INE confirma desaceleração da economia no terceiro trimestre
O INE confirmou que o PIB travou no terceiro trimestre. Economia cresceu 2,1% em relação ao período homólogo e 0,3% em cadeia. A procura interna deu um contributo mais fraco.
A economia portuguesa abrandou no terceiro trimestre, devido a um contributo menos positivo da procura interna, confirmou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). A taxa de variação homóloga registada de 2,1% é a mais baixa desde o segundo trimestre de 2016.
O PIB cresceu 0,3% entre julho e setembro em relação aos três meses anteriores e 2,1% face ao período homólogo. No segundo trimestre, a economia tinha apresentado uma taxa de variação em cadeia de 0,6% e um crescimento homólogo de 2,4%.
Em 2015, a economia cresceu 1,8%, tendo acelerado para 1,9% em 2019 e para 2,8% em 2017. Para este ano, o Governo prevê um crescimento económico de 2,3%.
O INE divulgou a 14 de novembro o valor provisório do PIB no segundo trimestre. Na altura, os economistas ouvidos pelo ECO consideraram que a economia tem de crescer 2,5% na reta final do ano para que a meta do Governo para o conjunto do ano se confirme.
Para 2019, o Executivo de António Costa espera um crescimento do PIB de 2,2%, o que permite um défice de 0,2%. Esta projeção acontece numa altura em que várias instituições têm apontado para um abrandamento económico na Zona Euro para onde Portugal dirige a maior fatia das suas exportações.
Famílias travam na compra de bens duradouros
Para esta desaceleração do PIB contribuiu principalmente o consumo privado, nomeadamente, a compra de bens duradouros. O INE revela que as “despesas em bens duradouros desaceleraram para uma variação homóloga de 5,3% (8,8% no segundo trimestre)“. Em termos globais, no terceiro trimestre, “o consumo privado desacelerou em volume, passando de um crescimento homólogo de 2,7%, no 2º trimestre, para 2,3%”.
O investimento voltou a registar uma taxa de variação homóloga de 4,4%, embora a Formação Bruta de Capital Fixo – uma medida mais afinada do investimento efetivamente feito naquele trimestre – tenha acelerado entre o segundo e o terceiro trimestre. “A FBCF em material de transporte passou de uma variação homóloga de -5,6%, no segundo trimestre, para 9,3%, compensando a desaceleração verificada nas restantes componentes“, acrescenta o INE.
O consumo público cresceu 0,7%, contra os 0,9% observados no trimestre anterior (também em termos homólogos).
No total a procura interna passou de uma taxa de variação homóloga de 2,7% para 2,4%, o que levou a um contributo mais fraco do atual motor da economia para o desempenho no terceiro trimestre.
Assim, segundo as contas do INE, para este crescimento de 2,1% em termos homólogos contribuiu um aumento de 2,4 pontos percentuais na procura interna. Já a procura externa líquida deu um contributo negativo de 0,3 pontos percentuais.
Tanto as exportações como as importações abrandaram em termos homólogos, uma tendência visível no caso das vendas para o exterior quer ao nível dos bens quer ao nível dos serviços.
“As exportações de bens e serviços em volume registaram um crescimento menos intenso no terceiro trimestre, passando de uma variação homóloga de 7,1%, no segundo trimestre, para 3,1%”, avança o INE. O instituto acrescenta que, no período em análise assistiu-se, igualmente, a uma “desaceleração significativa das importações de bens e serviços, com uma variação homóloga de 3,5% em volume, após um aumento de 7,5% no segundo trimestre.
“Comparativamente com o segundo trimestre de 2018, o PIB aumentou 0,3% em termos reais, menos 0,3 pontos percentuais (p.p.) que no trimestre anterior. O contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB passou de nulo a negativo, refletindo uma diminuição das exportações de bens e serviços mais intensa que a das importações de bens e serviços. O contributo positivo da procura interna aumentou no terceiro trimestre, traduzindo um crescimento mais elevado do consumo privado e do investimento“, acrescenta o INE.
(Notícia atualizada às 11h49 com mais informação)
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