PSI20 segue em baixa, com o BCP a pressionar as negociações

  • Lusa
  • 5 Outubro 2018

A bolsa de Lisboa segue hoje em baixa, alinhada com a tendência das principais congéneres europeias, com as ações do BCP a pressionarem as negociações.

Pelas 09:00 (hora de Lisboa), o índice português de referência, o PSI20, seguia a recuar 0,23% para 5.242,01 pontos, com 11 ações negativas, duas inalteradas (Ibersol e Ramada Investimentos) e cinco positivas.

A Mota-Engil e o BCP eram as ações que mais perdiam, recuando 1,30% e 1,21% para 1,968 euros e 0,237 euros.

As ações da Galp e da Jerónimo Martins seguiam também em terreno negativo, desvalorizando 0,50% e 0,38% para 16,865 e 11,705 euros.

A liderar os ganhos seguia a Pharol, com as ações a avançarem 8,33% para 0,169 euros, seguida da Altri, que subia 4,41% para 8,99 euros.

A EDP seguia também em terreno positivo, com as ações a avançarem 0,13% para 3,189 euros.

Lisboa seguia alinhada com as principais bolsas europeias, que estavam hoje em baixa, penalizadas pela subida dos juros das obrigações norte-americanas, no dia em que serão divulgados dados do desemprego na maior economia do mundo.

Os juros das obrigações dos Estados Unidos subiram para máximos, de 3,2%, depois da publicação de indicadores macroeconómicos dos Estados Unidos.

O Departamento do Trabalho dos EUA vai divulgar hoje a taxa de desemprego de setembro, com as previsões dos economistas consultados pela agência financeira Bloomberg a apontarem para uma queda dos 3,9% anteriores para 3,8%, a taxa mais baixa desde 1969.

Entretanto, os investidores vão continuar atentos a Itália, depois de o Governo italiano ter reduzido a previsão do défice para o próximo triénio, inicialmente situado em 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB), tal como exigiam os parceiros da coligação no Governo, a Liga e especialmente o Movimento Cinco Estrelas, para 2,1% em 2020 e 1,8% em 2021.

O Governo italiano tomou esta decisão depois de ter anunciado, na semana passada, um quadro macroeconómico que estabelecia o objetivo do défice em 2,4% do PIB para os três próximos anos, que despertou a crítica da Europa e um aumento da pressão sobre os juros da dívida nos mercados nos últimos dias.

Os preços do petróleo, que nos últimos dias subiram para níveis acima da barreira dos 85 dólares por barril, estavam hoje a subir, na abertura, até aos 85,02 dólares.

O euro, por seu turno, seguia em baixa a valer 1,1499 dólares.

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Sonae MC vai para a bolsa. Conheça as datas da operação

A Sonae MC vai colocar 21% do capital em bolsa, podendo chegar a 33% do total. O prazo de subscrição das ações arranca dia 8, estando prevista a entrada em bolsa a 23 de outubro. Veja as datas.

A Sonae MC está quase a chegar ao mercado de capitais português. O prospeto da operação que vai colocar 21% da empresa em bolsa — podendo chegar, no limite, a 33% do total — está aprovado pela CMVM, arrancando o prazo de subscrição a 8 de outubro. Em duas semanas, a praça nacional passará a contar com mais uma cotada.

Conheça todas as datas da operação:

Prospeto aprovado a 4 de outubro

Foi já ao final do dia, mas foi aprovado. O prospeto da oferta pública de ações da Sonae MC recebeu “luz verde” da CMVM, sendo publicado ainda a 4 de outubro, às 22h36. Com este passo dado, arranca a oferta.

Prazo de subscrição arranca a 8 de outubro

Com o feriado do 5 de outubro pela frente, e o fim de semana, a oferta de ações arranca a 8 de outubro, estando os títulos disponíveis para subscrição tanto por pequenos investidores como por grandes a partir desse dia.

17 de outubro fecha o prazo para o retalho

Oito dias após o arranque do prazo de subscrição dos títulos da Sonae MC, que serão vendidos num intervalo de preços de 1,40 a 1,65 euros, são encerradas as ordens, mas não para todos os investidores. 17 de outubro é o último dia que os pequenos investidores têm para manifestar a intenção de compra, havendo mais tempo para os grandes investidores.

Institucionais têm até dia 18 para dar ordem de compra

Enquanto os pequenos investidores, que só poderão comprar um máximo de 5% do capital da Sonae MC, têm até dia 17 de outubro para colocarem ordens, os institucionais têm um dia extra. O prazo de aceitação de ofertas para estes investidores decorre até 18 de outubro.

