OE vai alargar condição de recursos para desempregados

  • Marta Santos Silva
  • 13 Outubro 2018

O Orçamento para 2019 vai incluir uma prestação ponte para os desempregados de longa duração, que deverá apoiar cerca de três mil pessoas, anunciou Mariana Mortágua.

O Orçamento do Estado para 2019 deverá incluir uma nova prestação para desempregados de longa duração que se aplicará a cerca de três mil pessoas com mais de 52 anos que ultrapassaram o limite para continuar a receber o subsídio de desemprego.

A medida, anunciada este sábado por Mariana Mortágua, prevê uma mudança na condição de recursos permitindo que as pessoas desempregadas a longo prazo, que esgotem o subsídio e tenham mais de 52 anos possam aceder ao subsídio social de desemprego se tiverem um rendimento inferior a um Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que neste momento está fixado nos 428 euros.

Atualmente, a condição de recursos para aceder a este tipo de subsídio era de 80% do IAS, ou seja, 343 euros. Agora, os desempregados de longa duração e mais de 52 anos poderão aceder a este subsídio. “Esta medida abrange três mil pessoas”, acrescentou Mortágua.

Na mesma conferência de imprensa, a porta-voz do Bloco de Esquerda anunciou outras medidas acordadas entre o Governo e este parceiro, incluindo o fim da penalização na reforma antecipada para as longas carreiras ainda em 2019 e uma redução de 5% na fatura da energia.

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Eleitoralismo? Moody’s só vê “prudência” do Governo

A Moody's subiu o rating em vésperas de apresentação do Orçamento. Tirou Portugal de "lixo" numa altura em que o país ruma às eleições. Mas a agência não vê eleitoralismos nas contas públicas.

Em vésperas de apresentação do Orçamento do Estado, e numa altura que muito se discute sobre se a proposta que será entregue pelo Governo na Assembleia da República é ou não eleitoralista, a Moody’s diz que vê pressões para que António Costa e Mário Centeno abram os cordões à bolsa. No entanto, descarta que primeiro-ministro e ministro das Finanças estejam a agitar bandeiras rumo às eleições do próximo ano. Vê, antes, “prudência” orçamental.

“Desde que foi atribuída uma perspetiva ‘positiva’ [ao rating de Portugal, em setembro de 2017], os esforços de consolidação orçamental têm sido mantidos, com o saldo primário [excluindo os gastos com os juros da dívida] a continuar a apresentar um excedente no final de 2017 pelo terceiro ano consecutivo”, nota a Moody’s, na nota em que reviu em alta a classificação da dívida portuguesa para “Baa3”, retirando-a, assim, de “lixo”.

"Os resultados positivos em termos orçamentais até agosto apontam no sentido da continuação de uma gestão prudente das contas públicas, apesar das pressões para aumento dos gastos antes das eleições que vão ter lugar no próximo ano.”

Moody's

Mas esses esforços não se esbateram mais recentemente, apesar de Portugal estar a um ano das legislativas. “Os resultados positivos em termos orçamentais até agosto apontam no sentido da continuação de uma gestão prudente das contas públicas, apesar das pressões para aumento dos gastos antes das eleições que vão ter lugar no próximo ano”, diz a Moody’s. “Esta perspetiva é suportada pelo Conselho de Finanças Públicas que diz que o Governo irá apresentar um défice em 2018 melhor do que o inscrito no Programa de Estabilidade”.

Mesmo com a pressão para “aumento dos salários da Função Pública e para a recuperação dos significativos cortes no investimento público“, que podem travar a redução da dívida, a agência acredita que o Governo irá prosseguir os esforços de consolidação orçamental. “O compromisso de apresentar um défice abaixo dos 3% é firme”, diz. Neste sentido, “as eleições que aí vêm representam um risco limitado de reversão significativa das políticas, o que ajudará à manutenção da tendência de redução gradual da dívida”.

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IVA dos espetáculos vai descer para os 6% em 2019

  • Marta Santos Silva
  • 13 Outubro 2018

Uma das principais reivindicações do setor cultural vai ter resposta no Orçamento do Estado, com uma queda dos 13% para os 6% no IVA dos espetáculos, anunciou Mariana Mortágua.

