Medicamentos nos hipers mais baratos que nas farmácias. Mas diferença é cada vez menor
Os hipermercados continuam a vender medicamentos que não precisam de receita médica a um preço inferior ao praticado pelas farmácias, mas a diferença é cada vez menor.
Os hipermercados vendem os medicamentos que não precisam de receita médica, em média, 9% mais baratos do que as farmácias, uma tendência que acontece desde 2007, mas que tem vindo a diminuir, segundo um estudo da associação de defesa do consumidor Deco. O estudo da Deco/Proteste, que será publicado na edição de dezembro da Teste Saúde, analisou os preços de 25 medicamentos para as dores, tosse, alergias, obstrução nasal e gripe.
Entre julho e setembro de 2018, a Deco recolheu os preços dos medicamentos de venda livre cujas substâncias ativas são das mais vendidas em Portugal, tendo obtido 8.286 preços em farmácias (incluindo online), hipermercados e parafarmácias. O conjunto dos 25 medicamentos estudado custa, em média, 152 euros nas grandes superfícies, 170 nas parafarmácias e 173 nas farmácias, sendo de 21 euros a diferença média de preços entre farmácias e hipermercados.
Os resultados revelam que estes “são mais baratos nos espaços de saúde dos hipermercados, o que acontece desde 2007”, altura em que a Deco realizou o segundo estudo, uma vez que no primeiro não foram registadas discrepâncias. “Contudo, a diferença face às farmácias e outros locais de venda autorizados tem vindo a diminuir, devido ao maior aumento de preços nos hipermercados”, referem as conclusões do estudo, a que a agência Lusa teve acesso.
As farmácias apresentam a maior variação de preços para o mesmo medicamento, sendo que em muitos casos, foi nas farmácias que foram encontrados os valores mais baixo e mais elevado, salienta. Dentro dos hipermercados, o preço médio mais baixo pertence ao grupo Auchan (Jumbo), onde a amostra custa menos 4% do que a média dos restantes estabelecimentos. O Pingo Doce não entrou na corrida, porque não forneceu os dados relativos aos 25 medicamentos. No El Corte Inglês, custam mais 2% e, na Wells (Continente), mais 3%%, refere o estudo.
A Deco começou a analisar o preço destes medicamentos em 2006, um ano após a autorização de venda fora das farmácias. Nesse ano, os preços dos cinco medicamentos mais vendidos em farmácias e outros locais de venda não eram muito diferentes. Durante 12 anos, houve variações nessa diferença média, permanecendo, nos últimos dois anos, em 10%.
Desde 2006, cinco medicamentos mantiveram-se entre os mais vendidos: Canesten Creme 10 mg, Cêgripe 500 mg, Fenistil Gel 1 mg, Ilvico N e Trifene 200. Dos cinco medicamentos que se mantiveram na amostra, o Ilvico N, um antigripal, foi o que sofreu maior aumento real (ajustado com valores da inflação), custa agora, em média, mais 2,86 euros por embalagem do que há 12 anos. O Daflon 500 apresenta a maior diferença absoluta entre os preços mínimo (16,95 euros) e máximo (21,95), ambos encontrados em farmácias.
O estudo revela que o custo médio dos 25 medicamentos é mais barato no distrito de Castelo Branco, enquanto os caros são nos distritos de Évora e Guarda, onde o conjunto de fármacos custa, em média, 175 euros. O volume de venda do total de medicamentos não sujeitos a receita médica representa atualmente 80% da quota de mercado das farmácias, menos 13% do que em 2007.
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