Preço final fixado dia 18 de outubro

No mesmo dia em que termina o prazo de aceitação de ofertas para os grandes investidores, será definido o valor final das ações da Sonae MC. O intervalo de preços está definido entre os 1,40 e os 1,65 euros, sendo que o preço final é fixado consoante o apetite dos investidores.

Arranque da negociação a 23 de outubro

Duas semanas depois do arranque da oferta, chega o dia da estreia em bolsa. A Sonae MC avança como data indicativa para a entrada dos títulos na Euronext Lisboa o dia 23 de outubro. O valor de referência para a estreia na praça nacional será aquele que ficar definido a 18 de outubro.

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Sonae vai colocar 21% do retalho em bolsa. Pequenos investidores só terão 5%

A Sonae vai colocar em bolsa 21% do negócio do retalho, sendo que a maior "fatia" será destinada aos investidores institucionais. Pode vender mais, chegando, no limite, a 33% do total da empresa.

A Sonae pretendia colocar um quarto do capital da Sonae MC em bolsa. Afinal, vai avançar com uma oferta pública de venda (OPV) de pouco mais de 21% da empresa de retalho, sendo que a percentagem a alienar poderá chegar, no limite, até aos 33%. Os pequenos investidores vão ficar, no máximo, com 5% do capital.

“A oferta base compreende 217.360.000 ações ordinárias existentes”, que representam 21,7% dos mil milhões de títulos que perfazem o capital da Sonae MC. Além destes títulos, a empresa revela que “concedeu aos Joint Global Coordinators da oferta uma opção de over-allotment de até 32.600.000 ações”.

Assim, o capital total em bolsa pode chegar aos 25%, mas pode ser ainda superior. É que, no prospeto aprovado pela CMVM, publicado na integra apenas em inglês, é referido que o oferente pode optar por aumentar a oferta em 87 milhões de títulos, mas apenas para investidores institucionais. Ou seja, no limite, a Sonae pode ceder um terço da empresa.

Pequenos aforradores com 5%

Como é habitual, serão os grandes investidores a ficar com a maioria das ações que vão ser oferecidas a preços entre 1,40 e 1,65 euros, cada. Dos 217 milhões de títulos de base, a Sonae MC revela que “77% serão oferecidas através de uma oferta particular reservada a investidores institucionais em Portugal e fora de Portugal”. O restante é para os pequenos investidores.

De acordo com o prospeto, “23% [das ações que compõem a oferta base] serão oferecidas através de uma oferta pública a investidores em Portugal”. Estas correspondem a 5% do capital, sendo que nunca estes investidores poderão ficar com mais já que tanto os 32,6 milhões do over-allotment como os 87 milhões da opção para aumentar a oferta estão reservados a institucionais.

(Notícia atualizada às 23h18 com mais informação)

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Já arrancou OPV da Sonae MC. Estreia-se dia 23

A oferta pública de venda da próxima cotada da família Sonae vai arrancar já esta segunda-feira. A estreia na bolsa portuguesa está agendada para dentro de duas semanas, no dia 23.

A oferta pública de venda (OPV) da Sonae MC vai arrancar já esta segunda-feira, com as ações da próxima cotada da família Sonae a estrearem-se na bolsa portuguesa dentro de duas semanas, no dia 23.

A Sonae pretende colocar nas mãos do mercado uma parte do capital do negócio do retalho, que inclui as marcas Continente, Go Natural, Wells, entre outras insígnias, prevendo vender as ações durante o período da oferta num intervalo de preços situado entre 1,40 euros e 1,65 euros. Ao valor máximo, a empresa ficará avaliada em 1,65 mil milhões de euros.

Segundo o prospeto da operação divulgado esta quinta-feira, tanto oferta dirigida ao retalho como a oferta dirigida aos institucionais iniciam-se já no próximo dia 8, segunda-feira. Mas, enquanto os pequenos investidores poderão comprar ações até dia 17, os institucionais terão mais um dia (até 18 de outubro) para poder adquirir títulos da Sonae MC.

No dia 18 ficará fechado o preço definitivo da oferta. Depois, “espera-se que a negociação das ações no Euronext Lisbon tenha início, de forma incondicionada, aproximadamente em 23 de outubro“, indica o prospeto.

Porém, “é expectável que o primeiro dia de negociação e de cotação oficial das ações ocorra numa base de “admissão condicional”, por volta do dia 19 de outubro de 2018”, informa a Sonae MC. Os investidores que pretendam negociar em data anterior à data de liquidação, que é expectável que ocorra por volta do dia 23 de outubro, deverão confirmar junto do intermediário financeiro se e em que momento poderão nessa base condicionada.

