Operação Fizz: Carlos Silva nega acusações e denuncia “tentativa de adulterar a realidade”

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2018

O presidente do Banco Provado Atlântico diz que respondeu a todas as questões do Ministério Público e que Orlando Figueira está agora a "enveredar por uma estratégia" por motivos "evidentes".

O presidente do Banco Privado Atlântico, Carlos Silva, nega as acusações do ex-procurador Orlando Figueira no âmbito do processo ‘Operação Fizz’, referindo que são uma tentativa “recente e oportunista de adulterar a realidade”. “Tenho lido pela comunicação social portuguesa passagens de afirmações do ex-procurador Orlando Figueira em tribunal, em que me são imputados atos que não pratiquei. Esta tentativa recente e oportunista de adulterar a realidade, assenta em insinuações falsas”, refere, em comunicado enviado à Lusa.

Carlos Silva explica que foi ouvido na fase de inquérito, na qualidade de testemunha. “Tive ocasião de responder a todas as questões formuladas pelo Ministério Público, com todo o detalhe e rigor, designadamente quanto às circunstâncias em que conheci e em que contactei com o referido senhor,” refere no comunicado.

O presidente do banco angolano garante que nunca teve outro contacto “pessoal, telefónico ou por outra via” com Orlando Figueira para além do que relatou no depoimento. “Nem muito menos lhe fiz qualquer convite de trabalho”, afirma. Carlos Silva salienta que são “evidentes os motivos que levam o ex-procurador a enveredar nesta fase por esta estratégia”, mas acrescenta que estava na altura de vir a público “repor a verdade”.

"Tenho lido pela comunicação social portuguesa passagens de afirmações do ex-procurador Orlando Figueira em tribunal, em que me são imputados atos que não pratiquei. Esta tentativa recente e oportunista de adulterar a realidade, assenta em insinuações falsas.”

Carlos Silva

Presidente do Banco Privado Atlântico

Na fase de contestação à acusação do processo ‘Operação Fizz’, o ex-procurador Orlando Figueira, insistiu que é inocente, que Carlos Silva e o advogado Daniel Proença de Carvalho deviam ser arguidos e que o ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente nada tem a ver com o processo.

Nas sessões de julgamento a contestar a acusação do Ministério Público (MP) sobre corrupção, branqueamento, falsidade e violação do segredo de justiça, Orlando Figueira alegou várias vezes a sua inocência, e mesmo ingenuidade, e apontou o dedo ao presidente do Banco Privado Atlântico e a Daniel Proença de Carvalho, dizendo que ambos deviam ter sido constituídos arguidos.

Segundo Orlando Figueira, os contratos de trabalho que assinou foram para ir trabalhar para Angola para o BPA de Carlos Silva e que não cumpriu os compromissos e que este, por intermédio de Proença de Carvalho, lhe tinha tentado comprar o silêncio com a rescisão amigável do contrato de trabalho e respetivo pagamento de impostos.

O processo ‘Operação Fizz’, que tem ainda como arguidos o engenheiro Armindo Pires e o advogado Paulo Blanco, assenta na acusação de que Manuel Vicente corrompeu Orlando Figueira, com o pagamento de 760 mil euros, para que este arquivasse dois inquéritos, um deles o caso ‘Portmill’, relacionado com a aquisição de um imóvel de luxo no Estoril. Manuel Vicente foi acusado de corrupção ativa, mas o seu processo foi separado da ‘Operação Fizz’ no início do julgamento, numa altura de grande tensão nas relações diplomáticas entre Angola e Portugal e vários apelos públicos ao desanuviamento das mesmas.

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Presidente do Sporting investigado por tráfico de influências

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2018

O inquérito está a decorrer no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR).

O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, está a ser investigado por tráfico de influências, estando o inquérito a decorrer no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR).

O jornal i avança, citando a PGR, que o presidente do Sporting e outro dirigente do clube de Alvalade (cujo nome não é divulgado) estão a ser investigados.

“Em causa estão suspeitas do crime de tráfico de influências, não tendo sido ainda constituídos arguidos”, escreve o diário citando a PGR, destacando que “o inquérito está a correr no Departamento de Investigação e Ação e Penal de Lisboa, não tendo conhecido despacho final”.

Bruno de Carvalho já tinha sido investigado no ano passado pelas autoridades no âmbito de uma denúncia anónima sobre “supostas ameaças a árbitros”.

A imprensa noticiou na altura que o Ministério Público estava a investigar uma denúncia feita por Paulo Pereira Cristóvão relacionada com a transferência do jogador Tanaka.

“Paulo Pereira Cristóvão alegava que o empresário de jogadores guineenses João Carlos Pinheiro intitulou-se representante de Bruno de Carvalho neste negócio, tendo pedido dinheiro ao agente Paulo Emanuel Mendes”, escreve o i.

Segundo escreve o diário, “este montante seria depois entregue ao presidente do Sporting, após passar por uma sociedade em Cabo Verde, da qual Bruno de Carvalho era sócio”.