O IVA dos espetáculos vai ser reduzido para os 6%, desde os 13%, no Orçamento do Estado para 2019, anunciou este sábado a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua numa conferência de imprensa transmitida pela RTP 3.

“É um incentivo importante para as artes do espetáculo e cultura”, referiu Mortágua, sublinhando no entanto que a redução do IVA para 6% não irá aplicar-se à tauromaquia.

Esta alteração no valor do IVA já era há muito reivindicada pelo setor, que em abril organizou uma petição e um protesto para o exigir, cobrando, durante um dia, preços como se o IVA tivesse uma taxa mais baixa. “Não faz sentido nenhum, estando já o país na bonança económica, que o IVA não volte para o original de 6%”, apontou ao ECO Álvaro Covões, na altura da manifestação. Enumerando vários setores onde a carga fiscal já foi aliviada, o também promotor de eventos afirma que “é estranho um país que privilegia o IVA da fast food em detrimento da cultura”.

Na mesma conferência de imprensa, a porta-voz do Bloco de Esquerda anunciou outras medidas acordadas entre o Governo e este parceiro, incluindo o fim da penalização na reforma antecipada para as longas carreiras ainda em 2019 e uma redução de 5% na fatura da energia.

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ERSE deve anunciar subida de preço da luz de 2% em 2019

  • ECO
  • 13 Outubro 2018

A entidade reguladora deverá anunciar o aumento de preço no mercado regulado, acima do nível da inflação, na próxima segunda-feira. O Governo procura limitar o efeito.

A eletricidade deverá subir de preço em mais de 2% em 2019, um aumento que é superior à taxa que se prevê para a inflação, escreve este sábado o Correio da Manhã. O aumento deverá ser apresentado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) na próxima segunda-feira.

O aumento no preço da luz por parte da ERSE, que fixa os preços no mercado regulado, deverá vir dos aumentos no mercado ibérico (Mibel). O Correio da Manhã acrescenta que no mercado liberalizado os preços poderão subir até 10%.

O Correio da Manhã destaca que a diferença na subida de preços entre o mercado regulado e o mercado liberalizado poderá fazer com que as famílias optem por regressar ao mercado regulado, como prevê a portaria 348/2017.

Separadamente deste aumento previsto devido ao mercado ibérico, Bloco de Esquerda fechou este sábado um acordo com o Governo para aliviar a fatura da luz em 2019 e 2020. A descida terá três componentes, que segundo o Bloco resultarão num alívio da fatura de eletricidade em 5%. A primeira componente será a redução do IVA de 23% para os 6% sobre a chamada “potência contratada”; a segunda componente será o alargamento da contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE) às empresas que produzem energias de fontes renováveis; e a terceira consistirá na transferência do dinheiro da CESE para abater no chamado défice tarifário, que é uma das das outras parcelas do preço da luz.

O anúncio da nova tarifa por parte da ERSE chega esta segunda-feira, mas, destacou Mariana Mortágua na conferência de imprensa em que apresentou as medidas para a energia no OE 2019 este sábado, a ERSE poderá atualizá-la a 15 de dezembro, altura em que deverão ser incorporadas estas alterações.

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BE: Propina máxima cai mais de 200 euros para os 856 euros

  • Marta Santos Silva
  • 13 Outubro 2018

A propina máxima vai cair neste Orçamento. "No ano letivo de 2019-2020 a propina máxima passará a ser de 856 euros", anunciou Mariana Mortágua.

A propina máxima no ensino superior passará a ter o valor de dois Indexantes dos Apoios Sociais (IAS), fixando-se nos 856 euros, uma queda de mais de 200 euros relativamente ao valor atual, anunciou este sábado a deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua.

A deputada, que falava numa conferência de imprensa transmitida pela RTP 3, esclareceu que nas negociações com o Governo tinha sido fechado que o Orçamento do Estado para 2019 incluirá esta redução no valor máximo das propinas, com o intuito de tornar mais fácil para as famílias suportar os estudos superiores.