Com esta operação, a Sonae pretende vender cerca de 217 milhões de títulos, representativos de 21,7% do capital da empresa de retalho, sendo que a percentagem a alienar poderá chegar, no limite, até aos 33%, se a procura se revelar robusta. Os grandes investidores internacionais ficam com a maior “fatia”. Os institucionais e os pequenos investidores nacionais vão ficar com apenas 5% (50 milhões de ações).

Vários pormenores já tinham sido adiantados pela empresa nos últimos meses, tal como a política de dividendos — a Sonae MC tem como objetivo distribuir metade dos lucros pelos acionistas.

A Sonae MC registou um lucro de 3,8 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, com o volume de negócios a totalizar os 2.608 milhões de euros. Explora marcas no setor da distribuição de retalho e não só, através de marcas como o Continente, Go Natural, Worten, Maxmat, Sonae RP (imobiliário), entre outras.

(Notícia atualizada pela última vez às 23h35)

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Sonae MC vende ações entre 1,40 e 1,65 euros

Depois de ter recebido "luz verde" da CMVM, a Sonae avança com a colocação em bolsa da Sonae MC. Operação poderá avaliar a retalhista em 1,65 mil milhões de euros.

A Sonae MC vai vender cada título entre 1,40 euros e 1,65 euros, sendo o valor final definido com base na procura que se registar durante o período de subscrição das ações que arranca já esta segunda-feira. Com isto, a retalhista que se prepara para ir para a bolsa de Lisboa dentro de duas semanas poderá ficar com um valor de mercado máximo de 1,65 mil milhões de euros.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deu “luz verde” à colocação em bolsa da Sonae MC, que explora a marca Continente, entre outras do negócio do retalho em Portugal. O prospeto da oferta pública de venda (OPV) foi divulgado esta quinta-feira.

Com esta operação, a Sonae pretende vender cerca de 217 milhões de títulos, representativos de 21,7% do capital da empresa de retalho, sendo que a percentagem a alienar poderá chegar, no limite, até aos 33%, se a procura se revelar robusta. Os grandes investidores internacionais ficam com a maior “fatia”. Os institucionais e os pequenos investidores nacionais vão ficar com apenas 5% (50 milhões de ações).

A Sonae espera obter uma receita bruta de cerca de 360 milhões de euros ao alienar uma parte substancial do seu negócio de retalho na bolsa, isto assumindo o valor mais elevado do intervalo de preços da oferta e sem contar com as despesas estimadas com a operação, de cerca de 14,6 milhões. Em termos líquidos, poderá vir a levantar 344 milhões de euros com a OPV.

O período de subscrição de ações inicia-se na próxima semana, com as ofertas a terminarem no dia 17 (para pequenos investidores) e no dia 18 (para investidores institucionais). Aliás, o preço final da oferta deverá ser divulgado nesse dia 18.

Depois, tudo indica que as ações façam a sua estreia na Euronext Lisbon no dia 23 deste mês.

Vários pormenores da operação e do negócio em si já tinham sido adiantados pela empresa nos últimos meses, tal como a política de dividendos — a Sonae MC tem como objetivo distribuir metade dos lucros pelos acionistas.

(Notícia atualizada pela última vez às 23h36)

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Rio admite que PSD ainda não está em condições de vencer eleições. Vai estar em 2019

  • Lusa
  • 4 Outubro 2018

Rio reconhece que o partido “está longe neste momento” de poder vencer as legislativas. Daqui a um ano, "não tenha dúvida de que o PSD pode discutir taco a taco as eleições".

O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu que, dentro de um ano, o partido estará em condições de “disputar taco a taco” as legislativas com o PS, mas admitiu que neste momento “não está”.

“Acho que o PSD tem fortes hipóteses de, daqui a um ano se bater taco a taco com o PS. Neste momento não está”, afirmou Rui Rio em entrevista à RTP.

Apesar de não dar credibilidade à maioria das sondagens – que dão o PSD a pelo menos dez pontos percentuais do PS –, o presidente social-democrata reconheceu que também conclui que o partido “está longe neste momento” de poder vencer.

“Mas, daqui por um ano, com o caminho que quero seguir, face às fragilidades que o Governo vai apontando, não tenha dúvida de que o PSD pode discutir taco a taco as eleições, pode ganhar ou pode perder”, afirmou.

