Panana, o pão de banana português que conquistou a Sonae
Receita aproveita bananas muito maduras retiradas do supermercado, numa lógica de economia circular e sustentabilidade. Ideia veio de uma startup portuguesa.
As saudades podem ser motor de um negócio? Lourenço Bruschy e António Ferrador provaram, há mais de três anos, que sim. Na altura, recém-chegados da Austrália, conversaram sobre a falta que sentiam do tradicional banana bread, pão de banana, que tantas vezes comiam do outro lado do mundo. E também da ausência de lugares em Portugal, na época, para o fazerem. As saudades aguçaram o engenho e os dois amigos dedicaram-se durante alguns meses a desenvolver uma receita que permitisse concretizar o plano.
A ideia que deu origem ao Panana foi, numa primeira fase, produzir o pão de banana de forma artesanal, em casa. Mas rapidamente perceberam que, para crescer, precisavam de pensar na sustentabilidade do negócio: visitaram fábricas que pudessem assegurar a produção e retalhistas que quisessem fornecer as bananas maduras que já não vendiam.
"Contactámos vários retalhistas para conseguirmos bananas maduras a preços mais baixos e começámos nos testes.”
“Quisemos comprar o desperdício das bananas. Contactámos vários retalhistas para conseguirmos bananas maduras a preços mais baixos e começámos nos testes”, explica Joana Sousa Lara, que se juntou ao projeto em 2017, ao ECO. Um dia, o negócio fez-se. A Sonae queria investir no Panana. Como? Sendo fornecedor de matéria-prima (bananas) e produzindo os bolos nas suas pastelarias.
“A Sonae considerou o pão de banana produto-seleção e, em novembro de 2017, o produto foi finalizado e foi industrializado”, conta.
Esta não é a primeira vez que o Continente, da Sonae, decide reaproveitar frutas para diminuir o desperdício. Antes do Panana, o grupo português já tinha lançado uma gama de doces, compotas e chutneys para usar os excedentes dos supermercados. A estreia do pão de banana português na rede de supermercados aconteceu em abril deste ano.
Desde abril deste ano, altura em que o produto foi colocado à venda em exclusivo no Continente, foram vendidos mais de 20.000 Panana. Quanto ao futuro, Joana Sousa Lara acredita que pode passar por diversificar as frutas usadas no pão doce: nozes, mirtilos e outras frutas podem ser alternativas.
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