Carlos Costa alerta que Portugal não pode continuar com crescimento “anémico”
Governador do Banco de Portugal diz que problema da economia portuguesa não é o número de horas trabalhadas, mas a diferença de produtividade face às economias europeias.
O governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, avisa que Portugal não pode continuar com um crescimento potencial “anémico” sob risco de os défices elevados e a emigração persistirem.
Os alertas foram deixadas esta segunda-feira de manhã, na 9º conferência do Banco de Portugal sobre o desenvolvimento económico português no espaço europeu. Para o responsável, a economia nacional está separada das europeias pelas diferenças de produtividade. E considera que só com um crescimento “robusto” se pode levar a economia portuguesa a convergir com as demais.
Numa altura em que o crescimento económico está em alta, mas “apresenta sinais de abrandamento”, Carlos Costa apelou ainda a uma reflexão sobre as necessidades da economia. No terceiro trimestre, a economia cresceu 0,3% em cadeia, e 2,1% em termos homólogos o que representa um abrandamento face ao desempenho do segundo trimestre (0,6% e 2,4%). Para o conjunto do ano, o Governo prevê que Portugal cresça 2,3%, uma estimativa até agora corroborada pelo próprio Banco de Portugal e pelo Fundo Monetário Internacional. No entanto, a Comissão Europeia está mais pessimista, aponta para um crescimento de 2,2% e o conjunto de economistas ouvidos pelo ECO, também antecipam que a meta não será cumprida já que isso exigiria um crescimento de 1% no quarto trimestre, face aos três meses anteriores. Um desempenho particularmente difícil tendo em conta o contexto de abrandamento europeu.
Portugal abrandou no terceiro trimestre. Economia cresceu 2,1% em termos homólogos
Para que possa existir um aumento da produtividade dos trabalhadores, o governador considera que é fundamental reforçar as competências, a cultura de mérito e o empreendedorismo, mas também aprender a superar as iniciativas fracassadas e a adequação do sistema financeiro às necessidades de financiamento das empresas.
Para Carlos Costa é ainda importante melhorar a atratividade do ambiente de negócios e a simplicidade do sistema fiscal.
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