Para tal, Rio disse precisar que “o PSD queira ganhar”: “Não basta eu querer, os militantes quererem, é preciso também que aqueles que vão provocando ruído, e não deixando passar ou até deturpando a imagem, assumam as responsabilidades”.

Questionado se tal significa um apelo aos críticos para saírem do PSD, Rio respondeu negativamente.

“Não, colaborem ou então se não quiserem colaborar, estar calados, mas com a permanente turbulência estão a fazer jogo do PS”, criticou, recusando alongar-se mais sobre questões internas.

Sobre se admite, após as legislativas do próximo ano, um Governo de coligação com Assunção Cristas e Santana Lopes, o líder do PSD fez questão de distinguir os dois.

O CDS tem sido um parceiro natural, até quando fui presidente da Câmara do Porto (…) Ainda não sei o que é o partido do doutor Santana Lopes”, afirmou, dizendo ser necessário ver que “xadrez parlamentar” resulta das próximas legislativas.

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Wall Street cede perante escalada dos juros da dívida americana

Juros das obrigações americanas subiram para máximos de muitos anos com receios quanto ao aumento de preços nos EUA. Apple e Amazon tombaram mais de 1% após notícia sobre ataque informático chinês.

Os juros da dívida norte-americana continuam a subir para máximos de muitos anos, com o bom momento da economia a deixar indícios de pressão altista sobre a inflação. Foi neste cenário de subida das yields da dívida que as bolsas de Wall Street cederam terreno esta quinta-feira.

No caso do índice Dow Jones, que bateu recordes nas últimas duas sessões, o dia acabou com perdas de 0,75% para 26.627,48 pontos, naquela que foi a primeira sessão a cair das últimas seis sessões. Também o S&P 500 perdeu 0,76% e o tecnológico Nasdaq recuou cerca de 1,8%.

No mercado de dívida, a taxa associada às obrigações do Tesouro americano a 10 anos subiu para o valor mais elevado dos últimos sete anos, nos 3,23%, esta quarta-feira, depois de divulgados dados económicos positivos acerca da criação de postos de trabalho no setor privado e das encomendas à indústria. São sinais favoráveis relativamente à saúde da maior economia do mundo, colocando os investidores ainda mais expectantes em relação aos números do emprego que serão divulgados esta sexta-feira.

Pesos pesados como a Apple ou a Amazon estiveram na linha da frente das perdas, recuando 1,8% e 2,2%, respetivamente. As duas tecnológicas negaram uma notícia avançada pela agência Bloomberg, que revelou que os computadores das duas empresas foram infiltrados por pequenos chips com malware inseridos pelos serviços secretos chineses.

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Isabel dos Santos deixa cair queixa-crime contra Presidente da Sonangol

  • Lusa
  • 4 Outubro 2018

Empresária optou por "não prosseguir" com a queixa-crime por difamação por a opinião pública estar "suficientemente esclarecida quanto à verdade e de estarem restabelecidos os factos".

A empresária angolana Isabel dos Santos, ex-presidente da petrolífera Sonangol, disse à Lusa que retirou a queixa-crime num processo de difamação contra o atual Presidente do Conselho de Administração da empresa, Carlos Saturnino.

Num comunicado enviado à Lusa em Angola, a filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, que a nomeara para a liderança da petrolífera, explica que optou por “não prosseguir” com a queixa-crime por difamação por a opinião pública estar “suficientemente esclarecida quanto à verdade e de estarem restabelecidos os factos”.

“No atual contexto de febre político-mediática, decidi não alimentar mais a controvérsia, especialmente porque, depois de todas as minhas detalhadas explicações, tornou-se bastante claro e evidente para a opinião pública que as ações levadas a cabo por Carlos Saturnino foram deliberadamente mal-intencionadas e cujas alegações são infundadas”, lê-se no documento.

“A minha decisão de não prosseguir com a queixa-crime do processo por difamação tem por base o facto de a opinião pública estar suficientemente esclarecida quanto à verdade e de estarem restabelecidos os factos”, acrescentou Isabel dos Santos, nomeada para a liderança da Sonangol pelo pai, em junho de 2016, na altura com a tarefa de assegurar a reestruturação da petrolífera estatal angolana.

"No atual contexto de febre político-mediática, decidi não alimentar mais a controvérsia, especialmente porque, depois de todas as minhas detalhadas explicações, tornou-se bastante claro e evidente para a opinião pública que as ações levadas a cabo por Carlos Saturnino foram deliberadamente mal-intencionadas e cujas alegações são infundadas.”