Atualmente, a propina máxima é de 1.068 euros anuais. “Sabemos que a educação universitária tem um custo demasiado elevado para muitas famílias”, afirmou Mortágua. “No ano letivo de 2019-2020 a propina máxima passará a ser de 856 euros.”

Na mesma conferência de imprensa, a porta-voz do Bloco de Esquerda anunciou outras medidas acordadas entre o Governo e este parceiro, incluindo o fim da penalização na reforma antecipada para as longas carreiras ainda em 2019 e uma redução de 5% na fatura da energia.

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Orçamento garante alívio de 5% na fatura da eletricidade em 2019 e 2020

O Bloco de Esquerda fechou um acordo com o Governo para aliviar em 5% a fatura da luz em 2019 e 2020. A descida terá três componentes.

O Bloco de Esquerda fechou um acordo com o Governo para aliviar a fatura da luz em 2019 e 2020. A descida terá três componentes, o que segundo o Bloco vai resultar num alívio da fatura de eletricidade em 5%, como já escrevera o ECO. O anúncio foi feito este sábado por Mariana Mortágua, dirigente do Bloco de Esquerda.

  1. A primeira componente será a redução do IVA, de 23% para os 6%, sobre a chamada “potência contratada”, uma das parcelas do preço da luz. Esta redução aplicar-se-á às potências até 3,45 kVA, ou seja, as mais baixas para os consumidores residenciais.
  2. A segunda componente será o alargamento da Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE) às empresas que produzem energias de fontes renováveis.
  3. Por fim, explicou Mariana Mortágua, a terceira componente consistirá na transferência do dinheiro da CESE para abater no chamado défice tarifário, que é uma das outras parcelas do preço da luz. Esta transferência será feira em duas fases: em 2019, haverá uma transferência de 190 milhões de euros da CESE para amortizar o défice tarifário (o que deverá abranger apenas consumidores domésticos) e mais 40 milhões que virão do fundo de carbono. Em 2020, acontecerá uma nova transferência, de 200 milhões de euros que virá da CESE, que nessa altura já “apanhará” também as empresas de energias renováveis.

Nas contas da dirigente do Bloco, estas três alterações terão um impacto de 5% na fatura da luz em 2019 e outros 5% em 2020. Mas isto não quer dizer que a fatura da luz para os portugueses irá baixar nessa proporção.

Na segunda-feira, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) deverá anunciar as tarifas de eletricidade para o mercado regulado para 2019. Segundo noticia este sábado o Correio da Manhã, o regulador poderá anunciar um aumento de 2% nas tarifas para 2019 no mercado regulado por causa do aumento do preço da eletricidade no Mibel (Mercado Ibérico de Energia). Segundo o jornal, no mercado liberalizado (onde os preços são fixados de forma concorrencial) o agravamento pode chegar aos 10%.

Na conferência de imprensa deste domingo, Mariana Mortágua, dirigente do Bloco de Esquerda, explicou que a ERSE deverá anunciar um valor para as tarifas na segunda-feira, mas recordou que esse valor terá de ser confirmado a 15 de dezembro, o que quer dizer que só nessa altura é que as tarifas para 2019 deverão incorporar as medidas sobre a energia que farão parte do Orçamento do Estado para 2019.

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Ganhos com horas extra vão descontar menos IRS

  • Lusa
  • 13 Outubro 2018

O Governo propõe que, tal como já acontece com o subsídio de férias e de Natal, também o rendimento obtido com “trabalho suplementar” seja sempre “objeto de retenção autónoma”.

Os rendimentos com horas extra poderão vir a beneficiar de uma taxa de retenção na fonte de IRS menor no próximo ano, segundo uma versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE2019).

No documento a que a Lusa teve acesso, o Governo propõe que, tal como já acontece com o subsídio de férias e de Natal, também o rendimento obtido com “trabalho suplementar” seja sempre “objeto de retenção autónoma” não podendo ser “adicionados às remunerações dos meses em que são pagos”.