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Cada jornada de futebol movimenta 340 milhões em apostas

  • ECO
  • 29 Janeiro 2018

Um jogo da Liga Nos contribui com 32 milhões de euros para o cabaz, sendo que quando se fala em clássicos, o montante pode chegar aos 100 milhões.

Por entre apostas na liga principal de futebol (Liga NOS), na segunda Liga (Ledman LigaPro), e na terceira liga (Campeonato de Portugal), em cada jornada as casas de apostas recebem 340 milhões de euros em prognósticos feitos em todo o mundo. As contas são da Sportradar, feitas a mando da FIFA para identificar situações de viciação de resultados.

Cada jogo da Liga Nos contribui com 32 milhões de euros para o cabaz divulgado esta segunda-feira pelo Diário de Notícias, sendo que quando se fala em clássicos, o montante pode chegar aos 100 milhões. Na Ledman LigaPro, cada partida rende às casas cerca de cinco milhões.

Estes valores levantam preocupações em relação à manipulação de resultados, algo que não é desconhecido em Portugal. No seguimento do processo Jogo Duplo, que senta no banco dos réus 27 pessoas entre dirigentes, atletas e empresários por associação criminosa em competição desportiva, corrupção ativa e passiva, as entidades têm estado perto dos jogadores realizando sessões de esclarecimento para que estes não aceitem verbas.

"As ilações que tirámos [das sessões] são de familiaridade com o tema, no sentido de que ninguém desconhece o funcionamento das apostas desportivas e a existência de intermediários de organizações criminosas a oferecer dinheiro e outros benefícios aos jogadores.”

Joaquim Evangelista

Presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol

“As ilações que tirámos [das sessões] são de familiaridade com o tema, no sentido de que ninguém desconhece o funcionamento das apostas desportivas e a existência de intermediários de organizações criminosas a oferecer dinheiro e outros benefícios aos jogadores”, disse ao diário Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol.

A federação Portuguesa de Futebol e a Liga criaram também uma plataforma online que permite denunciar suspeitas de match fixing, ou seja, a manipulação de resultados. Chama-se Deixa-te de Joguinhos e já recebeu denúncias.

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Perspetivas de recrutamento nacional no nível mais elevado de sempre

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2018

De acordo com um estudo, este ano será "o verdadeiro ano da retoma do emprego em Portugal", com as perspetivas de recrutamento a atingirem os 81%.

As perspetivas de recrutamento em Portugal estão num nível elevado, o que constitui um “claro reflexo” do dinamismo do mercado de trabalho, segundo um estudo da consultora em recrutamento especializado Hays divulgado esta segunda-feira.

A Hays diz mesmo que 2018 é “o verdadeiro ano da retoma do emprego em Portugal”. De acordo com os resultados do Guia do Mercado Laboral 2018, as perspetivas de recrutamento para 2018 atingem os 81%, constituindo o valor mais alto alguma vez verificado nos inquéritos realizados pela consultora. Esta percentagem, que constitui um claro reflexo do dinamismo do mercado de trabalho atual, torna-se, no entanto, “algo preocupante quando comparada com a de profissionais que demonstram interesse em mudar de emprego, que desceu este ano para o valor mais baixo de sempre (70%)”.

Assim, “as perspetivas de recrutamento e o interesse numa mudança de emprego parecem estar a seguir rumos opostos, acentuando a clivagem entre procura e oferta de competências”. No entanto, de acordo com o relatório, estas tendências variam “consideravelmente consoante a região do país e o tipo de empresa”. Nas grandes empresas nacionais, por exemplo, as intenções de recrutamento para 2018 estão bastante acima da média (86%), ultrapassando até as das empresas multinacionais (81%). A nível regional, encontram-se também algumas diferenças relevantes.

A percentagem de empresas na região Norte que têm interesse em recrutar é a mais elevada do país, ascendendo a 88%. Já as regiões Centro e Sul partilham a mesma previsão de recrutamento (78%), mas têm evoluído de forma distinta, uma vez que enquanto no Centro esta percentagem caiu quatro pontos percentuais face ao ano passado, no Sul disparou dez pontos percentuais.

Quando questionados relativamente ao volume de contratações previsto para 2018, cerca de um terço dos empregadores afirmou que pretende recrutar um número superior a dez novos colaboradores e 13% admitiu mesmo contratar mais de 30 pessoas. “A esmagadora maioria dos recrutamentos surgirá como consequência direta do crescimento das empresas em território nacional ou no estrangeiro”, sinaliza. A Hays refere, a propósito, que os últimos anos foram pautados pela fuga de talento para o estrangeiro, mas diz que essa tendência está a alterar-se.

“O mercado nacional apresenta cada vez maior abertura para a integração de profissionais qualificados, pelo que a intenção de emigrar desceu drasticamente em 2017 para 37%”, refere, apontando que esta mudança representou uma queda de 32 pontos percentuais face a 2016, num “claro sinal de abrandamento da fuga de talento”.