Isabel dos Santos

No comunicado, Isabel dos Santos sublinhou acreditar que as várias entrevistas que concedeu ao longo deste ano sobre o mesmo assunto, bem como os comentários públicos que efetuou, “foram bastante esclarecedores, no sentido de informar a opinião pública sobre a falsidade das acusações proferidas”.

“As suas [de Carlos Saturnino] acusações não passaram de alegações sem qualquer evidencia factual, nem fundamentos, motivados apenas por uma vingança pessoal. Os factos e as verdades sobre o meu exercício enquanto Presidente do Conselho de Administração da Sonangol foram por mim amplamente comunicados e provados, não havendo assim necessidade de dar continuidade ao processo”, indicou.

O caso começou em novembro de 2017, quando o então recém-eleito Presidente de Angola, João Lourenço, empossado cerca de mês e meio antes, exonerou Isabel dos Santos do cargo de presidente do conselho de administração da Sonangol, nomeando para o seu lugar Carlos Saturnino, à época secretário de Estado dos Petróleos.

Antes de ser nomeado secretário de Estado pelo Presidente angolano, Carlos Saturnino foi, até dezembro de 2016, presidente da comissão executiva da Sonangol Pesquisa & Produção, tendo sido demitido por Isabel dos Santos, com a acusação de má gestão e de graves desvios financeiros.

“Não é correto, nem ético, atribuir culpas à equipa que somente esteve a dirigir a empresa no período entre a segunda quinzena de abril de 2015 e 20 de dezembro de 2016”, respondeu na altura Carlos Saturnino.

A 28 de fevereiro, depois de várias acusações de má gestão que atribuiu à empresária angolana, Carlos Saturnino denunciou a existência de uma transferência de 38 milhões de dólares (31,1 milhões de euros) feita pela administração cessante, após a sua exoneração.

Carlos Saturnino enumerou algumas, sublinhou, “constatações” sobre o grupo Sonangol, que encontrou após a exoneração da anterior administração, liderada por Isabel dos Santos.

“Tomamos posse no dia 16 de novembro de 2017 e nesse dia, à noite, apercebemos que o administrador que cuidava das finanças na Sonangol, embora tivesse sido exonerado no dia 15, ordenou uma transferência no valor de 38 milhões de dólares para a Matter Business Solution, com sede no Dubai”, acusou.

Segundo Carlos Saturnino, a referida transferência foi realizada através do banco BIC, “que passou a ser um dos bancos preferenciais a nível da Sonangol”.

“Acho que isso dispensa comentários. Não foi o único caso. No dia 17 de novembro, houve o pagamento de mais quatro faturas também. Ou seja, como é que pessoas que tinham sido exoneradas pelo Governo ainda faziam transferências. Não pode ser um ato de boa fé de certeza absoluta”, observou Carlos Saturnino.

A 2 de março deste ano, a PGR abriu um inquérito para apurar as denúncias feitas por Carlos Saturnino, que, entretanto, foi alvo de uma queixa-crime por difamação apresentada por Isabel dos Santos.

Num comunicado, a PGR indicou então que o inquérito visa “investigar os factos ocorridos, bem como o eventual enquadramento jurídico-criminal dos mesmos”.

Dias depois, Isabel dos Santos negou as acusações e considerou-as “infundadas”, afirmando-se “confortável” com o inquérito aberto pela PGR, desafiando o presidente da Sonangol a apresentar a demissão.

Isabel dos Santos acusou Carlos Saturnino de “procurar buscar um bode expiatório para esconder o passado negro” da empresa, realçando o facto de ter encontrado em 2016 a Sonangol em “falência”.

A 03 de agosto, o procurador-geral da República de Angola, Hélder Pitta Grós, indicou que Isabel dos Santos fora notificada para prestar esclarecimentos em dois processos-crimes, um em que é acusada e outro em que é a queixosa.

Em causa está o envio de uma notificação da PGR a Isabel dos Santos, para prestar esclarecimentos sobre a sua gestão enquanto responsável máxima da Sonangol, concessionária angolana de hidrocarbonetos, e de um outro processo em que a mesma acusa o seu substituto, Carlos Saturnino, de difamação.

Questionado então pela agência Lusa, Hélder Pitta Grós afirmou que Isabel dos Santos “foi de facto notificada”, mas “não é de grande relevância o facto de ela não ter comparecido”.

“Porque isso tem acontecido com outros cidadãos que não têm comparecido e que têm justificado as suas ausências. A questão dela é que não se fez presente, não apresentou nenhuma justificação e vamos voltar a notificá-la, como temos feito noutros casos”, explicou o Procurador-Geral da República.