Assim, a taxa de retenção na fonte a aplicar, segundo a mesma proposta, deverá ser a taxa a aplicar aos restantes rendimentos de trabalho dependente recebidos no mesmo mês em que são pagas as horas extra.

Na prática, hoje, um trabalhador dependente, solteiro e sem filhos que receba um salário bruto de 1550 euros e receba mais 100 euros em horas extra veria todo o seu rendimento desse mês a ficar sujeito a uma taxa de retenção na fonte de Imposto sobre o Rendimento de pessoas Singulares (IRS) de 19,5%, com base nas tabelas que estão em vigor. Isto porque, apesar de o salário bruto de 1550 euros apenas estar sujeito a uma taxa de 18%, com o adicional de 100 euros, passaria para o escalão superior e todo o rendimento desse mês ficaria sujeito à taxa de 19,5%.

Mas, caso a proposta constante da versão preliminar do OE2019 seja aprovada, e com base nas tabelas que estão em vigor no corrente ano, o salário bruto sofreria um desconto de IRS equivalente a 18% e as horas extra também, uma vez que para efeitos de descontos o rendimento do trabalho suplementar não se somaria ao salário.

A medida acaba assim por beneficiar os trabalhadores que, por efeito do pagamento do trabalho suplementar subiriam de escalão para efeitos de retenção na fonte do IRS, mas deixa inalterada a situação daqueles em que, mesmo recebendo horas extra, o valor não é suficiente para alterar o escalão de rendimento a que estão sujeitos.

A proposta do Governo prevê ainda que o pagamento de rendimentos relativos a anos anterior seja objeto de retenção autónoma não se somando aos rendimentos do mês em que é paga.

Por exemplo, um trabalhador com quatro meses de salários em atraso que sejam pagos em abril do próximo, para efeitos de determinar qual a taxa de retenção na fonte de IRS, verá o valor recebido dividido por quatro e é com base no valor daí resultante que se encontrará a taxa a pagar.

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Governo volta a penalizar crédito ao consumo com Imposto do Selo

  • Lusa
  • 13 Outubro 2018

Os créditos inferiores a um ano e os descobertos bancários passarão a pagar 0,128% face aos 0,08% atuais e o crédito entre um e cinco anos passa a ser tributado a 1,6% face aos 1% atuais.

O Governo quer voltar a penalizar o crédito ao consumo aumentando o Imposto do Selo sobre estes contratos, segundo uma versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE2019).

No documento a que a Lusa teve acesso, há uma dupla penalização destes contratos: por um lado, o Governo prevê manter, tal como em orçamentos anteriores, um agravamento das taxas em vigor em 50%. Mas, ainda assim, propõe aumentar estas taxas face às que se encontram atualmente em vigor.

Assim, segundo a proposta de lei, os créditos inferiores a um ano e os descobertos bancários passarão a pagar 0,128% face aos 0,08% atuais e o crédito entre um e cinco anos passa a ser tributado a 1,6% face aos 1% atuais.

A proposta de Orçamento do Estado será apresentada pelo Governo na próxima segunda-feira, dia 15 de outubro.

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BE anuncia acordo para fim em 2019 do fator de sustentabilidade para as longas carreiras

  • ECO e Lusa
  • 13 Outubro 2018

O fim da penalização pelo fator de sustentabilidade (14%) em duas fases vai ficar concluído até ao final da legislatura.

O BE anunciou que chegou este sábado de madrugada a acordo com o Governo, nas negociações orçamentais, para concretizar a segunda e terceira fases do regime de acesso às pensões das longas carreiras contributivas “já em 2019 e dentro da legislatura”. Uma medida que terá um custo de 182,6 milhões de euros, de acordo com as contas do Bloco, avançadas pelo Público (acesso condicionado).

“O Bloco de Esquerda esteve esta noite reunido com o Governo no âmbito do processo negocial do Orçamento do Estado para 2019. Após esta reunião, que se iniciou cerca das 19h00 e terminou há minutos, foi fechado o acordo entre o Bloco e o Governo para concretizar a segunda e a terceira fases do regime de acesso às pensões das longas carreiras já em 2019 e dentro da legislatura”, pode ler-se numa nota de imprensa enviada às redações pouco depois das 02h00 de sábado.