Em termos salariais, o estudo sinaliza que Portugal deverá continuar a revelar-se um país bastante atrativo para a fixação de estruturas multinacionais, que procurarão certamente construir as suas estruturas com os melhores profissionais qualificados do mercado. Também entre as empresas que já se encontram em território nacional e que têm conseguido crescimento orgânico ou inorgânico haverá interesse em contratar profissionais qualificados de contabilidade de finanças, para apoiar planos estratégicos e garantir o rigor e otimização do negócio.

São esperados ligeiros aumentos nos pacotes salariais globais, que serão mais evidentes em posições menos comuns ou mais difíceis de atrair. Muitos profissionais qualificados estão conscientes do seu valor no mercado, pelo que valorizam cada vez mais uma oferta salarial atrativa, bem como uma melhoria significativa de benefícios não financeiros como o seguro de saúde, seguro de vida e viatura para utilização própria”, lê-se no estudo.

De acordo com a ficha técnica, o Guia do Mercado Laboral da Hays analisa motivações e preferências de profissionais e empresas, com base nas respostas de 3.884 profissionais qualificados e 713 empregadores aos inquéritos anónimos efetuados. A consultora faz ainda uma análise das dinâmicas de recrutamento em áreas e setores de mercado específicos, acompanhada de tabelas salariais com valores mínimos, médios e máximos habitualmente praticados para funções qualificadas nas regiões de Lisboa e Porto.

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Lisboa inicia semana em alta. BCP ganha mais de 1%

A bolsa nacional arrancou a semana em terreno positiva, suportada pelos ganhos do BCP e da empresa dos correios.

A bolsa nacional abriu a primeira sessão da semana em terreno positivo, acompanhando a tendência positiva que se vive no resto da Europa. A suportar o PSI-20 está o banco liderado por Nuno Amado que ganha mais de 1%.

O principal índice bolsista nacional segue acima da linha de água, a valorizar 0,05% para os 5.771,17 pontos, naquela que é a terceira sessão de ganhos consecutiva. Das 18 cotadas. quatro estão em alta, três inalteradas e onze em queda.

A contribuir para o bom desempenho da bolsa está o BCP, que sobe 0,93% para os 0,3355 euros e os CTT que avançam 0,39% para os 3,58 euros. Ainda do lado dos ganhos, a Jerónimo Martins cresce uns ligeiros 0,09% para os 17,39 euros. A cotada que mais está a ganhar é a Pharol, que avança 0,86% para os 0,2355 euros.

Quem não conseguiu acompanhar a tendência positiva do PSI-20 foram as cotadas do setor energético, que seguem em queda. A EDP perde 0,42% para os 2,87 euros e a EDP Renováveis cai 0,7% para os 7,05 euros. Também a Galp segue a desvalorizar 0,22% para os 16,12 euros e a REN perde 0,47% para os 2,55 euros.

No resto da Europa o sentimento também é positivo. O Stoxx 600 está acima da linha de água a ganhar 0,01% para os 400,62 pontos, enquanto o francês CAC-40 cresce 0,04% para os 5.530,9 pontos.

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Hoje nas notícias: Ricon, gasóleo ilegal e apostas de milhões

  • Juliana Nogueira Santos
  • 29 Janeiro 2018

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O encerramento da representante da Gant em território nacional, mas também as gasolineiras que estão a vender combustíveis sem a incorporação mínima exigida de biocombustíveis, marcam o dia. Destaque também para o “campeonato” das apostas desportivas que movimentam centenas de milhões de euros a cada jogo.

Cada jornada dos campeonatos movimenta 340 milhões em apostas

Por entre apostas na liga principal de futebol (Liga NOS), na segunda Liga (Ledman LigaPro), e na terceira liga (Campeonato de Portugal), em cada jornada as casas de apostas recebem 340 milhões de euros em prognósticos feitos em todo o mundo. As contas são da Sportradar, feitas a mando da FIFA para identificar situações de viciação de resultados. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre).

Capa do Diário de Notícias de 29 de janeiro de 2018.Diário de Notícias

Leis duplicam no segundo ano de Governo de esquerda

No segundo ano de mandato, o Governo de esquerda aprovou 299 novas leis, o dobro das que tinham sido aprovadas em 2016. Nesse ano o número de leis e decretos-lei aprovados foi o mais baixo no período que se inicia em 1976. Para este acréscimo contribuiu a atividade parlamentar, sendo que o número de leis aprovadas no Parlamento avançou 165% em 2017 e a aprovação de decretos-lei aumentou 81%. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Reitor da Universidade Fernando Pessoa julgado por desvio de três milhões

Salvato Trigo, reitor da Universidade Fernando Pessoa, está a ser julgado por alegadamente ter desviado “pelo menos” três milhões de euros da instituição em benefício próprio e da sua família. O reitor da universidade portuense terá usado vários esquemas para canalizar dinheiro para um empresa da qual os sócios são o próprio e a sua mulher. Responde pelo crime de infidelidade. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Encerramento da Ricon deixa 600 sem emprego