Quanto à data da próxima notificação, Pitta Grós disse que isso depende do magistrado do processo, que tem outros casos em mãos.

“Há dois processos. Há um processo-crime em que ela é que é a queixosa, portanto, ia ser ouvida como queixosa, e outro processo, que é de inquérito, que ela ia ser ouvida também”, salientando que a notificação era para prestar esclarecimentos em ambos os processos.

Segundo o Procurador-Geral da República, os dois processos estão “parados, aguardando somente que ela seja ouvida”.

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“É impossível manter ministro da Defesa” se houve encobrimento no roubo em Tancos, diz Rui Rio

  • Lusa
  • 4 Outubro 2018

O presidente do PSD disse, que a ser verdade que o ministro da Defesa teve conhecimento do encobrimento na recuperação do material roubado em Tancos, Azeredo Lopes não tem condições para continuar.

O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu que, a ser verdade que o ministro da Defesa teve conhecimento do encobrimento na recuperação do material furtado em Tancos, Azeredo Lopes não tem condições para se manter em funções.

“A não ser que seja tudo redondamente mentira e provado que é redondamente mentira, não vejo como é que, nestas condições, um primeiro-ministro pode manter o ministro em funções”, afirmou Rui Rio, em declarações à agência Lusa. O presidente do PSD salientou que tem por princípio “não pedir demissões de membros do Governo”.

“A palavra é sempre do primeiro-ministro, mas, quando eu for primeiro-ministro, nestas circunstâncias era impossível manter um ministro em funções. A não ser que isto seja redondamente mentira, mas isso é que eu tenho dúvidas”, sublinhou.

O Expresso noticiou esta quinta-feira que o ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar, major Vasco Brazão, assegurou ao juiz de instrução do caso de Tancos ter dado conhecimento a Azeredo Lopes da encenação montada na Chamusca mais de um mês após a recuperação do arsenal.

Por seu lado, o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, negou “categoricamente” ter tido conhecimento de qualquer “encobrimento” no caso da de recuperação do material militar furtado nos paióis em Tancos.

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Marcelo aguarda que se apure “toda a verdade” sobre Tancos para formular “um juízo preciso”

  • Lusa
  • 4 Outubro 2018

Mantém confiança no ministro da Defesa? "Vamos aguardar a conclusão deste processo", disse o Presidente da República. "Depois será possível formular um juízo preciso sobre a matéria", acrescentou.

O Presidente da República defendeu, questionado sobre o conhecimento imputado ao ministro da Defesa quanto ao caso de Tancos, que há que aguardar que se apure “toda a verdade” para formular “um juízo preciso”.

O chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas realçou que “está em curso uma investigação criminal” e acrescentou que “há que esperar que decorra e apure toda a verdade”. “Eu desde o início tenho defendido isso. Portanto, vamos esperar para ver quais são as conclusões”, afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa falava no final de uma iniciativa comemorativa da implantação da República, no cemitério de Loures, depois de questionado pelos jornalistas se ficou satisfeito com as explicações do ministro Azeredo Lopes, que negou hoje “categoricamente” ter tido conhecimento de qualquer “encobrimento” na recuperação do material militar desaparecido do paiol de Tancos.

O Presidente da República escusou-se a revelar se já falou sobre este assunto com o primeiro-ministro, António Costa.

Interrogado se, enquanto Comandante Supremo das Forças Armadas mantém a confiança no ministro da Defesa, respondeu: “Vamos aguardar a conclusão deste processo, desta instrução criminal em curso, e, em função dos factos apurados e das responsabilidades eventualmente suscitadas, depois será possível formular um juízo preciso, concreto e específico acerca da matéria”.

O Expresso noticiou esta quinta-feira que o ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar, major Vasco Brazão, disse ao juiz de instrução do caso de Tancos que, “no final do ano passado, e já depois de as armas terem sido recuperadas, deu conhecimento ao ministro da Defesa, juntamente com o diretor daquela polícia, coronel Luís Vieira, da encenação montada em conjunto com a GNR de Loulé em torno da recuperação as armas furtadas” do paiol nacional de Tancos.

Em Bruxelas, o ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, negou que isso tenha acontecido. “Queria dizer categoricamente que é totalmente falso que eu tenha tido conhecimento de qualquer encobrimento neste processo. Não tive conhecimento de qualquer facto que me permitisse acreditar que terá havido um qualquer encobrimento na descoberta do material militar de Tancos”, afirmou.

