Retalhistas pressionam Lisboa. Depois de Wall Street, Apple “envenena” bolsas na Europa
A praça bolsista nacional está em queda, com os títulos das retalhistas a condicionarem o rumo do PSI-20, numa manhã marcada por perdas na Europa.
A bolsa nacional está no vermelho, com o PSI-20 a ser condicionado pelo rumo negativo das retalhistas. Os principais índices europeus também negoceiam em queda, face aos receios em torno das tecnológicas. A Apple que afundou as praças norte-americanas e asiáticas continua a “envenenar” o sentimento dos investidores.
Na Europa, o índice de tecnológicas cai para mínimos de fevereiro de 2017, sofrendo uma desvalorização de 1,7%. Acompanha as perdas asiáticas e dos EUA no setor ditadas por uma notícia do Wall Street Journal que adiantava que a Apple reduziu a produção dos seus mais recentes iPhones apresentados no início deste ano.
“Esta notícia reforça os receios de muitos investidores relativos a uma quebra no crescimento das vendas de iPhones, que continuam a ser o principal produto da empresa”, explica o BPI no seu Diário de Bolsa desta terça-feira. Os títulos das fabricantes de placas gráficas e os fornecedores da “marca da maçã” figuram entre os mais penalizados.
As fornecedoras da Apple já tinham pressionado Wall Street, estando agora a AMS, a Infineon e a STMicro, com quedas de mais de 3%, a pressionar o Velho Continente. “Sem a liderança do grupo FANG (Facebook, Amazon, Netflix e Google), incluindo a Apple, o mercado vai enfrentar muitas dificuldades”, explicava Peter Cecchini, da Cantor Fitzgerald, citado pela Reuters, na segunda-feira ao final do dia, para justificar o sentimento negativo que atinge o setor tecnológico já há vários dias.
Em Lisboa, o PSI-20 desvaloriza 0,28%, para os 4.889,83 pontos, com a grande maioria dos 18 títulos que o compõem em queda. Não escapa ao sentimento negativo apesar de não estar exposta diretamente ao setor tecnológico, sendo sobretudo as retalhistas a ditarem o comportamento do índice lisboeta.
A Jerónimo Martins exerce a maior pressão, com as suas ações a desvalorizarem 1,18%, para os 10,51 euros. A Sonae segue no mesmo sentido, com as suas ações a recuarem 0,78%, para os 83,20 cêntimos, também a corrigir de ganhos de quase 2% registados na sessão anterior.
O peso pesado BCP também está em terreno negativo. Os títulos do banco liderado por Miguel Maya perdem 0,6%, para os 24,65 cêntimos.
A Galp Energia contraria o movimento. As ações da petrolífera sobem 0,82%, para os 14,675 euros, apesar da descida dos preços do petróleo nos mercados internacionais. Beneficia do eventual interesse de duas petrolíferas em ficarem com a posição que a Sonangol poderá vender no capital da empresa portuguesa.
(Notícia atualizada às 8h30 com mais informação)
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