O grupo Ricon, antiga representante em Portugal da marca Gant, deverá encerrar operações por não ser “economicamente viável” e deixar no desemprego os seus 600 trabalhadores. Em causa está a cessação da parceria com a Gant, que deixará a fábrica sem trabalho. As assembleias de credores iniciam-se esta terça-feira. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Gasolineiras vendem gasóleo ilegal

A Secretaria de Estado da Energia identificou cinco gasolineiras que importam gasóleo de Espanha e não estão a incorporar a quantidade de biocombustível exigida por lei. Por estes incumprimentos, o Estado está a exigir uma compensação de 48 milhões de euros. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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Cinco gasolineiras não estão a incorporar biocombustível exigido na lei

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2018

O Estado poderá ter sido lesado pelos importadores que não operam no estrito cumprimento da lei em mais de 48 milhões de euros nos últimos três anos.

Cinco gasolineiras a operar em Portugal que importam gasóleo de Espanha não estão a incorporar a quantidade de biocombustível exigida na lei, podendo o Estado ter sido lesado em 48 milhões de euros.

Uma fonte oficial da Secretaria de Estado da Energia, citada no Diário de Notícias, Jornal de Notícias e Dinheiro Vivo, adiantou que “há cinco operadores não cumpridores das incorporações, a quem foram exigidas compensações que ascendem a 24.394.000 euros e estão em instrução processos com um valor muito próximo daquele, totalizando, cerca de 48 milhões de euros”.

Também a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) destaca que “o Estado poderá ter sido lesado pelos importadores que não operam no estrito cumprimento da lei em mais de 48 milhões de euros nos últimos três anos (12 milhões por via fiscal e 36 milhões pela não incorporação de biocombustível”.

Fontes contactadas pelos jornais adiantaram que os cinco operadores estão inseridos maioritariamente no mercado chamado low-cost (baixo custo).

A Aperto estima que as importações ilegais representem 2% a 4% de todo o gasóleo vendido (os combustíveis simples representam mais de 60% do mercado).

De acordo com os jornais, o custo de incorporar o biocombustível no gasóleo pode rondar os 3,2 cêntimos por litro, mas facilmente chega aos 4 cêntimos com IVA.

“O preço médio do gasóleo espanhol antes dos impostos é praticamente igual ao português. A diferença surge quando são cobrados os impostos.

Quando o gasóleo chega a Portugal vem, por vezes, com algum biocombustível já incorporado, mas em menor quantidade face aos 7,5% exigidos.

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Novo horário contestado pelos trabalhadores entra hoje em vigor na Autoeuropa

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2018

Os trabalhadores da Autoeuropa iniciam esta segunda-feira o novo horário imposto pela empresa, que obriga a trabalhar aos sábados.

Os trabalhadores da Autoeuropa começam esta segunda-feira a cumprir o novo horário transitório que prevê a obrigatoriedade do trabalho ao sábado e que foi imposto administrativamente pela empresa após a rejeição dos acordos negociados previamente com a Comissão de Trabalhadores.

A Autoeuropa promete pagar os sábados ao valor normal de um dia de trabalho acrescido de 100%. A este valor pago pelo trabalho ao sábado a empresa admite juntar ainda mais 25%, caso sejam cumpridos os objetivos de produção trimestrais. Os novos horários preveem quatro fins de semana completos e mais um período de dois dias consecutivos de folga em cada dois meses para cada trabalhador. O primeiro sábado de trabalho obrigatório na Autoeuropa será no próximo dia 3 de fevereiro.

No passado mês de dezembro, após a rejeição de dois pré-acordos negociados previamente com a Comissão de Trabalhadores, mas que foram rejeitados pela maioria dos funcionários, a Autoeuropa anunciou um novo modelo de trabalho de 17 turnos semanais, assegurando que o novo horário cumpria a legislação em vigor e garantia a produção a dois turnos aos sábados.

Apesar das garantias dadas pela empresa de vai pagar os sábados com um acréscimo de 100% em relação ao que paga por um dia normal de trabalho, a Comissão de Trabalhadores e o sindicato mais representativo na empresa, o SITESUL – Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul, alegam que a Autoeuropa pretende pagar os sábados como um dia normal de trabalho e que isso será demonstrado nos recibos de vencimento de fevereiro.

Esta semana também poderá ser importante no que respeita ao caderno reivindicativo, estando já marcadas para dia 1 de fevereiro várias reuniões plenárias em que a Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa deverá fazer um ponto de situação das negociações com a administração da empresa, ou comunicar um eventual pré-acordo que possa vir a ser conseguido nos próximos dias. Para mais tarde, abril ou maio, fica a discussão sobre o horário que será implementado na Autoeuropa a partir do mês de agosto.

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Novo Banco cede coleção de arte BES aos museus nacionais

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2018

O Ministério da Cultura vai assinar um protocolo com o Novo Banco para disponibilizar ao público um conjunto de obras de arte, que incluem fotografias, pinturas e ainda uma biblioteca.