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EDP junta-se a gigantes à procura da energia das startups

A poucas horas de se conhecer a startup vencedora do Free Electrons, que acontece esta semana em Berlim, fomos descobrir quais as principais tendências que marcam o setor da energia.

Berlim recebe esta semana a final do Free Electrons, um programa para startups, organizado por gigantes elétricas dos quatro cantos do mundo. Entre dois dias de várias conversas, trocas de ideias e pitchs, como aproveitar e melhorar a energia são os temas mais quentes. Entre as várias tendências para o futuro, há uma previsão que fica na cabeça: a energia vai ser tão abundante que o custo de a produzir vai ser praticamente zero, tendo as empresas de encontrar novas formas para reinventar o seu modelo.

À conversa com o ECO, Luís Manuel, administrador da EDP Inovação, explica que “estamos numa fase dos 3 D’s: descarbonização, descentralização e digitalização”. O administrador da EDP, uma das elétricas fundadoras e presentes no evento, revela que o objetivo do Free Electrons é aliar as mais-valias das empresas do setor (utilities) às capacidades que as startups têm para desenvolver ferramentas. “Há uma aprendizagem muito relevante”, diz.

Mas, para que isso aconteça da melhor maneira possível, é importante conhecê-las. “A primeira fase do concurso foi em Lisboa, onde realizamos um bootcamp para conhecê-las melhor. Fazem-se amigos, as pessoas acabam por se conhecer e isso é o ingrediente-chave para que as ligações aconteçam”.

Luís Manuel, administrador da EDP InovaçãoAlexandre Lopes

Foram 515 as candidaturas recebidas, mas apenas 15 chegaram à final. Quer saiam vencedoras — ou não –, todas chegam ao fim com, pelo menos, uma parceria feita com uma das dez gigantes elétricas presentes e fundadoras.

Só a EDP investiu em quatro startups — as portuguesas Loqr e Jungle, a francesa Sterblue e a SOLShare, do Bangladesh –, e realizou nove projetos-piloto com outras, desde o ano passado, a primeira edição do concurso de startups. A regra, explicou Luís Manuel, é “investir quando faz sentido no contexto da tecnologia e quando há disponibilidade”.

“Hoje assinámos mais contratos pilotos e há uma startup que consegue prolongar a vida útil das baterias. Isso interessou-nos e pode contribuir para a redução dos custos e para o armazenamento elétrico. É importante que haja mais renováveis e tudo o que ajude a reduzir o custo pode ser positivo“, continuou. O administrador defende ainda que a “microgeração vai ser o fenómeno dominante em praticamente todo o lado, porque vai permitir vender o excedente aos outros clientes”, sendo essa uma das principais preocupações do setor.

“Se a energia puder usar tecnologias para chegar ao cliente, é uma grande mais-valia”

Produzir em cidades e fora delas a própria energia e fazer uma rede para a vender uns aos outros“. É a resposta de Manuel Tânger, um dos fundadores da Beta-i (aceleradora responsável pela organização do Free Electrons), sobre as tendências da energia. Esse é o caso da SOLShare: a startup pretende levar energia de painéis solares que não é aproveitada até pequenas vilas de Bangladesh sem acesso a eletricidade.

“Quando precisas de contratos para compra e venda de energia casa a casa, precisas de blockchain, baterias ligadas a esses sistemas e que, depois, se ligam à rede”, continuou. Para além disso, soma-se outro ponto “bastante transversal”, os dados. “As startups que conseguem capturar informação da energia, que passa a um nível de precisão tão alto, percebem qual o tipo de equipamento que está a ser utilizado e as suas falhas. Isso vai permitir diferentes modelos de negócio, e maior poupança e gestão de consumo”.

Manuel Tânger, cofundador da Beta-i, organização parceira do concurso Free Electrons.Alexandre Lopes

Dois anos de energia

Realizado pela segunda vez e criado como um “programa de inovação aberta”, o Free Electrons permite “trazer inovação para dentro de grandes empresas que muito dificilmente conseguem inovar com tanta rapidez. As startups têm acesso a deals com empresas gigantes que conseguem chegar a mercados enormes”, explica Manuel. Para se destacarem, as startups precisam de um “produto minimamente robusto mas não completamente fechado”, uma vez que a maioria das utilities tem exigências mais particulares, o que vai permitir adaptar os produtos. “Elas têm de estar preparadas e precisam de ter pessoas suficientes para uma expansão muito rápida“, avisa o cofundador da Beta-i.

Se a indústria puder usar essas tecnologias [blockchain e inteligência artificial] para chegar até ao cliente, considero que é uma grande mais-valia.