O BE adianta que “a segunda fase irá iniciar-se em janeiro e a terceira fase em outubro (e não apenas em janeiro de 2020 como circulou recentemente)”.

Na conferência de imprensa deste sábado, a deputado do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, deu mais detalhes sobre a medida: a eliminação da penalização introduzida pelo fator de sustentabilidade (14,5%) em janeiro é válida para os pensionistas com 63 anos ou mais e que aos 60 anos de idade tinham 40 anos de descontos. E depois, em outubro de 2019, são abrangidas todas as pensões antecipadas de quem aos 60 anos tenha 40 anos de descontos. Uma medida que, de acordo com os cálculos do Governo deverá abranger mais de 44 mil pensionistas.

Na quinta-feira ao final da tarde, o líder parlamentar comunista, João Oliveira, adiantou alguns dossiês em relação aos quais o PCP já tinha chegado a acordo com o Governo, liderado pelo socialista António Costa, para o Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), entre os quais as longas carreiras contributivas. “Ficou definido o fim da penalização pelo fator de sustentabilidade (14%) em duas fases: já em janeiro para quem tem 63 anos de idade, a partir de janeiro de 2020 para quem tenha mais de 60 anos de idade”, anunciou então o deputado do PCP.

Segundo a nota de imprensa dos bloquistas — que serviu para convocar a comunicação social para uma conferência de imprensa hoje, às 11:30, na sede nacional do partido, em Lisboa, com a deputada Mariana Mortágua sobre medidas do OE2019 — “a concretização destas duas fases que estavam em faltam era, para o Bloco de Esquerda, uma prioridade na negociação” orçamental em curso.

Na sexta-feira à tarde, a coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou que as negociações com o Governo sobre o OE2019 “não estão fechadas” e serão até ao “último momento”, revelando que este fim de semana haveria “reuniões muito importantes”.

“Ainda há três dias até à entrega do Orçamento do Estado. Não é novidade, já o tenho dito, nós preferíamos ter fechado estes dossiês com mais tempo, mas a negociação vai-se arrastando e o Bloco de Esquerda prefere negociar mesmo até ao final para conseguirmos, julgo eu, convergências importantes e medidas que podem fazer a diferença na vida das pessoas”, declarou a líder bloquista, deixando claro que “ainda há espaço para melhorar muitas das medidas”.

Em 23 de agosto, quando o Conselho de Ministros aprovou o diploma que estabelecia o fim do fator de sustentabilidade para quem tem 46 anos de contribuições e tenha começado a trabalhar aos 16 anos, o BE considerou que esta nova regra para as longas carreiras contributivas era “um passo importante” na conclusão da primeira fase deste regime, mas insistiu que as segunda e terceira fases teriam de estar concretizadas nesta legislatura.

“Agora é preciso concretizar a segunda fase, que já está atrasada, e é preciso garantir que, em 2019, se concretize a terceira fase. A conclusão do regime de acesso sem penalização das pessoas que têm longas carreiras contributivas à sua pensão deve ser feita nesta legislatura”, insistiu, então, o deputado do BE José Soeiro, em declarações à agência Lusa.

(Atualizado domingo às 09h45 com o custo da medida)

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Dívida, o PIB e a banca. Os alertas da Moody’s a Portugal

Foi a última a tirar a dívida portuguesa de "lixo", mas lá tirou. A queda da dívida ajudou à decisão de dar um selo de qualidade a Portugal, mas a Moody's continua em alerta.

Só faltava a Moody’s para o país conseguir o pleno. Portugal deixou de ser “lixo” para as principais agências de notação financeira internacionais que, finalmente, reconhecem a situação financeira bem mais desafogada da economia portuguesa. Há melhorias a registar, que explicam o selo de qualidade à dívida nacional, mas nem tudo está bem. Daí que a agência deixe vários alertas para o futuro.