O Ministério da Cultura vai assinar esta segunda-feira, em Lisboa, um primeiro protocolo com o Novo Banco para disponibilizar, à fruição pública, o seu património cultural e artístico, que reúne pintura, fotografia, numismática e uma biblioteca.

De acordo com o gabinete do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, o compromisso entre o Estado e o Novo Banco, adquirido pelo fundo norte-americano Lone Star no ano passado, será para realizar parcerias com entidades públicas e privadas, como museus e universidades, de âmbito nacional e regional. Entre essas iniciativas está a concretização de um programa de depósito descentralizado da coleção de pintura do Novo Banco, “colocando à fruição pública 97 obras de relevante valor artístico, em vários museus espalhados pelo território nacional”.

O primeiro protocolo deste programa será assinado esta segunda-feira, no Museu Nacional dos Coches, com a Direção Geral do Património Cultural (DGPC), “e servirá de referência para esta estratégia de preservação” e disponibilização da coleção do Novo Banco. No quadro deste protocolo, a pintura a óleo do século XVIII “Entrada Solene, em Lisboa, do Núncio Apostólico Monsenhor Giorgio Cornaro”, considerada a obra mais importante do núcleo de pintura do Novo Banco, ficará exposta em permanência no Museu Nacional dos Coches, através de um contrato de depósito. A obra representa um raro registo iconográfico que dá a conhecer um cortejo seiscentista que inclui coches e liteiras, semelhantes aos que estão expostos no museu.

Ainda segundo o gabinete do ministro da Cultura, o Novo Banco criará a marca “NB Cultura”, reunindo sob um único conceito toda a coleção, “com o objetivo de preservar e divulgar o seu vasto património“, nomeadamente a Coleção de Pintura portuguesa e europeia de várias épocas, e a Coleção de Fotografia Contemporânea, que tem figurado “entre as melhores coleções empresariais do mundo”. Também detém a Biblioteca de Estudos Humanísticos, a chamada Biblioteca de Estudos Humanísticos de Pina Martins, já exposta na Fundação Calouste Gulbenkian, e que se encontra depositada na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, de modo a permitir o seu estudo e consulta. Esta biblioteca compreende mais de mil livros antigos, a maioria do século XVI, além de nove incunábulos, dos primeiros tempos da imprensa, assim como perto de uma centena de obras com origem no humanista Aldo Manuzio.

A primeira edição das “Obras Completas de Sá de Miranda”, de 1585, uma edição de “Os Lusíadas”, de 1613, e edições iniciais de autores como Dante Alighieri, Francesco Petrarca, Erasmo de Roterdão e Thomas More, Damião de Góis, Luís António de Verney e Bernardim Ribeiro encontram-se neste acervo, comprado pelo antigo BES, em 2008, à família do professor e investigador José de Pina Martins (1920-2010). Em abril de 2017, a Biblioteca Nacional de Portugal abriu um processo de classificação deste acervo.

Do património do Novo Banco também faz parte a Coleção de Numismática, que se encontra na sede da instituição, em Lisboa, e sobre a qual foi igualmente aberto um processo de classificação como Tesouro Nacional, pela DGPC, em 2015. Esta coleção compreende 16.575 exemplares, acompanha a emissão de moeda ao longo de 2.000 anos, desde a Antiguidade, antes da fundação da nacionalidade, assim como de toda a História de Portugal, incluindo emissões de antigas colónias, como Brasil, Índia, Moçambique e Angola.

Reunida pelo empresário e colecionador Carlos Marques da Costa, que morreu em 2011, a coleção de numismática inclui raridades, como “o Português”, entre as moedas de ouro mais pesadas, cunhada por um país europeu. Na Coleção de Pintura encontram-se, entre outras, obras dos séculos XVI e XVII, como “Os Financeiros”, de meados do século XVI atribuída a Quentin Metsys, “A Torre de Babel”, de meados do século XVII, da Escola Flamenga, e a “Entrada em Lisboa do Núncio Apostólico Georgio Cornaro”, de finais do século XVII.

Na pintura estrangeira de finais do século XVIII, destacam-se as paisagens de Jean Baptiste Pillement, nomeadamente uma representação de um dos momentos que seguiram o naufrágio do navio de guerra San Pedro de Alcântara, nas falésias da Papoa, em Peniche. Entre as obras dos séculos XIX e XX da coleção do Novo Banco, que se estende até à atualidade, existe um núcleo de pintura portuguesa, com peças de mais de trinta autores, entre os quais António Silva Porto, José Malhoa, Artur Loureiro, Júlio Sousa Pinto, Eduardo Malta, Júlio Pomar, Júlio Resende, Eduardo Viana, Maria Helena Vieira da Silva, Manuel d’Assumpção, Carlos Botelho, Manuel Cargaleiro, Mário Dionísio, Nikias Skapinakis, Ângelo de Sousa, Jorge Pinheiro, Graça Morais, Pedro Croft. O núcleo conta ainda com um conjunto de quatro Portulanos, mapas antigos dos portos conhecidos.

