“Não vou fazer de conta que nada aconteceu”, diz Rui Rio
À saída do encontro com o Presidente da República, Rui Rio admitiu que não vai fazer de conta que nada aconteceu. Prometeu uma resposta para breve. Marcelo não comenta a vida do PSD.
Rui Rio esteve reunido esta tarde com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. À saída, perante a insistência dos jornalistas, admitiu que não vai fazer de conta que nada aconteceu. E prometeu uma resposta “para breve”, ao anúncio feito esta sexta-feira por Luís Montenegro de que está disponível para se candidatar de imediato à liderança do PSD.
“Não vou fazer de conta que nada aconteceu, mas não tenho que andar aqui a correr”, disse o presidente dos social-democratas. “Fazer de conta que nada aconteceu, seria hipocrisia. Em breve vou responder”, acrescentou Rui Rio, sem no entanto esclarecer se vai marcar diretas após o desafio de Montenegro.
Não vou fazer de conta que nada aconteceu, mas não tenho que andar aqui a correr. Fazer de conta que nada aconteceu, seria hipocrisia. Em breve vou responder.
“Fui corredor de 100 metros quando tinha 20 anos de idade, agora é mais meio fundo e fundo”, sublinhou à saída do Hotel Sheraton do Porto, onde esteve cerca de 45 minutos para um encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, com quem já não falava “pessoalmente há algum tempo”. “Com calma, na devida altura vou responder. Não tenho que andar aqui a correr”, disse perentório.
Pressa é o que parece ter Luís Montenegro que esta tarde disse estar preocupado com o “estado em que o PSD chegou”, com a liderança de Rui Rio. “É mau e preocupante”, disse o social-democrata, que antecipa um resultado muito negativo nas legislativas. Por isso, anunciou que “está disponível” para se “candidatar de imediato à liderança do PSD”, porque está na hora de “salvar o partido” de uma derrota “humilhante”.
O último estudo da Eurosondagem para o Expresso e para a SIC revela que o PSD caiu dois pontos percentuais para os 24,8% nas intenções de voto. Se as eleições fossem agora, este poderia ser o pior que o partido já teve em legislativas desde os 24,3% conseguidos por Sá Carneiro em 1976. Um resultado que parece corroborar a avaliação que Luís Montenegro faz da situação do partido.
Montenegro, que vê o PSD à beira do “abismo”, também vai ter uma reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, mas na segunda-feira. Um encontro que surge a pedido do próprio Montenegro. A informação foi avançada à agência Lusa por fonte da Presidência da República, que adiantou que o encontro terá lugar no Palácio de Belém, em Lisboa.
Situação inversa à do líder do partido. Rui Rio confirmou aos jornalistas que o aguardavam à saída que a reunião aconteceu a pedido do Chefe de Estado e serviu para debater “temas de política interna e externa”.
A vida do PSD é com o PSD. Não me vou pronunciar.
À saída, Marcelo confirmou esta versão dos factos. “A vida do PSD é com o PSD. Não me vou pronunciar“, disse, o Chefe de Estado em declarações transmitidas pela Sic. “Não interfiro, nem vou interferir”, frisou. O Presidente da República explicou que queria ouvir o presidente do principal partido da oposição sobre a descentralização já que tem em mãos, para promulgação, diversos diplomas que têm desagradado a Associação Nacional de Municípios. Mas na conversa foram abordados “três problemas de política interna e um de política externa”, precisou.
(Notícia atualizada às 21h27)
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