Ministro dos transportes demite-se e pede segundo referendo ao Brexit
Jo Johnson considera que apoiar o acordo de saída, que Londres e Bruxelas "estão a finalizar", seria "um erro terrível" e deixaria o Reino Unido economicamente enfraquecido.
O ministro dos Transportes do Reino Unido, Jo Johnson, demitiu-se esta sexta-feira em oposição ao plano para o Brexit da primeira-ministra, Theresa May, e pediu um segundo referendo sobre a saída, anunciou o próprio.
Em comunicado, Johnson, que é irmão do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Boris Johnson, disse que apoiar o acordo de saída que Londres e Bruxelas “estão a finalizar” seria “um erro terrível” que deixaria o Reino Unido enfraquecido economicamente e sem direito de voto sobre as regras europeias que teria de cumprir.
“O que está a ser proposto agora não é nada parecido com o que se prometeu há dois anos”, quando 51,9% dos votantes optaram por abandonar a União Europeia num referendo, afirmou Johnson, que ocupava o cargo desde janeiro. A única alternativa, afirmou, seria uma saída sem acordo, o que “infligiria danos incalculáveis” ao país.
Ao contrário do irmão, Jo Johnson foi apologista de manter o Reino Unido na União Europeia quando, em 2016, o país se preparava para decidir em referendo uma eventual saída.
Boris Johnson, assim como o antigo ministro responsável pelas negociações para o Brexit David Davis, demitiu-se este verão em protesto contra os planos de May, argumentando que eles são uma traição aos eleitores que aprovaram a saída da UE no referendo de junho de 2016 e que deixam o Reino Unido numa posição de fraqueza.
Theresa May tem enfrentado fortes críticas dentro do seu Governo devido à proposta de manter o Reino Unido na união aduaneira até que seja possível desbloquear a questão da fronteira irlandesa. A primeira-ministra tem insistido que não permitirá um segundo referendo sobre o Brexit.
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