A Coleção de Fotografia inclui obras de artistas como Jeff Wall, Cindy Sherman, Wolfgang Tillmans, Robert Frank, Christian Boltanski, John Baldessari, Thomas Struth, Candida Höfe, Willie Doherty, Irving Penn, Stan Douglas, Vik Muniz, Nan Goldin, Helena Almeida, Vasco Araújo, Daniel Blaufuks, Filipa César, Adriana Molder, Jorge Molder, Paulo Nozolino, Pedro Paiva e João Maria Gusmão, João Tabarra e Gérard Castello-Lopes, entre mais de mil obras de cerca de três centenas de artistas, de diferentes gerações e nacionalidades.

A oficialização do Projeto de Divulgação Cultural do Novo Banco vai decorrer numa cerimónia, esta segunda-feira, no Museu Nacional dos Coches, às 17h, com a presença do ministro da Cultura, Luís Filipe de Castro Mendes, e da diretora-geral do Património Cultura, Paula Silva. Da parte do Novo Banco, estarão presentes António Ramalho, presidente do Conselho de Administração, Byron Haynes, presidente do Conselho Geral de Supervisão, e Robert Sherman, embaixador da marca ‘NB Cultura’.

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Santa Casa quer entrar no Montepio. Onde está o dinheiro e em que é que já investe?

  • Margarida Peixoto
  • 29 Janeiro 2018

O provedor da Santa Casa já garantiu que a instituição tem outras participações financeiras e frisou que precisa de rentabilizar disponibilidades. O ECO foi ver onde é que a SCML aplica o dinheiro.

Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia, garantiu que o investimento só será concretizado se o estudo que está em curso mostrar que é vantajoso.Paula Nunes / ECO

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) abriu a porta à possibilidade de entrar no capital do Montepio. A ideia, garantiu o provedor Edmundo Martinho, é aplicar disponibilidades financeiras da instituição e rentabilizá-las, com o objetivo de garantir que a atividade fundamental continua a ter meios para ser financiada. Mas que disponibilidades são essas e como é que Santa Casa as tem rentabilizado?

Para responder a esta questão, o ECO foi passar a pente fino as contas da Santa Casa. O relatório e contas mais recente que está disponível é o de 2016 — o que é normal, já que 2017 ainda agora terminou. Foi com base no documento que consolida as contas da Santa Casa que o ECO tirou uma fotografia aos seus investimentos.

200 milhões em caixa

Desde logo, saltam à vista as tais “disponibilidades financeiras” a que o provedor se referiu no Parlamento, quando deu explicações sobre o racional da potencial operação aos deputados. A Santa Casa tem 118 mil euros em numerário e 197,8 milhões de euros em depósitos. O próximo gráfico mostra como é que os depósitos estão distribuídos.

Fonte: Relatório e Contas 2016

Ações de cotadas na bolsa portuguesa

Sim, a Santa Casa também é acionista de empresas cotadas no PSI-20. A 31 de dezembro de 2016 tinha quase 3,3 milhões de euros em ações da praça portuguesa, um número que representa um reforço muito significativo face à posição do ano anterior (783 mil euros).

Apesar de as ações que detinha em carteira terem desvalorizado 153,3 mil euros, ao longo do ano a SCML adquiriu quase 2,7 milhões de euros em ações.

O próximo gráfico mostra as participações financeiras cotadas detidas a 31 de dezembro de 2016.

Fonte: Relatório e Contas 2016

Mas a instituição não tem só participações financeiras cotadas. Também tem “outros investimentos financeiros estrangeiros” cujo valor — calculado ao custo histórico — atinge quase dois milhões de euros. Em território nacional, tem ainda participações num total de quase 180 mil euros no capital de empresas que também não estão cotadas.

Imóveis geram rendas de 6,5 milhões

A 31 de dezembro, a Santa Casa tinha imóveis avaliados em 294,8 milhões de euros. Aqui incluem-se terrenos e edifícios (ou parcelas de edifícios) cujo objetivo é gerarem rendas. A maior parte destes imóveis são prédios urbanos, mas nem todos estão em condições de habitabilidade. Alguns precisam primeiro de intervenção para depois poderem ser rentabilizados.

De 2015 para 2016 a instituição adquiriu o equivalente a 19,1 milhões de euros e recebeu doações no valor de quase 450 mil euros. Ao longo do ano registou ainda ganhos no valor das propriedades na ordem dos 12,5 milhões e euros e perdas de 9,5 milhões.

O próximo gráfico mostra os rendimentos conseguidos pela Santa Casa com estes imóveis.

Fonte: Relatório e Contas 2016

Apesar dos rendimentos superarem os encargos com conservação e manutenção, importa, ainda assim, notar que em 2016 a Santa Casa gastou cerca de 503 mil euros. Em 2015, os encargos tinham sido em torno de 1,3 milhões de euros.

Fundo Imobiliário com uma carteira de 9,8 milhões

A Santa Casa é dona de 100% das unidades de participação do Fundo Imobiliário Fechado “Santa Casa 2004”. O Fundo já está em fase de liquidação desde dezembro de 2014. Entre 2015 e 2016 foi feita já uma liquidação parcial. Ainda assim, este ainda detém uma carteira de imóveis avaliada em 9,8 milhões de euros.