May Liew

SP Group (Singapura)

May Liew está na final do Free Electrons, em Berlim, e representa o SP Group, uma espécie de EDP em Singapura. Em conversa com o ECO, confessa que vem à procura de soluções relacionadas com a tecnologia blockchain e de Inteligência Artificial (IA), uma “área com enorme potencial”. Contudo, prefere esperar para ver como isso pode mudar a indústria da energia. “Pode ser muito perturbador se houver um salto rápido e agressivo”, assinala. Em contrapartida, esse tipo de soluções podem “ajudar [a indústria] a levá-la para o próximo nível, de uma maneira mais razoável”, cenário com probabilidade elevada, acredita a vice-presidente. “Se a indústria puder usar essas tecnologias para chegar até ao cliente, considero que é uma grande mais-valia“.

Para as startups, May deixa um recado: “Elas podem juntar-se ao Free Electron porque nós, utilities, trazemos uma enorme base de utilizadores. Em vez de irem atrás dos clientes, podem trabalhar connosco e integrar a sua solução para ter um grande acesso ao mercado e a bases de clientes“.

May Liew, vice-presidente do SP GroupAlexandre Lopes

Daqui a dez anos, Manuel Tânger, da Beta-i, acredita que vamos alcançar um estado de “abundância energética que vai ser praticamente free”, ou seja, o custo de a produzir vai “tender para zero”. “A energia está numa fase muito gira porque as startups e as empresas vão ter modelos de negócio que não serão a venda de energia. As EDP da vida vão ter de se reinventar. Mas elas [as startups] estão cá para isso mesmo, para ajudar esse esforço de encontrar o modelo de negócio do futuro“.

(A jornalista viajou até Berlim a convite da EDP)

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Sindicato dos bancários pede ao BCP para devolver este ano salários cortados durante a crise

Banco cortou salários entre 2014 e 2017 e prometeu devolver as remunerações retidas assim que a situação de crise estivesse ultrapassada. Sindicatos pretendem que devolução seja feita este ano.

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) pretende que o BCP devolva já este ano os cortes salariais que afetaram os trabalhadores entre 2014 e 2017 e enviou uma carta ao presidente Miguel Maya a lembrar-lhe desse compromisso assumido pelo banco há quatro anos.

O BCP cortou salários aos trabalhadores que recebiam mais de 1.000 euros, uma medida que vigorou entre 2014 e junho do ano passado, e com os cortes a atingirem um máximo de 11% do salário bruto, isto por causa da crise que o banco atravessava. Na altura, a instituição disse que a medida permitiria salvar 400 postos de trabalho, tendo deixado a promessa junto dos sindicatos de devolver as remunerações retidas assim que as dificuldades estivessem superadas.

Agora, o banco vai a caminho de “lucros belíssimos” e o CEO Miguel Maya diz que está a fazer “tudo para que seja possível” voltar a remunerar os acionistas em 2019, algo que não acontece desde 2010. Na primeira metade do ano, o BCP registou lucros de 150,6 milhões de euros.

Neste cenário, o sindicato dos bancários dirigiu uma missiva ao banco “alertando e relembrando para a necessidade de devolução, ainda no decurso do ano de 2018, das prestações remuneratórias retidas aos trabalhadores entre 2014 e junho de 2017”.

“De facto, em 2018, estamos perante a notável recuperação do BCP, resultado do contributo emergente da lealdade dos clientes, competência da equipa de gestão, paciência e resiliência dos acionistas, mas também, e especialmente, da dedicação, entrega e sentido de compromisso dos quadros e técnicos bancários e dos trabalhadores do banco, em geral”, lê-se na carta a que o ECO teve acesso.

O SNQTB lembra o acordo firmado entre o banco e os sindicatos, onde ficou consignado “um compromisso com vista à reposição aos trabalhadores do valor retributivo que seria retido nesse período transitório, uma vez se encontrasse ultrapassada a situação que a tinha originado”.

A justiça desta reposição é inquestionável. O tempo é o correto“, frisa ainda o sindicato liderado por Paulo Gonçalves Marcos.

Questionado pelo ECO sobre esta devolução dos cortes aos trabalhadores, o BCP não esteve disponível para responder a tempo da publicação do artigo.

Ainda assim, na primeira carta enviada aos trabalhadores, Miguel Maya fez questão de dizer que o assunto não está esquecido, afirmando que iria “defender com determinação o compromisso assumido com os colaboradores relativo ao valor não recebido durante o período em que vigorou a redução salarial”. Além disso, também revelou que quer voltar a pagar bónus aos trabalhadores em função dos resultados.

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