que a associação faz mensalmente às empresas, a dívida total situava-se nos 288,5 milhões de euros e a dívida vencida a mais de 90 dias rondava os 182,2 milhões de euros. Quanto aos prazos médios de recebimentos, João Gonçalves disse que ultrapassaram já os 330 dias (334 dias) nos últimos meses, uma situação que a associação considera “inaceitável e francamente penalizadora” para as empresas.

É um prazo médio demasiado elevado”, disse, contando que as empresas reportam à associação “problemas do dia-a-dia relacionados com a falta de liquidez nas suas tesourarias” provenientes destes atrasos no pagamento. A associação considera de “vital importância” o desbloqueio imediato dos 500 milhões de euros, apelando ao Ministério da Saúde para não reter esta verba até ao final do ano, como tem sucedido em anos anteriores, porque “iria agravar mais a situação atual”.

Além do apelo para as autoridades libertarem esta verba, no sentido de “aliviar um pouco as empresas desta situação negativa”, João Gonçalves apelou também para que sejam criadas “medidas estruturais” que permitam resolver a questão da dívida dos hospitais públicos, “uma situação crónica” em Portugal.

Defendeu ainda que as autoridades possam “atuar de forma semelhante” a outros países do sul da Europa que conseguiram resolver a situação, dando como exemplo Espanha que há cerca de cinco anos apresentava “situações piores do que a portuguesa”, com prazos médios de pagamento “muito mais dilatados” e que hoje são inferiores a 90 dias. “Neste momento Portugal é o pior país da Europa ocidental, o que não nos prestigia e que faz com que este setor e este mercado seja menos atrativo para os players que neles operam”, vincou o presidente da APORMED.

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Se está de férias, o WhatsApp quer que “desligue” do trabalho

Em breve passará a ser possível responder a uma mensagem e ver uma fotografia dentro da notificação. Já o "modo férias" permite arquivar uma conversa e desativá-la por determinado período de tempo.

É já a aplicação de mensagens mais usada do mundo e, brevemente, terá um conjunto de novas funcionalidades disponíveis. Desde notificações com novas características até um novo modo que pretende que os utilizadores aproveitem melhor as férias, avança esta segunda-feira o El Mundo (acesso gratuito, conteúdo em espanhol).

Depois da possibilidade de adicionar uma fotografia ao estado, da reprodução de gifs, dos álbuns de fotos e da eliminação de mensagens depois de publicadas numa conversa, vêm aí mais novidades no WhatsApp, que pretendem melhorar os chats e as notificações de mensagens.

Quanto às últimas, vai passar a ser possível responder a uma mensagem dentro da própria notificação. Além disso, também se poderá ver logo a fotografia recebida dentro da notificação, algo que até agora ainda não acontece.

O WhatsApp está, também, a desenvolver uma nova forma de ocultar notificações, caso o utilizador assim o pretenda, já que o modo silêncio, o que faz com que a app passe a não mostrar que há novas mensagens em determinada conversa, já existe. Agora, passa a ter outra possibilidade, pensada para quem está de férias e quer mesmo “desligar” de tudo o que tem a ver com o trabalho. Chama-se “modo férias” e, depois de ativado, permite arquivar uma conversa, ocultando-a por determinado período de tempo. Assim, o chat de trabalho ficará desativado até que as suas férias terminem.

As novidades são muitas, mas nenhuma delas tem ainda uma data de lançamento marcada. Ainda assim, o “modo férias” deverá ser o que levará mais tempo a concretizar-se.

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ERSE propõe que produtores de energia com remuneração garantida suportem desvios

  • Lusa
  • 22 Outubro 2018

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos diz que os produtores de energia com remuneração garantida estão “tendencialmente sobrecompensados”, e propõe que suportem os custos dos desvios.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) concluiu que os produtores de energia em regime especial com remuneração garantida estão “tendencialmente sobrecompensados” e propõe que passem a suportar os custos dos respetivos desvios.

“A ERSE propõe que os produtores em regime especial com remuneração garantida suportem os custos dos respetivos desvios”, lê-se nas conclusões do estudo “Instrumentos para a participação da Oferta e da Procura na Gestão do Sistema Elétrico Nacional (SEN)”, hoje divulgado pelo regulador.

Segundo sustenta, “esta proposta justifica-se quer de forma a introduzir um incentivo objetivo a que haja uma melhoria da sua operação (que tem reflexo na ocorrência de desvios), quer por uma questão de igualdade de tratamento entre estes produtores e os que operam em mercado (desde início da sua atividade ou porque cessou a tarifa garantida), quer ainda por questões de harmonização com Espanha no âmbito do mercado ibérico”.