A dívida é o principal motivo pelo qual a Moody’s reviu a classificação do país, colocando-a em “Baa3”, o primeiro nível fora de “lixo”. A agência nota que a dívida pública encontrou uma “sustentável (embora gradual) tendência de descida, com riscos limitados de reversão”, sublinhando a quebra acentuada desde a altura em que colocou a perspetiva em “positiva”, em setembro de 2017.

Mas a agência assume-se menos otimista que o Governo quanto ao ritmo de descida da dívida. Enquanto o Executivo antecipa uma meta de 107,2% do PIB para 2021 no Programa de Estabilidade, a Moody’s não vê a dívida a encolher além dos 116% do PIB nesse mesmo horizonte temporal.

A explicação para esta redução menos acentuada está na “constante pressão para aumento dos salários da Função Pública e para a recuperação dos significativos cortes no investimento público“. Assim, diz a Moody’s, é “improvável que se assistam a excedentes primários [sem considerar os encargos com os juros da dívida] suficientemente elevados” para uma redução mais expressiva.

Mesmo com a dívida pública a encolher, a Moody’s diz que Portugal vai continuar bastante endividado nos próximos anos. “O Estado vai continuar altamente endividado em comparação com os pares regionais e globais por muitos anos”, nota, utilizando este argumento para ser mais cautelosa relativamente a novas revisões do rating. A notação subiu, mas a perspetiva ficou em “estável”.

"A constante pressão para aumento dos salários da Função Pública e para a recuperação dos significativos cortes no investimento público [podem travar a queda da dívida pública].”

Moody's

Este elevado endividamento continuará a ser um travão ao crescimento, apesar de a Moody’s notar a “resiliência da economia” portuguesa. “Enquanto as condições externas favoráveis poderão suportar o crescimento (de 1,9% em 2018 e 2019), um moderar das perspetivas de crescimento refletirá os constrangimentos estruturais da economia”, como o endividamento, público e privado, diz. As previsões de crescimento da Moody’s são menos otimistas do que as do Governo que aponta para um crescimento da economia de 2,3% este ano e de 2,2% no próximo. Valores superiores também às previsões do Banco de Portugal e do Fundo Monetário Internacional que preveem, respetivamente, um crescimento de 1,9% e 1,8% no próximo ano.

Outro constrangimento é a banca. A Moody’s destaca os “progressos feitos na reestruturação de alguns dos bancos mais frágeis” que “reduziram materialmente os riscos orçamentais que o setor bancário colocava”, notando que mesmo que sejam precisas novas injeções de capital no Novo Banco não haver um “impacto material na trajetória da dívida”. Mas não pode haver mais surpresas na banca.

“A necessidade de injeções imprevistas no setor financeiro obrigariam a mais medidas de consolidação orçamental para alcançar uma consistente redução do fardo da dívida, sendo que, se tal não for feto, seria negativo para o rating” de Portugal, abrindo a porta a uma redução da notação novamente para o nível de “lixo”.

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OPV falhada, Sonae MC muda gestão. Sai Paulo, entra Cláudia Azevedo

A Sonae MC mudou a administração. Numa assembleia geral extraordinária depois de falhada a OPV, Paulo Azevedo e Luís Reis saíram, entrou Cláudia Azevedo.

A Sonae MC tem nova administração. Numa assembleia geral extraordinária realizada imediatamente a seguir ao fracasso da oferta pública de venda (OPV) do negócio do retalho, por “condições adversas nos mercados internacionais”, a empresa anunciou a saída de Paulo Azevedo, Luís Reis e Luís Mota Freitas da gestão.

Os três gestores renunciaram aos cargos no conselho de administração numa reunião extraordinária realizada esta sexta-feira, 12 de outubro, um dia depois da OPV falhada. Nesta assembleia foi aprovado “por unanimidade” o alargamento do número de membros da administração de cinco para 11, sendo que com a saída de três, entraram nove. Um dos nove foi Cláudia Azevedo.

A irmã de Paulo Azevedo, que irá suceder-lhe na gestão da Sonae, passa a estar sentada num conselho de administração que contará ainda com João Dolores, Álvaro do Nascimento, António Soares, Ricardo Monteiro, Rui Almeida, Isabel Barros, José Fortunato e Maria Inês Valadas.