Ao longo de 2016, parte destes imóveis não esteve arrendada e os rendimentos obtidos (938 mil euros) não foram suficientes para cobrir os gastos (1,9 milhões de euros). Desta forma, o resultado líquido do fundo foi negativo em 961 mil euros.

3,3 milhões de euros em árvores

A Santa Casa não tem só investimentos imobiliários ou financeiros. Do seu ativo fazem parte também montados de sobro (parte para a produção de cortiça, outra parte ainda jovem), pinheiro bravo e eucaliptos. A Santa Casa explora estes ativos, procurando deles extrair rendimentos. Em 2016, registou uma valorização de 576,7 mil euros neste ativo.

O próximo gráfico mostra o valor este “ativo biológico”, como é designado no relatório e contas.

Fonte: Relatório e Contas 2016

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5 coisas que vão marcar o dia

O ministro Vieira da Silva vai estar na ONU e falará em representação de Portugal. INE vai revelar as estatísticas dos preços da habitação. E Espanha revelará quanto cresceu a economia em 2017.

A viagem de Vieira da Silva a Nova Iorque, os preços das casas ou o crescimento económico de Espanha são alguns dos temas que vão marcar a agenda desta segunda-feira. Estas são as cinco coisas que tem de saber antes de começar o dia.

 

INE divulga preços da habitação

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar as estatísticas de preços da habitação ao nível local, relativas ao terceiro trimestre do ano passado. Este dado deverá confirmar a tendência recente, ou seja, de subida. Os valores dos imóveis em Portugal têm registado variações positivas de dois dígitos. O último indicador para o valor das casas, a avaliação bancária, apontou para isso mesmo, colocando os valores médios na periferia de Lisboa equipados ou, em alguns casos, mesmo acima dos preços na cidade do Porto.

Combustíveis mais caros (outra vez)

A semana arranca com um aumento dos preços dos combustíveis. Depois da queda acentuada na semana passada, tanto a gasolina como o gasóleo vão ficar mais caros, mais a gasolina do que o diesel. Perante a escalada das cotações do petróleo nos mercados internacionais, a gasolina deverá ficar um cêntimo mais cara. O gasóleo, o combustível mais utilizado pelos portugueses, poderá subir cerca de meio cêntimo.

 

Arrancam os novos turnos na Autoeuropa

A partir desta segunda-feira, os trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa, em Palmela, passam a trabalhar em 17 turnos, três de segunda a sexta-feira, mais dois turnos extra ao sábado. É uma alteração que se manterá em vigor até finais de agosto e que surge depois de meses de negociações, marcados por uma greve geral na empresa e por uma mudança nos representantes da comissão de trabalhadores, depois de vários acordos falhados. Em causa, o fabrico do novo SUV da marca, o T-Roc.

Quanto cresceu a vizinha Espanha?

Esta segunda-feira será revelado quanto cresceu a economia espanhola no quarto trimestre de 2017, um dado preliminar mas que, ainda assim permitirá traçar o cenário do crescimento espanhol durante o ano. Este dado ganha relevância num contexto em que Espanha é um dos principais parceiros comerciais de Portugal. No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) espanhol avançou 0,8% em cadeia, ou 3,1% face ao mesmo trimestre de 2016.

 

Vieira da Silva de visita à ONU em Nova Iorque

António Vieira da Silva, ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, está esta segunda-feira em Nova Iorque para participar na Comissão para o Desenvolvimento Social das Nações Unidas, que decorrerá até 31 de janeiro. O encontro decorre na sede da ONU e o ministro tem discurso marcado para a sessão de abertura da comissão, em representação de Portugal.

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Governo falha outra vez. Investimento público fica 850 milhões abaixo da meta

Pela segunda vez, o Governo ficou aquém da meta traçada para o investimento público. Foram investidos mais 208 milhões de euros face ao ano passado, mas isso não chegou para atingir o valor de 2015.

É o calcanhar de Aquiles do Governo PS com apoio parlamentar do BE, PCP e PEV. O fecho da execução orçamental de 2017 mostra que o investimento público não aumentou tanto quanto Mário Centeno tinha definido como meta, pelo menos em contabilidade pública. O Executivo não executou toda a despesa de investimento que previa no Orçamento do Estado para 2017. Mais: após a queda em 2016, a subida do investimento público em 2017 não chegou para atingir os valores do anterior Governo, ou seja, de 2015.

 

Investimento público fica 850 milhões aquém da meta

Dados em contabilidade pública. Fonte: Direção Geral do Orçamento. Em milhões de euros.

“Em 2017, a despesa primária das Administrações Públicas cresceu 1,7%, destacando-se o crescimento de 20% no investimento, excluindo a despesa em PPP” — foi esta a frase que o Ministério das Finanças reservou para o investimento público no seu comunicado sobre a execução orçamental de dezembro. A afirmação está correta, mas esconde uma parte da realidade: o Governo voltou a falhar a meta, desta vez em 850 milhões de euros. Vamos aos números.