De acordo com as conclusões do estudo da ERSE, os produtores de energia com remuneração garantida estão “tendencialmente sobrecompensados”, enquanto os que operam em regime de mercado estão “tendencialmente sub-remunerados”.

Conforme explica, “os produtores com remuneração garantida ou enquadrada por um mecanismo legal ou regulatório apresentam genericamente valores da Taxa Interna de Rendibilidade (TIR) superiores aos respetivos Custos Médios Ponderados de Capital (WACC – Weighted Average Cost of Capital, na sua terminologia inglesa), ou, quando muito, valores aproximados”.

Pelo contrário, os produtores em regime de mercado encontram-se “tendencialmente sub-remunerados”, tendo a ERSE concluído pela “existência de um ‘desincentivo’ à própria operação no caso das tecnologias térmicas, na medida em que observam TIR inferiores aos correspondentes WACC”. “Para os restantes casos – centrais hídricas em mercado ou solares fotovoltaicas – os valores de TIR e WACC estão relativamente alinhados”, acrescenta.

Segundo a ERSE, o estudo evidenciou também que “alguns dos instrumentos atualmente em vigor têm sobreposições nos objetivos e nos resultados, o que pode concorrer para a eventual existência de sobrecompensações”.

Outra das conclusões foi que, apesar de se dever manter como “orientação global” um modelo harmonizado à escala da União Europeia, a concretização dos objetivos de política “deve integrar uma abordagem que não esqueça as especificidades nacionais ou regionais que não se podem evitar”.

Neste contexto, o regulador propõe a transferência da obrigação de previsões da Produção em Regime especial (PRE) do Comercializador de Último Recurso (CUR) para o Operador da Rede de Transporte (ORT) – ou seja, a REN – argumentando que, “com o progressivo decréscimo do volume de PRE com tarifa garantida e com a entrada de produtores renováveis diretamente para mercado, importa, numa primeira fase, densificar a experiência de previsão por entidade terceira que tenha abrangência de informação e atue de forma independente em relação aos agentes em mercado”.

Ainda recomendado é o “fim da exclusividade da aquisição da PRE com remuneração garantida pelo comercializador de último recurso”, considerando o regulador que, atualmente, o CUR “atua como um agregador regulado e monopolista”, o que “pode dificultar o aparecimento de outras entidades a atuar como agregadores em regime de mercado (por exemplo, comercializadores) com dimensão crítica suficiente para que a respetiva operação seja comercialmente justificável”.

Conforme sustenta, para o sistema elétrico nacional esta evolução teria como “principais aspetos positivos” a harmonização com o mercado espanhol, com o qual Portugal se encontra “fortemente integrado” ao nível do mercado grossista, e a promoção faseada da atividade de agregação e representação, “o que permitiria que mais comercializadores e de forma mais preparada pudessem estruturar esta atividade para o conjunto de produtores que, finda a tarifa garantida, estejam integrados numa pura operação de mercado”.

Outro aspeto positivo seria a indução de “concorrência ao nível da previsão e gestão dos níveis de desvios, o que concorreria para um potencial ganho de eficiência neste plano”.

No estudo, o regulador do mercado energético defende ainda a “implementação de um mecanismo regulado competitivo de venda de garantias de origem (mercado verde)”, uma solução que “visa responder à procura crescente, nomeadamente por parte dos comercializadores em regime de mercado, contribuindo para reduzir o sobrecusto da PRE com remuneração garantida”.

O “tratamento do regime de interruptibilidade no consumo no mesmo quadro conceptual dos mecanismos de mercado existentes para outros instrumentos” é outra das recomendações da ERSE, segundo a qual “o regime de interruptibilidade tem evidentes similitudes com outros instrumentos de gestão do sistema elétrico e deve, no espírito das regras europeias, ser orientado por regras de mercado”.

“Havendo já um procedimento com características semelhantes para a reserva de segurança do SEM [Sistema Elétrico Nacional], parecer haver sentido em que o mesmo mecanismo (isto é, procedimento de leilão e regras gerais) se possa utilizar para a atribuição do serviço de interruptibilidade, permitindo-se, simultaneamente, evitar a consignação da mesma capacidade a dois produtos similares e fomentar a liquidez do mecanismo, ainda que com dois produtos distintos”, refere.

A concretização da figura do facilitador de mercado, “já prevista na legislação”, e da figura do agregador, “enquanto entidade prestadora de serviços ao sistema, em nome dos consumidores ou pequenos produtores, à margem do fornecimento de energia elétrica”, são outras das indicações constantes do estudo da ERSE.

(Notícia atualizada às 17h54 com correção da Lusa no primeiro parágrafo)

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