Estes nove novos nomes juntam-se aos dois que ficaram da anterior composição da gestão da Sonae MC, assumindo funções até ao final do atual mandato, em 2021. Ângelo Paupério, atual co-CEO da “holding”, e Luís Moutinho, CEO da Sonae MC, são os únicos que após a remodelação se mantêm.

O breve comunicado enviado ao mercado com a revisão do número de membro da gestão, bem como de todas as mudanças que aconteceram nesta reunião extraordinária surge no rescaldo daquela que seria a maior operação de colocação em bolsa dos últimos anos em Portugal.

Ordens da OPV sem efeito

A Sonae viu aprovado há pouco mais de uma semana a OPV do negócio do retalho. O prazo de subscrição das ações arrancou esta semana, mas não foi até ao fim. Esta quinta-feira, a empresa veio comunicar ao mercado que a oferta ficou sem efeito uma vez que não conseguiu vender os títulos junto dos investidores institucionais.

Esta sexta-feira, antes da comunicação das mudanças na gestão, a Sonae publicou uma adenda ao prospeto explicando que “em virtude do facto de que, devido a condições adversas nos mercados internacionais, a oferta institucional não terá lugar”. Uma vez que a oferta de retalho estava sujeita ao sucesso da primeira, esta também “não será executada”, diz.

Assim, acrescenta, “os (eventuais) investidores na oferta que tenham acordado a compra de ações da oferta têm o direito, que pode
ser exercido até 17 de outubro de 2018, de revogar as suas aceitações”. A necessidade de publicação desta adenda surgiu de uma alerta da CMVM. Ao ECO, fonte oficial do regulador explica que “mesmo que não sejam revogadas, as ordens não serão executadas”.

(Notícia atualizada às 23h50 com mais informação)

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Moody’s tira Portugal de “lixo”. “É um sinal de que o caminho que escolhemos há três anos é credível”, diz Centeno

A subida do rating da dívida portuguesa pela Moody's é um "sinal claro" de que o "caminho escolhido há três anos" é credível. Quem o diz é Mário Centeno.

Na opinião do ministro das Finanças, a subida do rating da dívida portuguesa pela Moody’s é um “sinal claro” de que o “caminho escolhido há três anos” é credível. Em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP 3, Mário Centeno aproveitou ainda para sublinhar que o país goza atualmente da “confiança, reconhecimento e credibilidade”, nos mercados internacionais.

“Esta consolidação do rating no grau de investimento pelas quatro agências [S&P, Fitch, DBRS e, agora, Moody’s] é um sinal claro de que o caminho que escolhemos há três anos é credível, era possível, está a ser feito com base no equilíbrio das conta públicas mas também através de um crescimento inclusivo“, salientou o Governante.

De acordo com o ministro, o crescimento do país tem sido feito com base em dois pilares que “reforçam a confiança no futuro” do país: o investimento e as exportações. Sobre o setor financeiro, Centeno notou que está “mais sólido, resiliente e eficaz”.

“Este reconhecimento também é feito ao nível das finanças públicas. A redução consistente do défice orçamental é das maiores a nível europeus e tem contribuído para a redução da dívida pública”, disse.

A poucos dias da entrega do Orçamento do Estado para o próximo ano no Parlamento, Mário Centeno reforçou ainda que o “compromisso” de consolidação das contas públicas deve ser mantido.

“Hoje é um bom para a economia portuguesa”, concluiu o ministro. “Devemos estar todos orgulhosos”, acrescentou.

Esta noite, a agência Moody’s atribuiu uma classificação de investimento à dívida nacional. Depois de sete anos, três meses e dois dias, Portugal deixa assim de ser “lixo” nas três grandes agências de notação financeira (a Standard & Poor’s e a Fitch já tinham subido o rating em causa).

Na revisão desta sexta-feira, a Moody’s subiu em um nível a notação da dívida portuguesa, o suficiente para o rating luxo deixar a categoria “lixo”. Recorde-se que esta agência foi a a atirar o país para esse patamar, em julho de 2011, sendo agora a última a devolver a nota de qualidade ao país.

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