A Direção Geral de Orçamento divulgou na quinta-feira a execução orçamental de dezembro em contabilidade pública, ou seja, na ótica de caixa. Esta é, para já, a única análise que é possível fazer uma vez que os números em contabilidade nacional só serão divulgados em março pelo Instituto Nacional de Estatística.

A meta para toda a Administração Pública era atingir um investimento de 4.987 milhões de euros (+26,9%) — superando os 4.357 registados em 2015 com o anterior Governo — mas a execução mostra que os investimentos ficaram-se pelos 4.137 milhões de euros (+5,3%). Em termos brutos, isto traduz-se num aumento de 208 milhões de euros quando a meta fixava uma subida de 1.058,5 milhões de euros.

“Embora algum do investimento que não foi concretizado possa ter uma contrapartida de fundos comunitários do lado da receita, a verdade é que mais 850 milhões de euros aumentaria o défice em 0,4 pontos percentuais, colocando-o acima dos 1,5% previstos inicialmente no OE/2017”, afirma Joaquim Miranda Sarmento, professor do ISEG, assinalando que “muito do sucesso de um défice abaixo dos 1,5% passou por este controlo do investimento público”.

Uma análise mais fina aos números da síntese de execução orçamental mostram o desempenho do investimento nos vários fatores. Em ano de eleições autárquicas, a administração local registou um aumento de 39,3%, o que se traduziu em mais 414,1 milhões de euros investidos pelas autarquias. Por outro lado, a conta consolidada da administração central e da segurança social mostra uma queda de 8,5% (-214,6 milhões) no investimento quando a variação implícita no OE2017 era de 27,5%.

E se excluirmos as PPP?

O comunicado do Ministério das Finanças referia-se ao investimento excluindo os encargos com as concessões das parcerias público-privadas. De facto, excluindo as PPP, o investimento subiu mais em percentagem e em valor absoluto: uma variação de 19,8%, o que corresponde a mais 445 milhões de euros.

Excluindo PPP, a variação também ficou aquém

Dados em contabilidade pública. Fonte: Direção Geral do Orçamento e Relatório OE2017. Cálculos do ECO. Em percentagem.

Contudo, os números do relatório do OE2017 mostram que a meta seria, ainda assim, mais expressiva. No OE2017 o Governo fixava como encargos das PPP cerca de 1.684 milhões de euros. Descontando esse valor ao total de investimento esperado, é possível concluir que o Executivo esperava um aumento de 47,3% no investimento excluindo PPP. Ou seja, uma variação de 1.060,5 milhões de euros, o que deixa os valores atingidos a 615,5 milhões de euros da meta.

A contabilidade pública vs. a contabilidade nacional

Como explicado no início do artigo, esta comparação é exclusivamente feita com números em contabilidade pública, a única ótica para a qual existem números até agora. Segundo o professor Joaquim Miranda Sarmento, a diferença entre a contabilidade pública e a contabilidade nacional no que toca ao investimento público resulta de três fatores:

  1. “Em contas nacionais, o pagamento às PPP não são investimento (são consumos intermédios)”;
  2. “As contas nacionais são em base de compromisso, enquanto a contabilidade pública é em base de caixa (além de pequenas diferenças de universo entre uma e outra)”;
  3. “Por último, as regras de contabilização: nem tudo o que é contabilizado como investimento em contabilidade pública é depois classificado como investimento em contabilidade nacional (e vice-versa)”.

Ainda assim, esta execução em contabilidade pública é um indicador negativo.

Investimento abaixo de 2015. E este ano?

Com base nos relatórios de Orçamento de Estado do Governo pode concluir-se que, em contabilidade nacional, o investimento público ficou nos 4.084 milhões de euros em 2015. Um ano depois, esse valor desceu para 2.734 milhões, uma queda de 32,4%.

Em outubro de 2016, ainda sem saber que a execução ia ficar muito aquém do previsto, o Governo estimava investir 4.177 milhões de euros, estando implícita uma variação de 21,9% (+749 milhões).

Evolução do investimento público de 2015 a 2018

Dados em contabilidade nacional. Fonte: Relatórios dos Orçamentos do Estado. Os dados de 2017 e 2018 são provisórios. Em milhões de euros.

Um ano depois, em outubro de 2017, na proposta do OE2018, com os novos dados sobre 2016, os números são revistos em baixa: Mário Centeno passa a ter como meta uma variação de 17,9% (+490 milhões) o que põe o investimento público em 3.224 milhões de euros em 2017. Falta agora saber qual foi realmente o valor atingido nesta ótica.

Para este ano, o Executivo promete uma variação ainda mais expressiva: 40%, o que corresponde a mais 1.281 milhões. Quando planeou o OE2018 em outubro do ano passado, em contabilidade nacional, Mário Centeno definiu como meta atingir os 4.525 milhões de euros, o que superaria os números do anterior Governo.

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